Frozen - White Love escrita por Mirytie


Capítulo 6
Capítulo 6 - Ideia


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/476360/chapter/6

Elsa estava de momento a tirar medidas para o seu vestido de casamento. Encontrava-se com as luvas vestidas, apesar de estar com uma cara séria e composta. Ela própria tinha colocado as luvas uma vez que, apesar das aparências, estava extremamente irritada.

Por causa de estar ali, não tinha tempo para praticar a entrada na catedral com Sirius. O que só a deixava com tempo para o segundo encontro com os pretendentes…o conselheiro já lhe tinha dito o que é que ele queria fazer. Um piquenique há porta do reino, logo à entrada do bosque…porque tinha medo de entrar lá.

Depois de tirar as suas medidas, Elsa voltou para o seu quarto e mudou de roupa. Escolheu um vestido “apropriado” para que o pretendente não tivesse medo dele. Afinal, ela não podia assustar o pretendente favorito do conselheiro.

O nome dele era Ryan. Vinha de um reino com poucos recursos, que estava, de momento, a esforçar-se para conseguir alimentar todos os seus aldeões. No entanto, o exército do país era um dos maiores e mais poderosos de todos os reinos e isso tornava-o um bom partido, já que Arandelle não tinha mais de duas dezenas de soldados, levemente treinados. O seu pai tinha-lhe dito uma vez que lutas não levavam a nada e os seus homens não deviam ser maltratados com treinos excessivos.

Elsa não compreendera na altura. Se um país tinha de lutar, porque não usar força? Mas claro que compreendia agora. Guerras só levavam a mortes e desespero. E, por vezes, era tudo um mal-entendido ou a uma mentira. Isso, tinha aprendido da pior maneira possível.

Quando se reuniu com Ryan, na porta do castelo, mostrou-lhe um sorriso gentil. Este fez-lhe uma vénia de imediato.

– Está espantosamente bonita, majestade. – cortejou Ryan – Espero que o encontro que preparei lhe agrade.

– Tenho a certeza que vou desfrutar. – disse Elsa, pegando no vestido para descer a última escada – Onde está o cesto para o piquenique?

– O meu conselheiro está a preparar a refeição enquanto falamos. – respondeu Ryan, desiludindo Elsa – Como sei que a rainha já comeu, pudemos passear pela cidade, enquanto não esta na hora do almoço.

Passear pelas ruas do seu próprio reino. Era verdade que tinha ficado presa dentro do castelo durante dez anos mas, no último ano, Anna tinha-a arrastado por todos os cantos do reino, de tal maneira que ela já conhecia a cidade como a palma da sua mão.

Mas deixaria que Ryan a levasse outra vez. Talvez até lhe pudesse mostrar algumas coisas interessantes.

Elsa suspirou e entrelaçou o braço no de Ryan ao ver que ele estava à espera disso. Era corajoso, pelo menos. A maioria dos candidatos não ousaria tocar-lhe.

No entanto, quando viu Sirius que ia a entrar no castelo, amaldiçoou a ousadia do príncipe. Mas não podia afastar-se violentamente de Ryan por isso, limitou-se a sorrir e a dizer “bom dia” a Sirius. Este fez a mesma coisa e entrou no castelo lentamente.

Sirius parou quando teve a certeza de que Elsa já não o via, olhou para o chão e suspirou.

Estava mesmo ansioso por fingir que se ia casar com Elsa, mas as provas tinham atrapalhado isso. Mal o conselheiro lhe informou disso, Sirius tinha saído do castelo para vaguear pela floresta e pensar que, na verdade, o que eles iam fazer era tudo a fingir e, no fim, a rainha iria casar-se com outra pessoa.

– Príncipe Sirius. – o conselheiro chamou-o, surpreendendo Sirius, que estava perdido nos seus pensamentos – Está na hora.

– Está na hora de quê? – perguntou Sirius.

– Para testar o seu fato. – respondeu o conselheiro – O treino foi adiado para a tarde mas, como escolhido pela rainha, o príncipe tem de se preparar.

O sorriso apareceu na cara de Sirius e quase olhou o conselheiro directamente nos olhos. Não tinham cancelado! Afinal, ainda tinha a oportunidade de estar com a rainha.

