The Time of Our Lifes escrita por BlindBandit


Capítulo 6
Quadribol, Memorias, e Acontecimentos.




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Os alunos corriam pelos corredores como loucos, quando a ultima aula do dia chegou ao fim. Lily, de braços dados com Marlene e Alice, se espremiam por entre a multidão. Todos queriam chegar logo para a quadra de quadribol, para conseguirem os melhores lugares. O jogo seria entre a Grifinoria e a Lufa-Lufa.

– Vamos por lá – Marlene apontou para um corredor vazio – Podemos descer a colina, e pegaremos melhores lugares!

– Beleza – concordou Alice, elas saíram da multidão. Enquanto os alunos passavam a passos apressados e vozes altas por traz delas, as meninas se entreolharam, antes de correrem o máximo que podiam.

Pelo gramado elas podiam ver todos os estudantes indo para a quadra. Elas aceleraram a corrida, a tempo de alcançarem o começo da fila de estudantes. Quando finalmente sentaram-se, na primeira fileira, elas riam a ponto da barriga doer, e arfavam devido a corrida.

– Bom – disse Marlene quando se recuperou o suficiente para falar – Ao menos pegamos bons lugares.

– Uh, ai vem eles – disse Alice apontando a quadra.

*

James entrava na frente, seguido por Sirius, que ria de alguma de suas piadas.

– Aposto que a Evans esta na primeira fileira, me assistindo – disse ele para Sirius, que revirou os olhos.

– Não seja tão confiante Potter – disse Frank – ela só estava la acompanhando minha Alice.

Os garotos riram e alguns deles deram petelecos na orelha de James, mas ele nem se quer se importou, porque a visão de Lily sentada na arquibancada, seus cabelos ruivos ao vento, fez seu coração bater mais rápido.

– Não se distraia Pontas – disse Sirius. – Precisamos ganhar esse jogo. Você pode devanear mais tarde.

James assentiu, serio. Ele olhou mais uma vez para a arquibancada e pegou Lily com os olhos nele. Ela se virou para Marlene, as faces enrubescendo, mas não antes de encher o peito de James com orgulho e confiança.

O apito soou e James subiu na vassoura, se posicionando mais alto que o restante dos jogares. Sirius passou por ele com uma rasante, segundando uma das bolas, um garoto do time rival o perseguia.

James olhou em volta, procurando pelo familiar pontinho dourado.

– PONTO PARA A GRIFINORIA! – anunciou. A arquibancada vermelha e dourada rugiu em comemoração.

James decidiu procurar por baixo, ele desceu a vassoura, e um balaço passou muito perto de sua orelha. No momento que ele olhou para trás, uma bola passou bem entre as pernas de Frank, marcando um gol da Lufa-lufa.

O jogo estava setenta a cinquenta para a Grifinoria quando James viu um brilho dourado, brilhando muito perto da cabeça do apanhador do time adversário.

Ele voou o mais rápido que podia até o pomo, o apanhador da lufa-lufa procurava, confuso, o alvo que James mirava com tanta determinação. Ele finalmente enxergou quando James estava quase emparelhado com ele. Ambos viraram a vassoura para a mesma direção, perseguindo o brilho dourado que escapava com extrema facilidade de seu campo visual.

Por um segundo de vantagem no qual o apanhador adversário ficou confuso, a procura do pomo, James teve a chance que precisava. Ele mergulhou a vassoura para o meio mais movimentado do jogo. Lá estava ele, parado entre vassouras e bolas que passavam a milhão entre ele. O Pomo de Ouro. James poderia jurar que aquela bolinha estava caçoando dele.

James esticou a mão, sentindo o metal gelado contra sua palma, enquanto as asas da bolinha voltavam a se encolher. James procurou por Lily na arquibancada, sorrindo como uma criança.

A ultima coisa que ele viu foi Evans parecendo realmente preocupada e apavorada, com as mãos cobrindo a boca, antes de um balaço o acertar na cabeça e tudo ficar escuro.

*

– Ele levou um balaço na cabeça! – disse uma voz feminina – Vocês não estão preocupados?

– Relaxe Evans, isso é muito mais frequente do que você imagina. – disse a voz de Sirius.

James abriu uma fresta dos olhos. Ele notou que estava escuro lá fora, e não fazia ideia por quanto tempo tinha dormido, mas por ver que seus colegas usavam uniformes e Lily levava consigo uma bolsa de livros, ele desconfiou que tivesse perdido um dia de aula.

Sirius, Remus e Peter estavam sentados em volta da cama dele, com os pés para o alto e segurando cartas. Suas pernas estavam sendo usadas como apoio para as cartas.

– Truco – disse Sirius.

– Almofadinhas, não estamos jogando truco – disse Remus, organizando as cartas.

