Ooops! Bebê a Bordo! escrita por AllieC


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

N/A: Aproveitem o capítulo. Boa leitura.


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EDWARD POV

Três meses depois...

Desde o incidente com Bella, nós havíamos nos distanciado um pouco. Nos primeiros dias, o clima entre nós estava estranho e inegavelmente nós precisávamos de tempo para pensar em tudo aquilo e no que significava toda aquela explosão de hormônios.

Pelo menos eu consegui colocar a minha vida nos eixos novamente. Apesar de ainda não ter apresentado o meu discurso ao promotor geral, Samuel Uley, ele já havia me designado processos mais interessantes. Forks continuava pacata como sempre, mas Port Angeles, a cidade vizinha, era mais interessante do ponto de vista penal.

Meu sobrinho Seth começara há passar mais tempo comigo. Ele insistira com o pai, Emmett, que eu andava passando muito tempo sozinho, já que ultimamente nem namoradas eu tinha.

Meu único problema era Bella. Era nela que eu não parava de pensar desde então.

Felizmente, não ficamos distantes um do outro por muito tempo. Passadas duas semanas do ocorrido, passamos a agir como se nada tivesse acontecido.

Seu ventre agora já se manifestava. Ela estava com seis meses de gestação, radiante e mais bonita do que nunca. Ela, que sempre se intitulara uma sedentária de nascença, agora saia todas as manhãs, antes mesmo que eu saísse para o trabalho, para caminhar, quase sempre levando Heatcliff a tiracolo.

E todos os dias eu sentia ciúmes do pequeno felino.

Em contrapartida, ela passara a se recusar a tocar no nome de Jacob. Insistia que a sua história com ele era passado e que nem eu, nem ninguém deveríamos tentar tocar no assunto.

E eu me perguntava: o que teria acontecido de tão grave nos últimos meses para ela se recusar a tocar no nome do pai do próprio filho? Seis meses atrás ela estava apaixonada o suficiente para ficar grávida e esconder o romance do seu melhor amigo e agora não queria tocar no assunto?

Algo havia acontecido, isso era óbvio.

E era justamente por isso que eu há semanas eu vinha insistindo para que Bella se comunicasse com Jacob.

Eles tiveram um romance no passado. Bella teria que ter um telefone ou um endereço de email para conversar com ele, correto?

— Eu não tenho o número do celular dele, Edward. — Bella repetira, pela décima vez, somente naquele dia — Além do mais, ele foi chamado para uma missão. Embarcou em um navio com outros companheiros e foram todos para algum lugar, em algum tipo de missão. Portanto, mesmo que eu tivesse um número, não conseguiria falar com ele.

— Bom, mande um email — Sugeri. Pelo menos o endereço de email você tem que ter. Nos três anos que nos conhecemos, vi você ter encontros apenas três vezes e sempre com pessoas que você já conhecia de outros lugares. Você não é do tipo que sai com qualquer um e muito menos vai para a cama com um estranho.

Isabella Swan não ia para a cama com um estranho, fato. Na verdade, ela sempre fora muito reservada nesse sentido. Mantinha a sua vida amorosa o mais privada possível. Era meu ombro amigo quando eu precisava, mas não comentava nada sobre seus encontros comigo.

A primeira vez que eu a vi sair com alguém desde que havíamos nos tornado vizinhos havia sido com um tal de James Marshall. Eu não o conhecia, mas Angela Webber, melhor amiga de Bella, havia me informado sobre o sujeito. Era um aventureiro, que adorava acampar nas imediações de Forks. Aparecia na cidade pelo menos uma vez por mês, com exceção dos invernos, quando nevava e ficava impossível de se acampar em meio a toda a neve.

Enfim... Bella acabou saindo com ele, mas tudo não passou de um encontro. Ela comentara comigo, sem grandes detalhes, que ele havia passado a noite inteira falando sobre qual o tipo de barraca ideal para se acampar e o que fazer para se proteger de mosquitos ao ar livre. Cansada de toda essa baboseira, ela acabou pedindo demissão da loja de materiais especializados para acampamentos onde trabalhava, a Newton’s.

Riley Biers foi com quem ela tivera mais encontros, se eu bem me recordava. Eles saíram algumas vezes e chegaram a namorar por um tempo, mas os dois terminaram quando o rapaz resolvera ir para o Canadá estudar.

