POV Marshall

– Ta, parei – Ela disse prendendo o riso

– Isso é sério, Marceline – Fionna disse sem tirar os olhos de mim

– Vou deixar você á sós – Ela disse já saindo da cozinha

– Não, não precisa. Eu já estou indo em bora mesmo – Fionna disse saindo

– Volta aqui, Fionna! – Eu pedi, mas ela não ouviu e bateu a porta na minha cara, de novo.

Ficamos por um tempo em silêncio na cozinha, ninguém dizia nada. Eu não sabia o que fazer, eu não posso perder a Fionna assim desse jeito.

– O que eu faço, Marcy?

– Não faço idéia, ela tá muito nervosa com você

– E com razão

– Ainda bem que você sabe. Você errou feio com ela

– Eu já sei tá, não precisa jogar nada cara não.

– Enfim, você vai fazer alguma coisa ou vai ficar aí olhando pro nada?

– Eu não sei o que fazer!

– E você acha que a solução vai cair do céu, garoto? Pensa!

– Eu quero que você me ajude! Tu é minha irmã!

– Você entrou nessa sozinho, meu bem. Se vira.

– Ótima conselheira você hein – Eu falei com ironia deixando ela na cozinha

– Aonde você vai?

– Vou dar umas voltas, pensar, como você mesma disse.

– Juízo, não vai fazer a mesma coisa que você fez hoje mais cedo.

– Ta, ta – Eu bati a porta.

Fui andando pela cidade, e nenhuma ideia vinha á minha cabeça, o mundo parou de fazer sentido agora. Eu andava sem rumo por ai, nada mais me importava, tudo estava perdido e culpa era toda minha.

POV Fionna

Depois do acontecido na casa de Marshall, eu estava decidida que não queria mais nada com ele, minha intenção era esquecer de uma vez por todas que ele um dia existiu. Tentativa falha, a cada dia que passava, ao invés de eu o esquecer, minha saudade só aumentava. Ignorar suas mensagens e apagar seu número não ajudaram em nada, e sua presença na sala de aula só me torturava ainda mais.

POV Marshall

Minha vida já tinha parado de fazer sentido á uma semana, desde que nós terminamos. Eu tenho a sensação de estar perdendo ela a cada dia, sempre que eu a vejo entrando no bar do Jake. Eu sei que ela ainda sente algo por mim, mas seu orgulho fala mais alto sempre, e a faz me ignorar. Não tive coragem de chegar nela depois disso.

POV Fionna

Depois da escola, eu sempre ia ao bar do Jake, ele me fazia me sentir melhor e ao mesmo tempo pior, porque eu sabia o quanto isso afetava o Marshall. Ah, dane-se ele.

Eu continuei falando com a Marceline normalmente, além de minha ex-cunhada ela minha amiga, afinal. Então nada mudou entre a gente. Mais ainda faltava alguma coisa, faltava um pedaço de mim que eu não podia mais suportar sem ficar sem. Começo a me arrepender de algo que nem foi culpa minha: nosso término. Será que ele sente tanta falta de mim quando eu sinto a dele? Eu sou uma otária mesmo!

POV Marshall

Eu sou um otário mesmo! Deixei ela ir em bora, não fiz nada pra impedir! Me torturo todo dia com isso, e o pior é saber que ela não está mais nem aí pra mim. Nunca mais falou comigo. Desde então se foi terça, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo sem eu tomar uma atitude. Segunda resolvi tomar coragem e ir falar com ela.

– Marshall? – Ela indagou surpresa ao ver que eu tinha me sentado ao seu lado.

– Olha, ela ainda se lembra do meu nome!

– Parece que não mudou nada, continua a mesma criança de sempre.

– Você vai continuar pegando no meu pé por isso? Esquece disso! Já faz uma semana!

– Não vou esquecer coisa nenhuma! Você tá errado e ainda quer ter razão?

