Prefácio – Minha Vida

Um grito agudo, parecendo um apito ecoou por toda a casa. Esse apito eu chamo de irmã. Petúnia estava com uma carta em mãos correndo por toda a casa, gritando, se descabelando e o principal, me deixando irritada.

Assim que ela adentrou na cozinha calou a boca, graças a Deus, por ver a cara de meu pai, que tomava calmamente seu café. E digo a vocês, não estava nada boa.

Vou explicar melhor a vocês.

Chamo-me Lily Evans e estou a completar dezoito anos próximo mês. A coisa que estava gritando é minha irmã mais velha Petúnia. E pela sua alegria deduzo que fora aceita na faculdade.

Eu e meus pais moramos em uma casa simples no centro de São Francisco. Eu e Petúnia, por mais diferente que fossemos concordávamos em uma coisa. Sair dali. Por quê? Duas palavras bem fáceis de serem decoradas. Os Potter.

Eu sou vizinha da família mais insuportável do planeta. O senhor-da-razão Charlus Potter discuti por uma folha da nossa arvore caída no quintal da casa dele. Dorea Potter, como diz minha mãe, é uma sem nada para fazer que só fofoca sobre a vizinhança. Josh-Ridículo-Potter é o filho mais velho e mais mesquinho dos Potter. E por ultimo e menos significante, James Potter. Não consigo entender como alguém consegue ser tão... Tão... Tão ele.

Meus pais nunca gostaram deles e eles nunca gostaram dos meus pais e isso, só talvez, tenha passado para a nós. Mas convenhamos, não da para gostar de vizinhos desse tipo.

– Lily, está me ouvindo? - ouvi meu pai me tirar dos devaneios.

– Pronto agora ela também ficou surda e recebera mais atenção do que antes. - ouvi a voz de Petúnia arder em meus ouvidos, me arrancando de vez os pensamentos que tinha na cabeça.

– O que foi papai? Não estava ouvindo. - disse ignorando minha irmã que estava me fuzilando com os olhos.

Ela diz que sempre recebi mais atenção que ela, mas eu discordo. Minha mãe diz que sou mais esforçada do que Petúnia, por isso consigo o que quero diferente dela que precisa implorar aos pés de meu pai.

– Você e sua irmã foram aceitas, mas por Petúnia ser mais velha ela entrara primeiro na faculdade, e no meio do ano você ira para lá.

Sorri com o que ele disse. Noite passada também havia recebido uma carta igual a de minha irmã, que ficou choramingando nos cantos da casa falando que só eu consigo as coisas.

Mas graças a Deus, não terei que ficar olhando para a casa de Petúnia durante todo o tempo da faculdade, pois lá é grande e nossos cursos são diferentes. Ela prestou para administração e eu para jornalismo.

– Filha, vá retirar o lixo, para mim? - ouvi minha mãe sussurrar em meu ouvido. Olhei ao redor e vi meu pai discutindo com Petúnia sobre algo que para mim era infantilidade. Respirei fundo, dei uma ultima mordida em minha torrada e me levantei para apanhar o saco de lixo, que estava próximo a porta dos fundos.

Apanhei-o e aproveitei para sair pela porta mais próxima, mas infelizmente fora uma péssima ideia. Vi uma bola de futebol de campo sendo arremessada para o alto e caindo no amado jardim de flores de minha mãe. Ela amava lírios e nesse jardim tinha tantos de tantas cores que só de olhar minha mãe te fuzilava.

Coloquei o saco de lixo próximo a parede e caminhei até o pequeno lugar onde ficava as flores e retirei a bola de cima das flores que estavam já amassadas e danificadas. Se minha mãe visse isso ela iria ter um colapso nervoso. Aproximei-me da cerca de madeira que separava minha casa do terreno baldio Potter e fiquei na ponta dos pés para olhar o que acontecia ali. Vi Josh e James gargalharem de se jogar no chão. Revirei os olhos e joguei a bola próxima a eles. E por incrível que parecia os dois patetas agradeceram entre as gargalhadas.

Coloquei o saco de lixo na lata de lixo a frente da minha casa e olhei para os lados como de costume para ver se Severo estava por ali. Voltei para dentro de casa e subi rapidamente até meu quarto escondendo meu rosto no travesseiro. Sinto que esse ano será diferente.