Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 48
Friday, Finally!


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei pra postar, mas não me matem! Meu PC deu pau e eu tive que escrever o capítulo á mão.
Menina de fogo, muito obrigada pela recomendação, sua diva! *--* Me sinto honrada em ser comparada Rick Riordan e Colleen Houck, mas sinceramente, nem chego aos pés desses dois ;p
Beijos, boa leitura!



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POV Christian

Deixei Fionna em frente ao apartamento da irmã dela e fui pra casa. A cidade não mudara muita coisa desde que eu fui embora, havia alguns edifícios novos no centro da cidade, bares recém-abertos, mas eu ainda podia reconhecer a Bromley da velha infância.

Sinto nostalgia só de lembrar do tempo em que eu a Fionna apostávamos corrida de bicicleta nas ladeiras perto de casa, enquanto Cake berrava desesperada “Vocês vão se machucar!” ou quando corríamos freneticamente na areia da praia pra ver quem chegava no mar primeiro. Eu sempre ganhava, mas ás vezes deixava ela me ultrapassar... Bons tempos.

Aí um belo dia, as aventuras infantis acabaram. Tive que me mudar pra longe, por causa do emprego dos meus pais e nunca mais vi Fionna, puta maldade fazer isso com uma criança. Mas como dizem, há males que vem para bem.

Nessa viagem conheci muitas pessoas, em especial Babi, a universitária que conseguiu fazer meu coração disparar. Depois de tantas coisas que vivemos juntos, começamos a namorar. Continuo com ela até hoje, claro, mas namoro á distância não é a mesma coisa que tê-la do meu lado. Sinto falta dela todo santo dia ao me levantar, caminhar, existir. Bate um desânimo só de pensar em seu rosto e como ela me fazia bem só de estar por perto.

Bom, chega de falar do passado, tenho que me preocupar com o presente. Como se não bastasse eu ter que fazer zilhões de exercícios de recuperação até sexta, já que passei o bimestre todo fazendo as lições da Fionna (Vocês acham que ela tirou A+ em todas as matérias por mágica?) ainda tenho que terminar o trabalho de matemática do Sr. Petricov sozinho. Valeu, Marshall.

Abri o zíper da mochila e puxei meu caderno, distraído, deixei cair o bloco de notas do vampiro junto. Estava aberto em uma página cheia de rabiscos, não resisti e dei uma espiada.

Vamos ver o que ele faz durante a aula: desenho da diretora com chifres e cauda de diabinho e setas que apontavam “demônia” “mal comida” “diaba”... Esse garoto não tem mais o que fazer? Tinha também uma lista de “O que fazer no último dia de aula”, ela se resumia em fazer desordem, confusão, zona. Bem a cara dele mesmo.

Mais embaixo havia uma espécie de poema direcionado á Fionna, eu li rindo, aquilo foi tão gay! Eu não teria acreditado que foi o Marshall que escreveu se não fosse pela caligrafia inconfundível dele. Do lado havia um trecho de música que falava sobre perdão, havia um pingo na folha, acho que era um lágrima, não sei bem.

Havia outro poema mais curto, e mais outro, e outro... Ele não escreveria nem metade nas aulas de redação do Sr. Peter. O que o amor não faz com as pessoas?

“Amor”

Essa palavra ecoou na minha cabeça. Será que Marshall ama de verdade a Fionna? Será que eu o julguei mal desde o princípio? Eu me fazia mil perguntas agora. Talvez ele não seja um cara tão mal assim.

Virei a página, achei alguns textos sobre perdão e arrependimento, outro sobre culpa, que dizia assim:

“Quando as incertezas e aflições te sufocam a ponto de fazer chorar, você sabe que não tem saída. A coelha está lá, em todos os lugares que você vá, em todos os seus sonhos e dentro de seu pensamento. Você não pode fugir.

É tarde de mais para desculpas, ela já está em outra. Você perdeu, camarada, não há nada que possa fazer agora. Ela era seu mundo, agora tudo se foi.

Então puxe o canivete, comprima-o contra o pulso e faça um corte profundo. Acabe com isso de uma vez. Ou simplesmente deixe a onda te arrastar pro fundo do mar.

Merece perdão quem fez mal sem saber.”

Wow, esse último foi tenso. Sempre achei que Marshall Lee fosse o fodão comedor que não está nem aí pra nada e só queria usar Fionna pra se divertir, como caras como ele costumam fazer. Agora começo a achar que talvez aquele estúpido tenha um coração lá dentro, que ele realmente sente algo nobre por ela e está deveras arrependido pelo o que fez.