– Mas eu vou ganhar da mesma forma – disse Sirius confiante.

– Não acredite em nem uma palavra do que ele diz – James finalmente disse, a voz rouca se arrastando. – ele mente tanto quanto a Velha cozinheira dizendo que a sopa é de filé mignon.

– Estávamos preocupados com você – disse Sirius baixando as cartas.

– Vocês disseram que isso era comum! – Lily exclamou, indignada.

– Ele está dormindo a três dias Evans, é claro que estávamos preocupados, só não queira deixar você mais histérica ainda. – ele a olhou, colocando um novo cigarro nos lábios. – Viu? Seu namorado está bem, não queria te preocupar desnecessariamente.

– Ele não é meu namorado – ela disse com um tom ameaçador.

– Trinta pratas que vai ser - ele disse sorrindo. Lily o ignorou, ela apenas pegou o cigarro da boca dele e apagou. Sirius a olhou indignado quando ela olhou as cartas dele e disse:

– Ele está mesmo blefando.

Remus caiu na gargalhada quando Sirius jogou as cartas para o alto e saiu da enfermaria, batendo os pés.

Lily pegou os óculos de James e colou no rosto do garoto, depois ajeitou-lhe os cabelos com os dedos.

– Estava preocupada comigo, Evans? – ele disse.

O tom de James fez com que Lily acordasse do transe em que estava, e sua costumeira arrogância em relação a James voltou como uma navalha recém- afiada.

– Você teria que ter batido a cabeça bem mais forte para isso, Potter – ela disse e saiu pela porta da enfermaria.

– Você tem o dom para espantá-la - Peter comentou. – Ela te odeia.

– Não odeia não – Remus sorriu.

James voltou a encostar a cabeça nos travesseiros, quando fechou os olhos, foram madeixas vermelhas que invadiram seu sono.

*

James estava sozinho na enfermaria. Peter tinha trazido algumas coisas que James poderia gostar quando acordasse. A mochila continha um livro que ele estava lendo a meses, um maço de cigarros, mesmo não podendo fumar na enfermaria, alguns feijõezinhos de todos os sabores, e a caixinha de metal enferrujada que James sempre levava consigo.

Ele pegou o objeto nas mãos, James tinha pego aquela caixinha de sua mãe, no primeiro ano de Hogwarts, para trazer uma foto deles consigo. Uma ilustração um dia ocupara a tampa, mas a muito tempo tinha sido perdida, e a ferrugem ocupava seu lugar. Ele abriu a latinha, a foto dos pais ainda estava lá, no topo, ambos sorriam.

A foto de baixo era James bebe, no colo de sua mãe, e a terceira foto, enterrada entre as quinquilharias, era a mais recente.

Lily Potter. Ele tirara aquela foto quando estavam no quinto ano, Lily estava apoiada no muro de pedra da escola, o sol batendo no rosto. Ela estava com os olhos fechados, e uma leve brisa soprava seus cabelos para traz. O que ele mais gostava na imagem era o meio sorriso no rosto da garota. James sorriu, e ainda com a foto nas mãos, deitou a cabeça no travesseiro, os olhos fechados, enquanto as memorias lhe inundavam.

Ele estava de volta na estação 9 ¾ , O trem prestes a sair. Ele e Sirius estavam sentados, conversando pela primeira vez, quando uma garotinha ruiva, com encantadores olhos verdes, entrou na cabine. Atrás dela vinha um garoto pálido. Os cabelos negros caindo nos olhos.

– Podemos sentar aqui? – ela perguntou.

– Claro – Siriu respondeu.

– Meu nome é Lily Evans – ela disse sorrindo. – e esse é Severo Snape. – ela indicou o garoto, que lhes dirigiu um meio sorriso mal-humorado.

– Eu sou Sirius Black. E esse é meu amigo James Potter.

James sorriu para o garoto quando ele o indicou como amigo. Severo e Lily sentaram-se de frente para Sirius e James.

– Para qual casa vocês querem ir? – Lily perguntou.

– Não se escolhe a casa que você cai, Lily – Severo disse, mas sem repreensão. James imaginou que o garoto devia gostar dela.

– Eu sei Sev – ela disse – Mas em qual você gostaria de ser selecionado?

– Eu quero ir para a Grifinória, como meu pai! – James anunciou, sorridente.

– Ugh, Grifinorios são arrogantes – disse Severo. – Eu quero ir para a Sonserina. – ele disse orgulhoso.

– Sonserinos são maus – James disse encarando Severo. – E feios. É, você vai para lá mesmo.

– Ugh – disse Lily – Vamos Sev, vamos procurar outro vagão.

A garota ruiva saiu com o queixo levantado, Severo a seguindo como um cachorrinho.

– Ei, minha família inteira foi da Sonserina – disse Sirius depois que eles saíram.

