Love Amid The Chaos escrita por Brenda


Capítulo 18
Bitch




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/477563/chapter/18

Carol estava deitada na barraca que pertencia a ela e Daryl; a mulher tinha Judith ao seu lado, a criança balbuciava enquanto brincava e mordia a cabeça de uma boneca de pano, que havia sido encontrada em uma das lojas que Daryl e Glenn haviam visitado poucos dias atrás em busca de suprimentos.

A mulher observava Judith quando ouviu o barulho do zíper da barraca sendo aberto pelo lado de fora; Carol não desviou o olhar da pequena Grimes.

– Dando um descanso para Carl? – Daryl perguntou enquanto entrava na barraca.

– É, ele tem que dormir um pouco. – Carol sorriu quando Daryl depositou um beijo em seus lábios. – Ele tem reclamado que ela acorda de madrugada.

Daryl assentiu enquanto ajeitava-se no pequeno espaço que compartilhavam. Ele pegou Judith e colocou-a sentada sobre seu peito enquanto ele deitava-se ao lado de Carol.

Os dois ficaram em silêncio, o que não era uma surpresa. Muitas noites eram assim, silenciosas. Eles não precisavam de palavras, apenas a presença um do outro bastava.

– Você já pensou nisso? – Daryl perguntou de repente.

– Nisso o que? – Carol virou-se para ele. Daryl apontou com o queixo Judith que mordia agora uma das mãos da boneca. – Se eu já pensei nela? – Carol perguntou confusa.

– Não. – O caipira suspirou. – Eu perguntei se você já pensou em ter filhos novamente.

O silêncio voltou a tomar conta do lado de dentro daquela barraca. Dessa vez ele foi mais longo, o que preocupou Daryl. Ele já estava se arrependendo de ter feito aquela pergunta, sabia que era um assunto delicado para Carol por causa de Sophia. Mas ele precisava saber.

Mas para a surpresa de Daryl, Carol riu.

– Você está falando sério? – Ela riu novamente. – Quero dizer, olhe isso tudo, Judith é um milagre. Não acho que outra criança seria bem vinda nesse mundo. Além disso, eu já estou um pouco velha para ser mãe novamente.

Daryl não respondeu, sentindo-se um idiota por pensar naquelas coisas. Carol tinha razão, era realmente um milagre eles terem Judith ali, viva nos braços dele. Outra criança não teria aquela sorte. E Daryl sabia também que Judith era uma Grimes, a coragem e a sorte já haviam nascido com ela.

– Espera aí. – Carol falou de repente, sentando-se na barraca. – Você está realmente falando sério? – Aquilo não soou como uma pergunta para Daryl, parecia mais uma afirmação.

Ele fitou os olhos de Carol por alguns instantes, sentindo Judith agitar-se em seu peito. O caipira desviou o olhar para o teto da barraca. Ele apenas assentiu.

– Daryl... – Carol suspirou passando uma das mãos pelos cabelos revoltos de Daryl. – Você pensa nisso?

– Depois que reencontramos Judith, confesso que essa ideia passou por minha cabeça. Mas você tem razão, é ridículo. – Daryl deu de ombros.

– Ei, eu não disse que era ridículo! – Carol disse gentilmente, ainda afagando os cabelos dele. – Confesso que também pensei nisso, mas Daryl, olhe a nossa volta. É isso o que temos para dar e não é bom.

– Eu sei! – Ele suspirou.

– O que Maddison queria? – Carol indagou curiosa depois de alguns minutos de silencio perturbador dentro da barraca.

– Ela só queria dizer que temos mais armamentos. – Ele respondeu. – Parece que Rick não confiou completamente no Terminus e deixou uma mala cheia de armas e munição enterrada. Nós a desenterramos agora e eu deixei-a aos cuidados de Glenn e Maggie.

Carol assentiu observando Judith sonolenta, mais ainda brincando com a boneca.




– Eu já disse isso uma vez, mas vou repetir: essa luta não é de vocês. Mas toda ajuda é bem vinda. – Daryl disse ao grupo que o observava. – Amanhã será o dia! Invadiremos o Terminus e resgataremos nossa família.

– Eu também já disse e repetirei: a luta de vocês é nossa luta! – Rosita disse firmemente.

– Fico feliz que seja assim. – Daryl continuou. – Apenas tenham em mente que é perigoso. Tentaremos entrar e sair o mais rápido possível, sem chamar atenção de ninguém, entendido. – Todos ali assentiram. – Bom.

