Capítulo Quatro – Sexto Andar

Conversei com Dorcas o caminho inteiro até nossa ala. Descobri que nós iríamos dividir o dormitório com outra garota. Que cada Andar possuía apenas duas portas, ou seja, dois dormitórios. A loira me contou que ano passado ela dividia o quarto com uma garota que se formou no mesmo ano, e por tal motivo só ficara ela no quarto.

– Temos seis aulas todos os dias. – a loira me explicou enquanto caminhávamos. – Menos de sábados e domingos. Em cada duas aulas há o intervalo, que você pode opinar por comer algo, ou apenas ficar meia hora sem fazer nada. – disse ela rindo baixo.

– Meia hora cada intervalo? – perguntei franzindo o cenho e olhando para ela que nem pestanejava enquanto caminhava entre o campus.

– Sim, um é considerado segundo café da manhã e o ultimo o almoço. – disse alisando seus cabelos. – As aulas já começam depois de amanhã. Hoje e amanhã são para os novatos... – assim que disse a ultima palavra olhou-me dos pés a cabeça e voltou a olhar para frente. – Digamos... Se acostumar.

Mais um tempo caminhando em silencio dessa vez paramos em frente a um prédio de seis andares com suas paredes de cor amarela e vermelha.

– Você percebeu que tem prédios que são de cores diferentes né. – disse ela me olhando. Apenas assenti a cabeça para que ela continuasse a falar. – Cada cor representa a área que os estudantes estão. Exatas, Humanas ou Biológicas. Os prédios de exatas são pretos e verdes, humanas são vermelhos e amarelos e biológicas são azuis e brancos. – disse ela olhando para mim e entrando no prédio onde iríamos ficar.

Ao entrar me deparei com um local muito bonito. Suas paredes eram em um tom amadeirado enquanto seu chão era um carpete avermelhado. Havia alguns armários que guardavam livros para estudo e seus moveis todos eram de uma madeira um pouco amarelada. A frente dos sofás vermelhos iguais o carpete havia uma grande televisão de LED. Nas paredes havia quadro de turmas de formandos, professores e de alguns alunos que havia visto no pátio ao chegar aqui.

– Vem, quero ver em que quarto está você. – disse Dorcas me puxando pela mão em direção a uma das paredes. Nela estava um quadro enorme com nomes de diferentes jovens e números de 11 a 62 numerados ao lado deles. Percorri os nomes até achar o meu que fora um dos primeiros da lista.

– Sessenta e dois. – disse olhando ainda para a lista e só olhando para Dorcas ao ouvir seu grito estético.

– Estamos no mesmo quarto. – disse ela – lê-se gritou feito uma louca.

– E nossas coisas? – perguntei só então me lembrando de que havia deixado minhas malas no ônibus como o motorista havia mandado.

– Eles trazem para cada quarto enquanto estamos fora dos quartos. – disse ela segurando novamente minha mão e indo em direção ao elevador que cabia apenas três pessoas no máximo.

– Você viu quem será a outra menina? – perguntei assim que sai do elevador e caminhei até a porta de numero 62. Logo a frente dela estava uma porta de numero 61, mas a porta do quarto estava fechada.

– Não. – respondeu Dorcas apertando a maçaneta prateada contra os dedos e a girando para abrir a porta.

***

James Potter

Ouvi todo aquele falatório do senhor barbudo com uma paciência que não sei de onde veio. Remo estava sentado ao meu lado ouvindo pacientemente junto a mim, enquanto Sirius olhava os novos rostos - leem-se novas ficantes.

Esqueci-me de comentar, Sirius também passou em engenharia, ou seja, vamos colocar essa escola para baixo. Ninguém separa agente.

Depois de ouvir tanto falatório e ver todos já se levantarem, resolvi fazer o mesmo sendo seguido por Sirius e Remo.

– Cara... Aqui só tem gostosa. - sussurrou Sirius em meu ouvido provocando-me uma risada alta.

– Só pensa nisso. - disse Remo revirando os olhos e continuando a andar ao meu lado.