– Você não parece alguém da Sonserina – disse James.

– Talvez eu quebre a regra de família – Sirius sorriu.

James suspirou, um sorriso involuntário tinha se formado em seus lábios. Pelos primeiros três anos, James mexia com Lily apenas para provocar o Ranhoso, mas a partir do quarto ano, ele começara a ver a garota com outros olhos. Ela era linda, sempre fora... como ele nunca tinha notado antes?

James passara os dois anos seguintes implorando a Lily por um encontro, mas a garota o rejeitava em todas as vezes. Ele era obsecado pela garota, mas não passava de nada físico. Lily Evans era linda, e isso era tudo o que ele enxergava. Todas as vezes que ela lhe negava um encontro, James se encontrava com outra garota. Não era nada de mais. Ficar com Lily tinha se tornado um desafio pessoal...

Mas isso mudara esse ano. Lentamente, ele e Lily estavam se aproximando. Sem mesmo notar, James conversava casualmente com ela, e Lily reagia normalmente. O desprezo de sempre foi se dissolvendo, como gelo. E atrás dessa parede, James passou a conhecer uma garota diferente.

A linda Lily com seus cabelos ruivos por do sol e seus incríveis olhos verdes ainda estavam lá, mas havia algo mais. Ele nunca tinha notado como o sorriso dela era lindo, ou como ele adorava o jeito que Lily colocava o cabelo atrás da orelha quando estava nervosa. Ou a maneira como cerrava as sobrancelhas e os lábios quando estava concentrada.

Ele sempre soube que adorava quando Lily ficava furiosa com ele, mas descobriu que gostava ainda mais quando ela sorria para ele, ou quando ela o olhava preocupada, verdadeiramente se importando com ele.

Ele estava começando a conhece-la, e se apaixonada cada vez mais. Cada coisa nova, cada medo ou preferencia, fazia-o ama-la mais. Quanto mais Lily saia do pedestal onde James tinha a colocado, e se aproximava, tão cheia de medos e defeitos como ele, tão humana quanto ele... ele não achava que podia se apaixonar mais por ela, mas a cada dia, provava a si mesmo o quão errado estava.

*

James recebeu alta naquela tarde. Como Sirius e Lupin teriam aula até o ultimo período, James foi andando sozinho pelos corredores. Com o que James chamava de “ carta de alforria” a autorização para dispensa de todas as aulas do dia, James decidiu dar uma volta.

Foi perto das estufas de Herbologia, no jardins, que James encontrou um grupo da Sonserina saia de uma aula. Severo Snape estava entre eles.

O garoto o olhava com puro ódio. James o encarou enquanto passava, vários feitiços passavam pela sua cabeça, mas decidiu não proferir nenhum, em respeito a Lily.

Foi ai que uma pedra surgiu do nada, no meio do caminho de James, ele tropeçou, e por um tris não se espatifou no chão. Ele se virou e Snape o olhava com um sorriso desafiador no rosto.

Levicorpus! – James proferiu, e Snape foi lançado no ar, como se alguém o suspendesse por um dos pés. Ele gritava e esperneava, enquanto os estudantes riam. Um grupo da Gifinoria passou por eles, e se juntou as risadas, enquanto James continuava mantendo o garoto no ar. Sirius apareceu, se colocando ao lado de James, assim como Lupin, um pouco relutante, e Peter, que ria de toda a cena.

– Ponha ele no chão James! – ele ouviu uma voz atrás dele. Lily parecia extremamente zangada.

– Ele começou! – James se justificou.

– Não me interessa, Coloque. Ele. No. Chão. – ela disse, encarando Potter.

– Cale a boca Lilyam - disse Snape, cuspindo o nome da garota – Isso é tudo culpa sua, você é uma vagabunda de sangue ruim, suma daqui.

James, chocado, liberou Snape do feitiço, que caiu no chão com um baque. Ele se virou para encarar Lily, completamente sem palavras.

A garota mordia o lábio com tanta força que estava quase furando-o. James viu os olhos dela se enchendo de lagrimas, ela abriu a boca, como se fosse falar alguma coisa, mas então a cobriu com a mão e virou as costas, correndo. Todos os alunos abriram espaço para ela, pasmos.

– Lily! – James exclamou, escapando de seu torpor. Ele estava pronto para correr atrás dela quando Remus o barrou com o braço.

– Deixe ela – ele disse, com a voz completamente calma.

James assentiu. Ele também precisava esfriar a cabeça. Olhou com um ódio para Snape. Ele sempre implicaram um com o outro por causa de Lily, mas ver Severo fazer Lily chorar, foi como acordar uma fera adormecida dentro de James. Por Lily. Uma fera que gritava para protege-la a qualquer custo.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, por favor,deixem os reviews!