– Onde exatamente fica esse vagão mesmo? – Glenn indagou.

Daryl, Maddison, Maggie, Beth, Rosita e o restante do ex grupo de Abraham formaram um semi círculo, discutindo agora a melhor forma de entrar no Terminus.

Carl estava cuidando de Judith. Ultimamente o garoto não desgrudava da irmã, ele mesmo havia confessado que sentira saudades da criança na noite anterior, quando ela ficou com Daryl e Carol. Isso era bom. Muito bom. Carl parecia novamente uma pessoa feliz - da forma que ali era possível ser.




Carol pegou uma pequena mochila abarrotada de roupa suja. Ela fez um sinal para Daryl, indicando que ela iria até o rio, que corria ali perto, lavar as roupas. O caipira assentiu para ela antes de voltar sua atenção para restante do grupo.

Ela caminhou atenta pela floresta, que parecia cada vez mais silenciosa enquanto se afastava do acampamento.

Ela encontrou o rio alguns quilômetros ao norte de onde estava com o restante do grupo. Carol se ajoelhou na beira do rio, despejando o amontoado de roupas na terra. Ela começou a lavá-las, sem se distrair, sempre prestando total atenção a qualquer barulho que denunciasse a presença de algum zumbi. Ou alguém.

Após alguns minutos, ela ouve o som de passos. Mas não pareciam ser de zumbis; não havia aquele som arrastado e muito menos os grunhidos tão comuns dos mortos vivos.

Carol se levantou rapidamente, largando uma de suas blusas – agora molhada – na beira do rio; antes de se virar para ver quem se aproximava, ela já tinha a faca que sempre levava presa na cinta em punho.

Mas era apenas Tara.

A mulher olhou para Carol, ainda alguns metros longe, e sorriu. Ela continuou se aproximando, até que só restaram alguns poucos passos de distancia entre elas.

– Eu vim ver se você não precisava de ajuda. – Tara disse, solicita.

– Não preciso de ajuda, Tara. Mas mesmo assim, obrigada. – Carol recolocou a faca em seu lugar de costume e voltou a fazer seu trabalho. Ela tinha consciência de que Tara ainda estava ali, observando-a.

– Mais alguma coisa? – Carol perguntou, demonstrando irritação pela companhia indesejada.

– Eu queria falar com você sobre uma coisa muito séria. – Carol não se virou, apenas continuou a lavar as roupas. – Bom, primeiramente eu queria me desculpar por dizer aquelas coisas sobre Daryl e Maddison. – Carol continuou seu trabalho sem se importar com as palavras de Tara. – E em segundo, tenho que confessar que te amo.

Carol parou. Seu corpo congelou por um instante. Quando se recuperou, ela levantou e virou-se para Tara, que estava ali, no mesmo lugar de antes, olhando-a esperançosamente.

– O que? – Foi o máximo que Carol conseguiu dizer.

– Eu disse que te amo. – Tara disse pausadamente, como se aquilo fosse fazer Carol absorver mais rápido o sentido daquelas palavras.

– Tara – Carol suspirou. – Olha, eu acho que você está confundindo as coisas. Eu... Eu não posso.

– Por quê? – Tara indagou. – Daryl? – A mulher ergueu uma sobrancelha. – Ele não te ama como eu.

– Eu o amo e sei que ele também me ama. – Carol respondeu calmamente, mesmo percebendo que Tara estava esforçando-se para manter a calma e racionalidade. – E não há nada que você possa fazer para mudar isso.

– Tem certeza? – Tara perguntou. Um sorriso brotou nos lábios dela enquanto Tara cobria com poucos passos a pequena distância que a separava de Carol. Antes que Carol pudesse reagir, Tara colocou seus lábios ao dela. As mãos agarraram sua nuca, puxando-a para mais perto e não deixando-a se afastar.

– Sua vadia. – A cabeça de Carol girava. Ela tentava se afastar, mas Tara não deixava. Por um instante, a voz não foi reconhecida por nenhuma das duas mulheres; mas quase que ao mesmo tempo, elas perceberam que era Daryl. – Eu vou te matar, filha da puta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mais um capítulo, minha gente *-* E aí? O que acharam? /Tara, safada, opa! E agora, o que será que o Daryl vai fazer? *u*