Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 58
Christmas Night


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem quem voltou? :D Depois de tanta demora, estou de volta (e agora é pra acabar de vez).
Eai pessoal, como é que vocês estão? Passaram de ano? Há quanto tempo, mds... Estava morrendo de saudades!
Queria agradecer imensamente á todos vocês pela compreensão (e caso vocês queiram saber, acertei 70% da prova na ETEC! Uhul!)
Ahh, e um milhão de beijos para a fofa da Maloh, por ter feito um vídeo em homenagem á fic: https://www.youtube.com/watch?v=y5fXj07UwUg&feature=youtu.be Muito obrigada mesmo :3
Caso vocês tenham se esquecido do que está rolando, aconselho a relerem o finalzinho do capítulo anterior, pra não ficarem perdidos. Beijos!



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POV Marshall

Sobre eu tentar segurar Marceline, a fera histérica: Péssima ideia; ela virou uma onça depois que a Fionna soltou a notícia. Se bem que eu já esperava isso dela.

– Ok, tá legal – Fi respirou fundo – É agora.

– Sério, eu ainda vou ter um enfarte por causa de vocês! – Marcy, que já estava irritada, bufou.

– Eu estou com medo de uma esquelética? – Ri, nervoso – É sério isso?

– Quer parar e desembuchar logo de uma vez? – Ela suplicou

– Tudo bem – A coelha sorriu e anunciou, pra o espanto geral – Gente, eu estou grávida.

– O que? – A vampira gritou, se debatendo – Quantas vezes eu não disse pra vocês usarem a porra da camisinha? Por glob! Será que é tão difícil assim? Cadê a responsabilidade? Eu...eu... vou... matar vocês dois – Fechou os olhos e cerrou os punhos

– Por favor, não surta – Por um milésimo de segundos baixei a guarda e soltei seu braço – Veja pelo lado bom, você vai ser titia!

– Tia é o cassete, eu vou te esfolar! – Então, na velocidade da luz, aquela louca voou em cima do meu pescoço, me derrubando no chão.

Ela parecia um Pit Bull raivoso, eu tentava conte-la, mas mal conseguia continuar respirando. De onde aquela anoréxica anêmica tira tanta força eu não sei, mas se ninguém tirar ela de cima de mim, Violet (ou Mel) e Arthur (Ou Peter, ou Charlie) vão virar órfãos antes mesmo de nascer.

Por um milagre divino, Chris levantou o rabo do sofá e Jake resolveu largar seu querido tender pra me salvar. Finn parecia estar se divertindo bastante ao me ver sendo estrangulado, já que não moveu um músculo sequer pra tentar ajudar.

Graças aos dois, meu pulmão encheu de ar novamente e Marcy foi suspensa pelos dois braços, se debatendo no ar, á três palmos do chão e sendo levada pra longe de mim, xingando o mundo até se acalmar.

– Alguém... me dá... um copo d’agua... por favor? – Implorei arfando, quase morto no chão.

– Isso tudo porque vocês ainda nem disseram que são gêmeos – Cake me estendeu um copo.

– Gêmeos? – Marcy berrou do outro lado da sala. Agora ela já não está mais tão calma.

Quando percebi que ela estava começando a se erguer e que não havia ninguém a segurando, me levantei o mais rápido que pude e comecei a me afastar. A medida em que ela se aproximava, mais distância eu tomava, até que eu comecei a correr e ela passou a me perseguir pelo apartamento. Ela pode ser mais forte, porém eu sou mais rápido.

Fail!

Minhas costas receberam uma voadora e o chão veio ao meu encontro. Tudo preto, de repente abro os olhos e todos estão ao meu redor.

– Você tá bem? – Fionna indagou

– Quem não está bem sou eu – Marceline resmungou ao fundo.

– Aqui dói? – Babi, a médica tocou minha testa.

– Ai! Dói! – Levei a mão até o ferimento. Era um galo enorme.

– Dramático – Marcy bufou

– Não é drama, ok? – Respondi miando, como uma criança prestes a chorar – Você é medonha e eu quase morri! Tá tentando me matar, é?