Pedi para a mulher, que antes estava parada feito estatua no palanque ao lado do reitor, me informar aonde seria o dormitório de Jornalismo e Engenharia. Ela nos deu a informações necessárias para que fôssemos até o prédio sem muita dificuldade e ao chegar lá me deparei com um lugar aconchegante e muito legal.

– Vem logo James. - ouvi Sirius me chamar e só então percebi que eu estava babando na sala de estar onde ficaríamos boa parte do nosso dia-a-dia.

Caminhei até onde Aluado e Almofadinhas estavam e reparei que entre eles, preso a parede, havia um quadro com muitos nomes e ao lado deles havia números de terminação "1" e "2" entre "11" e "62".

– Temos que saber onde iremos ficar. - disse aluado colocando o dedo no primeiro nome da lista e descendo-o em cada nome para achar os nossos.

Depois de um tempo vimos que nós três estávamos juntos no mesmo quarto. No quarto sessenta e um.

***

Lily Evas

Assim que abrimos as portas do quarto onde iríamos passar o restante do ano nos deparamos com um lugar grande. Havia uma sala pequena com uma mesa de tampa de vidro acima dela uma estante que percorria toda a parede branca. Havia um sofá de couro branco próximo à mesa e a frente do mesmo havia uma televisão de no máximo trinta polegadas. Todo o local tinha as paredes brancas, e haviam cinco portas espalhadas pelo mesmo.

– Pra que a mesa? - disse franzindo a testa e ouvindo Dorcas fechar a porta atras de nós.

– Estudos. - disse ela dando de ombros e continuando a caminhar. Três das portas estavam enfileiradas em uma das paredes distantes da mesa e sofá. - Cada porta tem um nome. - afirmou ela apontando para as três portas que estavam enfileiradas. - Vou para meu quarto, te vejo no almoço. - disse ela indo em direção as portas e lendo os nomes que estavam grudados nelas. Entrou na porta do meio e sumiu da minha visão assim que fechou a porta.

Suspirei e olhei em volta. Eu estava sozinha dessa vez. Sem meus pais, sem Severo e por Deus, sem minha irmã.

Segundos depois de Dorcas entrar em seu quarto uma garota de cabelos castanhos e enrolados e olhos de mesma cor dos cabelos saiu da porta da esquerda.

– Ah... Olá. - disse ela distraída olhando fixamente para um livro que estavam eu suas mãos.

– Oi. - disse tímida esboçando um sorriso no rosto. - Sou Lily.

– Marlene - respondeu ainda olhando para o livro e indo em direção ao sofá.

– Você faz Jornalismo? - ela perguntou fechando o livro e me olhando depois de um tempo de silencio.

– Sim. - sorri orgulhosa. - E você?

– Engenharia. - respondeu simplesmente sorrindo para mim, levantando e me abraçando com força como seu fossemos amigas há muito tempo. - Espero ser sua amiga. - disse se afastando de mim e apanhando seu livro.

– Também. - disse. Não sabia se ria por aquela garota ser doida ou ficava em choque por ela me abraça do nada. - Vou conhecer meu quarto. - disse me afastando mais de Marlene e indo em direção ao único quarto que havia sobrado.

Assim que abri aporta me deparei com um quarto de paredes brancas com poucos detalhes em amarelo. Fechei a porta atrás de mim e adentrei mais no cômodo.

Havia uma cama encostada na parede oposta à porta abaixo de uma janela que era coberta por cortinas amarelas. Ao lado da cama havia um criado mudo de madeira pintado de branco com uma iluminaria. Do lado da porta havia um guarda roupa parecido com o criado mudo e próximo ao guarda roupa um espelho de corpo inteiro. O quarto era muito bonito e deduzi ser assim para as outras duas meninas.

Minha mala estava próxima à cama no chão e meus livros estavam sobre a cama.

Não me importei com os livros na cama e simplesmente me joguei nela. Fiquei deitava o que pareceu minutos, mas logo percebi que fora um tempo muito maior quando ouvi alguém bater na porta.

– Entre. - disse olhando para o teto.