Por fim, Embry Call. Morador da região desde que nascera e colega de Bella na época do colegial. Eles saíram algumas vezes, mas se afastaram, embora continuem se falando até hoje.

Houveram também outros tantos que rondaram Bella, mas ela nunca saíra com nenhum deles. Tyler Crowley era um exemplo claro disso, mas ele parara com todo o assedio depois que eu fiz com que fosse preso por perturbação da ordem pública. Aparentemente, uma noite na prisão havia sido o suficiente para amedrontar o rapaz e fazê-lo parar de incomodar Bella.

— Bom e quer que eu escreva o quê no dito email? — Ela perguntara, sentada no sofá, devorando a terceira fatia de bolo. — “Oh, querido... Não posso mais viver sem você. Desde que partiu, não consigo pensar em mais nada que não seja você. Noite e dia, dia e noite...”

— Sem gracinhas, Isabella. Isto é sério. Independentemente se ele está em terra ou a bordo de um navio. Ele vai ser pai e tem o direito de saber. Ele pode não ter tido a intenção de engravidá-la, mas aconteceu, e foi culpa dos dois.

— Eu sei, Edward, eu sei. Mas, isso já está enchendo a minha paciência. — Bufara. Já não basta a minha mãe ficar me ligando uma vez por dia para saber como andam as coisas com Jacob... Não preciso de você me azucrinando também.

— Não se trata de azucrinar, Bella. Eu apenas quero o melhor para você — Disse, enquanto me sentava ao seu lado, aproximando nossas testas. Mantive-me nesta posição por alguns instantes, olhando-a nos olhos, mas me afastei ao lembrar o que havia ocorrido da última vez em que havíamos ficado tão próximos um do outro.

— Escrever para ele não vai mudar em nada a minha situação — dissera.

— Como pode ter tanta certeza? — perguntei. E se ele resolver voltar, por você e pelo bebê?

— Ele não vai voltar Edward, não vai. Eu vou criar o meu bebê sozinha e ponto final - ela dissera, cruzando os braços, logo após fechar o notebook que mantinha em seu colo, colocando-o sobre a mesa de centro.

— Porque é que você tem que ser tão cabeça dura? — perguntei me sentando ao seu lado no sofá, desistindo da idéia. Se ela não queria conversar com ele, não sou eu quem a forçaria. Eu deixaria esta história para lá.

Pelo menos por enquanto.

— Não sou cabeça dura, sou realista. Qualquer possibilidade de um relacionamento entre mim e o pai do meu filho terminou depois da noite que passamos juntos. Não há motivos para continuar com algo que não vai dar certo. Ele vai seguir a vida dele e eu a minha. Além do mais, não vejo motivo para tentar retomar uma relação que não vai dar certo.

— Como pode ter certeza? Além do mais, toda criança precisa ter mãe e pai.

— Mãe e pai que se amem. E não pais que estejam juntos somente por causa de laços biológicos.

— Tudo bem então... A vida é sua, não há nada que eu possa fazer a essas alturas.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, ambos olhando para o alto. Para mim, simplesmente sentar ao lado de Bella há uma distância tão pequena havia se virado um tormento. Desde o nosso fatídico jantar, eu não consegui parar de pensar nela e em toda a sensualidade – discreta, mas ainda assim tentadora – que a mesma provara ter.

Todas as noites, eu deitava em minha cama e volta e meia acaba sonhando com aquele sutiã e as curvas de seus seios. Não adiantava tentar pensar em outras coisas mais importantes, como o meu discurso para a promotoria. Eu simplesmente não a tirava da cabeça.

E quando eu acordava no meio da noite sonhando com ela, levava quase sempre cerca de uma hora par dormir novamente. Não por ter dificuldade para pegar no sono, mas sim por precisar dar um jeito no estado em que eu me encontrava.

De alguma maneira, o perfume de Isabella havia se fixado em mim e eu não conseguia esquecê-lo. As recordações ocupavam-me a mente, inundando-me de lembranças e sensações.

E eu relembrava cada detalhe: o calor do corpo macio de encontro ao meu... os sussurros ofegantes... o toque das mãos... o hálito morno dos lábios que se abriram para beijar-me... o gemido de prazer que emitira ao ser tocada nos seios... e a expressão de surpresa na face delicada quando ouvira eu dizer que a achava linda.

Sim... linda.

Mas infelizmente, aquela linda mulher não me pertencia.

Pertencia a Jacob.