– Pior que estou! – Ela revirou os olhos – Você é inacreditável. Não basta ser negligente e fazer filho, tem que ser dois de uma vez!

– Eu caprichei – Dei meio sorriso, ela me fuzilou com o olhar.

– Vamos nos acalmar, pessoal, hoje é natal – Flame disse – Paz, amor e tutti-frutti.

– A ruivinha tem razão – Finn pegou o casaco – Eai? Quem quer brincar na neve? – E olhou diretamente pra Beemo, que logo abriu um sorriso.

– Ahh, agora é assim? – Indaguei, revoltado – Essa maluca aqui quase me mata e ninguém liga? Vão todos brincar na neve? Claro que não, e a Fi tá grávida, caso vocês já tenham se esquecido.

– Nobody yes door – Fionna, junto com todos ignoram meu drama e começam a apanhar seus casacos de frio.

– É, vamos fazer um boneco de neve! E uma guerra de neve! E um castelo enorme! – BMO dizia eufórico, como se alguém tivesse perguntado. Nobody yes door pra você também, pirralho!

– Você vem ou vai ficar aí com cara de bunda? – Fionna virou seu olhar pra mim.

– Vou ficar com cara de alguém que foi estrangulado e torturado pela irmã, abandonado pela família e ignorado pelos amigos – Cruzei os braços e me encostei na parede.

– Tanto faz - Ela deu de ombros e apagou a luz do corredor em que eu estava – Só tome cuidado com o fantasma do corredor... – Riu, fazendo aquela voz grave de narrador de história de terror.

– Pode parar, sua débil mental! – Me levantei – Espera aí, deixa eu pegar minha jaqueta.

– Cagão – Ela riu e jogou minha jaqueta jeans – Vem rápido, você vai perder a diversão.

– Olha a minha cara de quem está se divertindo – A encarei

– É pra hoje, Marshall? – Finn gritou da sala – Anda logo!

Cruzei os braços, bufei e revirei os olhos, sendo arrastado pela coelha. Pensando bem, eu não levo mesmo jeito pra ser pai. Eu pareço mais uma criança.

(Nota: Ele só percebeu isso agora)

Fui rebocado até a sala e empurrado até a porta. Cake abriu e deu de cara com uma surpresa não muito agradável. Sim, ele mesmo.

– Não está uma bela noite hoje? – Gumball abriu um sorriso

– O que você quer, seu babaca? – Cake franziu o cenho

– Nada, oras... – Ele levantou as mãos – Só vim desejar um feliz natal para os meus vizinhos favoritos.

– Tire seus pés da minha casa antes que eu quebre sua cara – Ela o empurrou

– Calma, gatinha – Ele debochou

– Gatinha? – Marcy se virou pra ele – Gatinha?

– Olha só quem resolveu se meter – Ele riu – A vampira vadia! Cadê seu irmão?

– Escuta aqui, seu filho de uma... – Marcy começou a se aproximar da porta, mas eu a barrei.

– Não, Marcy – A segurei – Não vale a pena.

– O vagabundo tem razão – Gumball provocou – Não vale a pena gastar sua força de mosquito comigo. Vai machucar sua mãozinha, princesa.

– Cala essa boca, vai embora – Flame surgiu das cinzas – Não me faça perder minha paciência com você.

– Puxa, que medo – Ele gargalhou – Vocês são patéticos. É ridículo o fato de que tod...

Ele teria terminado a frase se a Marceline não tivesse enfiado a mão dentro daquela fossa. Literalmente, seu punho entrou dentro da boca dele.

– Você é doida, sua retardada? Olha o que você fez! – Ele disse apontando pra boca cortada – Ai meu Glob, meu dente! Cadê?

– Serve esse? – Ela estendeu a palma da mão e lá estava ele: um pedaço de incisivo branquinho e ensanguentado – Eu vou te fazer engolir se você não sumir em três... dois...

Ele foi dando passos pra trás, enquanto segurava o maxilar e a praguejava de todas as maneiras possíveis. Eu não consegui conter o riso, e logo depois todos começaram a chorar de rir também. É lógico que isso incentivou mais ainda o ódio na mente daquele doente, mas eu simplesmente não consigo levar ele á sério com aquele dente quebrado. Convenhamos, foi engraçado.

