Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 55
Dad Or Not?


Notas iniciais do capítulo

Eai, tudo de boa na lagoa? Suave na nave? #Parei
Madrugando de novo pra escrever, só pra variar. Pelo menos consegui terminar o cap a tempo dessa vez o/
Beijão, flw!



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POV Fionna

Eu sentia meu estômago embrulhando, mas não era nada tão grave assim, pra eu ter que ficar deitada com todos ao meu redor.

Marshall estava demorando tanto pra voltar que eu já estava começando e a ficar preocupada. Quando eu ia pedir pra que Finn, Jake ou Chris fossem atrás dele, o mesmo abriu a porta devagar e entrou. Sua expressão indicava pânico, ele não conseguia disfarçar.

– O que houve? – Cake foi a primeira a cobrar satisfações.

Ele não respondeu, apenas deixou a sacola da farmácia em cima da mesa e se dirigiu ao banheiro, sendo seguido e interrogado por Marceline:

– Porque demorou tanto? Porque está todo suado? Que cara é essa?

Mas ele permaneceu calado. Voltou depois de alguns minutos e ajoelhou ao meu lado

– Ela está melhor? – Ele indagou pra ninguém em específico, colocando a mão em minha testa – Pelo menos está sem febre.

– Vomitou um pouco, mas agora está mais calma – Flame respondeu

– Ela deve ter tido alguma reação ao macarrão, queiro ou laranja, quem sabe – Babi, a médica, disse.

– Era só o que me faltava, ver você doente agora – Ele se levantou.

– Eu estou bem, foi só um enjoo normal – Me levantei também – Não precisa disso tudo, obrigada.

– Aonde você estava? – Cake voltou seu olhar pra Marshall, que parecia preocupado.

– Na farmácia – Ele respondeu, sem esboçar nenhuma expressão.

– Porque demorou tanto? – Marcy questionou

– A fila estava grande – Ele disse indiferente, sentando-se no sofá.

– E essa cara pálida? – Flame se juntou ao interrogatório

– Minha cara sempre foi assim – Ele curvou os ombros, com o olhar perdido – Pálida.

– Você parece nervoso – Eu disse – Não aconteceu nada mesmo?

– Estou normal – Ele disse em tom baixo – Se houvesse algo pra dizer, eu diria.

– Porque não quer contar? – Finn também estava interessado

– Contar o que? – Marshall respondeu como se estivesse sendo acusado de algo

– Sua cara não mente – Jake cruzou os braços – Ao contrário de você.

– Conta logo, meu! – Até Chris perdeu sua paciência infinita.

– Não é nada, droga! – Ele franziu a testa – Isso é um interrogatório, ou o que? Vocês deveria estar cuidando da Fi.

– Ela está bem – Marceline respondeu – Já você...

– Desembucha – Cake pôs a mão na cintura, como uma mãe furiosa que espera por explicações.

Todos estavam ao redor de Marshall, esperando pela verdade, inclusive eu.

– Não quero preocupar vocês – Ele fechou os olhos

– Tarde demais – Eu disse – O que quer que seja, conte.

– Tá, tudo bem – Ele suspirou – É o Gumball

– Estava bom de mais pra ser verdade – Finn revirou os olhos – Tinha que ser.

– Ele está aqui, no apartamento ao lado – Ele continuou pausadamente – Com a Bonnie.

– Não, espera aí, como é que é? – As palavras saíram como água pelo cano – Com a Bonnie?

– É, com a Bonnie! – Ele repetiu impaciente – Aquele doente fez a cabeça dela, a convenceu a nos odiar também. Agora ela tá quem nem ele, e jurou que eu ia morrer. Resumindo: Ela quer me matar também.

– Mas que droga – Marceline berrou, jogando algo na parede e gritando no travesseiro, com o rosto pressionado contra ele.

– Eu tenho vontade de matar esse Gumball – Cake levou as mãos á testa – Mas aí eu me juntaria ao grupinho de assassinos dele.

– O que está havendo? – Babi era a única que não entendia nada ali.

– Depois eu explico – Christian repousou sua mão no ombro dela – É melhor nós irmos?

– Acho que sim – Cake pegou as chaves – Gumball já consegiu estragar o resto da noite, sinto muito.

– Tudo bem... na verdade, nada bem, mas... – Chris tentou dizer algo, porém desistiu – Até logo, eu ligo amanhã.

– Ok – Ela abriu a porta para os dois – Se cuidem.

– Vocês também – Ele lhe deu um beijo na bochecha e deu as costas – Qualquer coisa, podem me ligar.

– Espere, acho que vou também – Jake pegou o casaco – Lady vai ficar preocupada se eu chegar ainda mais tarde.

– Acho que vou ficar aqui, com Finn – Flame disse num tom meio triste – Se estiver tudo bem pra Cake

– Fiquem á vontade – Ela respondeu sem muito ânimo – Até mais, Jake.

– Fiquem com Deus – Ele se despediu

– E você vá com Ele – Ela lhe deu um abraço.

Jake se juntou a Chris e Babi, os dois desceram as escadas e eu pude escutar o barulho da picape dando partida lá embaixo.

A felicidade se fora, dando lugar á um clima de enterro novamente. Todos estavam em silêncio, exceto por mim, que não conseguia parar de vomitar no banheiro.

– Acha que ela vai ficar bem? – Marshall quebrou o silêncio

– Deve ter sido só uma má digestão, ou reação á minha comida – Marcy respondeu.

– Deve ser – Cake não parava de encarar o chão – Ela não é de ficar doente.

O assunto morreu, eu parei de enjoar. Agora estávamos todos calados, sentados no chão da sala. Todos se entreolhavam, mas ninguém sabia o que fazer. Se denunciássemos Bonnie e Gumball por ameaça de morte, nada adiantaria, e nós sabíamos disso, eram dois filhos de papai, ricos e protegidos da justiça. Logo estariam soltos novamente e a vingança seria mil vezes pior.

Senti vontade de chorar, mas me contive. Abracei Marshall e ele me retribuiu. Era bom sentir o calor de seu corpo, seu cheiro e sua respiração. Era tranquilizante sua voz dizendo que tudo ia acabar bem.

Não sei quanto tempo ainda vou ter ao seu lado, e isso me parte o coração.

Ele me puxou para o seu colo e começou a cantar a música que ele me fez, no dia do festival na escola. Tive saudades daquele tempo, em que nós podíamos viver juntos, em paz, quando eu não tinha preocupações, quando eu não me perguntava “será que ele vai estar aqui amanhã?” ou “ele vai ficar bem quando eu não estiver por perto, pra protegê-lo?”. Essa dúvida estava me matando por dentro.

A verdade é que eu estava morrendo aos poucos. Eu não queria sair de seus braços nunca, porque ali era meu lugar, pra sempre. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, e junto com elas vieram várias. Acho que ele estava se segurando pra não chorar também.

Fechei os olhos e adormeci ali mesmo, no tapete da sala, nos braços de Marshall, ao som de sua voz.

POV Marshall

Eu ainda cantava baixo quando ela adormeceu. Era uma pequena satisfação vê-la dormir daquele jeito, com uma expressão tão calma. Senti que eu estava segurando as duas vidas mais importantes do mundo em minhas mãos. Eu espero não estar viajando, mas essa ideia de mais um na família está começando a me assustar agora.

Me levantei com ela ainda em meus braços e a conduzi até seu novo quarto, a cobrindo e depositando um beijo de boa noite em sua testa. Apaguei as luzes da sala e dormi no sofá, depois de umas 3 horas de insônia. Meus problemas não me deixavam em paz, meu corpo só queria descansar, mas minha cabeça não parava de girar um segundo em torno de tudo o que estava acontecendo.

...

Acordei um pouco depois de Cake, ela se arrumava para ir ao laboratório enquanto eu ia em direção ao banheiro.

– Vou tomar um banho – Avisei, ela deu de ombros.

Suspirei e fechei a porta, joguei uma água no rosto e fiquei me encarando no espelho. As olheiras daquela noite mal dormida permaneciam em meu rosto amassado, com as marcas do sofá na bochecha. Fitei minha costela direita, caveira e rosas continuavam tatuadas, nem começaram a desbotar ainda. Que irônico, á alguns dias atrás elas eram meu pior pesadelo, agora é uma das minhas menores preocupações.

Quando se está sendo jurado de morte, nada mais importa. Exceto o fato de eu temer que Fionna tenha que criar um filho sem pai, assim como eu fui.

Entrei debaixo da água morna, que ajudou a aliviar a tensão de meus ombros, fazendo-os parar de pesar. Poderia ficar ali pra sempre, por um momento esvaziei minha mente, afastando todas as aflições pra longe e não pensando em nada.

Meu breve momento de paz foi interrompido por várias batidas na porta. Era Fionna, que mal me deixou vestir uma toalha e abrir a porta, já foi invadindo meu espaço, se debruçando na pia. Vomitou horrores, perguntei enojado se ela precisava de ajuda, mas ele disse que não, da forma mais gentil possível:

– Sai daqui, merda!

– Só perguntei se você preci...

– Sai! – Ela disse mais alto – Me deixa sozinha!

– Ok – Levantei as mãos e dei as costas – Nervosinha...

– Ela te expulsou de lá? – Finn apareceu na sala, bocejando.

– Me chutou, praticamente – Respondi – Nunca vi tão nervosa.

– Vou te dizer o que é isso... – Ele disse num tom de reprovação.

– Pode parar – Tapei sua boca – Guarde seu praguejar pra você

– Como se isso fosse uma praga – Ele revirou os olhos – Tá na cara o que é isso.

– Má digestão – Cake respondeu – Ela comeu muito macarrão, foi só isso.

– Vocês vão levar ela ao médico? – Flame indagou entrando na sala, com cara de sono

– Podem voltar a dormir, eu levo ela – Cake pegou as chaves

– Meu sono foi embora depois que a Fi esmurrou a porta – Finn coçou os olhos – Acho que vou levar a Flame em casa.

– Deixa só eu pegar minha mochila – Ela disse se dirigindo ao quarto do mesmo

– Já estou descendo – Ele avisou

– Vou com você ao hospital – Peguei minha jaqueta e me virei pra Cake – É melhor acordar a Marcy?

– Presumo que ela não vá acordar tão cedo – Ela respondeu

– E quando ao Beemo? – Questionei

– Ela dá conta dele – Ela caminhou ao banheiro – Vamos, Fi!

– Eu não vou pra médico nenhum – Ela resmungou – Eu estou bem, não preciso disso.

– Deixa de ser teimosa, você tá mal desde ontem – Finn retrucou

– Foi só um enjoo, que coisa! – Ela bateu o pé

– Pode espernear o quanto quiser, você vai com a gente – Cake e eu a arrastamos, cada um por um braço – Nem que seja só para chegar lá e o doutor dizer que é virose.

– Eu já disse que não precisa – Fez birra, mas logo se deu por vencida – Só vou pra esfregar na cara todos vocês que eu estou bem, e que não precisava desse drama todo.

– Você não é de adoecer, qualquer coisinha errada já é motivo pra se preocupar – Cake justificou – Só quero seu bem, coelha ingrata.

– Obrigada gente, mas eu não estou morrendo – Ela bufou e revirou os olhos, descendo escadaria abaixo.

Relutante, ela finalmente entrou no carro e fomos em direção ao hospital, não demorou muito para sermos atendidos pelo médico, que fez uma consulta rápida e corrida, disse que estava tudo bem e que ela só deveria ter comido algo errado.

Voltamos pra casa, eu decepcionado, com minha ideia fail de ser pai de uma linda garotinha chamada Violet (menos, Marshall), Cake irritada por estar atrasada e Fionna com ar vitorioso, como se dissesse “Eu bem que avisei”.

E assim a semana passou voando. Não vimos Gumball nem Bonnie nesse meio tempo, Fionna melhorou bastante e Chris esqueceu de ligar. Beemo visitou Mertens rapidamente na cadeia e hoje é o dia em que Finn vai pegar o resultado do DNA. Acho que nunca vi ele tão ansioso.

Nada de muito importante aconteceu durante a semana, mas esse clima de promessas, resoluções e mudanças de fim de ano estão martelando na minha cabeça: preciso arrumar um emprego, já que o ensino médio finalmente acabou e eu não vou desistir da faculdade de astronomia tão cedo. Prometi ao meu pai que ia seguir esse sonho.

Assim a vida continua, e eu vou levando até o dia em que o Gumboiola resolver que chegou a hora de eu morrer.

POV Finn

Até que enfim, o dia chegou. Mal posso conter minha euforia, estou mais ansioso que noivo em dia de casamento. Flame disse que viria, mas até agora não chegou. Não a culpo, desisto de tentar fazer ela cumprir o horário.

A culpa é minha: Se eu quisesse que ela chegasse ás 8hrs, eu devia ter dito que o compromisso era ás 7hrs.

– Atrasada, como sempre – Abri a porta depois da segunda batida na porta – Vamos logo.

– Tchau Marshall – Ela se despdiu do lado de fora – Tchau Fi, Cake, Marcy, Beemo, todo mundo.

– Boa sorte – Fionna acenou e eu fechei a porta em seguida.

Pegamos o metrô e entramos no centro da cidade. A neve começava a cair fininha e as lojas começavam a colocar guirlandas e luzes de natal. Algumas crianças muito pobres cantavam em coro músicas natalinas por uns trocados, nas escadas da estação, como elas fazem todo ano.

Eu sempre adorei essa data, a pesar de ser um tanto triste pra mim, acho que é a época mais bonita do ano.

Subimos até a superfície, atravessamos a avenida e entramos no laboratório. Sentei-me ao lado de Flame, repousando o braço em seu ombro, ela encostou-se em mim e me deu um selinho.

– Seja lá qual for o resultado, eu sempre estarei aqui – Ela prometeu – E Rosalie também estará.

Fiz que sim com a cabeça, enterrando meu nariz em seus cabelos ruivos. A medida em que se aproximava a hora de retirar os resultados, minha tensão aumentava. Depois de intermináveis dez minutos, mais ou menos, ouvi meu nome ser chamado. Respirei fundo e olhei pra Flame, que sorriu e consentiu. Peguei fôlego de novo e me levantei.

– Finn Mertens? – A mulher repetiu

Olhei pra ela, que indicou com um gesto pra sala gelada do laboratório. Me virei pra trás e Flame continuava lá, seu olhar dizia pra eu seguir em frente e assim eu fiz. Mais cinco passos largos e eu teria o futuro em minhas mãos.

Minha esperança, vingança e destino estavam dentro de um envelope.


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Notas finais do capítulo

Rezando pra que tudo isso não vire uma puta decepção no final.
Beijos vampirescos, até a próxima quinta.