Frozen - White Love escrita por Mirytie


Capítulo 5
Capítulo 5 - Sirius


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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19 Anos Atrás – Fraziel

O país tinha sido nomeado devido ao constante tempo frio e à neve que caía durante quase todo o ano. Os antigos tinham fugido para aquela terra depois de terem perdido uma batalha contra outro país e, desde então, Fraziel tinha-se tornado um reino. Não era bem conhecido, mas era um reino.

Dezanove anos atrás, durante uma noite fria, Sirius nasceu, numa cabana de madeira e apenas uma partida. O filho mais novo de uma família camponesa.

Quando a parteira primeiro viu o bebé, achou que ele era cego, uma vez que os olhos eram tão azuis mas, depois de fazer alguns testes, concluiu que a cor dos olhos era apenas esquisita. A família continuou a viver modestamente, sob o comando de um rei e uma rainha justos.

Aos oito anos, a família de Sirius descobriu que não era apenas o cabelo e a cor dos olhos que eram esquisitos. Sirius tinha sido marcado por uma maldição que nem sequer era guiada para ele, mas sim para o filho do rei e da rainha que tinha nascido no mesmo dia de Sirius.

Sempre que ele olhava para uma pessoa por mais de dez segundos, essa pessoa ficava hipnotizada. Fazia o que Sirius mandava-a fazer. Alguns perguntar-se-iam porque é que consideravam aquilo uma maldição. Para Sirius era, uma vez que ele não conseguia olhar para uma pessoa normalmente, sem lhe causar danos.

Sim, porque ser hipnotizado causa danos mentais que podem ser irreversíveis.

Sirius nunca tinha olhado para os pais ou para o irmão directamente e, quando fez dez anos, a sua prenda foi uma missão: hipnotizar a família real e fazê-los pensar que eram camponeses e, de seguida, convencer os restantes habitantes de Fraziel que eles eram a família real.

Sirius assim o fez mas, depois de usar os poderes na população de Fraziel, ficou cego durante três anos. Aliás, pensava que nunca mais voltaria a ver até fazer treze anos, abrir os olhos numa manhã e ver a luz do sol. Os seus pais tinham tentado livrar-se dele muitas vezes durante aqueles três anos, mas não se poderiam dar ao luxo de mostrarem que a família real era cruel.

Mesmo depois de começar a ver de novo, a família ignorou-o completamente. Ele já não tinha uso. Até fazer dezoito anos e o convite da rainha de Arandelle ter chegado ao castelo.

A princípio, não fizeram caso, já que a rainha também tinha poderes e não precisavam de outra aberração na família. Terryor também não tinha uma “óptima” personalidade por isso, os pais tinham a certeza de que ele não seria escolhido.

– Seria rei de Arandelle facilmente, se ele viesse comigo. – dissera Terryor, enquanto apontava para o irmão mais novo, que estava silenciosamente sentado, a ler um livro, a um canto das paredes – Depois o Sirius pode ser o herdeiro de Fraziel.

A discussão durou um dia inteiro, mas Terryor conseguiu convencer os pais que casar com a rainha de Arandelle era um bom negócio. Sirius iria com ele, para hipnotizar a rapariga, caso Terryor não conseguisse seduzi-la.

Tinha sido por isso que o príncipe de Fraziel tinha sido o único a levar o irmão mais novo e também era por isso que ele olhara para o chão no primeiro encontro.

Mas, depois de se apaixonar por Elsa, Sirius rebelou-se com o irmão que, depois lhe disse que ele não tinha futuro com a rainha nem com ninguém, uma vez que não conseguia olhar para uma rapariga mais do que dez segundos.

Sirius não podia dizer nada contra aquilo por isso, quando o irmão lhe preparou um barco de volta para Fraziel, Sirius não dissera nada a não ser que queria ver o castelo de Elsa.

Presentemente

– Não se devia entrar nos castelos dos outros sem permissão.

Sirius ouviu a voz, enquanto estava a subir as escadas de gelo, em direcção ao segundo andar. Quando se virou, viu a irmã mais nova de Elsa, Anna, com o namorado. Tinha a certeza de que a rainha já tinha ouvido a história dele e que era por isso que não tinha ido ela própria.

– Eu só queria ver, antes de ir embora. – justificou Sirius, fazendo uma vénia.

– Estavas a fugir? – perguntou Kristoff – Tivemos de subir a montanha inteira para te apanhar antes de voltares para o teu reino. E nós não temos os poderes da rainha. Tivemos de vir a pé.

