Ooops! Bebê a Bordo! escrita por AllieC


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

N/A: Aproveitem o capítulo. Boa leitura.


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BELLA POV

“Sem jeito, eu saio com Jack Harper da sala de reuniões e começamos a andar pelo corredor, lado a lado. Meu rosto está pinicando ligeiramente, enquanto as pessoas tentam não nos encarar e percebo que todo mundo no corredor se transforma em robôs sem graça assim que o vê. Pessoas nas salas adjacentes se cutucam empolgadas e eu ouço pelo menos uma pessoa sibilando:

Ele está vindo!

É assim em todo lugar aonde Jack Harper vai?

Continuei deitada sob o sofá da sala, com o livro em mãos, lendo-o em voz alta. Já era a terceira vez que eu tentava ler o mesmo livro. Estava torcendo para que, dessa vez, eu finalmente concluísse a leitura.

Sei o que você está pensando digo, levantando o queixo em desafio.

Mas está errado.

Eu estou errado?

Está! Você... aprendeu mal.

Aprendi mal?

Parece que ele quer rir e uma vozinha na minha cabeça me manda parar. Mas, não consigo. Tenho de explicar como é.

Olha. Eu sei que posso ter feito alguns... comentários no avião começo, apertando os punhos com força ao lado do corpo. Mas, o que você precisa saber é que aquela conversa aconteceu numa situação difícil, em circunstâncias extremas e eu disse um monte de coisas que não era verdade. De fato, um monte de coisas!”

Wow! Que parte do avião? Céus, como é que eu esqueço algo tão importante assim?

Desisto. Desisto de ler esse livro pela terceira vez.

Largo o livro sobre a mesinha de centro e fico olhando para o teto da sala, pensativa. O que fazer no sábado a noite, em casa, quando a única opção de divertimento que você havia planejado acaba de ser descartada?

Se ao menos Edward estivesse em casa... Eu poderia ir até lá para conversarmos ou talvez ele viesse aqui e nós pudéssemos fazer brigadeiro, enquanto lembrávamos de momentos embaraçosos da infância.

Mas, Edward não estava em casa. Ele havia saído mais cedo com a namorada... Tanya. Prefiro não pensar que tipo de diversão aqueles dois estão tendo neste exato momento. Eles poderiam muito bem estar lendo, mas, certamente não seria um livro como o meu. Seria algo mais parecido com o Kama Sutra, senão o próprio...

Edward, Edward, Edward...

Já fazem mais de três anos que nos tornamos vizinhos. Ele viera morar aqui em Forks logo após ter concluído a faculdade de Direito, em Seatle, junto com o restante da família. Não sei quem, em sã consciência trocaria uma cidade grande e tão viva como aquela por um lugarzinho minúsculo e verde como aqui, não que eu esteja reclamando. Se Edward não tivesse feito o que fez, jamais teríamos nos conhecido. E eu jamais teria me apaixonado...

Pode parecer estranho uma mulher apaixonar-se pelo vizinho assim, à primeira vista. Se isso tivesse acontecido com alguma amiga minha eu provavelmente a aconselharia a procurar ajuda psicológica. Mas, não vejo nada demais no que aconteceu comigo. Eu simplesmente abri a porta da minha casa em um domingo de verão e lá estava ele, do outro lado da cerca, junto com os pais e cunhados, levando os móveis para dentro de casa.

E aqui estou eu, três anos depois, ainda sonhando acordada com o mesmo homem que, por acaso, tornou-se o meu melhor amigo. É estranho vê-lo me apresentar as novas namoradas e ter que cumprimenta-las, fingindo ser amigável, enquanto, eu daria o mundo para estar no lugar de todas elas.

Mas, quem nunca teve uma paixão platônica? Eu mesmo, durante a minha infância, tive várias. É bem diferente estar apaixonada pelo filho do vizinho quando se tem seis anos de idade do que repetir a dose aos vinte e três.

Ora, Bella, faça um favor a si própria e pare de lamúrias. Se ele pode arranjar alguém, por que eu não posso fazer o mesmo? Digo a mim mesma.

Paro para me olhar no reflexo da janela da cozinha que, a essas alturas, já estava completamente molhada pela água da chuva. Eu não era o que se pode chamar de um exemplo de beleza, mas também não era feia.

Meus 1,67m me deixavam na estatura média da maioria das mulheres. Tinha um corpo normal, sem grandes atributos, o que, para mim, era bom. Nunca foi do tipo que gosta de chamar atenção. Já a conseguia sem maiores esforços por causa da minha falta de equilíbrio.

