The Time of Our Lifes escrita por BlindBandit


Capítulo 4
A Lua Cheia e suas Consequências.




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As semanas seguintes passaram como se nada tivesse acontecido. A poção não estava nem perto de estar pronta, mas Lily sentia-se aliviada por não ter que fazer tudo sozinha. Ela notou isso na primeira aula de Herbologia que teve depois do ocorrido. Sirius sorriu para ela, e piscou. Ela sabia que não estava sozinha nessa.

– Aqui Lily – disse Severus, tirando-a de seu devaneio – Você deve colocar o bezoar lentamente, assim – ele disse demonstrando.

– Ah, obrigada Sev – Lily sorriu docemente.

Lily balançou a cabeça e tentou se concentrar na aula de poções. Era sua ultima aula naquele dia, e teria o resto da tarde livre. Por mais que ela gostasse de poções, ela mal podia esperar para ficar ao ar livre, longe daquelas paredes e livros.

A aula terminou e Lily andou o mais depressa que podia por entre a multidão de alunos. Ela finalmente colocou os pés na grama e respirou fundo.

– Lily! – uma voz feminina a chamou. Lily se virou e viu Alice correndo até ela. Os cabelos curtos bagunçados e o cachecol esvoaçando atrás dela.

– Está com o período livre? – Alice perguntou sorridente.

– Sim. Vamos passar algum tempo nos jardins? – Lily sugeriu, sorrindo.

– Na verdade.... Se você não se importa, Frank me convidou para assistir ao treino de quadribol, será que você não iria comigo? – Alice piscou aqueles grandes olhos doces para Lily – Por favor?

Lily suspirou – Porque você não pede a Marlene? Tenho certeza que ela adoraria ir.

– Ah, eu também. Mas ela tem aula de adivinhação agora.

– Não acredito que ela entrou nessa matéria ridícula – Lily revirou os olhos. – Mas que tal Dorca?

– Herbologia – disse Alice.

– Hestia?

– Você sabe que os Corvinais tem aulas extras. – Alice segurou a mão de Lily – Vamos Lily! Só me resta você, acredite, eu considerei todas as possibilidades! A não ser que você queira que eu vá com Narcisa, você é a ultima que sobrou.

– Tudo bem – Lily suspirou – Mas você está me devendo uma.

– Obrigada! – Alice exclamou, plantando um beijo na bochecha da amiga.

Elas se sentaram na parte mais baixa da arquibancada vazia. Algumas outras garotas formavam um grupinho na outra extremidade, elas cochichavam e davam risadinhas.

O time de quadribol entrou no campo, entre os sete jogadores, só a goleira, Pamye Bones, era mulher. O resto do time era composto por seis garotos.

– La está Frank! – Alice apontou para o Artilheiro.

– Sim Alice, eu posso ver – Lily disse e Alice lhe deu um tapinha no braço.

Lily pode ver Sirius olhando para a arquibancada acima dele, provavelmente a procura de alguma de suas fãs. Ele piscou e mandou beijos para o grupo de meninas, que deram risadinhas. Seus olhos correram o resto da arquibancada e pararam em Lily. A garota tentou se esconder, conversando com Alice, mas foi inútil. Ele foi até James e depois apontou na direção dela.

O sorriso no rosto do apanhador ia de uma orelha a outra. Ele subiu na vassoura e foi até a arquibancada. Lily achou comico o jeito que as meninas na outra ponta começaram a se cutucar e rir, achando que James vinha na direção delas. Quando ele desviou a vassora e foi na direção dela, Lily se sentiu orgulhosa, e sorriu internamente ao ver as meninas olhando-a feio.

– Evans – James disse – Que maravilhosa surpresa você ter vindo me ver.

– Não seja tão convencido Potter – ela cruzou os braços – estou aqui para acompanhar Alice.

– Oi – Alice disse timidamente.

– Ah, a garota de Frank – disse James, ficando de ponta cabeça na vassoura. – Ele está louco por você. Só fala de você o tempo todo, está começando a nos deixar malucos.