– Hoje é o dia do teu encontro com a minha irmã. – lembrou Anna, como se Sirius não soubesse – Se não querias sair com ela, devias ter dito. Não era preciso fugires.

– Eu…

Quando estava prestes a inventar outra desculpa viu Elsa a entrar no castelo, com o vestido de gelo a raspar no chão.

– O teu irmão contou-nos sobre os teus olhos. – disse Elsa, olhando para Sirius. Só tinha reparado agora que Sirius evitava olhar directamente para os olhos dos outros. Ela esticou os braços em direcção a Sirius – O nosso reino esteve fechado durante dez anos porque eu não conseguia controlar os meus poderes. A minha irmã quase morreu por causa deles. Fugir não adianta de nada. Tens de conseguir controlá-los.

– Controlá-los? – Sirius olhou para o tecto de gelo – Como é que controlo os meus olhos?

– Já tentaste? – perguntou Anna, surpreendendo Sirius – Já tentaste olhar para as pessoas como se fosse normal? Como qualquer outra pessoa.

Sirius abanou a cabeça.

Anna correu escadas acima, agarrou-o e trouxe-o para baixo.

– Olha para mim, sem intenções de me hipnotizar. – disse Anna, fazendo com que Kristoff olhasse para ela.

– Tens a certeza disto? – perguntou Kristoff.

– Sim. – concordou Sirius – Tem a certeza, princesa Anna? A hipnose pode causar danos cerebrais irreversíveis.

– Fá-lo comigo. – disse Elsa, chegando-se à frente – A minha irmã já passou por demasiado. E, se eu ficar com danos cerebrais, ela e o Kristoff podem tomar conta do reino.

– Elsa! – exclamou Anna, levando com um olhar reprovador da irmã.

Depois virou-se para Sirius. – Já passei pelo medo que sentes todos os dias. Quero ajudar-te.

Elsa colocou as mãos na cara de Sirius e levantou-a até os olhos dele encontrarem os dela. Sob os olhares de Anna e Kristoff, eles permaneceram no mesmo sítio. Como uma linda escultura.

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 segundos…e Elsa continuava a sorrir, apesar de Sirius estar a começar a ficar com medo de magoá-la. Já tinha passado um minuto quando Elsa falou.

– O medo é teu inimigo. – avisou Elsa, quando as mãos dela começaram a tremer – Não penses muito. Limita-te a olhar. Só a olhar para os meus olhos.

Anna franziu as sobrancelhas quando começou a ver gelo a aparecer na cara de Sirius. Deu imediatamente um passo em frente e separou a irmã de Sirius. Elsa caiu imediatamente no chão, a respirar com dificuldade. Levou uma mão à cabeça.

– Desculpa. – pediu Elsa, olhando para Sirius passados alguns segundos – O meu corpo deve ter-te atacado inconsciente quando os teus poderes começaram a penetrar na minha consciência.

– N-Não faz mal. – gaguejou Sirius, enquanto tirava os pedaços de gelo da cara – Acho que já foi…uma evolução.

– Sim. – concordou Elsa, levantando-se com a ajuda de Anna – Então, vamos ao nosso encontro?

– Elsa, não estás em condições para isso. – avisou Anna, pondo um dos braços da irmã por cima dos seus ombros.

– Consigo chegar até lá acima. – queixou-se Elsa, libertando-se de Anna – E vocês podem voltar ao castelo. Eu estou bem.

– Elsa…

– Não se preocupem. – interrompeu Sirius – Eu não vou tentar aquilo outra vez. Não quero fazer mal à rainha.

Relutantemente, Anna e Kristoff deixaram o castelo de gelo e desceram a montanha até Arandelle. Entretando, Elsa, ainda um pouco fraca, agarrou-se ao corrimão e começou a subir até ao seu quarto de gelo.

– Gostas do meu castelo? – perguntou Elsa.

– É espantoso. – respondeu Sirius – Nunca tinha visto nada assim.

– O Kristoff vem aqui uma vez por mês. – disse Elsa, sentando-se na cama – Diz que o inspira a continuar a trabalhar.

Sirius sorriu. – Percebo a sensação. Não consigo imaginar que tenha feito isto sozinho.

– Na altura só estava a testar os meus poderes. – disse Elsa – E queria afastar-me de Arandelle. Estar sozinha não foi tão mau. Continua a não ser mau.

– Não gosta de ser a rainha de Arandelle? – perguntou Sirius, vendo Elsa a olhar para o chão – Peço desculpa. Não devia ter perguntado.