Lembro muito bem até hoje das inúmeras vezes em que caí no meio de apresentações do colégio quando era pequena. Infelizmente, a puberdade não me trouxe nada além de seios pequenos e espinhas. Adoraria que, de brinde, eu tivesse ganho um pouquinho de equilíbrio...

Dirigi-me até o pequeno fogão da minha cozinha. Morava sozinha desde os dezoito anos, quando minha mãe, Renée, resolveu casar-se novamente com um jogador de beisebol e os dois resolveram morar em Phoenix. Peguei todos os ingredientes necessários para fazer brigadeiro de panela. Acho que todo mundo já fez essa receita pelo menos uma vez na vida, mas devo admitir que quando se está em uma situação como a minha, não há receita melhor.

Ou talvez existisse, as minhas famosas Margaritas eram uma prova disso. Não existe nada melhor do que beber para esquecer as mágoas. Mas, que graça há em beber sozinha? Se pelo menos Edward estivesse aqui...

Céus, Edward novamente... Vou acabar enlouquecendo de tanto pensar nele...

BELLA!

Pensando bem já devo estar louca. Posso jurar que ouvi a voz de Edward. Mas, isso era impossível, ele estava com Tanya.

BELLA!

A voz de Edward novamente... Céus, como eu adoro escutar o som da voz dele... aquela voz máscula e quente que me faz revirar em minha cama todas as noites...

Que mal faria ir até a frente da minha casa ver se Edward realmente estaria ali? Mesmo sabendo que ele jamais trocaria uma noite com a namorada, afinal sonhar não faz mal. Desliguei o fogão e fui caminhando lentamente até a janela da sala que dava para o jardim e espiei pela mesma.

Eu devia estar sonhando, provavelmente estava. Eu fecharia meus olhos e quando os abrisse novamente, perceberia que jamais tinha fechado o meu livro e ao invés de continuar lendo-o, acabei adormecendo.

Fechei meus olhos e os abri novamente, não era um sonho. Realmente Edward estava do outro lado da porta, apenas com a jaqueta de couro cobrindo-lhe a cabeça da forte chuva que caia desde cedo.

Bella, por favor, abra a porta. Está ficando frio aqui fora Ele dissera, retirando-me do meu transe.

Rapidamente, destranquei a porta e dei espaço para que o mesmo entrasse.

Desculpe por não ter aberto a porta antes, achei que estava ouvindo coisas. Como você disse que estaria na casa da sua namorada, achei muito improvável que você fosse aparecer aqui. E por falar na sua namorada, você não deveria estar com ela? O que houve?

Tanya e eu terminamos ele dissera, sem grandes enrolações.

Senti meu coração acelerar, ele não estava mais com a loira falsa?! Disfarcei a minha felicidade e indaguei-o

E terminaram por quê?

Filhos.

Filhos? Ela não está grávida, não é, Edward? Perguntei histérica.

Céus, Bella, claro que não.

Então, me explique decentemente o motivo do rompimento de vocês dois, por favor?! Estou confusa falei, um pouco mais aliviada.

Será que antes de lhe contar a história, eu posso me livrar dessas roupas molhadas? Vou acabar pegando uma gripe desse jeito.

Oh, claro. Suba até o meu quarto e pegue algo para vestir. Enquanto isso, vou para a cozinha terminar o brigadeiro.Você quer também?

Adoraria.

Certo. Ah, Edward, o que você acha de eu fazer umas Margaritas para que nós dois tomássemos? Você sabe que não há nada melhor do que as minhas Margaritas e o meu ombro amigo numa hora dessas.

Seria ótimo Bella. Agora vou subir para me trocar, tudo bem? Desço em um minuto. Ele me respondera sorrindo e desaparecendo escada acima logo em seguida.

Edward mantinha algumas mudas de roupa em minha casa. Foram inúmeras às vezes em que ele chegara tarde da noite em casa ou depois do trabalho, ou mesmo depois de uma noitada regada a mulheres e sexo e não conseguia, por alguma razão, abrir a porta.

Como ele achava embaraçoso ter que ir até a casa dos pais, no outro lado da cidade, para buscar abrigo, ele simplesmente batia a minha porta. Como precaução, ele mantinha mudas extras de roupas aqui para usar em situações como essa.

1/2 parte de suco de limão coado, 1 e 1/2 parte de Cointreau, 3 partes de tequila e gelo Eu repetia em voz alta a receita da bebida para me certificar de que não havia esquecido de nada. Acho que está pronto!

Ainda bem que está pronto - Edward dissera, aparecendo de supetão atrás de mim, segurando uma colher com um pouco de brigadeiro, que já estava pronto.

