Love Amid The Chaos escrita por Brenda


Capítulo 17
We'll stay


Notas iniciais do capítulo

E depois de uma eternidade, aqui está mais um capítulo. Aproveitem!



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Em apenas alguns segundos, toda a atmosfera do pequeno acampamento mudou completamente.

Maggie havia corrido o pouco espaço que a separava de Beth, que estava ali, escondida sob a sombra das árvores. Glenn, Carl, Carol e Daryl olhavam a Greene mais nova com um misto de espanto e alegria. Mas nenhum deles deixou de notar os machucados que a loira carregava agora em seu rosto. Os lábios cortados, alguns arranhões estavam sobre as bochechas antes rosadas da menina. E em um de seus olhos, um círculo roxo começava a se dissipar.

– O que aconteceu com você, Beth? – Maggie suspirou com o rosto na curva do pescoço da irmã, enquanto abraçava-a fortemente.

– Eu... Eu fugi da prisão com os moradores de Woodbury, eu implorei para esperarmos você voltar, mas ninguém me ouviu. – Beth já sentia as familiares lágrimas derramarem-se por seu rosto. – E então, alguns quilômetros depois, o ônibus estragou e não pudemos continuar. Eu pensei em voltar, mas sabia que você não estaria lá. – Um soluço irrompeu pela garganta de Beth. – Eu saí em busca de algo para comermos na floresta, mas quando voltei, todos os sobreviventes da prisão estavam mortos. Eu apenas segui em frente, mas acabei encontrando um novo grupo. – Beth esforçava-se para falar, o nó que se formava em sua garganta dificultava tudo. – Mas eles não eram bons. Um deles... Um deles tentou me estuprar! – Ela declarou por fim.

O choque que ainda tomava conta da expressão do pequeno grupo que ouvia cuidadosamente as palavras de Beth aumentou. Nenhum deles conseguia dizer nada.

– Quem fez isso? – Glenn perguntou depois de um longo momento de silêncio.

Maggie limpou cuidadosamente uma das tantas lágrimas que escorria pela bochecha da irmã; quando Beth abriu a boca para responder, Abraham e seu pequeno grupo – e Tara – juntaram-se a eles.

Beth recuou alguns passos, desvencilhando-se de Maggie, quase voltando para a sombra das árvores.

– O que foi Beth? – Daryl perguntou, dando alguns passos na direção da garota que agora parecia horrorizada.

– Foi ele. – A jovem Greene apontou um dedo tremulo para alguém que estava atrás do pequeno grupo de Daryl. – Foi ele que fez isso comigo!

Ao mesmo tempo, lentamente, Glenn, Carl, Daryl e Carol viraram-se para onde Beth apontava. O choque foi misturado com nojo e ódio em todos ali.

Joe, que sempre mantinha um pequeno sorriso, agora estava sério sob o olhar mortal de todos ali. Beth mantinha o dedo tremulo apontado para ele.

– Ele? – Carol sussurrou. – Joe?

– Foi ele. – Beth continuava a sussurrar. – Ele. Ele tentou me estuprar.

Daryl não pensou, apenas avançou a passos largos na direção de Joe. Antes que qualquer pessoa tomasse consciência do que estava acontecendo, o caipira já havia acertado um soco no rosto de Joe que o fez cambalear alguns passos antes de cair na terra fofa da floresta.

Ninguém realmente pensou em impedir aquilo. Nem Abraham, Tony ou Dan tentaram fazer algo para parar Daryl. Foi uma surpresa para todos, ninguém sabia que Joe fizera aquilo. Daryl ainda distribuía socos pelo rosto e peito de Joe enquanto todos absorviam aquelas novas informações.

Beth voltara para o abraço protetor de Maggie enquanto observava Daryl batendo em Joe; Carol estava com uma mão em volta dos ombros de Carl, que estava com Judith adormecida nos braços; Glenn olhava para as irmãs Greene, sem realmente querer ver aquela cena.

No outro grupo, Rosita apertava a mão de Abraham, buscando respostas para aquilo. Tony e Dan faziam questão de observar o amigo sendo espancado pelo caipira.

Nem eles tinham consciência que Joe era capaz de uma atrocidade daquelas.

– Daryl, chega. – Carol falou antes que o punho fechado e já ensanguentado de Daryl chegasse ao rosto de Joe novamente. – Chega!

Daryl, mesmo tomado pela raiva, parou. Ele não queria Carol irritada com ele novamente. Joe estava inconsciente embaixo do corpo do caipira, os olhos ainda reviravam, o sangue escorria de diversos cortes e manchava o chão de terra escura.

O caipira ainda ficou ali por alguns minutos, em cima de Joe. Os olhos fixos no alvo de ódio dos dois grupos, a respiração pesada, saindo em lufadas de ar pela boca. Por fim, Daryl levantou-se; o silencio completamente desconfortável pairava estranhamente ali no meio daquela floresta. Ninguém tinha nada para falar, mas mesmo assim, explicações eram necessárias e Daryl as queria.

– Vocês sabiam? – Daryl perguntou ofegante, a voz dele era carregada de raiva.

