Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 46
Justice


Notas iniciais do capítulo

To viva, não me matem!
Sei que demorei séculos pra postar, tive um acesso de crise existencial seguido por um bloqueio criativo.
To de volta! o/ Fiquem tranquilos, não abandonei a fic e domingo tem cap novo.
Gostaria também, de mandar um beijo enorme pra Miss Marple por recomendar a fic. Obrigada, sua lindja!
Beijos da Vamp, boa leitura!



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POV Flame

Ora, ora, ora! Quem diria que o pai do Finn, até agora desconhecido por mim, além de um belo de um cretino tirano ainda é um corrupto safado! Muito interessante, vamos ver o que a “Bromley News”, “Gazeta Municipal”, “The Morning News” e “Daily City” têm a dizer sobre isso. Tenho a impressão de que a imprensa vai achar isso tão intrigante quando eu.

Depois de entregar as cópias dos documentos que retravam os rombos inexplicáveis na prefeitura, captura de telas com conversas entre os poderosos da cidade (incluindo o Mertens), faixas de áudio com diálogos muito suspeitos sobre fraude, escândalo e dinheiro na cueca para seus respectivos jornais, paramos para um break. Já eram 5 da tarde, a visita em busca do DNA da Rosalie vai ter que esperar até amanhã.

– Como se sente, amor? – Eu disse dando uma mordida em um sanduíche de peito de peru (Valeu, Fionna)

– Eufórico, ansioso, feliz e compensado – Ele abriu um sorriso enorme. Sorriso que era raro eu ver no rosto dele – Nunca me senti tão satisfeito comigo mesmo. Sabe quando você sente que seu dia valeu a pena? Que você vai mudar sua vida?

– Nunca vi você sorrir assim – Fionna comentou – Parece que meu turrão favorito aprendeu a ver o lado bom da vida.

– Agora é só esperar o primeiro jornal em papel de amanhã de manhã – Ele deu um gole em seu café – Tenho certeza que esse escândalo vai estar na primeira folha

– Eu aposto que vai passar primeiro na televisão – Flame comentou – Esqueceu do jornal local das 23:00 horas? O pessoal do jornalismo não perde tempo.

– Daria tudo pra ver a cara do meu pai quando ver a manchete no jornal – Fionna falou eufórica – Ele já deve ter transplantado o rim, amanhã ele recebe alta.

– Parece que minhas preces para que ele fosse embora não surtiram efeito – Finn bufou – Vaso ruim não quebra fácil.

– Não diga isso – Eu franzi o cenho – Ele pode ser ruim, maldoso e desgraçado o quanto for, mas não deixa de ser nosso pai. Além do mais, a morte não seria suficientemente boa pra compensar tudo o que ele fez.

– Tem razão, eu quero ver ele se foder – Ele sorriu – E isso não vai levar muito tempo.

Ficamos discutindo por um tempo sobre qual jornal transmitiria a notícia primeiro, como faríamos para tirar Rosalie do sanatório e assuntos relacionados. O relógio da praça marcava 21:40 quando vimos que já era hora de ir, então partimos eu e o casal do ano para o apartamento da Cake.

Recebi uma ligação do Marshall. Metade de mim quer desligar na cara dele, a outra está louca pra atender e escutar sua voz.

POV Mertens

Ótimo, como se não bastasse eu ter que aguentar essa comida horrível do hospital, eu ainda sou obrigado a comer esta porcaria fria! Joguei no chão aquela merda que eles chamam de sopa e berrei pra Rebecca, a enfermeira gostosa, trazer algo decente pra comer.

A operação correu muito bem, obrigado. Os médicos foram um tanto competentes e eu ainda vou ter muitos anos á frente pra infernizar a vida da minha filha burra que namora com um marginal suburbano e a outra lésbica. Que orgulho, o que mais um pai poderia querer, não é mesmo?

Enquanto uma mulher nojenta da faxina fazia seu trabalho, limpando o chão do meu quarto cheio daquela sopa podre que eu derrubei, assistia o jornal das 11 pela TV horrível daquele hospital de merda, enquanto esperava a enfermeira trazer um comida decente. As cores do televisor estavam desbotadas e o áudio não era dos melhores, mas era a única distração que eu tinha ali.

– Dólar cai 1% e vai á dois e vinte, com BC e PIB. A bolsa de valores fechou em queda nessa quarta feira... – A âncora do jornal anunciava as manchetes com aquela cara de bunda dela se sempre, enquanto o cara do lado dela fingia que prestava atenção – E agora vamos ás notícias locais: A prefeitura de Bromley registra novo rombo inexplicável na prefeitura, o senhor prefeito e vice não quiseram falar sobre o caso. O poderoso homem de negócios e sócio do prefeito George Mertens têm envolvimento no escândalo e é um dos principais suspeitos por desvio de verbas e lavagem de dinheiro.

