Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 56
Hey, Mom


Notas iniciais do capítulo

Eita, faltando dois minutos pra meia noite! Cheguei a tempo :v Antes tarde do que nunca. Gente, terminei o cap agora, espero que esteja bom. Qualquer erro, me avisem.
Beijos vampirescos, flw!



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POV Finn

Olhos bem abertos, ouvidos atentos. Mãos suando, pernas agitadas e frequência cardíaca acelerada. Talvez eu estivesse só um pouquinho ansioso com os resultados desse teste.

– Parece nervoso, sente-se – O cara do jaleco sorriu e apontou pra cadeira – Quer um copo d’agua?

– Não, obrigado – Me sentei.

– Quer alguma coisa? – Ele disse examinando seu celular

– O envelope – Respondi na mesma hora – Por favor.

– Ah, claro – Ele bloqueou a tela e me fitou. Pegou o envelope de dentro da gaveta e me entregou – Finn Mertens, não é?

– Sou – Disse pegando forte e rapidamente o envelope em minhas mãos. Eu nunca mais vou soltar isso.

– Você vai amassar desse jeito – Ele inclinou a cabeça – Imagino o quanto deve ser importante pra você, mas... ninguém vai roubar, não. Sabe, não é a coisa mais valiosa do mundo.

– Pra mim é – Apertei mais forte – É meu futuro.

– Boa sorte, então – Ele riu como se eu fosse maluco.

– Obrigado – Agradeci e dei as costas.

Tenho a impressão de que, quanto mais você quer alguma coisa, mais a outra pessoa vai enrolar para poder te dar. É a lei da vida.

Flame me esperava impaciente na sala de espera. Quando me viu, abriu aquele riso fofo com covinhas e veio em minha direção. Mostrei o envelope e sorri, como se ele fosse um prêmio ou algo tão valioso quanto.

– Não vai abrir? – Ela indagou

– Ainda não – Inflei o peito de ar – Vou esperar pra abrir junto com a Rosalie.

– E se der negativo? – Ela questionou, apreensiva

– Aí vai ser mais uma decepção que eu vou ter que lidar – Selei nossos lábios – De qualquer forma, a Rosalie vai continuar sempre sendo uma mãe de consideração pra mim.

– Que fofo – Ela passou a mão em minha bochecha – Vai dar tudo certo.

– Espero que eu possa tirar ela de lá até o natal – Sorri confiante

– Como você pretende fazer isso? – Ela abriu a porta

– Eu só preciso de um mutirão – Respondi – Algumas assinaturas, gente pra me ajudar a alegar que ela não é maluca. O que fizeram com ela foi desumano, aonde é que já se viu prender uma pessoa por mais de 20 anos sem ela ter feito nada?

– O meu apoio você tem – Ela beijou minha testa – Tenho certeza que nossos amigos não vão medir esforços pra entrar nessa também.

– Que Glob que ouça.

E ouviu. Em menos de uma semana Marshall, Fionna, Cake, Marcy, Jake, Harvey, Flame, Chaz, Christian e Bárbara (que não tinham nada a ganhar) resolveram entrar na briga com a justiça, contra o sanatório e o Mertens, com um abaixo-assinado. Todos alegaram que ela já havia passado tempo demais lá, por um crime que ela não cometeu.

Afinal, Rosalie não era um perigo á sociedade, era uma mulher normal que foi injustiçada. Só faltava provar. E como eu provaria era simples: Mostrando que eu era realmente filho dela, e todas as coisas que ela disse sobre Mertens no passado eram verdade.

O último dia dela no sanatório havia chegado. Estávamos todos sentados na mesa do fórum, onde eles tratavam desses assuntos de justiça. Minha mãe estava lá, linda com aquele sorriso encantador, mas tão raro de se ver. Estar em plenos 40 anos, mas com rosto de 28 não é pra meros mortais.

Ah, todos os meus amigos e família estavam lá também, me encorajando. Sou eternamente grato pelo o que eles fizeram e fazem por mim, eu não mereço, eles são incríveis. Mertens também estava lá, e me encarava com uma cara nada boa.

– Finn Mertens, você entende que essa acusação contra seu pai, Sr. George Mertens, é algo muito sério? Você vai estar arruinando uma vida, caso isso não seja verdade – O cara de terno disse, sério.