– É claro que a rainha não vai usar o vestido, uma vez que este está a ser preparado especialmente para o casamento. – disse o conselheiro – Príncipe Sirius, quero lembrar-lhe de que, apesar de a rainha Elsa ter tido um encontro consigo, como se fosse um pretendente, essa não é a realidade. Ela irá escolher de entre os outros, excluindo-o a si.

E com aquelas palavras, o conselheiro deprimiu Sirius imediatamente.

– Agora, por favor, sigam-me. – disse o conselheiro, começando a andar, seguido de Sirius – Estamos a tentar evitar usar branco no casamento, uma vez que…bem, você sabe.

– Não sei qual é o problema do branco. – murmurou Sirius, entrando numa sala cheia de fatos pretos.

– Só vamos usar o branco para a camisa mas, uma vez que o casaco vai estar fechado, esta vai estar ser quase invisível. – explicou o conselheiro, enquanto passava uma mão pelos fatos, para encontrar um que servisse a Sirius – Mesmo o vestido da rainha vai ser azul claro. Apenas o véu vai ser branco. É claro que, como eu disse, ela vai usar um vestido normal, hoje.

O conselheiro pegou num fato e entregou-o a Sirius.

– O treino começa depois do jantar. – avisou o conselheiro – Esteja pronto até lá.

Sirius seguiu o conselheiro para fora da sala e viu de relance o vestido que as costureiras estavam a fazer para Elsa. Era definitivamente azul, inapropriado para um casamento para um casamento, pensou Sirius. Depois olhou para o véu longo e completamente branco. Sorriu e pensou que aquele ia ficar claramente bem em Elsa.

– Agora tem de ir até à catedral. – informou o conselheiro.

– Para quê? – perguntou Sirius.

– O padre que vai celebrar o casamento da rainha Elsa vai dar-lhe alguns conselhos. – respondeu o conselheiro – Ouça-os bem. A rainha é a única que pode dar erros nos treinos, percebeu? Não a envergonhe!

Um bocado assustado e nervoso, Sirius dirigiu-se para a catedral e abriu-a. O padre estava no fundo da sala. Sirius percorreu o corredor, passando pelos bancos de madeira aonde os poucos convidados iriam sentar-se no dia do casamento real e parou em frente ao padre.

Este começou a dizer-lhe o mesmo que tinha dito a Elsa.

– No entanto, não vai beijá-la. – disse o padre, vendo Sirius corar, tal como Elsa tinha feito quando ele mencionara o beijo – A rainha só pode ser beijada pelo seu futuro marido. Se acontecesse de outra maneira, haveria um escândalo e talvez até tivéssemos de obrigar a rainha Elsa a casar-se com o individuo. Por isso, passam o beijo, saem de mãos dadas e vão até à varanda, de maneira a que ninguém vos veja. Podem confundir a situação.

Sirius anuiu com a cabeça.

Claro que não ia beijar a rainha.

Elsa deu um estalo a Kyle e levantou-se imediatamente.

– Tu beijaste-me! – gritou Elsa – Tu sabes que não podes beijar-me!

– Não precisa de estar assim tão nervosa. Estamos sozinhos. – Kyle levantou-se também – Será que era o seu primeiro beijo, majestade?

– Se alguém souber disto, posso ser obrigada a casar contigo! – disse Elsa.

– Isso eu sabia. – disse Kyle, surpreendendo Elsa – Acha que aguentaria o medo de lhe tocar e de beijá-la por nada? O meu país está desesperado. Basta dizer ao seu conselheiro…

Ele calou-se ao ver as mãos cerradas de Elsa e as luvas a transformarem-se lentamente em gelo. Virou as costas e apressou-se até ao castelo, seguida de Kyle que já ia a pedir imensas desculpas.

Fazendo o papel de um verdadeira rainha, entrou no castelo, parou subitamente e chamou os guardas.

– Levem-no! – exclamou Elsa – Levem o conselheiro também!

E ninguém lhe perguntou porquê, porque ela era a rainha e as ordens dela eram finais por isso, eles levaram Kyle e o seu conselheiro imediatamente para o barco.

– Rainha, o que é que se passou? – perguntou o conselheiro dela – Porque é que mandou aquele pretendente embora?

– Eu vou para o meu quarto. – disse Elsa, endireitando as costas – Passo o jantar, hoje.

– E o treino? – perguntou o conselheiro, fazendo Elsa parar – O que é que digo a Sirius e ao padre?

Elsa passou o polegar pelos lábios e franziu as sobrancelhas.