– Vamos agora com a repórter Jones Craig, direto da prefeitura – A câmera focou no homem – Boa noite Jones, o que eles têm a dizer sobre o caso?

– Boa noite, Mirtin – O repórter saudou – Ambos prefeito e vice se recusaram a falar com nossa equipe, tentamos contado com Mertens, porém, também não foi possível localizá-lo. O trio foi acusado de lavagem de dinheiro, desvio de verbas e corrupção ativa feitas por uma denúncia anônima hoje á tarde...

Droga, droga, droga! Isso não pode estar acontecendo! Ninguém sabia sobre meus negócios na prefeitura além do incompetente do prefeito, seu vice e... Rosalie! Não pode ser, eu internei essa ratinha á muito tempo no sanatório, é impossível ela ter me denunciado.

Mas se não foi ela... quem foi? Não importa, não tenho tempo pra isso agora. Já estou bem de saúde, recebo alta amanhã, mas até amanhã não posso esperar. Tenho que sair dessa cidade, desse estado, desse país e quem sabe desse continente ainda hoje. Sou milionário, posso fazer tudo o que eu quiser e quando eu quiser.

Me levantei rapidamente da cama, sendo seguido pelo olhar assustado da nojenta da limpeza, bati a porta e esbarrei na enfermeira Rebecca, que trazia consigo outra sopa, que eu acabei derrubando de novo, desta vez sem querer. Peguei o elevador enquanto me livrava ainda de toda aquela tralha hospitalar, cheguei no térreo me dirigindo rapidamente até a saída quando fui barrado por dois policias, que me encararam com um olhar severo e disseram:

– George Mertens, você está preso – Imobilizando-me e prendendo meu braço pra trás com uma algema.

Foi tudo muito rápido, de repente eu já estava dentro de uma viatura, e, em seguida na sala do delegado, prestando depoimento.

Posso dizer que agora sei como a rata Rosalie se sente. Acocada, desacreditada e imunda. Não tive nem argumentos pra tentar alegar minha inocência, todas as provas me incriminavam. Então, usei meu cérebro que Fionna não herdou e pedi como nos filmes:

– Gostaria de telefonar para o meu advogado.

POV Fionna

Abri os olhos e me espreguicei sorrindo, as coisas estavam começando a dar certo. Bem, talvez nem tanto pra mim, mas estou feliz pelo Finn, sua felicidade exalava por todas as partes. Liguei a televisão da Cake, estava passando o jornal da manhã, prestei atenção para entender o que estavam dizendo.

– Foi preso na madrugada dessa quinta feira, o homem de negócios e sócio do prefeito, Sr. George Mertens. Ele foi acusado por desvio de verbas, lavagem de dinheiro e corrupção ativa – Arregalei os olhos e levei a mão á boca, mesmo já esperando que aquilo acontecesse, não conseguia esconder meu apavoro. Não é todo dia que seu pai vai pra cadeia.

– O que foi, Fi? – Cake chegou do meu lado.

Não respondi, apenas apontei para a tela do televisor. Logo estávamos eu, Finn e Cake na frente da TV, assistindo incrédulos e de camarote a queda do império.

Quando a manchete acabou, dando lugar á outra, continuávamos sem movimentos ali. Finn sorria, eu continuava com os olhos arregalados e mão na boca, Cake não esboçava nenhuma reação, estava com cara de paisagem, “poker face”.

– E agora, Jesus? – Eu indaguei depois de um breve silêncio que tinha se instalado na sala.

– Agora é só... comemorar! – Finn disse com um sorriso tuts tuts de orelha á orelha – Quem diria que o velho iria um dia pagar pelos seus crimes... – E se retirou da sala.

– Você vai... visitar ele? – Cake perguntou – Eu não sei nem o que dizer

– Como agir perante uma situação dessas? – Eu respondi a pergunta com outra pergunta – O que fazer quando seu pai é preso?

– Pior: quando você é responsável por essa prisão – Ela se sentou no sofá – Eu deveria estar feliz com isso? Metade de mim diz que ele é meu pai e a outra fala que ele é um maldito.

– A segunda metade está certa – Finn voltou – Conte pra ela, Fionna! Fale sobre o que ela fez com a minha mãe, o que ela fez com a coitada da Rosalie

– A Rosalie é sua mãe – Eu corrigi – Para de falar como se fossem duas pessoas diferentes. Cai na real.

Ele bufou e foi em direção á cozinha, eu contei á Cake sobre tudo o que estava rolando e ela escutava atentamente enquanto me ajudava a me arrumar pra ir ao colégio. Minha mãe nunca arrumaria minha mochila ou faria meu café. Cake era muito mais maternal que ela.

