Wish List escrita por Zoe


Capítulo 12
A outra festa


Notas iniciais do capítulo

Capítulo bombástico, gente. Meu deus, alguém ainda usa essa palavra? D:



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Outra semana se passou sem muitos conflitos. As aulas de Muay Thai, que já eram ótimas, agora estavam melhores do que nunca. Eu, que nunca havia feito amigos com muita facilidade, de repente já era inseparável de outros vinte e dois adolescentes. Isso foi uma surpresa muito boa. Além disso, eu estava melhorando nas aulas e agora já podia fazer uma sequência inteira sem ter que ficar parando para me lembrar com que perna eu deveria chutar, por exemplo. Mas o melhor de tudo, era que Tyler C, parecia ser minha dupla fixa agora. Todo treino nós íamos para o mesmo saco de pancada, ou pegávamos as almofadinhas – que eu ainda não me lembrei de perguntar o nome – e treinávamos juntos, sem precisar combinar nada. E sempre conversávamos e ríamos muito, e eu já sabia algumas coisas sobre ele, como o aniversário (12/3), a idade (16), que ele morava com a mãe e o Wolverine, e era filho único, assim como eu, amava filmes de ação e luta, seus ídolos eram o Jackie Chan e um lutador de Muay Thai famoso, e, ai, ele não gostava de cogumelos.

Tínhamos nos tornado muito amigos. O problema era isso mesmo. Só amigos. Ele nunca soltou indiretinhas ou insinuações: falava comigo como se estivesse falando com uma irmã.

Aliás, vi o Caleb há alguns dias atrás e ele também agiu deste modo. Até me abraçou e fez piadinhas carinhosas, mas nada fora do normal. Nossa relação continuava a mesma de antes do beijo. Parece que eu não consigo fazer com que nenhum garoto se apaixone por mim. Não que eu quisesse que o Caleb se apaixonasse por mim. Mas o Tyler C, ah, eu queria sim.

Enfim, hoje de manhã o Tyler A me ligou para lembrar da festa, que era nesta noite. Por isso eu estava na casa de Johanna escolhendo uma roupa para pedir emprestada.

– Que tal este? – Johanna me mostrou o que parecia ser o centésimo vestido.

– Não. – repeti entediada. – Eu não quero uma mega produção. Acho que algo mais simples seria melhor.

– Tudo bem. Que tal uma saia então?

– Pode ser.

Aceitei usar uma saia preta simples, de cintura alta, que não era nem justa e nem rodada. Estava demorando a iniciar uma discussão a respeito das roupas, mas ela começou com a escolha da blusa.

– A saia já é simples, então você tem que usar uma blusa que chame a atenção! – Johanna argumentou.

– Mas e se eu quiser ser totalmente simples? Qual o problema dessa blusa aqui? – peguei uma camiseta rosa claro do armário.

– É horrível! Qual o problema desta aqui? – ela mostrou uma blusa vermelha com alguns detalhes em preto. Apontei para o meu cabelo e ela guardou a blusa de volta.

– Esta aqui! É perfeita! – falei depois de revirar um pouco o guarda-roupa dela.

– É claro que nã... – Johanna começou, antes mesmo de ver que roupa eu tinha nas mãos, mas quando viu, ela deu pulinhos. – É perfeita!

Ela era bem simples na verdade. Uma blusa off-white com as mangas ajustadas, um pouco larga devido a Johanna ser um pouco maior que eu, mas que ficava perfeita com a saia. E o motivo de Johanna ter gostado, é que ela tinha lindas pedrarias perto da gola. Consegui convencer Joh a me deixar usar uma sapatilha minha com pedrinhas também, ao invés do salto com strass dela. Maquiagem só o básico, e entramos em consenso de que uma trança para o lado iria combinar perfeitamente com a roupa. E voilá, eu estava pronta.

Tyler iria me buscar de táxi dali a meia hora. Então o tempo que sobrou, aproveitei para conversar com Joh sobre assuntos importantes.

– O que eu vou fazer a respeito do Tyler C? – perguntei.