– Tenho plena ciência disso – Respondi mais sério ainda, com um terno tão sério quanto, numa cena tão séria que me dava até frio na barriga – A única vida arruinada aqui foi a da Rosalie. Ela passou 20 anos de sua vida dentro de um hospício, privada de ver o mundo e separada do filho. Isso sim, é que é arruinar uma vida, o resto não é nada.

– As acusações que ela fez á 20 anos, contra seu pai foram gravíssimas. Foi um absurdo, coisa de gente louca. Ela mesma provou pra todo mundo que havia perdido sua sanidade – Uma espécie de defensor mentiroso e cretino, conhecido como advogado do Mertens retrucou.

– Bem, que eu saiba, tudo o que ela disse á 20 anos atrás sobre o seu cliente, meu pai, estão se mostrando verdade agora – Fionna defendeu – Uma denúncia anônima já provou que ele foi responsável por lavagem de dinheiro, corrupção, desvio de verba... Tudo o que “a louca” disse se provou verdade.

– Ela também o acusou de tentativa de homicídio, alegou que ele tentou matar ela e seu filho. Isso ela não tem como provar – Ele negou com a cabeça – Ninguém em sã consciência diria uma coisa dessas, se não fosse verdade. Ou ela é uma tremenda mentirosa, ou está ficando louca.

– Nenhuma das duas. O único mentiroso aqui é o Mertens – Alegou Flame – Além de mentiroso, é incompetente. Tentou miseravelmente matar o próprio filho, mas falhou. Temos a prova viva aqui, agora.

– Eu sou o filho do Mertens com a Rosalie – Ergui a cabeça – E não vou medir esforços pra tirar minha mãe daquele hospício e acrescentar uns bons 15 anos a mais na sentença do Mertens, por calúnia, difamação e por ter arruinado duas décadas de uma vida inteira.

– E como é que você vai provar? – Ele ergueu a sobrancelha.

– Com isso – Coloquei o teste de DNA do cretino (Capítulo 28 - One More Mertens) – E com isso aqui também – Coloquei o teste da Rosalie, ainda fechado em cima da mesa.

– Envelopes? – Ele ergueu o olhar como se fosse piada.

– Testes de DNA – Cake corrigiu - Abra e veja com seus próprios olhos.

– Fim da linha pro seu cliente – Marshall cruzou os braços.

O promotor olhou pro Juiz, que olhou pro advogado, que olhou pra mim. Todos se entreolhando e ninguém dizendo nada. A discussão acabou, e agora o silêncio preenche toda a sala.

O juiz pegou o envelope em suas mãos e o abriu. Leu, subiu o olhar e olhou bem no fundo dos meus olhos, depois desviou o olhar para o papel novamente. Meu coração batia mais forte do que nunca, Flame segurou forte minha mão, quando ele finalmente disse sua palavra final e bateu com o martelo na mesa.

E este era o veredito: Eu mal podia acreditar no que meus ouvidos acabaram de ouvir, meu cérebro ainda estava processando aquilo. Deus, isso é mesmo real?

POV Sem Nome

Sou uma nova vida. Uma consciência.

Tudo o que eu conheço é esse lugar... tão calmo e silencioso. Apesar de pequeno, confortável. Uma doce, morna e delicada casinha, em que eu me encontrava.

Passara o dia inteiro brincando minhas novas mãozinhas, mas ás vezes podia escutar uma bela voz, cantando lá fora, conversando sozinha, conversando comigo e com os outros. Eu não sabia como era seu rosto, mas tinha consciência de que era a coisa mais bonita que eu um dia irei ver. Estou louca pra conhecê-la.

Há também um herói lá fora, que falou bastante sobre mim esta semana. Posso sentir o amor e ternura em sua voz, que ás vezes pode ser grave e imponente, pronta pra me proteger de qualquer coisa. É um tanto irresponsável, tenho que concordar, mas tem um bom coração e intenções melhores ainda. Marshall é seu nome.

Sinto que estou em um bom lugar, e seja lá quem me colocou aqui, foi com a melhor intenção possível. Apesar de constantes ameaças, me sinto segura aqui dentro.