Talvez. Temo que eu esteja certo.

Sei o que tenho que fazer, embora esteja meio relutante á isso.

POV Fionna

Sexta-feira, último dia de aula. 2° dia sem o vampiro, até que estou indo bem e tirando de letra.

Mentira, pareço estar ríspida como uma rocha por fora, mas sempre que meu olhar cruza com o dele meu mundo cai, meu coração quebra e eu estremeço por dentro. Não pensei que fosse sentir tanta falta dele assim, mas a cada dia me sinto mais fraca, infeliz e incompleta. O baile de formatura está chegando aí e eu não estou nem um pouco a fim de ir, não tenho pelo o que comemorar. Nem ao menos comprei o vestido ainda.

– Fi, preciso falar com você – Christian me abordou na entrada – É mais importante que a aula de história.

– A prova final é hoje, você sabe né? – Eu disse relutante.

– Suas notas estão ótimas, vem logo – Ele me puxou pra fora – O que eu tenho pra falar não pode ser mostrado na sala de aula.

– Justo no meu último dia, cara? – Eu resmunguei – Seja rápido, não quero perder a aula.

– É sobre o Marshall – Ele parou e se virou pra mim.

Me calei na hora. Pensando bem, a aula de história nem é tão importante assim.

Apenas consenti com a cabeça e percorri o muro da escola logo atrás dele, Chris abriu a mochila e tirou um bloco de notas.

– O caderno do Marshall? – Eu indaguei – Como você conseguiu?

– Não importa agora – Ele abriu na última página – Leia isso e reconsidere.

Olhei confusa pra ele e relutei em pegar o caderno, mas logo cedi e o apanhei em minhas mãos, lendo seus rabiscos e anotações. Haviam poemas, trechos de músicas e textos direcionados á mim ali. No começo eu estava sorrindo ao ler, agora acho que vou começar a chorar de novo. Levei a mão aos lábios e questionei:

– Aonde você arrumou isso?

– Ele esqueceu na sala ontem, eu ia devolver, mas achei que você tinha que ler isso primeiro – Ele respondeu.

– Já li, agora devolva pra ele – Falei ríspida, virando as costas – Como eu já disse, não quero perder meu último dia aqui.

– Qual é Fionna, não finja que não se importa – Ele segurou meu braço – Seus olhos estão cheios de água, você está destruída por dentro.

– Tem razão, estou – Eu o encarei – Mas quem se importa? Marshall não está nem aí, tu acha que ele pensou como eu me sentiria na hora de me trair com a Bonnie?

– É aí que a história fica interessante – Ele me soltou – Ele não beijou a Bonnie. Foi a Bonnie quem beijou ele. Ela é a cadela, não ele.

– Como você pode ter tanta certeza disso? – Eu perguntei enxugando os olhos, praguejando o fato de eu ser tão chorona.

– Porque ela também deu em cima de mim – Jake apareceu atrás de Christian

– E de mim também – Finn apareceu atrás de Jake

– Que? – Dei um passo atrás – De onde vocês surgiram, meninos?

– Meu, todo mundo conhece o Jake – Chris reviu os olhos como se fosse óbvio – Existe alguém nessa escola que não passe no bar depois da aula?

– Seu amigo me contou o que estava rolando com o caderno – Jake pôs a mão no ombro do mesmo – Me senti na obrigação de reatar Fiolee depois de ler aquilo tudo.

– Fiolee? – Finn riu, debochado – Vocês colocam nomes nos casais agora?

– O importante é: Marshall está arrependido do que fez, disso eu tenho certeza – Jake afirmou, ignorando o comentário infame do irmão.

– Eu não tenho tanta certeza, mas mesmo assim acho que ele merece uma segunda chance – Chris disse – Nunca pensei que fosse dizer isso, mas... acho que julguei mal o Lee.

– Meu orgulho continua falando mais alto – Cruzei os braços – Eu amo ele, mas...

– Quem ama perdoa e sabe compreender a imperfeição das outras pessoas – Finn comentou – Só acho.

– Será que eu deveria? – Relutei – E se ele fizer a mesma coisa de novo?

– Se ele fizer isso, pode deixar que eu vou moer os ossos dele – Chris afirmou

– Eu arrasto a cara dele no asfalto – Jake disse

– Aprendi a esconder corpos, com a gangue – Finn comentou. Nos viramos pra ele, assustados – O que foi? Ninguém quebra o coração da minha irmã 3 vezes e sai ileso!