– Vai lá e beija ele. – ela disse como se fosse a coisa mais óbvia a se fazer.

– Você é sempre tão pragmática assim a respeito de tudo?

– Tem que ser. – ela deu de ombros. – Ou você prefere esperar que ele adivinhe que você gosta dele?

– Ah, sei lá, isso é muito complicado. E tem mais: como é que eu vou beijá-lo ou fazer qualquer coisa se nós só nos vemos na academia?

– Ah, mas com certeza podemos dar um jeito nisso. Por que você não o convida para ir à sua casa? Ele já foi lá uma vez. Ou ao parque. Dá a desculpa que precisa de ajuda com os cachorros. Ou então dá um jeito de ser na academia mesmo! Encurrala ele no vestiário, ou algo assim. Ei, por que você não o convidou para a festa de hoje à noite?

– Eu ia fazer isso. – contei. – Mas o Dake e o Olly ficaram a semana inteira comentando como eles três iriam a uma festa neste sábado.

– Ah. E por que você não vai nessa festa aí que eles vão?

– Porque eu já havia combinado com o Tyler A. E porque eu não sei a que festa eles vão.

– Bom, então tenta as outras sugestões que eu dei.

– Aham. Ah, Joh, porque você não vai a esta festa comigo? – fiz beicinho. – Ia ser muito mais divertido se você fosse. Nós poderíamos fazer nossas danças loucas. O Tyler não faz esse tipo de coisa.

– Eu já disse: até minhas notas melhorarem, meus pais não vão me deixar fazer nada. Mas eu vou te dar um conselho. Um ótimo conselho, devo acrescentar, então vê se presta atenção. – ela fez uma pausa para que suas palavras seguintes tivessem um efeito maior, e disse: - Bebe. Mas bebe mesmo, que então nada vai importar, e você vai se divertir como nunca. Só não vai exagerar e entrar em coma alcoólico, pelo amor de deus.

Neste momento uma buzina soou e eu soube que Tyler havia chegado. Peguei a bolsa e dei um abraço em Johanna.

– Obrigada pelo ótimo conselho. – eu falei, mas ela não percebeu a ironia na minha voz.

– Vai lá e divirta-se. – eu já ia saindo quando ela acrescentou: - Se não tiver nenhum garoto interessante por lá, pega o Tyler mesmo, que ele é bonitinho! – e ela sorriu, sabendo que Tyler havia ouvido.

–-----

A festa era longe para caramba. Mas pelo menos parecia estar bem animada. A música podia ser ouvida há quilômetros dali e tinha muita gente. Muita gente mesmo. Quando chegamos, eu e Tyler fomos direto para o bar. Ele que pediu as bebidas, já que eu não sabia o que pedir. Ele me ofereceu um copo e eu provei. Era horrível.

– Meu deus, o que é isto aqui? – gritei para ser ouvida, quase cuspindo o líquido.

– Vodka com energético. Mais vodka que energético. – Tyler gritou de volta.

– É horrível!

– Não é não! Só não toma muito rápido.

Tentei beber mais um gole, desta vez mais devagar. Até que deu certo. O energético era bem doce, mas a vodka ainda deixava um gosto amargo na boca no final. Quando finalmente terminei de beber, Tyler pediu mais uma dose da bebida.

– Mais energético do que vodka desta vez. – ele disse enquanto me entregava um copo novamente.

Fiz uma careta, mas comecei a beber.

– Eu aposto que termino primeiro. – Tyler disse, me desafiando.

– Pois vai perder. – respondi e terminei com o líquido num gole só. Comecei a tossir e rir e Tyler riu também, mas como ele estava bebendo ainda, ele se afogou e o líquido começou a escorrer pelo seu nariz, o que nos fez rir ainda mais.

Depois de nos acalmarmos um pouco, continuamos com a competiçãozinha, e eu nem estava mais me importando com o gosto da bebida. Só ríamos. E então começou a tocar uma música bem legal e eu peguei no braço de Tyler.