Logo eu já estava no metrô, indo em direção á escola. Estava saturada, ainda bem que só falta mais uma semana e meia pra me ver livre de tudo isso aqui. Não é que eu não goste da escola, alguns alunos até que se salvam, mas todos temos que concordar: o colégio é um saco.

Recebi outra ligação do Lee, e com um aperto no coração encerrei a chamada. Cara, eu amo ele incondicionalmente, mas o que ele fez comigo é difícil de perdoar. Não sou tão orgulhosa quanto a Cake, mas o Marshall vacilou. Vacilou feio.

Quando entrei pelo portão a primeira coisa que vi foi Christian encostado no muro, mexendo no celular. Assim que me notou veio em minha direção com sua expressão encantadora de sempre: olhos vibrantes, braços abertos e sorriso no rosto. Sua alegria contagia.

– Pequeno pônei! – Ele me saudou – Que cara é essa, menina? Tá tudo bem?

– Na verdade, não – Eu suspirei – Vamos entrar, na sala eu te conto.

Ele apenas consentiu com a cabeça e apoiou o braço no meu ombro (como todo amigo folgado). Agora ele estava com expressão preocupada e se perguntando “o que diabos aconteceu”. Me sentei no canto esquerdo na frente da classe, ao lado dele.

– Ok, agora me fala – Ele cobrou – O que houve?

– É o Marshall – Eu comecei

– Porque não estou surpreso? – Ele bufou – Tinha que ser ele.

– Lembra da Bonnie que eu disse ontem? – Eu retomei, ele fez que sim com a cabeça – Marshall foi ao cinema com ela semana retrasada, me deixando sozinha em um presídio. É uma longa história que não vem ao caso agora. Nós brigamos ontem e ele acabou confessando que deu uns pegas naquela biscate, rolou altos beijos e ele ainda disse na minha cara que gostou.

– Não acredito... – Ele disse irritado – Mas que... que... babaca!

– Nada disso importa agora – Eu continuei – Acontece que eu terminei com ele e ando evitando suas ligações. Metade de mim está me corroendo e morrendo de saudades dele, a outra metade não quer ver ele nem pintado de ouro. O que eu faço? Estou tão confusa! – Eu levei as mãos á cabeça – E como se não bastasse, meu pai foi preso hoje de manhã. Ele é um cretino, e o pior de tudo é que a culpa é minha – Meu olho esquerdo começou a lacrimejar – Eu o denunciei e me sinto culpada agora. Tá uma verdadeira guerra dentro de mim, estou perdida...

– Ei Fi, olha pra mim – Ele levantou meu olhar – Não se preocupe, vai ficar tudo bem, eu prometo – E me deu um abraço. Eu estava precisando disso.

De repente eu já estava me afogando em lágrimas enquanto ele me abraçava e dizia:

– Tudo bem, eu to aqui... Tudo vai acabar bem, a culpa não é sua... Você não merece sofrer assim...

POV Marshall

Acordei todo quebrado. A ressaca me pegou de jeito. Com o resto de força que eu ainda tinha, me levantei e fui me arrastando até o chuveiro. Tomei um banho e saí sem comer, estava sem fome. Dentro de mim a dor de cabeça predominava, com uma leve ponta de culpa e ressentimento por ter feito Fionna chorar, por ter dito aquelas coisas horríveis que ela não precisava saber. Eu sou um monstro, mas juro que tento não ser, não foi proposital. Eu sou um merda por natureza mesmo.

Quase perco o ônibus, dei uma leve corridinha até ele e entrei, me jogando no primeiro acento vago que eu vi pela frente. Acho que apaguei, só me dei por mim quando já estava perto do ponto final. Legal, agora eu vou ter que voltar andando, a grana da passagem acabou e acho que perdi o dinheiro do intervalo. To vendo que meu dia vai ser uma merda, igual a minha vida inteira. O universo coopera pra que nada dê certo pra mim, é incrível.

Cheguei vivo na escola, atrasado como sempre, quando me deparo com aquela cena deplorável: Fionna chorando nos braços do “amigo” dela, Christian. Ele a abraçava enquanto ela se derramava em lágrimas, provavelmente causadas por mim.

Sabe o pior? É que Jake tinha razão e eu não posso fazer nada. Eu vacilei, eu perdi. Chris está dando á ela o que eu não fui capaz de dar: afeto, atenção.

E não, eu não estou com ciúmes.


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Notas finais do capítulo

Provando do próprio veneno huehuehue
O que acharam do capítulo? Alguém shippando FioChris? :v
Beijos, até domingo!



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