Alice corou – É o que Frank diz sobre você, que só sabe falar da Lily aqui – ela apontou para amiga. Lily a olhou feio. “ Traidora” ela sibilou.

– Ah – James disse, voltando a posição normal da vassoura – Mas isso não é segredo para ninguém. – James se aproximou de Lily, colocando a mão no rosto dela, antes que ele chegasse a encosta-la, ela afastou a mão com um tapa. James riu e inclinou a vassoura para baixo, voltando para o campo.

Alice gargalhava vendo Lily corar, meio por raiva, e meio por constrangimento.

*

“ A Descuraínia deve ser colhida em noite de lua cheia, para que seja eficaz”

Era o que dizia o livro de poções. Lily suspirou. Sabia que teria que sair para colher o ingrediente mais cedo ou mais tarde, mas depois a traumática experiência, ela estava adiando o máximo possível.

Alice e Marlene já estavam dormindo. Lily guardou o livro debaixo do colchão e colocou o casaco. Ela desceu as escadas silenciosamente até a floresta.

“Colher, colocar na poção, e voltar para a cama” ela disse para si mesmo “O que pode dar errado?”

*

– James! Sirius – Peter gritou, entrando no quarto desesperado.

– Que foi rabicho? Não ve que eu estou tentando dormir? – Sirius resmungou.

– Lupin sumiu – ele disse.

– O que? – James se levantou e olhou pela janela. Já era noite, eles tinham dormido demais.

– Droga, droga droga! – Sirius exclamou. Os três marotos se entreolharam e depois olharam a lua cheia pela janela.- Parece que teremos uma noite agitada hoje garotos

Eles se separaram, cada um pegando uma parte do castelo para vasculhar. James ficou com a floresta proibida. Antes que chegasse lá, ele viu um brilho vermelho passando pelos jardins. Mesmo escondida sob a capa, James reconheceria Lily em qualquer lugar.

– Merda, merda, merda – ele sibilou, tentando passar despercebido por ela.

– James? – ele ouviu a voz de Lily. – o que você está fazendo aqui? – ela se aproximou dele e segurou seu braço.

– Lily agora não – ele disse se desvencilhando dela – Seria o maior prazer do mundo falar com você, em qualquer momento da minha vida, mas não agora, eu não posso.

– Mas James...

– Va para a cama Lily e finga que não me viu. Você pode fazer isso por mim?

Mas ele não esperou pela resposta. Ele saiu correndo para a floresta, o mais rápido que seus pés permitiram.

Lily não pensou duas vezes quando o seguiu de uma distancia segura.

*

James esperou estar bem dentro da floresta para se transformar. Ele adorava a sensação. Peter ainda reclamava, mas James também não gostaria se fosse um rato patrulhando corredores.

Ele se sentia majestoso quando se transformava em um cervo. Sua consciência humana misturada com o instinto animal. Ele ouviu um uivo ao longe, James correu o mais rápido que podia em direção ao som. Ele tinha certeza que Sirius e Peter também tinham ouvido, e estariam indo para lá.

Ele só não previu que mais alguém tinha ouvido. Escondida atrás de uma arvore, estava Lily.

“ É claro.” James pensou “ Claro que ela iria te seguir. James, seu estupido!”

Mas Lily ainda não tinha o visto. Ela olhava, aterrorizada, para a criatura a frente.

*

Lily seguiu o som do uivo. Ela tinha certeza que aquilo tinha alguma coisa a ver com James. Não podia ser pura coincidência.

Acontece que a origem do som não era nem de longe o que Lily estava esperando. Na clareira, sob a lua cheia, havia a criatura mais bizarra que ela já tinha visto. Ele tinha uma forma humanoide, algo entre o lobo e o homem. De seu crânio se alongava um focinho cheio de dentes pontiagudos, suas mãos eram estranhamente grandes, mãos humanas, cheias de garras. O corpo era coberto por pelos. Ele farejava o ar e caminhava cada vez mais em direção a ela.