– O treino continua marcado. – respondeu Elsa, subindo as escadas – Eu só preciso de descansar um pouco.

Já com as luvas descongeladas, Elsa abriu a porta do quarto, entrou, fechou-a, encostou-se a ela e deslizou até ao chão. Não podia levar as luvas para o treino. Se começasse a perder a consciência graças aos poderes de Sirius, o seu corpo era a única coisa que podia impedir que ela fosse hipnotizada.

Mesmo assim, estava disposta a ir. Ela tapou a boca com a mão.

Não podia deixar que ninguém soubesse.

Por isso, actuou normalmente, vestiu um vestido qualquer, desceu as escadas e dirigiu-se à catedral do castelo.

– Rainha, estava à sua espera. Ouvi dizer que não jantou. Sente-se bem? – disse o padre, enquanto a rainha se aproximava – Porque é que não está a usar luvas? Não acha que o príncipe Sirius vai ter medo?

– Ele não tem medo. – respondeu Elsa – Onde é que ele está?

– Ele está a preparar-se. – respondeu o padre – Porque é que não vai para lá para fora? Eu digo-lhe quando estivermos preparados.

– Podemos fazer isso amanhã. – disse Elsa – Hoje estou cansada.

– Como queira, rainha. – o padre fez uma pequena vénia e chamou Sirius, que saiu de trás da sala traseira da catedral, já completamente vestido – Vamos começar.

O treino correu na perfeição. Apesar de o padre não ter dito para fazer aquilo, Sirius e Elsa estavam de mãos dadas, a olharem um para o outro. Elsa estava a sorrir, como que para dar força a Sirius.

“Tu consegues” disse Elsa, com os lábios.

– Depois eu digo para a rainha dizer “aceito”, o que também não vai ser feito aqui, já que isso oficializava tudo agora mesmo. – disse o padre, fazendo com que Elsa quisesse dizer o “aceito” – Depois as pessoas aplaudem e vocês beijam-se.

Elsa começou a ficar com a vista desfocada, mas continuou com os olhos nos de Sirius, apesar de as mãos estarem a começar a tremer. Tinha de se aguentar até ao fim. Esperava que o corpo também compreendesse isso, mas já via algum gelo a espalhar-se pela cara de Sirius.

– No fim, podem sair. – finalizou o padre – Está tudo por hoje. Podem sair. Amanhã vamos levar o treino um pouco mais a sério!

Elsa desceu o corredor com as mãos dadas e caiu de joelhos mal fecharam a porta da catedral. Levou a mão a cabeça e fechou os olhos.

– Está bem, rainha? – perguntou Sirius, acocorando-se ao lado dela.

– Eu estou bem. – assegurou Elsa, olhando para Sirius de lado – Tu devias ir tomar um banho quente.

Sirius levou a mão à cara e sentiu o gelo.

– Peço desculpa. – disse Elsa, olhando para baixo novamente.

– Nós não devíamos ter feito isto. – disse Sirius, levantando-se – A rainha devia escolher outra pessoa.

– Não. – Elsa também se levantou, com dificuldade – Desta vez conseguiste aguentar mais de quinze minutos. Está a melhorar.

– Mesmo assim…

– Não te preocupes. – disse Elsa, começando a caminhar lentamente até às escadas, onde se apoiou ao corrimão para subir – Tem uma boa noite. Vemo-nos amanhã de manhã.

Sirius fez uma vénia mas sentia-se péssimo ao ver a dificuldade que a rainha tinha, só para subir as escadas. A verdade é que estava contente por estar a começar a conseguir controlar os seus poderes e por poder fazer aquele treino com a rainha mas, parecia estar a magoá-la.

Enquanto isso, Elsa deitou-se na cama e fechou os olhos.

Parecia que os pretendentes sabiam das “regras”. Todos menos Sirius, pelo que parecia.

Tinha de ter mais cuidado dali adiante. Aliás, se alguém descobrisse sobre o beijo, o rei de Arandelle seria Kyle indisputavelmente.

Parecia que aquilo estava a ficar mais complicado do que pensara que ia ser no princípio.

Porque é que Arandelle tinha de ter um rei imediatamente?

Elsa levantou-se subitamente.

Só havia uma coisa que podia fazer para acabar com aquilo tudo.

Com a ajuda da população de Arandelle.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentarios?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Frozen - White Love" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.