Todos rimos, apesar de eu duvidar que ele estivesse brincando.

Depois de um breve discurso dos 3 sobre perdão, segunda chance e como o Marshall me ama e sempre faz merda sem querer, eu já estava um tanto convencida sobre o que fazer. Será que eu devo?

...

Marshall não foi pra escola hoje, eu ficaria mais preocupada se ele não faltasse quase sempre, mas o trecho “puxe o canivete, comprima-o contra o pulso e faça um corte profundo” no texto que ele escreveu me deixou com um certo remorso.

– Não fique grilada, Fi – Chris bagunçou meu cabelo – Ele está bem. O Sr. Depressão deve ter tomado um porre ontem á noite, por isso não escutou o despertador hoje de manhã.

– Ou simplesmente teve preguiça de se levantar – Caroço se intrometeu – Mande um beijo pra ele por mim... Soube que o casal do ano está de volta, é verdade?

– O Que? Não! – Sibilei, pasma – Como você soube?

– Eu sei de tudo, meu amor – Ela se vangloriou – E aí? Já comprou o vestido? Você vai ir com o Marshall, né?

– Tenho uma ideia melhor – Eu sorri, os dois me olharam confusos – Vamos Christian, temos um vestido de festa pra comprar.

No mesmo momento o sinal da saída tocou, então saímos em direção ao centro da cidade, em busca de roupas formais pra a formatura. Já estou vendo que será um longo e exaustivo dia.

O problema é que nenhuma loja era suficientemente boa, todos os vestidos legais já tinham sido alugados ou comprados (bem que Marshall avisou). Enquanto Chris já havia comprado seu terno á 2 horas atrás, eu ainda estava na missão impossível de encontrar uma roupa decente para ir á esse diacho de formatura antes do comércio fechar.

Eu já estava dando adeus á hipótese de vestir algo bonito nessa cerimônia e quase ligando pra Cake, pedindo alguma roupa formal, quando me deparo com a vitrine da “Valentine”. Aquele vestido azul perfeito olhou pra mim, eu olhei pra ele... Foi nesse exato momento que eu enfiei na minha cabeça: Eu vou com aquele, nem que custe os olhos da cara. Esse vestido é meu e ponto final.

POV Cake

23h40min. Marceline andava em círculos pela sala, o nervosismo a consumia.

– Relaxa, Marcy – Eu tentei acalma-la – Até parece que é você quem vai se formar...

– Marshall Lee Abadeer! – Ela gritou – Abre logo essa porta e para de fazer suspense! Eu estou me roendo aqui!

– Calma, maninha – Ele deu um riso debochado, abrindo a porta – A estrela chegou. My glob, eu fiquei gatão de terno.

– Convencido – Ela bufou e sorriu, ajeitando seu paletó – Até parece gente com essa roupa decente, não os trapos surrados que você costuma usar.

– Verdade, até que esse terno caiu bem – Eu comentei – Sabe o que está faltando?

– O que? – Ele indagou

– Bom senso – Respondi – Você não vai de All Star para a formatura, né?

Ele deu meio sorriso, como se dissesse “Sim. Porque não?”

Harvey era a mais extasiada ali.

– Seu pai estaria orgulhoso – Ela o abraçou e fechou os olhos – Meu menino.

– Sei disso – Ele a abraçou também e sorriu – Queria que ele estivesse aqui agora.

– Todos nós gostaríamos – Marcy respirou fundo – Agora chega de melação. Pirralho, troque de roupa, hoje você vai sair com a gente.

– Vamos dar um rolê, formando – Eu sorri – Você merece.

– Não voltem muito tarde – A sogrinha falou – Tragam ele sóbrio, de preferência.

Consenti com a cabeça, Marshall olhou pra Marceline, Marcy olhou do Marsh e os dois deram um sorriso. Ou a Harvey se faz de inocente ou não faz ideia dos filhos que têm. Sexta-Feira á noite, Voltem cedo? Voltem sóbrios? Putz, essa foi boa.

Harvey, você é hilária.


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Notas finais do capítulo

Falo nada pra esses três huehuehue O baile tá chegando! Tuts tuts o/
O que acharam do capítulo? Será que Fiolee vai voltar mesmo?
Beijos da Vamp, até quinta (Se der)



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