Não que vocês estejam se importando muito, mas Gumball quebrou o maxilar e foi parar no hospital. Fiquei mais preocupado com a Marcy, que cortou a mão e foi jurada de morte pela milésima vez. Guardei seu incisivo como uma recordação maravilhosa desse dia.

A cara que ele fez ao ser esmurrado foi impagável.

A noite seguiu tranquila depois disso, fomos até a praça, fizemos uma guerra de neve. Considerei o sorriso de Beemo e o brilho em seu olhar como um presente. É incrível como as coisas mais simples podem significar tanto!

Meu coração se encheu ao ver Finn construindo um boneco de neve com o irmãozinho, seguido de um abraço. Flame chegou em seguida, bagunçando-o o cabelo e dando um beijo na bochecha.

Me senti cada vez mais seguro de que uma criança na minha vida não vai ser nenhum problema, mas sim uma solução. Você tinha razão, pai, os céus tem mesmo um plano pra mim.

– É lindo, não é? – Fionna sentou ao meu lado – Sabe... por muito tempo, isso foi tudo o que eu sempre quis.

– Uma... família? – Indaguei, ela encostou sua cabeça em meu ombro – Faz tempo que eu não sei o que é isso. Você sabe, desde que meu pai...

– Não precisa falar disso agora – Ela interrompeu – Olhe em volta. O que você vê?

– Eu vejo o Finn com a Flame, brincando com Beemo... Chris, Babi e Jake decorando a árvore... Marcy e Cake fazendo pedidos para as estrelas – Disse sorrindo – Vejo você, carregando nossos filhos consigo – E então a beijei, repousando a mão em sua barriga.

– Somos uma família – Ela sorriu e voltou a encostar-se em mim. Passei meu braço por seu ombro – Não existe nenhum lugar no mundo que eu queira estar, além de aqui e agora.

– Fi... eu quero te perguntar uma coisa – Disse colocando a mão direita no bolso do casaco, um pouco constrangido. Isso é novo pra mim.

– Diga – Seu olhar veio de encontro com o meu.

– Eu preciso oficializar isso de uma vez – Ajoelhei na sua frente, todos voltaram seus olhares para nós – Fionna Mertens, você me aceita, Marshall Lee Irresponsável Abadeer como seu noivo, pai dos seus filhos e dor de cabeça eterna pro resto da sua vida? – E então estendi uma caixinha com um anel de safira, da cor de seus olhos.

– Ah, mas que droga, Marsh! – Ela se levantou, com uma cara de brava – Eu é quem ia te pedir em noivado, caramba! – Ela disse estendendo uma caixinha com anel de rubi, da cor dos MEUS olhos.

– Quanta originalidade... – Finn revirou os olhos

– Velho, eu precisava gravar isso – Marceline bateu na testa – Esse foi o pedido de noivado mais estranho que eu já vi.

– Marshall Lee Estragador de Planos Abadeer, você me aceita, Fionna Mertens, como sua noiva, mãe de seus filhos e criadora de problemas infinitos pelo resto da vida que nós ainda temos?

– Para toda a eternidade, coelhinha – Sorri, me levantei e a abracei.

Permanecemos daquele jeito por um bom tempo, enquanto Babi fungava e soltava “owns” pra tudo quanto é lado.

– Você ainda não respondeu minha pergunta – Eu desfiz o abraço e olhei em seus olhos marejados – Você aceita?

– É claro que sim, seu boboca irresponsável – Ela sorriu e selou nossos lábios em um beijo.

– Cara, isso foi tão gay que eu até me emocionei – Finn deu meio riso e passou a mão no canto inferior do olho.

– Ai gente, parece que foi ontem que essa molequinha estava correndo só de calcinha na praia, jogando areia em mim – Cake disse a abraçando – Eu queria que você tivesse 6 anos pra sempre... Te proíbo de crescer!

– Obrigada por me constranger na frente de todo mundo – Ela corou

– Ah, eu lembro desse dia – Chris riu – Foi mal ter feito você comer areia naquele dia.

