Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 25
Under Sea


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde, gente :) Fiquei muito feliz pelos leitores fantasmas, que resolveram aparecer no capítulo anterior, mds, quase cai da cama! E gostaria de agradecer á bibiafeliche, por recomendar a fic em sua página no facebook: Obrigado, amore



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POV Marshall

Ninguém dizia nada, até que que o tal de Mertens decidiu falar alguma coisa

– Acho que a senhora me deve explicações, Srta. Harvey.

– Ela não deve nada não – Eu me atravessei – O problema é eu e você.

– Bom, se ela é a responsável por sua medíocre existência, sim, ela deve. Ainda mais trabalhando pra mim.

– Marshall, o que está acontecendo? – Ela questionou confusa

– Eu vou dizer o que está acontecendo – George disse virando o olhar pra ela – Este rapaz sequestrou e sumiu com minha filha o dia inteiro

– Sequestrei o caralho! Ela é quem quis ir comigo, não obriguei ninguém á nada!

– Desde que ele chegou na vida dela, Fionna vêm agindo diferente – Ele ignorou meu comentário – Eu só não sabia o porque! Mas hoje eu descobri, não é mesmo, Sr. Lee?

Eu cruzei os braços e virei a cara

– Tá na cara isso é influência dele! Mas afinal, o que eu podia esperar de um medíocre morador de subúrbio?

– Calma lá Sr. Mertens, eu tenho profundo respeito pelo senhor, mas agora você já está passando dos limites! – Disse minha mãe alterada

– Quem passou dos limites foi seu filho! Eu só vim aqui comunicar pessoalmente que a partir de hoje ele está proibido de ver Fionna!

– E quem é que vai me impedir? Você? – Eu debochei

– Eu, a polícia e sua mãe, se tiver amor á vida de seu presado filho.

– Isso é uma ameaça? – Ela aumentou o tom de voz, nervosa.

– Entenda como quiser e abaixe o tom de voz comigo.

– Agora chega, você não vai falar assim com a minha mãe não, maluco – Eu o empurrei fazendo ele bater as costas na parede

– Tire essas suas mãos imundas de mim, seu rato! Quem você pensa que é?

– Eu sou o rato que vai te expulsar daqui agora, coroa! – Eu disse o pegando pelo colarinho e o arrastando até a porta – Passar bem – Eu o empurrei pra rua

– Você não perde por esperar, moleque! – Ele me ameaçou, se recompondo.

– Ta ta, some daqui! – Eu bati a porta na cara dele

– E Harvey, você está demitida! – Ele gritou do lado de fora

Minha mãe se pôs á chorar.

– E agora Marshall? Aonde eu vou arrumar um emprego? Aquilo era tudo o que eu tinha! – Ela disse desesperada

– Calma mãe. Você tem eu e a Marcy, vai ficar tudo bem, você não precisa daquele cretino.

– Cade a Marceline? – Ela procurava com o olhar

– Eu não sei, ela saiu nervosa daqui, eu briguei com ela.

– O que está acontecendo? Me explique agora!

– Hoje depois do festival eu fui dar umas voltas com a moto da marcy...

– ...mas você não tem carta e...

– ... eu sei, mas eu fui mesmo assim. Chamei a Fionna pra ir comigo e nós só voltamos de madrugada, eu pensei que não ia pegar nada, mas quando eu cheguei a Cake e a Marcy estavam aqui no sofá preocupadas, dizendo que o George chamou a polícia pra mim, que eu tinha sequestrado ela. Ai ela foi pra casa e a Marcy ficou enchendo meu saco dai eu falei umas merdas pra ela e então ela foi embora.

– Pra onde ela foi?

– Eu não sei, ela não disse.

– Sempre você né? Pelo amor de Deus, meu filho! Você não consegue ficar um único dia sem fazer merda?

– Desculpa mãe, eu não consigo evitar – Eu disse me levantando – Como eu ia adivinhar que isso ia acontecer?

– O problema é que você é muito impulsivo, não pensa nas consequências de seus atos.

– Tá bom, foi mal, chega de sermão por hoje.

– Certo, vá dormir que amanhã nós vamos á delegacia, tentar retirar a queixa de sequestro – Ela falou enquanto vestia seu casaco.

– Aonde a senhora vai?

– Vou atrás da sua irmã

– Porque não liga pra ela?

– Ela não atenderia, e mesmo que o fizesse, ela deixou o celular em casa – Ela disse apontando pro sofá.

– Certo, quer que eu vá com você?

– Não, você já fez demais por hoje – Ela fechou a porta e trancou.

Depois disso fiquei um tempo na sala pensando, e dormi lá mesmo no sofá. Nem me dei conta de quando minha mãe chegou com a Marcy em casa, eu só apaguei.

No dia seguinte eu fui com ela á delegacia, eles disseram que o único que podia retirar a queixa era aquele que a fez: George Mertens, o tirano. É obvio que ele não ia retirar aquela maldita acusação, é obvio que ele queria me ver na merda, quanto pior pra mim, melhor pra ele. Minha fixa criminal estava suja e eu não podia fazer nada a respeito. É como dizem, a justiça é feita pros ricos, e eu me fodo mais uma vez.

Saindo da delegacia, minha mãe foi entregar currículos e tentar uma vaga em um emprego qualquer, eu deveria fazer o mesmo, afinal ela precisava de ajuda mais do que nunca. Mas ao invés disso, me despedi dela e disse que ia dar umas voltas por aí, talvez passar na praia, já que eu nunca fui até hoje desde que cheguei aqui.

– Tá certo, mas não volte tarde pra casa – Ela avisou.

Eu ligava pro celular de Fionna, mas ela não atendia, só dava caixa postal. O pai dela deve ter quebrado seu celular ou bloqueado meu número talvez. Pensei em ir até a casa dela, mas no mesmo segundo desisti, porque tinha amor á minha vida (ou não, á esse ponto nada mais vale a pena)

O dia estava frio e nublado com ar de tristeza, o que retratava muito bem o que eu sentia, como se fosse um espelho de frente á minha aura. Fui até o píer da praia e me sentei no chão de madeira molhado com água salgada do mar, que chicoteava as pedras violentamente debaixo de meus pés, suspensos, balançando no ar.

Peguei um maço de cigarros no meu bolso, que eu guardava secretamente de todos e fumava em momentos de tensão, quando minha cabeça estava cheia de problemas e frustrações. Com o intuito de melhorar, na verdade eu piorava.

Puxei um, ascendi, traguei e soltei a fumaça no ar, traguei e soltei, traguei e... o que eu estou fazendo com a minha vida?

É incrível como em um segundo está tudo bem e então de repente tudo volta a ser caos na minha mente. Talvez meu destino não seja estar em paz comigo mesmo, sempre vai aparecer algo e foder com tudo. Talvez seja melhor eu sair da vida de Fionna antes que eu a arraste para a tragédia sem fim que é minha vida. Talvez seja melhor eu sumir da vida de todo mundo antes que eles sofram por mim. A tragédia é inevitável, ela e o caos compõem essa droga que eu chamo de vida e sempre vão me acompanhar pra onde quer que eu vá, não importa o quanto eu fuja.

“Não adianta fugir Marshall” “É a sua sina, sua prisão!” “Você vai arrastar todos á sua volta?” “Bassstardo!” Algumas vozes ecoavam em minha cabeça, elas tinham razão.

Olhei mais uma vez para baixo, a maré subia, as ondas batiam com mais força contra o rochedo, o tempo fechou de vez e um pensamento infame veio á minha cabeça “Vá Marshall, já chega disso!” “Eu deixo a onda me acertar, e o vento vai levando tudo em bora” “seu lugar não é aqui!” “VAI” “EM” “BORA!” “VAI” “EM” “BORA!”

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto, eu dei um sorriso triste e olhei pra baixo.

– Desculpa mãe, hoje eu não volto pra casa – Apaguei meu cigarro e me aproximei mais da borda – Vou encontrar com meu pai.


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Notas finais do capítulo

É mais ou menos isso que se passa na cabeça de uma pessoa com depressão+esquizofrenia. Dramático, não? Não percam o próximo capítulo!
E por favor, comentem e tudo isso que eu sempre peço, vocês já sabem ;)
Beijos, até terça! #RIPMarshall