– Não é que não goste. – murmurou Elsa – Mas depois daquele dia, mesmo depois de já se ter passado um ano, as pessoas de Arandelle continuam a olhar para mim como se eu pudesse fazer-lhes mal a qualquer altura. E os outros reinos têm medo de fazer negócio connosco. Mas, depois de ouvir o que te aconteceu quando tinhas dez anos, acho que não tenho o direito de me sentir mal.

– Acho que o meu irmão contou-lhe que fiquei cego durante três anos. – disse Sirius, suspirando – Não faz mal, porque agora consigo ver na perfeição. E agradeço, porque consigo ver esta obra de arte.

Elsa olhou para Sirius, que tocava nas portas que iam dar à varanda do quarto.

– Eu preciso de um substituto. – disse Elsa, do nada – O padre disse que preciso de um substituto, enquanto não escolho o meu noivo, para treinar os procedimentos da cerimónia.

Sirius olhou para ela, confuso.

– Queres ser tu? – perguntou Elsa, vendo-o de boca aberta – Podemos treinar os teus olhos ao mesmo tempo.

– Mas eu não quero magoá-la mais. – disse Sirius.

– Tu viste como é que o meu corpo reage quando estou em perigo. – Elsa levantou-se – Basta darmos as mãos. Assim, se eu estiver em perigo, o gelo começa a espalhar-se pelas tuas mãos e tu sabes o que tens de fazer.

– Mas, rainha…

– Não podes dizer nada ao padre. – avisou Elsa – Se ele souber, vai-se opor.

– Tal como a rainha devia. – disse Sirius – Não sabe se isto é um plano para a hipnotizar e fazer com que se case com o meu irmão.

– Eu sei que não é. – disse Elsa – Porque tentaste ir-te embora, em vez de ficares para ajudar o teu irmão. Então?

– Quando? – perguntou Sirius, um pouco hesitante.

– Todos os dias de manhã. – informou Elsa, sorrindo – Parece que já arranjei o meu substituto. O padre vai ficar agradado.

Não ficaria se soubesse que ele tinha aqueles poderes. Aliás, Sirius já se tinha preparado há muito tempo para ser rejeitado vezes e vezes sem conta por raparigas, quando lhes contasse sobre os seus poderes. Por isso é que tinha ficado chocado não só por Elsa ter reagido normalmente, mas por também ter pedido para ficar ao seu lado.

Será que continuaria assim se soubesse que ele gostava dela. Provavelmente não, pensou Sirius. Do ponto de vista dele, os poderes dele eram mais perigosos do que os dela. Ela devia pensar o mesmo por isso, se soubesse que ele gostava dela, mandá-lo-ia de volta para Fraziel num piscar de olhos.

No entanto, em vez de se confessar, limitou-se a seguir Elsa. Queria saber como é que o futuro rei se sentiria ao ver Elsa a caminhar pelo altar e depois ao ouvi-la dizer o “aceito”. Se pudesse fazer isso, achava que conseguiria voltar ao seu reino sem arrependimentos e morrer feliz. Talvez até aceitar o casamento dela com outro homem.

– Viemos até ao meu castelo no nosso encontro. – disse Elsa – Os outros não teriam coragem de vir até aqui comigo. Provavelmente, vão sugerir um passeio pela cidade.

– Rainha Elsa, não quero ser indiscreto, mas reparei que está a usar o seu vestido de gelo. – notou Sirius – Porquê?

– Quando venho até aqui, gosto de usá-lo. – explicou Elsa, descendo as escadas, em direcção à saída, seguida por Sirius – Faz-me sentir livre. É claro que, quando chegar a Arandelle, vou ter de me trocar.

Demoraram mais de meia hora a chegar ao castelo, uma vez que tinham descido a montanha vagarosamente, enquanto conversavam.

– Agora tenho de ir pela janela. – informou Elsa, quando pararam nas traseiras do castelo – O conselheiro não gosta de me ver com este vestido e pensa que não estou a usá-lo. Vemo-nos amanhã de madrugada.

Sirius sorriu e viu-a a subir com ajuda do gelo.


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Notas finais do capítulo

*cough* *cough* chegou à minha atenção que algumas pessoas podem ficar descontentes por não responder aos comentários. Posso garantir que leio todos os comentários que me deixam e não estou a "pedir" comentários quando escrevo "comentários?"
Adoro ler os comentários. Principalmente os mais construtivos por isso, se alguém estiver de alguma maneira descontente ou queira resposta aos seus comentários a partir de agora, por favor, diga ^-^



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