Pronto, aqui está a sua taça Disse-lhe, entregando-lhe uma pequena taça com a bebida. Eu havia preparado várias doses extras, pois, Edward nunca fora do tipo que bebe pouco

Agora, Sr. Cullen, por favor, me acompanhe até a sala e faça-me o favor de me contar o que foi que houve com a outra.

Outra? Você fala como se ela fosse a minha amante ou algo do gênero... — Ele dissera sentando-se ao meu lado no sofá.

É maneira de dizer querido. É somente ciúmes de amiga Somente ciúmes de amiga? Até parece... Agora me conte o que aconteceu!

O que aconteceu foi... E então ele virara o rosto e vira o meu livro jogado em cima da mesa de centro Lissy, eu não sou bissexual! – grito. – Não preciso de apoio. Eu só tive um único sonho, certo? Não foi uma fantasia, foi só um sonho esquisito, que eu não quis ter e isso não significa que eu seja lésbica e não significa que eu seja a fim de você, não significa nada.” Ele recitara uma passagem do livro - Muito... peculiar esse livro, não?

Eu não sei, ainda não havia chegado a essa parte. E de qualquer maneira, nunca vou saber como termina a história. Desisti de ler esse livro.

Não é aquele mesmo livro que você tentou ler várias outras vezes, não é?

É sim.

Céus, Bella, você ainda não o leu?

Não, não li. Me perdi novamente no meio da leitura.

Bella, por favor. Até tempos atrás você devorava livros imensos em uma semana ou menos. Agora não consegue ler nem duas páginas direito.

É que antes eu não tinha um vizinho maravilhoso que me tirava o sono, respondi mentalmente.

Eu não gostei do livro, simples assim...

Hum... Bella, até o pedaço que você leu, teve algum trecho assim, mais... picante?

Por que quer saber?

É que eu li só um trechinho e você ouviu o despautério que estava escrito. Vai saber o que mais tem...

Não sei Edward. Talvez, tenha algum trecho com sexo, mas nada explícito demais.

Se tiver algo, talvez eu leia... — Ele dissera baixinho.

Como é que é? indaguei-o com a voz duas oitavas mais alta.

Nada não... ele desconversara.

Agora... vamos parar de falar sobre livros, sim? O assunto em questão é o por que você terminou com a outra! Desembuche tudo, até mesmo os detalhes. Pensando bem, guarde os detalhes sórdidos para você.

Tanya decidiu que o seu relógio biológico estava dando sinais de que era hora de ter filhos. Ela me colocou contra a parede, exigindo que eu decidisse se eu queria ou não ser o pai dos filhos dela e que se eu decidisse que não, eu podia muito bem me levantar e sair pela porta da casa dela, sem me dar ao trabalho de voltar. E foi isso que eu fiz.

Simples assim? Você simplesmente se levantou e veio embora?

Na verdade não foi tão simples assim. Ela gritou, jogou um vaso de flores em mim e me chamou de aproveitador. Foi então que eu dei-lhe as costas e voltei para cá.

Hum...

Verdade seja dita, a única coisa que eu queria era um relacionamento que não me ocupasse tanto emocionalmente e que fosse regado a sexo selvagem e...

Eu não preciso ouvir isso Edward!

Precisa sim. Você me ofereceu o seu ombro amigo, não foi? Além do mais, você me disse para guardar os detalhes sórdidos para mim. Não falou nada sobre o resto.

Edward, isso definitivamente entra na categoria ‘detalhes sórdidos’.

Oooh, não entra não. Se você soubesse o que Tanya e eu fazíamos... Ele dissera, com um sorriso tipicamente canalha estampado no rosto.

Edward! Chamei-lhe a atenção.

Está bem, parei. Agora fique quieta e escute o resto ele dissera pouco antes de virar a taça com Margarita de uma vez só.

Passamos o resto da noite assim. Edward me contava sobre as suas aventuras com a ex-namorada, enquanto eu consolava-o, dizendo que foi melhor assim. Por fora, eu parecia que realmente sentia por Edward, mas por dentro... eu estava festejando. A maioria das pessoas consideraria muita falta de educação da minha parte ficar feliz pelo término do relacionamento de outra pessoa, mas eu não estava nem aí para o que pensariam.

Edward estava livre novamente e era isso o que me importava.

Sabe Bellinha, essa sua mistura de brigadeiro e Margarita para curar os meus desastres amorosos é simplesmente infalível — Ele dissera.

Eu sei querido, eu sei...

