Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 36
Strange Dream, Bad Vibes


Notas iniciais do capítulo

Olaá! Quanto tempo, parece que essa semana durou uma eternidade! Huehue Como vão, sentiram falta da fic? cl:
Desculpe pela demora pra postar, tive uns problemas e fiquei desconectada o dia inteiro. Bom, desculpas á parte, cheguei com cap novo! Uhul!
Boas notícias: agora que minhas aulas no colégio finalmente terminaram terei mais tempo pra me dedicar á fic! Ou seja, capítulos melhores e maiores (assim espero) toda quinta e domingo! Aee! Boa leitura, seus lindos!



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POV Finn

Ainda meio inquieto e um tanto inconformado, me recusava a acreditar no que estava acontecendo. Minha vontade naquela hora era de voltar no hospital e espancar o babaca do meu pai até dizer chega. Minha mãe estava morta, e eu não podia fazer nada á respeito. É realmente inacreditável o fato de eles ainda acharem que eu possa doar meu rim pro Mertens! Ele é que se foda! E eles que procurem outro babaca O- pra salvar a vida desse verme desprezível. Porque, parem um pouco e se ponham em meu lugar: Seu pai te larga a vida toda e nem quer saber de você; tu perde sua mãe por culpa do mesmo; sua vida vira um inferno por culpa dele também; ele aparece do nada justo na hora em que precisa de um rim pedindo desculpa como se N-A-D-A tivesse acontecido. Ahh por favor né, eu aposto que vocês fariam o mesmo.

O pior de tudo é que quem vira o vilão dessa merda toda sou eu, que fui largado e desprezado a vida inteira e agora sou obrigado a pagar de herói pra cima do causador de toda desventura. Merece morrer sim, e quando antes melhor. Não é maldade, é justiça. Meu ódio só não era maior que meu cansaço, eu realmente estava exausto, por isso ao invés de fazer uma burrada, achei preferível me virar e dormir.

Foi então que eu tive um sonho estranho, eu estava em um lugar todo branco e vazio, me sentia perdido naquele plano infinito cheio de nada, apenas escutava uma voz feminina abafada, fui em direção dela sem hesitar, e conforme eu ia me aproximando a figura ia ficando nítida e clara. Era uma mulher sentada em uma cadeira de mogno, com uma camisa de força e uma mordaça na boca, ela tentava dizer algo e se debatia, seus olhos azuis se arregalaram quando eu me aproximei.

Suas pupilas dilataram, tive a impressão de que ela começou á chorar assim que me viu, eu sabia que ela tentava dizer algo, só não fazia ideia do que era.

– Calma moça – Eu tirei a mordaça de sua boca – Não chora, eu não vou te fazer mal.

– Eles querem me calar, me silenciar! – Ela dizia desesperada – Eles não vão me silenciar, eles não podem! Eu não estou louca! Não estou louca!

– Tudo bem, tudo bem! – Eu tentava a acalmar, comecei a me arrepender de ter desamarrado o pano da boca dela, agora ela não calava a boca.

– Eles podem arrancar meu pequeno de mim, podem até me amarrar como seu eu tivesse problemas mentais, mas não podem apagar o que eu vi! Eu sei o que eu vi, e não estou louca!

– Tá bom moça, você não está louca – Eu comecei a desatar a camisa de força, mesmo sem ter certeza do que estava fazendo, afinal aquela doida podia ser qualquer pessoa! – Mas não faço ideia do que a senhora tá falando.

– Eu sabia que viria, eu esperei tanto, tanto! – Ela começou a chorar mais, me abraçando assim que a camisa a soltou – Você está tão grande – Ela afundou seu rosto entre meu ombro e nuca, encharcando minha clavícula com lágrimas – Mal posso acreditar, está adulto! E vivo!

– Do que a senhora tá falando, sua doida? – Eu a afastei – Só me ajude a sair daqui, tá bem? Eu nem te conheço pra começo de conversa.

– Sim, você me conhece – Ela enxugou as lágrimas – E você sabe disso, só não se lembra. Você conhece meu rosto.

– Não, eu já disse que não sei quem você é.

– Claro, faz tanto tempo... mas eu sei que você vai se lembrar

– Quer por favor parar com essa palhaçada e me dizer onde é a saída?

– Lembre-se, Finn – Ela ordenou

– Eu não faço ideia.

– Finn... – Ela arqueou a sombrancelha

– Eu já disse que não sei!

– Finn – Ela repetiu

– Você só sabe dizer isso?

– Finn! – Ela disse mais alto

– O que é, caramba?

– Finn! – Ela aumentava a voz

– Me deixe em paz!

– Finn! Finn!

Fui acordado pela Fionna, me sacudindo loucamente

– Finn! Acorda, Finn! – Ela apertava meu braço e me chacoalhava

– O... que? – Eu voltei á realidade ainda meio atordoado

– Mermão, cê tá legal? – Jake perguntou, quando eu vi todos estavam ao meu redor – Você apagou cara, não queria acordar de jeito nenhum! E tá todo suado ainda por cima, tá tudo bem?

– Mas o que? – Eu me levantei ainda meio baqueado – Que horas são, cadê a doida?

– Que doida, garoto? – Cake questionou – A única doida aqui é a Fionna, que surtou pensando que tu tinha entrado em coma

– Surtei mesmo, lógico! – Fionna disse – Você dormiu por várias horas, eu até achei estranho e vim ver, você só dizia “Rosalie, Rosalie” e não acordava nunca!

– Ficamos preocupados, garoto – Marshall disse, mesmo sendo 7 anos mais novo que eu.

