Show Me Love escrita por noOne
POV Marshall
– Pelo amor Cake, me promete! A Fionna não pode saber disso! – Eu implorei
– Não posso saber de quê? – Fionna apareceu do nada do nosso lado
– Fionna! – Eu dei um pulo
– O que eu não posso saber? – Ela insistiu
– N-não é nada, nada... – Eu estava claramente nervoso
– Ah, agora fala! O que eu não posso saber? – Ela me pressionou – Hein, Cake?
– Não é nada Fionna, deixa de ser pé no saco... – Cake respondeu
– Se não é nada porque vocês não me dizem? – Ela questionou
– Porque você não precisa saber, não é importante – Eu respondi
– Então me fala o que é! O que eu não posso saber?
– Não é da sua conta, é isso! – Marshall disse
– Aah, agora é assim? Perdeu o amor pela vida? Você não sai daqui enquanto não me disser!
– Para com isso Fionna, se eu to dizendo que não é importante é porque não é, para de encher a paciência!
– Não vai falar?
– Não!
– Firmeza então, to indo – Ela deu as costas – Mas depois não diz que eu não avisei.
– Não espera! – Eu a segurei – Tá bom, eu digo
– Então fala logo!
– Promete que não vai surtar? – Cake perguntou
– Prometo! – Ela respondeu
– É queee... – Cake tentava enrolar – O Marshall... o Marshaall...
– O Marshall...? – Ela arqueou a sobrancelha
– Ele comprou um...
– Eu-eu comprei um...
– Um...?
– Chiii...neelo
– Lanterna!
– O Marshall comprou um chinelo lanterna? – Ela franziu o senho
– Isso! Eu comprei um chinelo lanterna pra você, é isso!
– Pra que eu vou querer um chinelo lanterna? – Ela questionou desconfiada – E porque vocês não queriam me falar?
– Porque era uma surpresa ué – Cake justificou
– É, sua estraga prazeres.
– Isso não faz sentido... cadê ele então?
– Cadê o que?
– O presente que você disse que comprou, cadê?
– Tá lá em casa, eu esqueci
– Vamos lá então, quero ver.
– Agora não fi, nós estamos muito cansados, amanhã eu trago, né Cake?
– É-é, sim
– Hmm, ainda não engoli essa história.
– Você é muito desconfiada – Eu passei meu braço pelo seu ombro – Vamos entrar, aqui fora tá muito frio.
– Isso, vai na frente – Cake a empurrou pra porta
– Isso tá muito mal-explicado e vocês estão mais nervosos que o normal – Ela resmungou, mas logo cedeu e entrou – Eu vou descobrir de um jeito ou de outro, tá ouvindo?
– Aonde caralhos eu vou arrumar um chinelo lanterna pra essa garota!?!? – Eu perguntei assim que Fionna saiu
– Sei lá cara, se vira, procura na internet.
– Agora é se vira né?
– Lógico, quem mandou ficar de graça com essa Bonnie?
– Ela é legal tá, só foi algo impensado.
– Legal vai ser minha mão voando na sua cara.
– Ogra
– Irresponsável
Entramos em seguida, Fionna não parava de me olhar com cara de desconfiada, eu sorria nervoso e desviava o olhar, ela cerrava os cílios.
– Então, Finn... – Cake tentava dispersar o clima tenso – O que você tá achando da casa?
– Bom, é bem melhor que a prisão – Ele respondeu – Mas não me sinto bem em ficar dependendo de você assim.
– Não esquenta, tu é meu irmão ou não é?
– Sou, mas...
– Então pronto, meu filho! Fique á vontade, tudo é seu aqui. Bom, quase tudo...
– Valeu Cake – Ele sorriu – Sinto muito ai pelo pai de vocês.
– Pelo nosso pai, você quis dizer – Fionna comentou
– Não o vejo como meu pai, ele foi um carrasco comigo – Ele disse
– Disso nós sabemos, mas agora ele se arrependeu, você podia pelo menos tentar ser compreensivo – Eu falei
– É, pode ser – Ele puxou a manga do casaco e fitou o punho – Não dá nem pra acreditar que o sangue que corre em mim é o mesmo que o dele, que o da fi... é tão estranho!