Ela virou o rosto. Se ele a encontrasse, ela não teria o que fazer. não conhecia nenhum feitiço eficaz contra um lobisomem. O melhor que ela podia fazer era rezar para que ele não a encontrasse.

Foi então que ela viu uma criatura majestosa, parada a poucos metros dela. Um cervo gigantesco, com uma galhada de dar inveja em qualquer outro de sua espécie. Lily podia jurar que o animal a observava. Depois de um momento que pareceu uma eternidade, o cervo se antecipou em direção do lobisomem, o animal o acertou com a galhada, fazendo-o recuar vários metros. O cervo tinha um longo corte na coxa, causado por um galho que ficou em seu caminho.

O lobisomem sentiu o rastro de alguma outra coisa, e depois de um longo uivo, ele decidiu ir atrás. Lily soltou a respiração, aliviada. Ela viu um lobo negro sair da floresta, ele rosnava em direção do cervo. Lily soltou uma exclamação quando o lobo se transformou, em frente de seus olhos, em Siriu Black.

– Você é estupido Pontas? – ele gritava a plenos pulmões com o cervo. – O que deu na sua cabeça de traze-la até aqui? – ele indicou Lily com o braço. - Você sabe como isso é perigoso! O que você queria? Se mostrar para ela?

Para a surpresa de Lily, o cervo de transformou em James. “Eu estou alucinando, só pode” ela pensou.

– Eu não tenho culpa ok? – James gritava de volta – Ela me seguiu!

– Tudo bem, tudo bem – ele disse balançando a cabeça – Eu vou leva-la em segurança até o castelo. Você vá atrás do Aluado, e ve se faz alguma coisa de útil!

James deu um empurrão em Sirius de uma forma nem um pouco amigável, e depois se transformou, correndo para dentro da floresta.

Sirius respirou fundo antes de se virar para Lily, a expressão muito mais calma. – Muita informação para absorver de uma vez só, não é mesmo Evans? – ele disse sorrindo como sempre, o que fez Lily se acalmar.

– Nem me fale – ela respondeu, aceitando a mão de Sirius para se levantar. – Então, você e James são animagos?

– Sim – ele suspirou – e acho que não há mais motivo para esconder o resto. Peter também é, ele é um rato. E Lupin, bem, ele é o lobisomem.

– Oh – Lily disse – e vocês estavam protegendo ele?

– Mais ou menos – Sirius sorriu daquele modo que fazia todas as garotas derreterem. – Nós geralmente ficamos de guarda nas noites de lua cheia, mas hoje dormimos demais e Remus escapou. Estamos em uma missão de resgate.

– Me desculpem por ter atrapalhado – Lily se sentia culpada.

– Eu queria poder dizer que você não atrapalhou, mas... – ele riu quando Lily olhou para ele envergonhada – fique tranquila, você pode compensar aceitando sair com James.

– Com Potter? Nem pensar! – ela exclamou.

– Ah, qual é Lily, você gosta dele. – Sirius sorriu.

– Não, eu não gosto! – ela exclamou.

– Eu aposto cem galeões que vocês vão se casar um dia – ele disse.

– Apostado – Lily disse. Os dois apertaram as mãos.

– Então, como vai a poção? – ele perguntou, mudando de assunto.

– Bem, na verdade, eu vim colher os últimos ingredientes hoje. Semana que vem ela vai estar pronta. Já consegiu o seu cabelo?

– Já – ele sorriu orgulhoso – E James também. Estamos prontos, como o planejado.

Quando eles chegaram a sala comunal encontraram Remus, James e Peter. James estava jogado no chão, de barriga para cima, respirando ruidosamente. Peter estava na poltrona, e Remus segurava um pano ensanguentado contra o rosto.

– Que merda aconteceu aqui? – Sirius perguntou. – Não acredito que se divertiram sem mim!

– James deu uma galhada no rosto de Remus. Vai ficar a marca – disse Peter, sorrindo.

– Bem feio não? – Lupin disse mostrando dois grandes cortes que passavam pela bochecha e terminavam no queixo.

– Ugh – disse Lily. Os três a olharam, como se só agora notassem sua presença.