– Eu não quero ter razão, só quero que você perdoe pelo o que eu fiz, eu sei que eu estava errado e sei que você sente minha falta tanto quanto eu sinto a sua.

– Sinto nada, já até te esqueci – Ela cruzou os braços e virou a cara.

– Mais orgulhosa que você nunca vi

– Não é orgulho, eu não estou nem ai pra você

– Ah, jura? Então porque sempre que eu olho pra você, tu tá olhando pra mim?

– Coincidência.

– Poxa, mas á todo minuto? – Eu ri – Eu devo ser muito lindo então.

– Belo idiota – Ela disse prendendo o riso

– Eu sei que você quer rir – Eu me aproximei mais – Qual é Fionna, eu sei que você me ama, deixa de ser orgulhosa, me perdoa? – Eu fitei seus grandes olhos azuis.

Pensei que ela ia me dar um empurrão, mas não, ela continuou imóvel, então resolvi tomar iniciativa, nossos rostos já estavam bem perto, quase nos beijamos, mas eu fui interrompido pelo maldito sinal do intervalo.

– Não foi dessa vez - Ela riu me empurrando levemente pra trás – Perdeu, vampirinho.

– Espera, espera! – Eu disse segurando em seu braço – Posso passar o intervalo com você?

– Olha só, resolveu tomar uma atitude?

– Posso ou não?

– Você que sabe.

– Isso é um sim?

– Pode ser, eu não ia me sentar com ninguém mesmo.

– Aham, finge que é por isso.

– Pelo o que mais seria?

– Porque você me ama, daã

– Eu? Pfff – Ela riu – Nem em sonho.

– Você me perdoa?

– Não sei se você tá merecendo

– Eu estou tentando pelo menos. Podemos ser amigos então?

– Vamos ver.

Mas que droga! Deixa de ser frescurenta menina! Me perdoa logo!

Bom, pelo menos ela parou de me ignorar agora, já é um avanço. Passamos o intervalo juntos, porém ela não me disse nenhuma palavra, era só “uhum” “un un” ou balançava a cabeça pra confirmar ou negar alguma coisa. Tudo bem, com o tempo eu vou a reconquistando, vai dar certo. Pelo menos eu acho que vai.

Quando o intervalo acabou e já estávamos voltando pra sala de aula, eu vi que tinha um cartaz novo no mural, parei pra ler

– Você não vem? – Ela travou na porta

– Ah, voltou a falar?

– Bobo, vai vir ou não?

– Vai na frente, já vou.

– “cê” que sabe – Ela deu de ombros e entrou, comecei a ler ao anúncio:

Ele dizia mais ou menos assim:

August Bank Holiday!

Esta semana, o colégio CATS irá celebrar a August Bank Holiday.

Apresentações de arte, música e teatro

20 de agosto, meio dia. Não perca!

Inscrições abertas!

Diretora Simone Rainha Gelada Desgraçada

~ Fim do Cartaz ~

Ignorando o fato do vandalismo feito por alguma hater da diretora, tudo normal, foi quando me veio um estralo na mente e puf! Tive uma ideia de como vou fazer pra reconquistar a Fionna de vez, seria perfeito! Obrigado, feriado britânico esquisito!

(Nota da autora: Esse evento é um festival que acontece no reino unido todo verão, é tipo um carnaval no Brasil, só que mais decente)

Entrei pra sala e me sentei do lado dela novamente.

– Você vai no August Bank Holiday?

– Não

– Porque?

– Não gosto muito de festas

– Ah, vai, por favor!

– O que eu ganho com isso?

– Nada, ué. Diversão.

– Prefiro ficar em casa.

– Deixa de ser chata, vem comigo!

– Qual a parte do não que você não entendeu?

– Tá difícil hein – Eu disse me esparramando na cadeira, desanimado

– Ta, ta – Ela respondeu vencida – Talvez eu apareça por aqui.

– Isso! – Eu sussurei – Você não perde por esperar

– O que? – Ela se virou

– Nada - Eu ri nervoso e disfarcei.