Você já deve saber quem eu sou, mas caso não saiba, posso assegurar: Não fui um acidente, mesmo que todos pensem que sim. Ninguém está aqui sem um propósito, eu imagino.

Estava tudo muito bem até minha mãe começar a ficar nervosa e sentir vontade de vomitar. Ela está super preocupada e tensa ultimamente, sinto muito estar causando isso nela, não é proposital. Parece que todo mundo está nervoso lá fora, o clima tá crítico, vou ficar quietinha aqui, espero não estar incomodando meu vizinho (que é muito espaçoso e folgado!).

– Você tá legal? – Marshall questionou baixinho á mamãe. Ela não respondeu

– Aguenta mais um pouco aí, Fi – Uma voz familiar feminina pediu.

Um homem com voz madura disse algo que deixou todos em silêncio. Não sei o que significa, mas parece importante. Vou parar pra escutar.

POV Rosalie

– Muito bem – Foi o que ele disse, encerrando aquilo tudo – Rosalie, você está livre.

– Eita – Beemo deixou escapar, mas logo levou a mão a boca, porque prometeu ficar quietinho.

– O-o que? – O advogado do Mertens silabou, incrédulo.

– Ela tá livre, panaca! – Marceline abriu um sorriso.

– Na sua cara! – Marshall apontou com os dois dedos indicadores no rosto do advogado.

– Acho que eu vou vomitar – Fionna serrou os cílios

– Meeeu! – Flame abriu um sorriso enorme, cutucando Finn com o cotovelo. O mesmo parecia tão incrédulo quando o advogado - É isso mesmo, produção?

– Ordem – O juiz bateu o martelo, sério.

– Perdão, vossa excelência – Cake disse, sem conter sua euforia – Pode repetir, por favor?

– Senhorita Rosalie está livre – Ele repetiu – Acrescento 10 anos de prisão na pena á George Mertens. Vossa senhoria pode voltar para sua cela.

– Tá que o pariu – Marshall deu um riso debochado para o advogado.

– E para o Sr. Marshall Lee Abadeer e Srta. Marceline Abadeer, multa por desacato. Isso é um fórum, não a casa de vocês – Ele continuou.

– Que frescura – Marsh revirou os olhos.

– Cala a boca, imbecil – A irmã o beliscou.

– Caso encerrado – Ele bateu o Martelo uma última vez e se levantou.

Logo depois todos se levantaram, Mertens foi conduzido de volta ao presídio e todas as cordialidades foram feitas.

Finn foi o último a se levantar, com a ajuda de Flame. Ele parecia ainda não acreditar. Eu também estava incrédula quanto o mesmo. Ele não conseguia conter o sorriso, quando os promotores, advogados, juiz e réu foram embora, restando apenas todos nós naquela sala silenciosa. Marshall foi o primeiro a quebrar o silêncio.

– Isso daria uma puta história – E sorriu – Vamos comer uma pizza?

– Eu devo estar sonhando – O loiro disse rindo pro nada, ignorando o comentário do vampiro – Nada nunca deu certo na minha vida.

– É até estranho quando o destino caminha ao seu favor, mas você não desiste – Fionna lhe deu um abraço – Parabéns irmão, você merece.

– Parabéns, sogrinha – Flame me cumprimentou e me abraçou – Tudo dará certo a partir de agora.

– Obrigada - Retribui o abraço – Deus lhe ouça, querida.

Logo, todos estavam abraçando, parabenizando e festejando a mim e meu filho. Essa é a melhor coisa que já aconteceu comigo. Finn não conseguia conter o sorriso, acho que nunca o vi com essa expressão e brilho no olhar. É a primeira vez que eu o vejo realmente feliz.

Por fim, ele me abraçou; mas não foi um abraço triste e cheio de choro, como no sanatório. Aquilo era um abraço feliz, com lágrimas de felicidade. Aquele abraço me preencheu por completo, eu poderia ficar ali pra sempre, sentindo o calor e o cheiro da coisa que eu mais amo no mundo, que eu julguei ter perdido á tanto tempo e que agora finalmente voltou pra mim.

Eu prometo nunca mais o deixar partir.

– Eu te amo, mãe – Ele me apertou mais forte.

– Também te amo – O segurei – Meu filho.