O silêncio não durou muito, Rosita logo respondeu a pergunta feita.

– Não! – Pela primeira vez, Rosita pareceu abalada aos olhos de todos ali, até mesmo para Abraham foi uma surpresa vê-la assim. – Bom, eu não vou mentir novamente. Nós a encontramos perto daquele ônibus – Ela apontou com o queixo para Beth encolhida nos braços de Maggie e nos de Carol também. -, ela estava nervosa, disse que precisava voltar para algum lugar, eu lembro de não ter entendido direito. – Rosita fez uma pausa quando um gemido de Joe chegou aos seus ouvidos. Ela puxou o ar pela boca e continuou. – Nós pensamos em ajudá-la, mas Joe disse que iria leva-la até onde quer que ela quisesse ir e depois voltariam. Eles entraram na floresta e quando escureceu, Joe retornou sozinho. Ele disse que ela havia enlouquecido.

– Não foi difícil de acreditar, o modo como ela se comportou naqueles poucos minutos que a vimos parecia ser prova suficiente. – Tony interrompeu Rosita. – Joe disse que ela deixou um zumbi a morder e que ele não teve como fazer nada para ajuda-la. Ele mentiu para nós.

– Eu fugi. – Beth disse, ela parecia mais calma agora. – Depois que ele... Que ele tentou aquilo comigo, eu fugi.

– Sinto muito. – Dan falou pela primeira vez desde que tudo fora revelado. – Sinto muito mesmo. Sabíamos que Joe não estava lidando tão bem quanto nós com toda essa merda que está acontecendo, mas nunca imaginamos que ele seria capaz de algo assim.

– Eles não fizeram nada, Daryl.- Beth falou para o caipira que ainda não parecia convencido com aquela história.

– Quando vocês nos encontraram – Daryl olhou para Abraham -, disseram que ela estava morta. – Abraham assentiu. – Porque você e Joe sorriram um para o outro?

O silêncio voltou a se fazer presente na floresta. Apenas alguns gemidos esparsos de Joe chegavam até os ouvidos dos dois grupos ali presentes. Abraham sustentava o olhar de Daryl por um longo momento.

– Eu... Eu não sorri. – Daryl arqueou uma sobrancelha. Abraham suspirou. – Ok, eu sabia!

Os olhares de todos foram direcionados ao grande homem que se revelara cumplice de Joe.

– O que, Abraham? - Rosita afastou-se dele, indo em direção ao grupo de Daryl. Ela olhou para ele novamente. – Você sabia?

– Sim. – Abraham olhou-a temeroso. Ele não queria perde-la. – Ele me contou na mesma noite. E você não pode julgá-lo, ele é homem e tem suas necessidades.

– Você está falando sério? – Tony perguntou incrédulo.

– Então eu sirvo apenas para satisfazer suas necessidades? – Rosita indagou irritada.

– É claro que nã... – Abraham começou, mas foi interrompido por Carl.

– Você vai embora! – O garoto se postou ao lado de Daryl.

– Como é, pirralho? – Abraham olhou-o. – Acha que pode mandar em mim?

– Ele está certo, você vai embora! – Glenn falou, saindo do lado de Maggie e indo ficar ao lado de Rosita. – Os outros, tirando Joe, é claro, podem ficar conosco. – O coreano olhou para Daryl e o caipira assentiu, concordando.

– Eu não vou deixa-los! – Abraham exclamou. – Se eu for, eles vão comigo.

– Eu fico. – Rosita declarou.

– Eu também. – Eugene – que se manteve quieto durante toda a conversa – disse.

– Vou ficar. – Dan deu alguns passos até se juntar ao grupo a sua frente.

– Como é? – Abraham olhou-os friamente. – Vocês vão ficar com eles?

– Ah, eu vou ficar com eles também. – Tony deu ombros enquanto seguia para parar ao lado de Dan.

– Então fiquem! – Abraham grunhiu. – Eu vou embora e vocês vão se arrepender disso!

Abraham se virou em direção ao seu acampamento, mas antes que ele avançasse muito, Daryl o chamou. Ele se virou devagar, a expressão tomada de ódio.

– Leve esse merda junto com você. – Daryl disse apontando para Joe que ainda estava inconsciente no chão.

– Eu perdi alguma coisa? – Maddison perguntou confusa enquanto entrava no campo de visão de todos ali. Ela olhou para Joe e depois para cada pessoa. – É, acho que sim.

– Onde você estava? – Daryl perguntou percebendo que ela havia saído.

– Eu fui dar uma olhada no Terminus, estamos mais perto do que eu imaginava. – Ela mordeu o lábio.

– Bom, acho que já terminamos aqui. – Carol disse. – Abraham e Joe não vão mais ficar conosco, querida. – Ela olhou para Maddison. A garota apenas assentiu.

– Daryl, eu lembrei de uma coisa que pode ser útil! – Maddison olhou para o caipira. – Podemos conversar?

Daryl deu mais uma olhada para Joe e Abraham antes de ir em direção a Maddison.


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