– Evans – disse Potter se levantando. – Você poderia ter morrido hoje.

– Eu sei – ela abaixou a cabeça, envergonhada. Nunca tinha ouvido Potter falar tão sério. Ela se sentiu como uma criança – Me desculpem.

– Eu não consigo ficar bravo com você. É um dos meus defeitos – ele disse segurando o rosto dela – Nunca mais me assuste desse jeito.

Ele virou as costas e mancou escada a cima. Sirius foi até ele, e sem dizer uma palavra, passou o braço de James por seu ombro, e ajudou o amigo a caminhar até a cama.

– Bom, eu vou dormir também – anunciou Peter – você vai ficar bem, Lupin?

– Vou – ele disse. – Já cobri todas as janelas e não acho que vou conseguir dormir essa noite.

– Se isso te consola, nem eu – disse Lily sentando-se ao lado de Remus.

– Me desculpe por isso. – ele disse de cabeça baixa.

– Ei, tudo bem. Eu fui bem enxerida, não foi sua culpa. – ela sorriu.

– Mesmo assim, eu poderia ter te matado... eu...

– Shii – ela disse docemente. – deixe-me ver – ela tirou a toalha do rosto de Remuns, examinando o machucado com mais calma.

– Qual o veredito doutora? – Remus perguntou – eu não vou poder ir para a enfermaria, como vou explicar isso? Meu amigo que é um animago ilegal enfiou suas galhadas em mim na minha forma de lobisomem enquanto ele tentava proteger a mulher da vida dele? Não parece muito convincente, mesmo sendo a verdade.

Lily ignorou a parte que Remus a citou como a mulher da vida de James.

– Eu tenho uma poção que pode melhorar isso – ela disse. – Vai ficar com cicatriz, não tem jeito, a não ser que você queira ficar uma semana no quarto, o que não é uma opção. É uma poção de difícil preparo, mas por sua sorte, eu fiz na ultima aula do Slughorn e ele me deixou ficar com ela.

– Não tenho problemas com a cicatriz – ele disse. – vai me lembrar a ser mais cuidadoso.

– Bom, então vai ser uma noite difícil. – ela disse quando voltou de seu quarto com um pequeno pode de vidro, cheio de um liquido dourado.

– Para fechar com chave de ouro – Remus sorriu.

– Esse é o espirito. – Lily disse, aplicando o conteúdo no machucado.

Remus reprimiu um grito e apertou o braço do sofá.

– Shh. Está quase lá – ela disse maternalmente. Depois de passar o medicamento, Lily colocou uma gaze e prendeu com esparadrapos.

– Prontinho – ela disse. – fiz tudo o que podia. – Agora você vai ter que esperar até de manha para tirar o curativo. Está doendo?

– Um pouco – ele disse com uma careta – Arde. Mas eu consigo aguentar.

– Assim que se fala – Lily sorriu.

– Lily, posso te perguntar... Porque você está sendo tão legal comigo? Quero dizer, a reação das pessoas quando descobrem o meu segredo geralmente é se afastarem de mim, tirando os garotos... O fato é, eu sou uma aberração Lily, porque você que ser amiga de um monstro?

– Bom, nem todo mundo quer ser meu amigo, eu te entendo – Lily disse apertando a mão dele.

– Não querem ser seus amigos? Você é maravilhosa Lily, gentil e doce, e além de tudo, linda. Porque, pelas barbas de Merlin, alguém não gostaria de ser seu amigo?

– Porque sou uma sangue ruim – ela disse, usando a expressão mais rude para uma nascida trouxa. – Eu também te acho incrível Remus, porque alguém não gostaria de ser seu amigo?

– Estamos no mesmo barco – ele sorriu. A dor na bochecha tinha começado a se transformar em um formigamento muito incomodo.

– Estamos. – ela sorriu. E naquele momento, ambos Lily e Remus sabiam que podiam contar um com o outro. Nada une melhor uma amizade do que problemas em comum.


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Notas finais do capítulo

reviewws please gente! ignifica muito pra mim!