– Vamos comer? - perguntou Dorcas abrindo a porta. Logo atrás dela estava Marlene. Ambas eram lindas, simpáticas e muito legais. Espero que tenha arrumado boa amigas.

– Já é hora do almoço? - perguntei despreocupada me levantando da ama.

– Vamos Lily. Não quero perder o pudim. - respondeu Marlene revirando os olhos e se afastando de Dorcas e da porta para que eu passasse.

– Aonde é o refeitório? - perguntei saindo do quarto e indo em direção ao elevador.

– É alguns minutos daqui. O campus é muito grande, por isso todos os estudantes tem pernas tão definidas. - disse Marlene de um modo malicioso adentrando junto conosco no elevador que nos levou até o térreo.

Descobri que Marlene sabia daquelas coisas, pois ela tinha uma irmã mais velha que já havia estudado aqui. Ela estava no primeiro ano de Engenharia e que tinha a mesma idade que a minha.

Assim que chegamos no refeitório haviam poucas pessoas no local. Eram quatro mesas enormes feitas de madeira no centro do refeitório. Acima delas tinham pratos brancos, copos que imitavam taças douradas e talheres de mesma cor que o copo.

Ao fundo havia uma mesa maior onde ficava a comida.

A mesa da esquerda era destinada aos professores que se encontravam todos ali no refeitório. As outras três eram para os estudantes. Aproximamos-nos da mesa da direita e apanhamos os pratos que estavam sobre a mesma.

Fui com as meninas até a mesa de comidas e coloquei em meu prato um pouco de arroz, carne, salada e batatas. Assim que virei em direção as mesas que antes estavam em minhas costas meus olhos avistaram as pessoas que menos esperava encontrar aqui.

***

James Potter

Fomos para nosso quarto e no sexto andar duas garotas tinham acabado de fechar a porta do quarto sessenta e dois. Dei de ombros e entrei junto aos meninos no nosso quarto.

Era enorme.

Era uma sala de três paredes brancas, e uma azul marinho. Encostada a parede azul marinho havia uma mesa de tampa de vidro com quatro cadeiras em suas extremidades, próximo a mesa havia um sofá de couro azul escuro combinando com a parede e a frente do sofá havia uma televisão pequena para as que eu tinha em casa.

Havia quatro portas pelas portas. Três delas eram próximas uma das outras e a outra, deduzi ser banheiro. Cada porta tinha um nove gravado nela e avistei o meu nome na porta do meio.

Conhecemos todos os quartos e todos eram diferentes um dos outros. O meu tinha as paredes brancas com toda a mobilha negra, enquanto Almofadinhas estava em um quarto de paredes azuis e mobilha branca. Remo ficou no quarto esquerdo que possuía as paredes amarelas e as mobilhas em cor de madeira.

– Vou trazer muita mina aqui - disse Sirius se jogando no sofá.

– Traga ou quando estivermos dormindo ou quando não tiver ninguém no quarto. - disse Aluado franzindo o cenho.

Ficamos conversando sobre as garotas que avistamos no campus, sobre as matérias que iríamos ter e sobre outras coisas.

Assim que olhei para o relógio já era o horário do almoço. Meu estomago roncava tão alto que qualquer um até quem estivesse em Marte poderia ouvir.

– Vamos comer cambada - disse me levantando em um pulo e saindo do quarto junto a meus amigos.

O dia tava ensolarado, havia poucas nuvens no céu e o sol atingia minha pele perfeita de modo ferros. Já comentei que odeio ficar no sol? Não? Pois é, odeio.

Assim que chegamos ao refeitório havia bastantes pessoas sentadas nas quatro mesas enormes que estavam no local. Caminhei um pouco mais e avistei uma cabeleira ruiva balançar próxima a mesa de alimentos. Será que ela poderia estar aqui?

Sim, ela está aqui.

Meu coração acelerou em uma velocidade tão incrível que achei que iria saltar pela boca indo em direção a sua dona. Vi a ruiva se virar de frente para mim e logo avistei seus perfeitos olhos verdes.

Sem duvidas eu estava amando estar nessa faculdade.