Frozen - White Love escrita por Mirytie


Capítulo 1
Capítulo 1 - As duas irmãs


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Depois de ter sido perdoada por todos em Arandelle, Elsa voltara ao trono, ao lado da irmã. Tinha os seus consultores para lhe dizerem o que é que devia fazer como rainha e a irmã para a relembrar de que não queria ser rainha.

Sempre que acordava, Anna saltava da cama, vestia-se, tomava o pequeno-almoço com a irmã, tal como os conselheiros diziam que devia ser, e depois ia ter com Kristoff, deixando Elsa sozinha, no trono.

– Majestade. – chamou um dos conselheiros, obtendo a atenção de Elsa – Lembra-se do que nós falamos ontem?

– Algo sobre “atingir a maioridade”? – lembrou-se Elsa, com um suspiro.

– Exacto, majestade. – respondeu o conselheiro – Já vai fazer um ano desde que se tornou rainha de Arandelle. Tem de escolher alguém apropriado para ser rei.

Elsa olhou para ele, demoradamente, fazendo com que o conselheiro desse um passo atrás. Parecia que as pessoas que trabalhavam no castelo ainda tinham medo dela.

– Porque é que Arandelle tem de ter um rei? – perguntou Elsa, seriamente – Eu posso liderar Arandelle sozinha.

– Pelo contrário, se a sua irmã se casar primeiro, apesar de ser com um aldeão, a princesa Anna e o seu namorado serão considerados rei e rainha de Arandelle. – disse o conselheiro, fazendo Elsa levantar-se subitamente – É claro que…podemos adiar a data.

– Já escolheram uma data! – gritou Elsa, fazendo com que toda a gente que estava a trabalhar no salão parassem – Quem é que autorizou!?

– Os restantes conselheiros. – murmurou o homem, dando mais um passo atrás.

Elsa virou costas e desceu as escadas, fazendo com que o vestido azul roçasse no chão.

– Há mais uma coisa. – avisou o conselheiro, antes de Elsa ter tempo de sair do castelo.

– O quê!? – exclamou ela, virando-se e fazendo com que a sua voz se espalhasse pelo castelo inteiro.

– Os conselheiros acham melhor que não use esse vestido durante as entrevistas. – murmurou o conselheiro – Talvez deva usar o vestido que usou no dia da coroação. As costureiras já estão a fazer um igual.

Elsa franziu as sobrancelhas e saiu do castelo antes de fazer alguma coisa que depois se iria arrepender.

Saiu para a rua e sentiu o sol na cara. Arandelle era conhecida pelo seu bom tempo. Era raro chover e, mesmo quando chovia, o frio mal se sentia. Ser rainha de um reino como aquele não fazia sentido para Elsa. A irmã tinha a imagem para ser a rainha de Arandelle, pensou Elsa continuando a caminhar. No entanto, não queria tirar a liberdade à irmã por isso, teria de se casar antes de Anna.

Uma reunião com os conselheiros seria o primeiro passo.

Será que alguém quereria ser rei de Arandelle depois de tudo o que tinha acontecido.

Elsa estava sentada a uma ponta da mesa e o conselheiro mestre estava na outra ponta. Para surpresa de Elsa, a irmã também estava lá, sentada na cadeira à sua direita. Não era uma surpresa agradável, por isso é que os conselheiros olhavam constantemente para as mãos de Elsa, cobertas pelas luvas brancas que a tinham obrigado a usar desde que regressara ao reino. Apesar de terem usado a expressão “é melhor”, Elsa sabia que eles não queriam que ela andasse sem luvas.

– Porque é que ela está aqui? – perguntou Elsa, começando a reunião.

– Sim, também gostava de saber. – disse Anna, com um sorriso na cara.

– Tenho a certeza de que a rainha Elsa já sabe para que serve esta reunião. – disse o conselheiro mestre.

Elsa sabia que era só ele que ia falar. Os restantes só estavam ali para presenciar a reunião. Já tinham dado a sua opinião antes de as irmãs entrarem.

– Estamos aqui para decidir quem será o próximo rei de Arandelle. – disse o conselheiro mestre, fazendo com que Anna olhasse para Elsa.

– Mas a Elsa já é a rainha. E uma rainha bastante competente. – adicionou Anna – Porque é que precisam de um rei?

– Depois de tudo aquilo que aconteceu, muitos habitantes perguntam-se se não poderá descontrolar-se de novo no futuro e deixar Arandelle abandonada. – disse o conselheiro – Um rei seria uma garantia de que estaria aqui alguém para controlar a rainha.

– Ela está controlada! – exclamou Anna, levantando-se, surpreendida por a irmã não estar a dizer nada – E eu estou ao lado dela. Se acontecer alguma coisa, eu estou aqui.

– É aqui que você entra, princesa Anna. – disse o conselheiro, fazendo um gesto para ela se sentar – Se você casar antes da rainha Elsa, então a princesa Anna passará a ser a rainha de Arandelle, fazendo com que a rainha Elsa não tenha de passar pelas entrevistas nem pelo casamento combinado.

– Então, se eu casar com o Kristoff…

– Eu já fiz uma lista de príncipes que possam ser potenciais reis de Arandelle. – disse Elsa calmamente, interrompendo a irmã – Se eles vão aceitar-me como noiva depois de tudo o que aconteceu, já é outra questão.

Elsa passou a lista ao conselheiro mestre e ficou em silêncio, enquanto ele lia os nomes dos reinos.

– Este reino…

– Eu sei de que reino é que está a falar. – disse Elsa imediatamente – Não há problemas. Lá por ser um reinado frio, não quer dizer que tenham poderes como eu. Também considerei o facto de podermos fazer mais negócios com o reino. Esses reinos são especificamente ricos em coisas que Arandelle é pobre.

O conselheiro continuou a olhar para a lista e anuiu com a cabeça.

– Vamos contactar estes reinos o mais rapidamente possível. – disse o conselheiro mestre, levantando-se – Agora, os outros conselheiros vão dar-lhe alguns conselhos para o dia das entrevistas.

Depois do conselheiro mestre sair, Elsa olhou para a irmã.

– Anna, tu também já podes ir. – disse Elsa, surpreendendo Anna – Já não tens mais nada a ver com isso.

– Mas, Elsa…

– Vai, Anna! – gritou Elsa, vendo a irmã a levantar-se e a sair imediatamente, com as lágrimas nos olhos – Agora, o que é que me queriam dizer? Se é sobre o vestido, já me disseram.

– Sim, isso já está decidido. – disse um dos conselheiros, com todo o respeito possível – Mas também estávamos à espera de que pudesse arranjar o cabelo de uma forma mais apropriada.

– Que também pusesse a coroa que voltamos a criar especialmente para sua majestade. – disse outro – No entanto, recusa-se a usá-la.

– Preciso de usar uma jóia na cabeça para ser rainha? – perguntou Elsa, olhando em volta.

– Não estamos a dizer isso. – negou um dos homens – Mas seria mais apropriado para esse dia.

Elsa anuiu.

– Mais alguma coisa? – perguntou Elsa, levantando-se – Qual é a data?

– Daqui a uma semana. – respondeu um deles.

Elsa anuiu. – Vou estar no meu quarto, até lá. Se a minha irmã perguntar por mim, digam-lhe que estou lá e que estou bem.

Elsa entrou no quarto, trancou a porta, viu-se ao espelho e suspirou. Quantos é que aceitariam o pedido. Talvez achassem que ter uma rapariga abnormal do lado deles servisse para alguma coisa. Ela apertou mais a trança, tirou as luvas, abriu a janela e usou gelo para chegar ao chão.

Usou os pés para criar gelo para atravessar o rio, olhou para o seu reino quando estava do outro lado.

– Só uma semana. – murmurou Elsa, olhando para o sol brilhante de Arandelle. Depois virou costas e começou a correr em direcção à montanha.

Quando estava a chegar ao topo, sentiu o vento frio e parou durante alguns segundos. Fechou os olhos e sorriu. Depois começou a correr outra vez, até sentir a neve do cume da montanha e ver o seu castelo de gelo.

Quando chegou às escadas que iam dar à entrada, pousou a mão no corrimão e começou a subir lentamente, imaginando o dia do seu casamento com um completo estranho. O seu sorriso desapareceu.

Entrou no castelo transparente, subiu as escadas até ao seu quarto, abriu as duas portas e saiu para a varanda. Viu Arandelle, com o céu da cor do mar e o rio a separar o reino da floresta verde. Só ali, no cume, as coisas eram brancas e frias, tal como ela gostava e ninguém a obrigava a mudar.

Apostava que nunca mais andaria com aquele vestido depois de se casar, pensou Elsa, passando a mão pelo vestido que ela própria tinha criado. Tudo seria cuidado pelas criadas do castelo.

Ao ver o sol a pôr-se, entrou, fechou as portas, criou uma cama de gelo, deitou-se, encolheu-se e fechou os olhos. Aquilo era mais confortável do que a sua cama em Arandelle.

– Já está quase na hora das entrevistas! – queixou-se o conselheiro – A rainha ainda não saiu do quarto! As costureiras estão à espera para lhe entregarem o vestido, tal como os empregados que lhe fizeram a nova coroa.

– Ela disse para não entrarem. – disse Anna, pondo-se em frente à porta do quarto Elsa – Ela vai estar pronta daqui a nada.

– Os barcos dos outros reinos já estão a atracar. – protestou o conselheiro – Todos os reinos aceitaram o convite! Vai ser um dia em cheio! Se ela não sair agora…

Elsa abriu as portas do quarto, fazendo com que Anna tivesse de se agarrar à parede para não cair ao chão.

Sem dizer nada, ela pegou no vestido e na capa que as costureiras estavam a agarrar e depois na coroa. Finalmente, olhou para a irmã.

– Podes ajudar-me com o meu penteado? – quando Anna anuiu, Elsa olhou para o conselheiro – Vou estar pronta em quinze anos.

Depois entrou no quarto, seguida pela irmã e trancou as portas.

Parou em frente ao espelho, enquanto a irmã pegava numa escova e em vários outros acessórios para deixar o cabelo dela apresentável.

– É só hoje. – disse Anna, quando ouviu a irmã a suspirar – Depois podes voltar ao normal.

Elsa anuiu só para não transtornar a irmã. Nunca mais seria a mesma coisa.

Enquanto Anna desfazia a trança da irmã e começava a penteá-la, Elsa tirava o vestido. Quando Anna estava a terminar o penteado semelhante ao do dia da coroação dela, Elsa já tinha vestido o outro vestido.

– Ajudas-me a fechar o fecho? – pediu Elsa, quando viu que a irmã já tinha acabado. Depois disso, Anna afastou-se e ficou a ver a irmã a apertar a capa roxa e a pôr a coroa na cabeça com um olhar miserável. Ela virou-se para Anna e forçou um sorriso – Estou bem?

– Estás. – murmurou Anna, com vontade de abraçar a irmã – Vai correr tudo bem, Elsa. Eu vou convencer os conselheiros que não precisamos de um rei.

Elsa virou-se e calçou as luvas brancas que contrastavam com as mangas pretas.

– Eu vou indo. – disse Elsa, antes de sair do quarto – Quando estiver acabado, eu apresento-te ao homem que escolhi. Também podes trazer o Kristoff.

Anna baixou a cabeça e viu o vestido azul que a irmã tinha criado a começar a desfazer-se aos poucos. Ela ajoelhou-se e tocou-lhe com as pontas dos dedos. Era frio. Com as lágrimas nos olhos, olhou para trás e pegou no vestido.

Dali a nada, deixaria de existir, tal como a felicidade da irmã.

Elsa entrou no salão e sentou-se no trono. Com as mãos, deu sinal para abrirem as portas do castelo e mandarem vir os pretendentes. O conselheiro de cada príncipe vinha primeiro para apresentar o pretendente de joelhos e depois levantava-se para o rapaz falar com ela.

“Este é o príncipe blá-blá-blá do reino de blá-blá-blá” e depois era a vez do príncipe “É um prazer conhecê-la” ou “A sua beleza é maior do que eu imaginei”. O que é que ele tinha imaginado!?

Ela daria uma resposta nos próximos dias, enquanto os quinze príncipes ficariam hospedados no palácio.

– Este é o último. – murmurou o conselheiro, ao ouvido dela.

O conselheiro que entrou primeiro, anunciou “Príncipe Terryor do reino de Fraziel”. Aquele era o reino que o conselheiro mestre queria que ela não aceitasse. Era um reino onde a neve caía constantemente. Poucos eram os dias em que se podia ver o sol. O conselheiro mestre tinha medo que os aldeões não gostassem que uma rainha com poderes como ela se associasse com tal reino.

O príncipe tinha cabelo loiro, um pouco mais amarelo do que ela. Os olhos eram castanhos e, por causa do tempo no seu reino, a sua pele era pálida. Parecia ter mais dois ou três anos do que ela.

– Deixe-me desde já dizer que eu ouvi sobre o que aconteceu há um ano. – disse o príncipe, ajoelhando-se – E não tenho qualquer receio.

Elsa suspirou e revirou os olhos. Já era o quarto que lhe dizia que não tinha medo dela. Foi então que viu o rapaz atrás do príncipe, ajoelhado, com a cabeça virada para o chão.

– Perdão. – interrompeu o rio de elogios que Terryor estava a lançar-lhe – Quem é o rapaz atrás de si?

Chateado por ser interrompido, Terryor olhou para trás e depois para a rainha outra vez.

– Ele chama-se Sirius. – apresentou Terryor – Ele é o meu irmão mais novo. Os meus pais insistiram que ele viesse comigo.

– Ele pode levantar a cabeça. – disse Elsa – Não gosto que fique assim.

Às ordens da rainha, Sirius levantou a cabeça e olhou para a rainha humildemente, como se fosse um empregado e não um príncipe. Apesar de ter levantado a cabeça, não se levantava, como se fosse o servente do irmão e não pudesse fazer nada sem as ordens dele.

Sirius devia ter a mesma idade dela. Tinha os cabelos brancos e os olhos azuis, quase transparentes. O coração dela parou durante alguns segundos e teve de virar a cara para esconder o rosto vermelho.

Tomando isso como sinal de que os seus elogios estavam a funcionar, Terryor continuou. Elsa olhou de lado para Sirius e viu-o a rebolar os olhos quando o irmão começou a falar outra vez e a fazer o gesto de “blá-blá-blá” com a mão e com a boca.

Quando viu que ela estava a olhar para ele, Sirius voltou a olhar para o chão e Elsa riu-se.

– O tempo já acabou. – avisou o conselheiro da rainha – Uma das empregadas vai escoltar-vos até aos vossos quartos.

Os dois príncipes levantaram-se ao mesmo tempo que a princesa.

– Boa noite, majestade. – disse Terryor, quando passou por ela, fazendo uma pequena vénia.

– Boa noite. – disse Elsa, com um sorriso na cara.


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Notas finais do capítulo

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