Será que você não pode me dar mais uma taça de Margarita Bella? A minha já acabou...

Edward, você já tomou mais de dez taças. Já está bêbado. Vai ter uma ressaca terrível amanhã.

Ora Bellinha, por favor...

É melhor não Edward.

Ele bufou em desagrado e me puxara para um abraço.

Por que é que eu não posso arranjar alguém como você Bella?

Alguém como eu? A declaração de Edward me pegara desprevenida. O que ele queria dizer com isso?

É, alguém como você. Olha só, fazem três anos que nós dois somos vizinhos. Nesses três anos, você nunca teve um namorado realmente sério, mas sempre teve os seus casinhos. Sempre teve sexo sem compromisso. Era só isso o que eu queria para mim. Mas não, as mulheres com quem eu saio insistem nessa baboseira de filhos... Você não. Nunca ouvi você reclamando por causa de namorados, compromisso ou filhos.

Não é porque eu não falo sobre esse tipo de coisa que isso não signifique que eu não queira. Eu realmente quero um marido e filhos, só que ainda não encontrei o homem certo.

Hum...

Na verdade, eu o encontrei, ele só não sabe disso.

Se você o encontrou, por que é que não está com ele? - Edward perguntara com dúvida.

Porque ele não sente o mesmo que eu. Ele me vê como uma simples amiga...

Então, ele deve ser cego Bella. Não sei que tipo de homem a trocaria por qualquer outra. Você é perfeita. É bonita, inteligente e não fica reclamando da vida para os outros. Honestamente, esse cara por quem você é apaixonada é um grande sortudo.

Você acha? Perguntei, afastando-me um pouco de Edward para olhar-lhe a face.

Com toda certeza. Se eu fosse o sortudo, não deixaria você escapar.

Não consegui me conter mediante as palavras de Edward. Simplesmente aproximei o meu rosto do seu e o beijei com toda a paixão e carinho que nutri por ele durante todo esse tempo. Quando ele sentiu o primeiro contato de meus lábios sobre os seus, ele travara. Mas, conforme eu aprofundava o beijo, ele relaxara e passara a retribuir o mesmo.

A sensação de beijar Edward era indescritível. Seus lábios quentes e graciosos, sua língua de textura macia, tudo nele me inebriava. Separamo-nos algum tempo depois, ambos ofegantes.

Bella, o que foi isso? ele me perguntara, meio atordoado.

É você, Edward.

Eu o que?

O homem por quem estou apaixonada. É você, Edward.

Ele me olhava atônito, mediante a minha breve declaração e após começar a falar, eu não consegui evitar as palavras que vieram a seguir. Contei-lhe tudo, desde o primeiro momento em que o vi, três anos atrás, até o que eu estava fazendo e pensando até pouco tempo atrás, quando ele bateu em minha porta. Contei-lhe como me senti quando ele me apresentava as namoradas e que, muitas vezes, eu trocava os nomes das mesmas de propósito.

Tudo o que senti ou pensei desde que o conhecera agora era de conhecimento de Edward, que ainda me olhava sem expressar maiores reações.

Edward, por favor, diga algo.

Eu estava esperando que ele olhasse para mim e dissesse “Lamento Bella, mas, não sinto nada por você.” ou talvez “Nossa, por essa eu não esperava. Bom, já está tarde, é melhor eu ir para casa.” mas, jamais esperaria que ele tomasse a atitude que tomou.

Ele tomara meus lábios nos seus novamente e me beijara apaixonadamente. Puxou-me para si, de maneira que eu ficasse sentada em seu colo. Suas mãos passeavam livremente pelo corpo, provocando arrepios e deixando um rastro de fogo por onde passavam.

Uma coisa levou a outra... Edward e eu terminamos a noite em meu quarto, na minha cama. Nunca fui tão feliz em minha vida. Tive o homem que amo em meus braços, distribuindo-me carícias durante a noite inteira.

Depois dessa noite, certamente teríamos um tempo para conversar e quem sabe iniciar um romance. Edward é o homem da vida e sei que eu sou a mulher da sua vida, ele só não percebeu isso ainda. Se um relacionamento entre nós dois não desse certo, eu pelo menos teria essa recordação da noite mais feliz da minha vida.

Dormi feliz em seus braços.

 (Continua...)

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° O livro que Bella estava lendo no inicio do capítulo chama-se “O segredo de Emma Corrigan”, de Sophie Kinsella.


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Notas finais do capítulo

N/A: É só o comecinho da história para deixar vocês com gosto de quero mais ;)
Espero que gostem. Mandem reviews dizendo o que acharam, ok?
Beijinhos