Show Me Love escrita por noOne


Capítulo 14
Changes


Notas iniciais do capítulo

Será que a Fionna vai esfolar a cara da Caroço? Será que Marshall vai sair dessa? E quanto a Gumball? Tempos decisivos e cheios de mudanças (como o próprio título sugere, Changes) reunidas em um super-capítulo com "apenas" 2 mil palavras.
Eu sei que estão curiosos, então, sem mais delongas.
Beijos da Vampire Queen ;D



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POV Fionna

Aquela garota insuportável nunca vai me deixar em paz, eu já estava começando a ficar irritada, se ela não parar com essa putaria logo eu juro que não respondo por mim.

– Hein? – Ela disse me cutucando – E se eu não quiser?

– Por favor caroço, sai da frente, eu não quero te machucar – Eu disse começando a ferver.

– Ui, que medinho dela – Ela disse bagunçando meu cabelo – To tremendo aqui.

– Caroço, me deixa em paz, eu to avisando – Eu disse com o punho cerrado, fechando os olhos pra não dar na cara dela.

– Me obrigue – Ela sorriu com cara de debochada que logo virou cara de assustada quando eu parti pra cima dela.

Fui que fui mesmo, empurrei logo aquela vadia gorda, que caiu que nem uma polenta no chão, só não dei umas porradas nela porque meu único intuito era passar, não a machucar, por mais que ela merecesse, eu era outro nível.

– Falei pra sair da frente – Eu disse enquanto passava por ela, que ficou lá com cara de assustada no chão, enquanto se lamentava pela unha que quebrou, é uma cuzona mesmo – Só não estouro sua cara agora porque eu não quero sujar minhas mãos – Eu disse curvada apontando o dedo pra cara dela – É melhor você pensar bem antes de cruzar meu caminho de novo, e ainda mais pra falar do Marshall, tá escutando vadia?

Ela virou a cara e eu sai divando, apenas.

Passei o intervalo sozinha, não foi por falta de opção, já que todo mundo se oferecia, eu apenas agradecia e dizia que queria ficar sozinha. Fui pro banheiro e me tranquei lá, não por medo da caroço, mas porque eu estava farta dela me enchendo o saco, e também porque eu não queria estourar e cara dela e manchar minha ficha escolar perfeita com uma briga por causa de garoto, eu não sou dessas.

As ultimas aulas demoraram a passar, ela continuou lá na frente sem falar um piu, enquanto eu ficava lá atrás, estava aérea, não prestei atenção em nada que os professores explicavam. Foi quando tocou o sinal da saída

– Finalmente, liberdade – Eu disse me sentindo livre.

Quando saí de lá, Cake já estava me esperando no portão.

– Entra logo que eu estou com pressa – Ela disse impaciente

– Quando você não está com pressa ou ocupada? – Eu disse enquanto entrava no carro

– E ai? Como foi o dia na escola? – Ela disse dando partida

– Uma bosta – Disse assoprando uma mecha de cabelo que caía em meu rosto – Você acredita que a Caroço arrumou briga comigo hoje?

– Ela arrumou briga com você ou você arrumou briga com ela? – Ela disse me olhando com cara de “eu te conheço”

– A culpa não é minha se ela não aceita a verdade – Eu disse cruzando os braços

– Ah, Fionna, por favor né? Do que você xingou ela?

– Biscate, piranha, vagabunda, essas coisas – Eu disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.

– Não estou acreditando nisso – Ela disse com cara de decepção – Você se rebaixou ao nível de barraqueira dela?

– Não, eu não cheguei a bater nela, só dei um empurrão.

– Você nunca se deu bem com ela né? – Ela disse sorrindo e olhando pro nada, como se tivesse se lembrando de alguma coisa – Desde o primário.

– É, nunca – Eu ri me lembrando da vez em que eu esfreguei a cara dela dentro argila, na aula de recreação do 4° ano.

– Se você não gosta dela porque ainda anda com ela?

– Não sou eu que ando com ela, é ela que anda comigo, mas a partir de hoje acho que ela nunca mais olha na minha cara.

– Presumo que não – Ela disse parando o carro – Chegamos.

Ela estacionou e nós duas entramos no hospital juntas, Marceline estava lá, na sala de espera. Coitadinha, estava com olheiras enormes, como se não dormisse á séculos, me abraçou e cumprimentou a Cake.

– Você é a Marceline, né?

– Sim, sou eu – Ela disse com a voz rouca – Mas pode me chamar de Marcy

– É uma pena que a gente tenha que se conhecer desse jeito, em um hospital.

Marceline deu um sorriso triste, eu quebrei o gelo dizendo

– E o Marshall? Está melhor?

– Não, continua em estado grave – Ela respondeu

– É melhor você ir pra casa, comer, descansar – Aconselhou Cake

– Sim, eu estou precisando – Ela disse pegando sua bolsa - Já estava indo mesmo, só estava esperando você chegar, fi.

– Certo, qualquer coisa eu ligo pra você

– Liga mesmo, viu?

– Pode deixar

– Foi um prazer conhecer – Ela disse á Cake

– O prazer é todo meu – Disse ela se despedindo.

Marceline pegou a moto e foi pra casa, era perigoso pilotar neste estado, mas eu sei que se eu dissesse ela iria mesmo assim, teimosa do jeito que ela é.

Fiquei lá um tempo com minha irmã me dando forças, mas depois ela teve que ir trabalhar, então fiquei lá sozinha naquele hospital frio. Entrava gente, saia gente, pessoas gravemente feridas, algumas com uma simples gripe, crianças doentes, mães chorando. Agora eu entendo porque a Cake não gosta de hospitais. Minha mãe estava me ligando:

– Aonde você está, Cake?