– É, é mesmo... – Cake deu uma pausa – Falando em sangue, qual o seu tipo?
– Eu nem sei direito, quando eu entrei na cadeia eles fizeram uns bagulhos obrigatórios e disseram que eu era O negativo – Ele desceu o casaco – Porque a pergunta agora?
No momento todos gelaram, inclusive eu que eu sempre fui frio, fiquei boquiaberto quando ele falou
– O que você disse? – Fionna levou a mão á boca – Repete!
– Eu disse alguma coisa errada? – Seu sorriso se desfez – Não olha pra mim com essa cara, o que eu fiz?
– Você nasceu! – Ela sorriu incrédula – Você nasceu O-!
– Eu o quê? – Ele franziu o cenho quando Fionna praticamente pulou em cima dele e o abraçou
– Você é O- Finn! Você é O-!
– E dai que eu sou O-? – Ele a abraçou também – Ela surta assim sempre?
– Cara, tu salvou a pátria – Eu disse
– Quem diria hein, isso vai dar uma puta lição pro Mertens – Cake afirmou
– Mano, porque você nunca disse que era O negativo?
– Não achei que fosse importante, o que tem de mais? – Ele indagou confuso
– Finn... – Cake sentou ao seu lado, séria – Eu sei o quanto você odeia seu pai, sei que você ainda não superou o fato de ele não ter te aceitado de início e só ter te assumido agora. Mas o fato é que ele precisa de você mais do que nunca agora, você entende?
– Tá, eu estou boiando no assunto, o que tem haver?
– Acontece que o Mertens está com câncer nos rins em estágio quase terminal, como você deve saber – Ela continuou – Mas assim que você saiu da sala o médico avisou que ele precisa de um transplante urgente, mas o paciente tinha que ter o mesmo tipo sanguíneo que o dele.
– O-? – Ele questionou, mesmo já sabendo da resposta.
– Exatamente. Você já sabe o que eu vou pedir né?
– Ahhh não Cake – Ele cruzou os braços – Sem chance!
– Por favor Finn! Você vai deixar ele morrer por puro orgulho? – Fionna falou
– Vou – Ele deu de ombros – Ele me abandonou minha vida toda! Porque espera que eu seja bonzinho com ele agora?
– Por favor Finn... irmão... ele é seu pai! – Fionna suplicou
– Não dá Fionna, desculpa. Me recuso á doar meu rim pra ele, esse velho não merece!
– Faça isso por mim então, por nós! Por favor, eu não posso perder ele! – Ela insistia – Você não pode ser tão ruim assim!
– Não me faça como o vilão, você sabe mais do que ninguém que o antagonista aqui é seu pai, não eu!
– Será que você não tem coração? O que custa você doar pra ele? – Ela falou
– Custa muito, custa meu orgulho, custa meu ódio!
– Finn, você é o único que pode salvar ele – Cake disse – Eu sei o quanto você o odeia, mas você pode por favor deixar seu orgulho de lado e salvar uma vida? Não é nem por ele, faça isso por nós!
– Sei lá Cake, eu simplesmente não consigo dar uma parte de mim pra salvar aquele cretino.
– Lembra que no começo ele deu uma parte dele pra trazer a vida á você – Eu falei (Porque diabos eu estava defendendo o Mertens?)
– Involuntariamente! Ou você pensa que ele me quis? - Ele respondeu
– Tem razão, mas agora ele se arrependeu, doar uma parte sua é a melhor forma de dizer “eu te perdoo” pro seu pai – Eu insisti
– Acontece que eu não perdoo ele! – Finn rebateu
– O deixar morrer só vai provar que você é tão ruim quanto ele – Eu falei – Você tem duas alternativas: doar e provar que você é melhor que ele, assim ele terá uma dívida eterna com você...
– Ou não doar e deixar ele morrer, sendo culpado pelo resto da sua vida pela morte de alguém que precisava da sua ajuda – Fionna completou
– Olha, esse joguinho psicológico pra eu me sentir culpado não vai funcionar, ok?
– São apenas fatos – Jake disse – E ai, bro? Como é que vai ser?
– Ahh eu não sei, não sei! – Ele coçou a nuca – Eu vou pensar
– Pense bem, por favor – Fionna pediu – Você não vai levar essa culpa pelo resto da sua vida né?
– Não tenho culpa nenhuma, não estou de acordo com isso – Ele disse – Cake, você pode me emprestar o telefone?
– Claro, é todo seu – Ela disse o entregando
POV Finn
Peguei o telefone e disquei o número que estava no papel que o Mertens me entregou, chamou umas duas vezes quando uma mulher com voz séria atendeu.
– Funerária St. Jude, bom dia.
– Ér, bom dia – Eu respondi
– Com quem eu falo? – A mulher perguntou
– Com Finn... Finn Mertens
– O que gostaria?
– Desculpe, acho que foi um engano, devo ter discado errado.
– Quem sabe... o que o senhor gostaria? Talvez eu possa ajudar.
– Você deve conhecer George Mertens né?
– Claro, um senhor negócios. Quem não conhece? – Eu podia sentir o tom de satisfação em sua voz – O que deseja?
– Eu queria saber da minha mãe, Mertens me mandou ligar pra esse número
– Ah sim, agora eu me lembro... ele deixou avisado que você ligaria.
– Tá, e então, posso falar com ela?
– Infelizmente não vai ser possível – Ela respondeu
– Ela está ocupada? Eu posso ligar outra hora, tenho todo tempo do mundo.
– Sinto lhe informar garoto, mas sua mãe... ela faleceu.
Fiquei em silêncio por um tempo, ainda não tinha caído a ficha
– Finn? – Ela disse do outro lado da linha – Menino, você ainda está ai?
– S-sim, estou – Eu respondi trêmulo – Como assim faleceu, n-não pode ser
– Meus pêsames.
– Co-como isso aconteceu? Quando?
– Já faz uns 3 anos, falência múltipla dos órgãos – Ela falou – Ela era moradora de rua, bebia muito, só foi procurar ajuda tarde, sabe como é né. Eu sinto muito mesmo.
– Certo, uma dúvida a menos na minha cabeça.
– Não era isso que você gostaria de ter ouvido, não é? – Ela perguntou com voz de pena
– Tem razão, não mesmo – Eu confirmei – É uma pena que eu não possa ter conhecido ela, tudo isso é culpa desse desgraçado, cretino, tirano do meu pai!
– Oi? – Ela indagou
– Deixa pra lá – Eu respondi – Obrigado mesmo assim.
– Claro, mais uma vez sinto muito, meus pêsames.
– Obrigado, valeu
– Passar bem – Ela desligou
Coloquei o telefone novamente no gancho, todos me encaravam na maior expectativa, esperando eu dizer algo.
– E então? – Cake quebrou o gelo – Conseguiu falar com ela?
– Não – Eu respondi desolado
– Ela não estava? – Fionna perguntou
– Não, não estava – Eu me levantei
– Aonde ela foi? – Jake falou
– Quando ela volta? – Marshall indagou
– Ela não volta
– Viajou? – A tonta da Fionna perguntou
– Ela morreu, tá legal? – Eu explodi – Ela não vai voltar porque ELA MORREU! Satisfeita?
– Putz – Jake encarou o chão
– Vish – Marshall pôs a mão no bolso
– Nossa... desculpa Finn, eu não sabia – Fionna se sentou ao meu lado – Foi mal
– Tudo bem, tudo bem – Eu me levantei – Eu só preciso descansar um pouco.
– Têm um quarto desocupado no fim do corredor, você pode ficar lá
– Valeu, Cake – Eu agradeci – Assim que eu puder eu saio da tua aba
– Não se preocupa, pode ficar o tempo que quiser.
Não disse mais nada, só segui até meu quarto e tranquei a porta atrás de mim. Eu não sabia o que pensar, nem como agir, estava completamente desnorteado com essa notícia, que eu sinceramente não estava esperando ouvir. Talvez até estivesse, mas não é fácil aceitar o fato que sua mãe morreu assim do nada, e você nem teve a chance de conhece-la, isso é duro. E todos sabemos muito bem de quem é a culpa. Hunf, e eles ainda querem que eu doe meu rim pra aquele cretino. Na boa, sério isso?
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Eu não queria ser o Finn nessa hora, o que vocês fariam no lugar dele?
Isso é tudo pessoal, até domingo!