Maldição!

E toda aquela situação já estava me deixando louco.

Foquei minha atenção a pilha de caixas contendo artigos de bebê que estavam se empilhando em um dos cantos da sala. Mesmo tendo quatro sobrinhos, eu ainda me surpreendia com a quantidade de parafernália que as mulheres compravam para os seus filhos.

— Presentes? — falei, apontando para as caixas.

— Sim. A maioria foi meu pai quem mandou. Ele está viajando com a atual esposa a trabalho e só deve voltar aos Estados Unidos no ano que vem. Enviou junto um cheque com valor suficiente para que eu reforme o quarto de hóspedes e transforme-o em um quarto para o bebê.

Eu liguei para ele, avisando que recusaria o cheque, mas só consegui falar com a secretária. Depois acabei pensando melhor e acabei aceitando a oferta. Eu nunca tive muitas despesas, então boa parte do salário que eu recebia quando trabalhava na Newton’s ia para a minha conta, mas não seria o suficiente para adaptar toda a casa para a chegada de uma criança.

— Juro que não sei por que você se recusa tanto a aceitar o dinheiro que o seu pai lhe envia todo o mês.

— Eu já lhe disse, Edward. Esse dinheiro nunca me trouxe felicidade. Desde pequena, eu via o meu pai somente aos finais de semana, isso quando via, porque ele estava sempre trabalhando, preocupado com a sua empresa.

Chegou a um ponto em que minha mãe não aguentou mais e pediu o divórcio. E eu não tenho boas lembranças disso tudo. Portanto, eu quero manter a maior distância possível do dinheiro do meu pai - respondera.

— Mas, você sabe que se precisar de alguma coisa pode contar comigo, não sabe? — falei trazendo-a para mais perto de mim e abraçando-a.

— Sim, Edward, eu sei. Obrigada por isso.

Continuei abraçando-a por mais alguns instantes, até que a mesma saíra de meus braços e esticaram-se no sofá com as mãos sobre o ventre.

— O que houve? — perguntei.

— O garotão aqui está chutando. Muito, eu devo dizer.

— Então é um menino? — perguntei. Eu sabia que Bella havia marcado uma consulta alguns dias atrás, para fazer uma ultrassonografia. Geralmente era eu quem a acompanhava e por alguma razão ela ficava sempre muito emotiva quando nós dois estávamos juntos no consultório, mas dessa vez eu não pude acompanhá-la. Então, Angela a havia acompanhado, mas eu não sabia que ela já havia descoberto o sexo do bebê.

— Sim, é um menino. A Dra Gianna conseguiu ver na consulta de ontem.

— E como está o pequeno? — perguntei. Nas últimas semanas, eu havia me tornado extremamente protetor quanto a Bella e o bebê. Eu sentia como se, de alguma maneira, eu estando perto deles diminuiria a falta que Jacob lhes faria.

Eu já me sentia responsável pelos dois e um sentimento estranho de orgulho tomou conta de mim quando ouvi Bella pronunciar que estava esperando por um menino.

— Está ótimo. Tudo parece estar nas mais perfeitas condições — ela dissera, alisando o ventre. — Mas... ele gosta de brincar comigo, sabia? Fica quietinho o dia inteiro, dormindo, segundo a Dra, mas, assim que eu me sento ou me deito para dormir, ele começa a se mexer e fica chutando por bastante tempo.

Eu ri do que ela havia dito. Ela já havia reclamado disso outras vezes, e a própria Dra Gianna já havia lhe explicado que os bebês aproveitavam o tempo em que a mãe se movimentava para dormir, pois o balanço causado no útero lhes propiciava o embalo ideal para uma soneca, e que eles brincavam quando a mãe parava com os seus movimentos. Ainda assim, ela ainda não havia se acostumado com isso.

Eu, por outro lado, achava o máximo quando o bebê chutava. Não que Bella não gostasse, ela apenas achava incomodo tanto movimento que às vezes tornava mais difícil para que ela pegasse no sono.

No inicio, eu era receoso em tocar-lhe a barriga, tinha medo de machucar o bebê, mas com o tempo deixei isso de lado. Eu adorava colocar a mão sobre o ventre dela quando o bebê chutava e tentar adivinhar se era um pé ou a pequena cabeça que estava ali ou mesmo se era um pequenino punho tentando chamar a atenção da mãe.