Fionna, a doce menina chorona deixou escapar uma lágrima do canto do olho. Todos estavam felizes, mas nenhum estava tanto quanto eu. Minha alegria quase não cabia em meu peito e transbordava sem parar pelos olhos.

Peguei o papel em minhas mãos, e nele estava escrito, com letras grandes e em negrito, para minha alacridade: Positivo.

...

– Vamos pra casa – Cake sorriu, enquanto caminhávamos pela rua – Mais uma passageira a bordo.

– Precisamos de um apê maior – Fionna comentou

– Eu ajudo – Marshall se ofereceu – Consegui uma vaga no pub do Jake

– Começamos amanhã – Jake deu um tapinha em suas costas – Vamos ver quanto tempo você aguenta sendo responsável.

– Eu posso tentar – Ele disse como se fosse facílimo

– Quero ver conseguir – Fionna riu em tom de provocação

– Não é todo mundo que recebe uma puta mesada do pai, todo mês – Ele alfinetou – Pelo menos eu estou tentando.

– Vou tocar amanhã em um festival de fim de ano, pra arrumar uma grana – Marceline disse – Vai ser legal se vocês aparecerem por lá.

– É bom saber que eu não sou a única que trabalha aqui – Cake sorriu – Toda ajuda é bem vinda.

– Os dois podiam tentar como musicistas – Fionna sugeriu – Vocês mandam muito bem.

– Modéstia parte, eu sou um mito como baixista – Marshall se gabou – E minha voz sexy, sem se fala.

– Convencido – Marcy subiu o olhar – Se você é tão fodão, porque não me dá uma força lá na festa? Além de ganhar dinheiro ainda se promove.

– E eu vou ser o vocalista? – Ele questionou ou afirmou?

– Segunda voz

– Vocalista

– Fica no baixo então

– Já falei – Ele cruzou os braços.

– Façam um dueto, pronto – Fionna encerrou a discussão – Seus crianções, só têm tamanho.

– Falou a menina que chora por tudo – Marshall bufou

– Macarronada ou comida japonesa? – Cake pôs uma pedra na discussão

– Sorvete! – Beemo e Finn exclamaram

– Como sou eu que estou dirigindo hoje, eu é quem escolho o lugar – Babi destrancou a picape – Vamos pra casa do Chris.

– Não é querendo incomodar vocês, mas estou exausta, tive o dia mais intenso da minha vida em anos – Pedi, calma – Será que a gente poderia ir direto pra casa agora?

– Você é quem manda – Cake consentiu – Bora todo mundo lá pra casa, vamos rachar uma pizza.

– Fechou – Marshall entrou no carro.

Logo após, estávamos todos já instalados no apartamento, que não era muito grande, porém era adorável e bem arrumadinho. Bem a cara da Cake, a gata-humana que adora coisas fofas, felpudas, coloridas e “kawaii”.

Fionna, que era muito gentil, me apresentou o quarto em que eu ficaria, até que arrumássemos um lugar maior. Ele era amplo, as paredes recém-pintadas de azul bebê e decoradas com luzes de natal, sob uma estante de livros; sua grande maioria de aventura, fantasia e romance, o que me fez concluir que ela era além de pura, sonhadora.

Havia uma janela de frente para a avenida, onde eu podia ver as luzes da cidade e ao fundo, uma ponte, que emenda em um túnel, que faz ligação ao lado nobre. Respirei o ar puro e agradeci mais uma vez por estar livre, pois já havia me esquecido de como a cidade fica linda a noite.

Neste exato momento Finn está dormindo, com a cabeça repousada no meu colo. Eu passava a mão em seus cabelos, enquanto ele sorria sutilmente, sonhando como uma criança. Assistíamos todos pela centésima vez Grinch (aquele filme natalino que reprisa todo final de ano), enquanto a neve começava a bater na janela.

Faz frio lá fora... mas meu coração nunca esteve tão quente.


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Notas finais do capítulo

Nhom, achei essa parte tão linda :')
O que acharam do cap? Huehu Mertens se fodendo mais uma vez.. adoro!
Beijão, até a próxima quinta amores.
Ps: E aquele POV desconhecido? :v Sim, é isso mesmo que vocês estão pensando cl: