Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 54
Killer Couple


Notas iniciais do capítulo

Yey! Não me atrasei dessa vez! Oh milagre, vai chover...
Queria mandar um milhão de beijos pro TimeOfAdventure, por recomendar a fic. Valeu, seu lindjo! Bjs :)



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POV Finn

Flame me deixou quebrado desde a última noite, o que não cooperou muito com o meu mau humor. Sei que devo sorrir mais ás vezes e ser mais amável, como Jake diz, mas não vejo nenhum motivo pra isso. Sou assim desde que me conheço por gente, além do mais, nunca tive o amor de mãe, muito menos de pai, pra quebrar esse gelo do meu coração.

Não quero me fazer de coitadinho, até porque eu sempre tive Flame, Jake e os pais dele ao meu lado, pra me ajudar, mas não é a mesma coisa. Só estou dizendo isso porque sinto que hoje as coisas vão mudar, porque vou visitar a Rosalie mais tarde. Não quero criar esperanças nem nada, só vou falar com ela e pegar uma amostra do seu DNA. Fionna e Cake vão me ajudar a pagar o exame e estou feliz por isso também.

Ah, e tem também o Beemo, que é um irmãozinho que eu nem sabia que existia. Até que o guri é engraçado, simpático e bem inteligente pra idade dele, 12 anos. Acho que ele vai morar aqui comigo, Cake e Fionna a partir de hoje. Desde que ele não mecha nas minhas coisas, beleza.

– Seu nome é estranho assim mesmo? – Perguntei a ele – O Mertens é um desgraçado mesmo pra te dar um nome assim.

– Não, é apelido – Ele riu do meu comentário – Meu nome é Bart Mertens Oliver = BMO, que se pronuncia Beemo.

– Que complicação – Marshall se jogou no sofá e abriu uma lata de soda – Qual a dificuldade em te chamar de Bart?

– É um nome estranho – Ele respondeu – E eu gosto de Beemo, todo mundo sempre me chamou assim.

– Não ligue para os garotos – Fionna pôs a mão em seu ombro – Como foi lá no internato?

– É bem legal, o ensino é melhor – Ele fez perninha de índio – Aprendi muita coisa, mas estava com saudades de casa.

– Como foi a viagem? – Ela fingiu estar interessada.

– Foi tranquila, só começou a ficar estranha na hora do desembarque... Pensei que pelo menos o papai estaria lá.

– Acontece que seu “papai” é um cretino – Eu dei de ombros e sai da sala – E a “mamãe” nem se fala.

– Cala essa boca, Finn – Cake bufou, entrando na sala – Ás vezes você esquece ele só tem 12 anos! – Ela disse enfatizando a palavra “doze” e “anos”.

– Não esquenta com seu pai – Flame disse ao fraldinha – E sua mãe logo irá voltar também.

– Como vocês vão fazer pra conseguir a guarda dele? – Marshall questionou – Se a mãe está apta pra cuidar do garoto, porque ele tem que ser criado pelas irmãs?

– É só eu alegar que a mãe não está nem aí pra ele – Cake respondeu - Aquela carta que ela deixou na porta já é suficiente pra mostrar como ela é péssima.

– Tá, e quando ao pai? – Jake indagou – Acho que ele merece visita-lo

– Duvido que ele queira – Eu cruzei os braços, voltando da cozinha.

– Ei, eu estou aqui! – O guri exclamou.

– Mesmo que ele queira, não importa – Cake afirmou – Eu não vou deixar aquele monstro ver meu irmão.

– Vocês não podem privar ele de ver o pai – Marcy disse, firme – Se ele quiser, ele tem o direito.

– Ele não tem nem 13 anos ainda, não sabe das coisas – Cake relutou.

– Eu não tenho mais voz aqui nessa casa, não? – Beemo insitiu

– Nunca ouvi tanta merda na minha vida – Marshall revirou os olhos – É claro que o guri tem direito de ver o pai, por mais cretino que ele seja!

– Eu já disse que não – Cake exclamou

– Você não é a dona dele – Marshall insistiu

– Mas sou a irmã mais velha – Ela se virou pra ele

– E o Mertens é o pai, e aí? – Marcy cruzou os braços

– EEI! – Beemo só queria ser ouvido.

Depois de ser mais ignorado do que anúncio do youtube, observei ele se calar e fechar a cara. Depois de mais alguns minutos de discussão, sem que ninguém o notasse, ele se levantou e foi até a varanda do apartamento e lá começou a chorar baixinho. Drama desnecessário, mas tive pena.

Como um bom irmão mais velho, o segui, porque senti que era isso que eu devia fazer.

– Eai, baixinho – Me sentei ao seu lado – Posso ficar aqui contigo?

– Vai embora – Ele enterrou a cabeça entre os braços – Não finja que liga pra mim.

– É claro que ligo, pirralho – Baguncei seu cabelo – Você é meu irmãozinho, tenho que me importar.

– Você nem me conhece – Ele resmungou

– É, tem razão – Concordei – Mas eu me importo o suficiente pra querer te escutar, ao contrário das suas irmãs malucas e cunhados bobões.

Ele riu, apesar de que minha intenção não era fazer graça. Eu realmente achava Fionna e Cake malucas e Marcy e Marshall meio imbecis. Querendo ou não, eles eram.

– Eu só queria que me escutassem – Ele disse depois de um tempo – Eu voltei esperando que encontraria com meu pai e minha mãe, e nós voltaríamos pra minha casa de antigamente e tudo voltaria a ser como era.

– Nem sempre o destino age como nós queremos – Eu disse ao me lembrar da minha mãe, morta.

– Eu sei, mas... eu não queria que tudo estivesse maluco desse jeito – Ele voltou a enterrar a cabeça entre os braços – Aí eu volto e descubro que meu pai é um criminoso e minha mãe me largou. Além do mais, todo mundo não para de brigar um segundo desde que eu cheguei.

– A culpa não é sua, os adultos são um saco mesmo. Nós sempre achamos que sabemos de tudo, não é? – Tentei ser compreensível pelo menos uma vez na vida – Algumas coisas acontecem e não há nada que a gente possa fazer.

– Não devia ser assim – Ele teimou, como uma criança – Eu não queria que fosse assim.

– Eu sei, mas a vida não é como nós queremos – Sorri – Se fosse, eu estaria navegando um iate agora, na minha própria “ilha da Finnlândia”.

– Se fosse, eu compraria todos os videogames que eu quisesse! – Ele riu.

– Se fosse, eu tomaria tanto sorvete que minha barriga ia doer – Entrei em seu joguinho – E eu nunca engordaria e nem ficaria com dor de garganta por isso.

– Se fosse, minha mãe me amaria – Ele falou cabisbaixo.

– Se fosse, a minha ainda estaria viva – Olhei pra ele e ele olhou pra mim.

– Sinto muito – Acho que ele se sentiu um ingrato com a vida agora – O que aconteceu com ela?

– Eu nunca soube – Dei um riso triste – Talvez tenha me abandonado, talvez seu pai tenha matado ela ou... – Fui interrompido pelo meu bom senso – Desculpe, eu não devia falar do seu pai assim, você é só uma criança, não entenderia...

– Não, me conte! – Ele insistiu – Ele era um monstro, não era? Era seu pai também.

– Ele ainda é um monstro – Corrigi – Só está preso.

– Pode me levar até ele? – Seus olhos brilhavam – Por favor.

– Posso, mas não devo – Neguei com a cabeça – Suas irmãs brigariam ainda mais.

– Elas não eram assim quando eu fui embora – Ele estava pensativo – Quando tudo mudou? Elas falaram muito, mas não explicaram nada.

Tomei fôlego e comecei a explicar tudo pro fraldinha: Desde quando Fionna conheceu o Marshall até o momento presente.

– ... Sacou? – Indaguei na esperança de que ele tivesse entendido, porque eu não ia explicar tudo de novo.

– Acho que sim – Ele assentiu – É difícil acreditar que tudo isso aconteceu nesse pouco tempo.

– É, o barato é louco – Concordei com ele – Mas relaxa, vai acabar tudo bem.

– Assim espero – Ele olhou pra baixo – Só estou meio confuso com isso tudo, mas acho que vou me acostumar.

– Claro que vai – Sorri – Sabe, você é um bom guri, logo tudo se ajeita. Você vai gostar de sua nova família, eles vivem brigando, mas só querem o seu bem.

– Valeu – Ele sorriu também

– Falou – Me levantei – Ajudaria um pouco se eu trouxesse eles de volta á razão? Se eles parassem de brigar e derem atenção á você?

Ele enxugou as lágrimas e fez que sim com a cabeça.

– Ótimo – Dei as costas e entrei na sala, onde todos continuavam discutindo sobre o futuro de Beemo – AEHO, SEUS IMBECIS! PRESTEM ANTENÇÃO! – Bati palmas seguidas.

– Qual é, Finn? – Marshall questionou depois de um silêncio geral.

– Meu, vocês não pararam de brigar desde que o moleque chegou! – Abri os braços – Qual é a de vocês? Ninguém tá nem aí pra o que o coitado pensa?

– É claro que eu estou “aí” – Cake disse nervosa – Eu só quero o melhor pra ele.

– Alguém pelo menos tentou escutar ele? – Cruzei os braços.

– Pera, cadê ele? – Fionna olhou em volta.

– Parabéns, estão cuidando muito bem – Ironizei – Ele está na varanda, chorando rios, por causa de vocês.

Todos se entreolharam, se sentindo culpados e monstros (o que eles eram mesmo) ninguém disse mais nada, apenas seguiram até a varanda e conversaram com ele. Quando todos pareciam mais calmos e a poeira baixou, senti que já estrava na minha hora. Vamos para o sanatório.

Chamei Flame, mas ela parecia se importar mais com o bebê chorão do meu irmão do que comigo. Eu entendo, o sanatório não é lá o melhor lugar pra se visitar.

Peguei o ônibus e fui até o destino. Chegando lá, apresentei meu nome como o de costume e entrei. Rosalie parecia calma, porém triste, sentada no jardim (não muito florido, nem vivo, mas não deixava de ser um jardim).

– Oi – Sorri, sentando-me ao seu lado – Doida.

– Doida é a sua mãe – Ela sorriu cabisbaixa

– Exatamente – Assim que eu disse, ela olhou pra mim também – Mãe.

Ela ficou em silêncio por um tempo. Acho que no fundo, nós dois já sabíamos de tudo, desde o começo. Por fim, ela se virou pra mim e disse:

– Não crie expectativas demais sobre isso – E olhou nos meus olhos – Bem que eu queria, mas talvez eu possa não ser sua mãe. Não quero que sofra mais do que você já sofreu, caso eu não seja o que você espera.

– Eu sei que você é – Afirmei – E mesmo que não for, eu continuo a considerando como uma mãe pra mim. Eu me sinto estranho ao seu lado, Rosalie, mas você me faz me sentir bem e calmo.

– Eu também me sinto bem com você, Finn – Ela fechou os olhos – Eu só queria que esse pesadelo de sanatório acabasse.

– Se eu provar que você é minha mãe biológica, eu provo também que eu sou o filho que o Mertens tentou matar, provando assim que você não estava louca quando disse tudo aquilo sobre ele, 20 anos atrás – Prometi, confiante – Confie em mim, a senhora vai sair dessa.

– Obrigada... filho. – E então ela finalmente sorriu.

Não esperava que ela fosse fazer isso, mas não reclamei quando ela o fez. Na verdade, era o que eu mais queria desde sempre: um abraço de mãe. Ela me envolveu com seus braços e eu fiz o mesmo. Ficamos assim por muito tempo, até eu perceber que ela estava chorando. Não sei se era de alegria, tristeza ou sei lá, mas seu rosto estava inchado e as lágrimas corriam pelas suas bochechas e pingavam quando chegavam no queixo. Ela estava chorando de verdade, e não era pouco. Deve ser horrível passar 20 anos presa com um monte de doidos, sendo chamada de louca e achando que o filho tá morto.

– Ei, não chora – Eu disse já com os olhos marejados também – Tá tudo bem, ok?

– Tudo bem – Ela levou as mãos ao rosto tentando conter o choro, mas ele era incessável – Eu vou ficar bem.

– Sim, você sempre fica – A segurei em meus braços, enquanto ela ainda chorava – Eu acredito em você, e eu te amo. Eu finalmente te encontrei e não vou deixar nada acontecer com você.

– Obrigada – Era a única coisa que ela conseguia dizer

– Tudo bem – Era a única coisa que eu podia responder.

Conversei com ela por mais um tempo, e quando acabou a hora das visitas, me despedi com uma promessa:

– Esse pesadelo está chegando ao fim. Vai dar tudo certo, não se preocupe.

Ela sorriu e eu dei as costas, com seu DNA em mãos: Fios de cabelo.

Liguei pra Flame:

– Oi, amor – Ela atendeu depois de 4 toques.

– Aonde você tá?

– No apartamento da Cake, ainda – Ela suspirou – Beemo está mais calmo, acabou de pegar no sono – E riu – Ele é um amorzinho.

– Eu estou bem também, valeu – Carreguei minha fala de sarcasmo – Obrigado por se importar, já consegui o DNA da Rosalie.

– Ah bebê, desculpa – Ela calmou a voz – Sei como é importante pra você, mas eu precisava ver se o BMO estava bem... Ele é só uma criança, me senti culpada por fazê-lo chorar.

– Claro, o que é mais importante pra você deve ser atendido primeiro – Falei um pouco bravo – Eu entendo.

– Sinto um leve cheiro de ciúmes – Ela deu aquela risada única, que me fez rir também – Sem drama. O que eu posso fazer pra compensar esse loirinho enciumado? – E fez uma vozinha como se estivesse falando com um bebê – Que dózinha.

– Para de debochar de mim – Revirei os olhos – Vai ficar aí bajulando meu irmão até quando? Ele já dormiu, o que você acha de me desabandonar?

– Vou te “desabandonar” quando você parar de agir feito uma criança reclamona – Ela respondeu, eu não disse mais nada. Ela suspirou – Só vou porque eu quero.

– Sei.

– Só por isso mesmo – Ela retrucou – Aonde você está?

– Indo pro laboratório, ao lado do escritório do Mertens, no centro.

– Sei onde é

– Vou fazer o exame de DNA – Falei como se ela não soubesse.

– Boa sorte – Ela disse antes de desligar – Eu te amo.

– Eu sei – Respondi, mas ela já havia encerrado a chamada – Eu te amo também, apesar de você se importar mais com meu irmão que você acabou de conhecer do que comigo – E bloqueei a tela.

Talvez eu tenha ficado com um pouquinho de ciúmes mesmo, mas logo dei por mim e parei com aquela infantilidade. Peguei um metrô e fui até o centro. Caminhei pelas ruas movimentadas até chegar ao enorme prédio-centro-comercial, onde ficava o escritório do Mertens. Ri ao lembrar do dia em que eu, Flame e Fionna pagamos de espiões ao roubar os documentos da sala dele e publicar tudo no jornal. Aquele dia foi louco.

Afastei as memórias e adentei o laboratório. Como eu já havia marcado horário antes, foi só eu apresentar meu nome e documentos e entrar naquela sala gelada, aonde iam tirar meu sangue e ver se ele tinha os mesmos genes do cabelo da Rosalie. Pelo menos eu acho que funcione assim, não sou médico.

Depois de furarem meu braço, pegarem uma amostra do meu sangue e me entegarem um papel que eu não me dei ao trabalho de ler, uma mulher simpática de jaleco disse que eu podia voltar dentro de uma semana, e retirar o resultado dos exames. Me senti bem em saber que eu estava progredindo, e que, em poucas semanas aquela dúvida ia acabar. Se bem que á essa altura do campeonato, eu já não tenha dúvida nenhuma. Ou tinha?

Flame estava me aguardando na sala de espera, ela me pegou pelo pescoço e me deu um beijo discreto. A segurei pela cintura e me deixei levar pelo o que meu desejo mandou. A abracei em seguida e disse que senti saudades (o que não fazia sentido, já que eu tinha acabado de me despedir dela pelo telefone).

Ás vezes é bom ter alguém pra contar como foi o dia e dividir toda a sua euforia quando você descobre que sua mãe está viva, suponho que você não saiba como é, mas a sensação é incrível.

POV Marshall

Estava tudo bem enquanto Beemo dormia no sofá, com os pés sobre a minha perna e a cabeça repousada no colo de Fionna. Cake conversava na cozinha com Marceline, enquanto faziam a janta. Jake assistia á uma série qualquer, sentado no chão e Chris jogava um game de luta com Babi, no quarto de Finn.

– Parece um anjinho – Fi fazia carinho em seus cabelos verde-água – Ver uma criança dormir é uma das coisas mais mágicas que tem.

– Sabe, ás vezes eu tenho vontade de ter uma criança pra chamar de filho – Eu disse sério, mas ela começou a gargalhar – O que foi? – Indaguei confuso – É sério!

– Você? – Ela não conseguia conter a risada – Ai meu Deus... Oh Cake!

– Fala – Ela respondeu da cozinha

– Marshall disse que quer se pai – Ela ria sem parar

– Como é? – Marcy indagou – Marshall papai? – E depois começou a rir também

– Eita, eu ouvi direito? – Chris saiu do quarto

Então, de repente, todos estavam na sala, rindo sem parar. Rindo da minha cara, só eu que não achei graça.

– Eu devo ter contado alguma piada – Cruzei os braços e olhei pra cima - Vocês são tão idiotas.

– Você não cuida nem de si mesmo, imagine de uma criança – Cake enxugou uma lágrima do canto do olho.

– Chorei – Marceline bagunçou meu cabelo – Ai ai, Marshall, tu me mata de rir.

– Mas é sério – Disse com a cara emburrada – Eu consigo cuidar de uma criança

– Claro que consegue – Fionna disse com ironia, me dando um beijo na bochecha – Você é hilário, amor.

– Essa foi boa – Chris deu as costas e voltou pro seu videogame.

Logo após, todos voltaram a fazer o que estavam fazendo antes, e Beemo continuava dormindo em nosso colo.

– Você pensa que é fácil cuidar de um filho... – Fionna comentou depois de um tempo.

– Compensa o esforço – Retruquei – Não sei porque vocês acham que eu não sou capaz.

– Fala sério – Ela sorriu – Você é a pessoa mais irresponsável que eu conheço.

– Aposto que eu saberia cuidar de um bebê – Disse num tom de desafio

– Aposto que você não aguentaria a pressão – Ela respondeu no mesmo tom

– Aposto que eu seria um pai tão bom quanto o meu foi – Disse num tom nem alegre, nem triste, mas nostálgico.

– Aposto que sim – Ela sorriu e me deu um selinho.

E tudo ficou em paz durante um tempo, Finn chegou com Flame e todos jantamos um macarrão com queijo incrível que Marcy fez e um suco de laranja que a preguiçosa da Cake comprou, exceto Beemo, que ainda dormia no sofá.

Em paz até demais. Depois da janta, Fionna começou a se sentir mal depois de tanto macarrão e eu tive que sair pra comprar um bicarbonato na farmácia.

Colocamos Beemo no quarto e deitamos Fionna no sofá da sala.

– Eu falei pra não comer tanto – Disse com um tom de reprovação, embora estivesse com dó – Olho de bomba.

– Cala a boca – Ela murmurou

– Agora fica aí, vomitando as tripas – Finn comentou mais um comentário infeliz – Bem feito.

– Em vez de ajudar, vocês só tagarelam – Flame, que já estava nervosa, criticou – Vai logo na farmácia, Marshall!

– Já vou – Levantei as mãos e saí.

Estava me preparando pra descer as escadarias, quando esbarro em Bonnie no corredor, ela estava junto com Gumball, pra minha desagradável surpresa.

– B-bonnie? – Gaguejei – O que você está fazendo com... ele?

– Não é da sua conta, vampirinho – Ela deu um sorrisinho doentio. Seu olhar não era o mesmo, ela parecia diferente – Como está a coelhinha? Espero que esteja péssima.

– O que aconteceu com você? – Questionei – Não é a Bonnie doce que eu conhecia.

– Tem razão, não sou mesmo – Ela ergueu o olhar – Estou muito melhor, agora... com o Gumball.

– V-você tá com ele? – Recuei um passo pra trás – Você não o conhece, não sabe do que ele é capaz.

– Aí é que você se engana – Gumball deu meio sorriso – Ela sabe muito bem o que tá rolando. Quem não a conhece é você.

– Bonnie? – Me virei pra ela, indignado – Não me diga que você se juntou á ele! Não, não pode ser... você é melhor do que isso.

– Você não me conhece, queridinho – Ela deu o mesmo meio sorriso de Gumball – Diga á Fionna que ela vai se arrepender pelo o que fez comigo.

– Você não seria capaz de fazer nada contra nós – Neguei com a cabeça – Tu não é assim.

– Não é? – Ela deu uma risada irônica – Espera pra ver.

– Espera – Segurei em seu braço – Por favor, Jujuba... não precisa se juntar á ele.

– Ela já sabe muito bem o que ela quer – Ele puxou seu outro braço – Fizemos um trato, um pacto. Agora não tem mais volta.

– Ju, presta atenção: você não precisa fazer isso – Olhei em seus olhos – Não seja como ele.

– Tarde demais, gatinho – Ela arqueou a sobrancelhas – Eu já decidi, você vai se arrepender de suas escolhas. Terá tempo pra pensar embaixo do chão.

– Você vai... – Engoli seco, incrédulo –... me matar?

– Matar é uma palavra muito forte – Ela fechou os olhos – Eu só vou dar um empurrãozinho, você vive querendo morrer mesmo...

– É assim que se fala – Gumball sorriu e a puxou, tirando-a de minha mão – Ela aprendeu com o melhor.

– Você é doente, cara – Senti meu estômago embrulhar – Que droga você deu á ela?

– A droga do ódio – Ele a puxou pra si – Foi você quem deu á ela. Vocês todos.

– Boa noite, Marshall – Ela abriu a porta de seu apartamento – Aproveite seus últimos dias.

Gumball riu e entrou em seguida, fechando a porta.

Me encostei no corredor pra tomar um ar, meu coração estava batendo forte, minha respiração oscilava e minhas pernas ficaram fracas, deslizei e me sentei no chão, apavorado. Acho que é assim que qualquer um agiria diante de uma ameaça de morte dupla. Aquele sorriso doente... aquele olhar... era exatamente como o do Gumball.

Ele havia a corrompido e feito a cabeça dela contra nós, e não tinha nada nem ninguém pra convencê-la do contrário, agora que ela está amando ele.

Droga. Tem como piorar?


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Notas finais do capítulo

Até hoje ele ainda não aprendeu que sim, sempre tem como piorar...
O que acharam do cap, especialmente do Beemo? É meio estranho manipular um personagem infantil, quando você está acostumada a manipular personagem adulto '-'
Ps: Marshall papai hein :v falo nada