Bella apenas assistia a esses momentos em silêncio, às vezes com lágrimas nos olhos. Certamente lembrando-se da falta que Jacob lhe fazia.

— Já contou aos seus pais que é um menino? — perguntei, enquanto colocava uma mão sobre o ventre dela e sentia os movimentos do bebê.

— Já. Renée ficou emocionada e disse que faria o possível para estar aqui no nascimento do neto. Em compensação, não consegui falar com Charlie. Deixei um recado com a secretária dele e dois dias depois os presentes chegaram. Ele e Sue mandaram um bilhete mandando felicitações.

Não era de hoje que eu ficava indignado com o comportamento do Sr. Swan. Que tivesse que se ausentar do país a negócios, eu entendia, mas colocar a filha em segundo plano a vida inteira e receber notícias da mesma através de uma secretária? Isso era algo que eu achava inconcebível. E que também era a causa da minha ressalva em ter filhos. Se bem que, últimamente, eu confesso que havia ficado mexido com toda essa história da gravidez de Bella.

— E o que é que ganhou do seu pai? — perguntei. Eu não iria mais importuná-la falando sobre o Sr. Swan.

— Todos os móveis para o quarto. Ele comprou absolutamente tudo. O berço, o trocador, o guarda-roupa... até a banheira. Vão vir montar tudo na semana que vem, depois que a pintura do quarto ficar pronta. A propósito, acha que quarto ficaria melhor com a temática de astronautas ou cowboys?

 Mais tarde, naquela mesma noite, eu estava acordado, jogado em minha cama.

Virei para o lado o observei o relógio. Era quase meia noite. Eu havia me jogado na cama mais cedo na tentativa de ter uma noite de sono mais longa. Não adiantara nada. Minutos depois de ter deitado, acabei acordando depois de ter sonhado com Isabella. Novamente.

Ela, que sempre fora tão recatada e tímida, aparecia em meus sonhos como uma mulher sensual e autoconfiante. A voz rouca de desejo, a luxúria estampada em seus olhos. Tudo na medida certa para me levar a loucura.

Por mais que eu desejasse negar, eu estava me rendendo aos encantos daquela mulher. Por mais que eu tentasse por em minha cabeça que ela pertencia a outro, pertencia a Jacob, eu simplesmente não me importava. Volta e meia e era nela que eu estava pensando.

E então eu começava uma guerra interna. Um amigo não deseja sempre o melhor para a sua amiga? Que tipo de amigo eu seria se me colocasse entre Bella e Jacob? Eu não colocaria a felicidade da futura mamãe e do bebê em jogo. Mas, por outro lado... ela não estava nem um pouco interessada em conversar com ele. Teria ele simplesmente fugido da responsabilidade?

Fora isso, o que mais me afligia eram os pensamentos que eu tinha que estar perto de Bella. A vontade insana de arrancar-lhe as roupas, levá-la para a cama mais próxima e...

Inferno! Era hora de parar com aqueles pensamentos e voltar a me concentrar. Eu enlouqueceria se ficasse pensando naquilo por muito tempo.

Ou teria que me trancar no banheiro novamente para resolver certas situações... O fato era que eu precisava de uma nova namorada. Seis meses de celibato estavam me transformando em um adolescente mais uma vez.

Somente em ver Bella eu já começava a ficar excitado. Eu repetia “ela está usando roupas de grávida” como se fosse um mantra, mas nada adiantava. Eu sempre acabava tentando adivinhar se a calcinha dela era rendada ou mesmo a cor do sutiã.

Um completo adolescente.

Afinal, quem ela era para me deixar daquele jeito?

A mulher que eu gostaria de amar para o resto de minha vida, minha mente respondeu. E aquela constatação me deixara aturdido.

Foi então que eu parei para pensar o que toda aquela situação significava para mim. Qual a importância de Isabella e do bebê em minha vida?

E foi com grande choque que eu me dei conta da verdade e que eu não tinha como negar aquele sentimento.

Eu amava Isabella Swan. E se o preço para ficar com ela fosse assumir o filho de outro, então, eu o faria.

Céus, eu estava perdido.

(Continua...)

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Notas finais do capítulo

N/A: Edward já assumiu que ama a Bella, o que já é meio caminho andado, concordam? Já até disse que assume o filho do 'Jacob', mas qual será a reação dele ao descobrir que na verdade o pai é ele? Em breve eu mato a curiosidade de vocês ;D
Beijos