– Você era um pequeno demônio – Cake também riu ao se lembrar – 12 anos depois você vem pedir desculpas?

– Você acha que me empurrou, mas na verdade eu tropecei no meu próprio pé – Fi afirmou – Eu já tinha até esquecido como era bom ser criança.

– Verdade – Eu assenti – Ser criança é tudo de bom... nada de preocupação nem responsabilidade.

– Põe irresponsabilidade nisso – Marcy suspirou – Até hoje ainda não te perdoo por ter estragado o Hambo!

– Eu só estava tentando fazer ele voar – Respondi, como se não fosse nada de mais.

– Quem era Hambo? – Fi indagou

– Era só meu ursinho, amigo, companheiro, tudo... – Ela respondeu – Que esse imbecil fez questão de estragar.

– Aí eu pedi desculpas e essa louca cravou um garfo na minha testa – Ele franziu o cenho.

– Você mereceu – Ela insistiu

– Meu, eu tinha 4 anos!

– Desde cedo estragando minhas coisas – Ela revirou os olhos – Conta pra eles quando você tacou fogo na minha boneca, quebrou meu laptop do Mickey...

– Você nem brincava com aquela boneca do capeta! – Exclamei – Deixou ela largada, eu quis brincar de bombeiro

– Ateando fogo nela? – Ela indagou – Ótimo bombeiro você foi. E quando tu cortou o cabelo da moranguinho?

– Ela estava com câncer, eu era médico – Cruzei os braços

– O que você fez com o cabelo dela mesmo? – Ela questionou

– Dei pro cachorro comer – Olhei pra baixo

– E o que aconteceu com ele?

– Teve intoxicação alimentar – Respondi baixo

– E morreu – Ela completou

– Ah, você ouviu – Disse irritado.

– Caraca, tu era um pestinha – Finn zombou – E eu achando que era terrível, quando quebrei as duas pernas e os dois braços tentando voar.

– Ahh, eu lembro disso – Jake levou a mão á testa – Fala daquela vez que você deu um nó nas trancinhas da Flame.

– Meu primeiro dia no primário foi um inferno graças á ele – Ela cruzou os braços.

– Também te amo – Ele deu um beijo em sua bochecha.

– Não bastava dar um nó, ele cortou o cabelo dela depois – Ele riu

– E pintou com tinta guache – Ela acrescentou.

– Gente, só eu que sempre fui um anjo? – Cake indagou.

E assim ficamos até altas horas da noite, conversando sobre a infância e relembrando os melhores (e piores) momentos. Minha surpresa foi descobrir que Christian era tão atentado quanto eu. Fico me perguntando quando foi que ele virou esse cara certinho e responsável e eu continuo o mesmo péssimo e odiado de sempre.

A madrugada começava a cair quando resolvemos voltar pra casa.

Meia noite em ponto, algumas luzes ainda piscam na fachada dos prédios e artifícios brilham no céu. Subimos as escadas silenciosamente, pra não acordar os vizinhos e entramos no apartamento, que ficava cada dia mais apertado com o passar do tempo.

Como não havíamos colocado o pé em casa desde o dia da formatura, eu e Marcy resolvemos voltar com a Dona Harvey. É claro que eu arrastei Fionna comigo. É óbvio que valeu a pena. É notório que minhas costas ficaram arranhadas depois disso.

O sadismo da coelha ás vezes me surpreende.

Faltam menos de uma semana para o ano novo. Fico imaginando que o antigo Marshall, de um ano atrás, não seria capaz de imaginar o quanto a vida mudou nesse tão curto período de tempo. Foi o pior, melhor e mais louco ano da minha vida, de todas as formas, graças á Fi.

Agora estou aqui, mais uma vez deitado sob as estrelas, como no começo de tudo. E a solução que eu tanto pedi aos céus está bem aqui, sonhando nos meus braços.

É incrível como essas pequenas coisas são capazes de tornar nossa vida épica.


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Notas finais do capítulo

Fofura mode ON :3
Flw amores, até semana que vem! (Prometo não sumir de novo e.e)