– Por quanto tempo eu apaguei?

– Sei lá, umas 12 horas mais ou menos – Ele respondeu

– Que horas são, cara? – Eu levei as mãos á cabeça

– É hora de eu ir pro laboratório, estou super atrasada – Cake disse fitando o relógio de pulso – Você vai ficar legal?

– Sim, foi só um sonho estranho... muito estranho.

– Com sonho estranho você quis dizer coma profundo? – Fionna questionou – Porque se for, ótima colocação.

– Bobona – Eu dei meio sorriso e me levantei – Valeu por toda essa atenção, mas não precisa, eu estou bem. Eu só quero ficar um pouco sozinho, tomar um banho e sei lá, pensar...

– Tem certeza que você tá legal mesmo? – Fionna perguntou apreensiva.

– Claro fi, pode deixar – Eu sorri – Já passei por coisas muito piores, eu to legal.

– Certo – Cake disse da porta – Então, vamos deixa-lo sozinho?

– Qualquer coisa dá um grito, estamos na sala – Fionna disse.

– Tá, valeu – Eu agradei, e eles fecharam a porta em seguida.

Mas que merda foi essa? Nunca tive sonho mais estranho, isso não costuma ocorrer comigo. E quem era Rosalie? Será que alguma coisa tem a ver com a outra? Nada se encaixa, tudo é confuso, minha cabeça está toda embaralhada, é coisa de mais pra um dia só. Me levantei, abri a porta e atravessei pela sala, sendo seguido pelos olhares preocupados de todos, exceto de Cake que já tinha saído, entrei no banheiro e fechei a porta em seguida.

Minha cabeça estava em brasas, lavei o rosto na pia e me encarei por um tempo no espelho. O que eu estou fazendo com essa droga incerta que eu chamo de vida? Pra onde eu vou, cara? Porque eu estou aqui? De onde eu vim e pra onde eu vou? Quem sou eu, afinal? Um homem-moleque que não faz ideia do dia de amanhã, perdido no mundo, cheio de dúvidas e nenhuma resposta. Eu tinha tantas perguntas pra fazer pra ela, o que eu mais queria era abraçar minha mãe bem forte e não solta-la nunca mais, agradece-la por não ter desistido de mim, porque, se dependesse do meu pai eu nem teria nascido.

Então, em questão de segundos todas as minhas esperanças e expectativas foram por água abaixo, eu descubro que na verdade ela morreu á anos, como uma ninguém e eu nem pude ao menos vê-la pela ultima vez. Devo isso ao Mertens, valeu cara, tu é foda.

Suspendi a blusa, entrei embaixo do chuveiro e lá fiquei por um bom tempo, de olhos fechados, deixando a água cair sobre mim, por um momento tive vontade de chorar. Chorar de tristeza, chorar de agonia, chorar de angústia por não ter tido a chance de perguntar aquelas coisas que você só consegue morrer em paz quando as mesmas forem respondidas. Chorar de saudade de algo que eu nunca tive, ou pelo menos não que eu me lembre, o abraço da minha mãe. Maldito Mertens, eu te odeio!

E então, quando seu coração já está cansado de tanto ser surrado, seus ombros pesam, seu peito dói e você se sente sufocado por um sentimento tão grande de angústia, você não consegue segurar as lágrimas e as deixam escorrer quentes pelo seu rosto, se misturam e caem pesadas no chão. Mal conseguindo respirar, você berra, se rasga, esmurra a parede, mas nenhuma dor consegue ser mais forte do que aquela que fez fazer tudo isso. Irmão, tu só quer sumir. Mas aí você se lembra que tem que ser forte. Seja homem e pare de chorar! Ela se foi, você não pode fazer mais nada. Sabe porque? Porque você é um bosta, você é um merda! Ela precisava de você e você não fez nada pra mudar isso! A culpa não é do seu pai, a culpa é sua, imbecil! É toda sua.

E por minha causa, minha culpa ela se foi. A dor ás vezes é tão forte, que é mais fácil fingir que não houve morte. Você já teve vontade de voltar no tempo alguma vez? Isso é tudo o que eu mais queria.

POV Fionna

Ele estava demorando tanto no banheiro que eu já começava a ficar preocupada, acho que até os vizinhos conseguiam escutar seus urros desesperados e pancadas na parede. Eu queria tanto poder ajuda-lo, mas sei que nada do que eu diga vai adiantar alguma coisa, eu nunca passei nem pela metade do que ele deve ter sido obrigado a suportar a vida toda, pra chegar até aqui e descobrir que ele nunca vai poder ver a mãe, porque ela morreu. Acho que era o que ele mais queria ultimamente, não quero nunca ter que sentir essa dor. A vida ás vezes é tão cruel...

– Finn? – Eu bati na porta do banheiro – Tá tudo bem ai?

Ninguém me respondeu, então eu insisti.

– Se você não me responder eu vou ser obrigada á entrar – Eu ameacei – Um... dois...

– Vai embora, por favor – Ele me respondeu – Me deixa sozinho.

– Cara, você não pode ficar aí pra sempre – Eu falei

– Me deixa sozinho – Ele insistiu – Ou será que nem mais isso eu tenho direito?

Não disse mais nada, só fui me afastando da porta e em pouco já estava no sofá novamente, com cara de paisagem como todo mundo ali.


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Notas finais do capítulo

Bad vibes no ar :/
O que acharam do cap? Teorias sobre a mãe do Finn? Comentem hu3!
Beijos e até quinta o/



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