– Nós temos que dançar. – olhei bem nos olhos dele e Tyler concordou com a cabeça e apontou para o copo em sua mão, mostrando que só ia terminar o drink primeiro.

Já fui me levantando e nessa hora senti uma grande tontura, o que me fez rir. Bati num cara que estava atrás de mim, e me virei para pedir desculpa, mas ele foi mais rápido.

– Vamos dançar.

Não era uma pergunta. Ele já estava com suas mãos na minha cintura, me puxando para a pista de dança.

– Eu não quero. – falei, tentando me esquivar.

E então nessa hora, Tyler viu o que estava acontecendo, se levantou e inflou o peito.

– Ei, cara. Ela está comigo. – ele disse com a voz firme.

O homem levantou as mãos e se afastou. Eu sorri para Tyler, agradecendo com a cabeça e ele sorriu de volta, orgulhoso.

– Você é minha esta noite. Vamos. – e me puxou pela mão até o meio da pista de dança.

Nós começamos a dançar, uma dança sem sentido, pulando e balançando os braços o tempo inteiro. E o mais incrível era que ninguém ligava para a gente ou para como estávamos ridículos, e nem nós. Dei uma bundada sem querer num cara que passava e quando me virei, vi que era Dake!

– Hey! – gritei para ser ouvida e ele me cumprimentou com um beijo no rosto.

– E aí, Liv! O que está fazendo por aqui? Por que não avisou que viria também? Nós poderíamos ter vindo todos juntos. – ele disse e apontou para Olly e Tyler C, que estavam conversando com copos na mão do outro lado do salão. Quando me viram, levantaram as mãos e eu acenei em retribuição.

– Ah, eu vim com meu amigo. Não sabia que era nesta festa que vocês viriam.

Dake e Tyler A se cumprimentaram com a cabeça e Dake foi ao banheiro e eu voltei a dançar. Mas no fundo eu sabia que Tyler C estava me observando e comecei a dançar bem mais contida que antes. Bebida. Eu precisava de mais bebida para me soltar. Para não me importar com a presença de Tyler C, que, parecia, estava em todo lugar que eu ia.

– Preciso de mais um drink. – falei e Tyler A voltou comigo ao bar.

Bebemos mais uns três copos cada um – mais vodka que energético – até que uma menina, já bem alta, derrubou sua bebida em Tyler e ele foi ao banheiro se limpar. Pedi mais um drink, e fiquei ainda mais zonza. Minha barriga começou a se revirar e eu me levantei para ver se melhorava. Tyler estava demorando, então eu fui dançar sozinha. Mas cada vez que eu me balançava, meu estômago se balançava também. Procurei pelo Tyler C e o achei sozinho.

Caramba, ele estava tão bonito naquela noite! Com uma camisa social escura e um jeans desbotado nos lugares certos. Simples, e lindo. Eu precisava beijar ele. Mas e se ele não me beijasse? Isso só iria estragar tudo. Mas e se ele me beijasse? Ah, aí iria ficar bom. Eu teria que arriscar.

Começou a tocar “Eye of the Tiger”, e isso me deu a dose de coragem que eu precisava. Fui confiante e aos tropeços até o local onde Tyler C estava. Tive um breve pensamento sobre quem colocava “Eye of the Tiger” numa festa, mas o afastei, balançando a cabeça. O que não foi uma boa coisa, porque balançou tudo por dentro também. Tonta e com dificuldade em focar o olhar, cheguei até Tyler.

– Olivia, você está bem? – ele me perguntou assim que me viu. Que fofo! Ele estava preocupado comigo! E eu adorava o jeito que ele me chamava de Olivia em vez de Liv, como todo mundo. Sorri. – Olivia...? – e então eu peguei seu rosto nas mãos e o beijei.

Só que eu não sei se ele pretendia retribuir o beijo ou não, já que não deu tempo de fazer mais nada. Porque logo depois de encostar meus lábios nos dele, eu soltei seu rosto, e vomitei. Bem nos pés de Tyler C.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Respondam, pelo amor de deusss!!!



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