– Eu sou a Fionna, mãe

– Não fuja da minha pergunta

– Eu estou no shopping – Eu disse revirando os olhos – Com alguns amigos.

– Você não tem mais casa não? Só vive fora!

– O que eu vou fazer ai em casa? Ficar o dia todo olhando pro nada?

– Bem, de qualquer modo, volte cedo. Não faça como você fez ontem com a Cake

Não acredito que ela tinha acreditado mesmo que eu sai com a Cake!

– Ta, ta

– Beijos, e aproveita que você tá ai no shopping e compra BB Cream pra mim, passa no meu cartão

– Tá, tchau – Eu disse mesmo não fazendo idéia do que diabos era um BB Cream

– Beijos, Cake

– É Fionna mãe, F-i-o-n-n-a!

– Tchau, Darling – Ela disse me ignorando e desligando na minha cara logo em seguida.

Fiquei lá por um tempo, a qualquer momento o doutor poderia vir aqui dizer alguma coisa importante, nunca se sabe. Eu andava pelo hospital, subia as escadas, caminhava pelos corredores, bebia um chá da máquina e voltava pra sala de espera. Era assim todo dia depois da escola, por uma semana inteira.

Uma semana depois...

POV Marceline

Já tinha virado rotina eu acordar mais tarde, já que não precisava chamar o Marshall pra ir á escola. Tomar banho, arrumar a casa e ir ao hospital ver como ele está. Seu quadro de saúde já tinha melhorado consideravelmente, mudou de grave para instável, mas ainda estava fraco e inconsciente.

Fionna me fazia companhia todos os dias depois da escola, e Cake aparecia por lá ás vezes junto com ela, minha mãe ia sempre depois do trabalho e consequentemente virava a noite lá.

Foi quando em uma sexta-feira fria e nublada que o Dr. Darwin saiu da porta do quarto em que Marshall estava, no qual ninguém podia entrar sem autorização, caminhou em minha direção e me deu a notícia na qual eu esperava todo esse tempo. Fionna e Cake estavam lá comigo naquele dia, e suas reações foram tão eufóricas quanto a minha. Ele dizia com ar de satisfação, como se tivesse feito um bom trabalho (como tinha feito mesmo)

– Marshall está consideravelmente bem, ainda é instável, mas não corre risco de vida

– Ah, graças a Deus! – Fionna disse aliviada, me abraçando

– Graças á medicina – Cake disse cumprimentando o médico – Obrigada, doutor.

Cake não acreditava muito em coisas espirituais, para ela tudo tinha uma razão lógica, fazia faculdade de física, então era de se esperar que não tivesse crenças.

– De qualquer modo – Disse Fionna enxugando as lágrimas – Também agradeço ao Senhor, Doutor – Ela disse também cumprimentando o médico.

– Ele já pode receber visitas? – Eu disse esperançosa

– Sim – O Dr. Consentiu com a cabeça – Ele tem consciência do que está acontecendo, entende tudo o que vocês disserem á ele, porém ainda não consegue abrir os olhos, nem falar, e se move quase nada. É como se tivesse dormindo acordado.

– Mas uma hora ele vai “acordar” né? – Fionna disse já querendo chorar de novo (eita menina que chora)

– Veremos – Disse ele – Vocês já podem entrar no quarto, uma visita de cada vez.

Todas nós nos entreolhamos, mesmo sabendo o que fazer, a gente meio que não sabia

– Vai você primeiro, Marcy, é a irmã dele – Fionna disse pra mim com olhar de “deixa eu ir”

– Pode ir, eu espero – Eu disse compreendendo a situação dela – Afinal, você já esperou esse tempo todo aqui mais do que eu, parece estar mais abalada de que todo mundo.

– Certo, então eu vou – Ela disse convicta.

O médico a acompanhou até o quarto, fechando a porta atrás dela.

POV Fionna

Lá estava eu, indo em direção á ele, quanto tempo eu não o via! A uma semana, aproximadamente, como eu pude deixar a situação chegar a esse ponto? Eu pensava comigo.

Deixei Cake e Marcy na sala de espera, o Dr. me acompanhou até onde Marshall estava, fechando a porta atrás de mim. Era só eu e ele naquela sala fria, ele estava na cama, como se estivesse dormindo, eu tinha a impressão de que a qualquer momento ele iria acordar, mesmo sabendo que ele não iria. Estava pálido como um vampiro e bem mais magro do que o normal.

– Oi marsh... – Eu disse com voz de choro

Sentei na cama e me debrucei sobre ele, beijei sua testa e passei a mão em seus cabelos.

– Desculpe não ter vindo antes, os médicos não permitiam que eu entrasse – Eu disse o abraçando pela primeira vez em semanas – Eles dizem que você consegue me escutar, que você entende tudo que está acontecendo ao redor. Bem, eu só queria dizer que eu sinto muito, que a culpa disso é toda minha, mas eu te juro que o Gumball vai pagar pelo o que ele fez – Eu disse segurando sua mão – Eu juro.

Ele apertou minha mão bem fraquinho, o que me fez derramar todas as lágrimas que eu estava prendendo até o momento.

– Eu li o que você escreveu em sua mesa, lá na escola – Eu disse repetindo o que ele escrevera – “If our love is tragedy is why are you my remedy” (Se nosso amor é tragédia é porque você é meu remédio). Eu acho que entendi o que você quis dizer, perdão por não ter vindo logo, mas agora eu estou aqui e... eu peço que você seja forte, você não pode me deixar aqui, por favor, não me deixe – Eu pedi a ele chorando em seu peito – Eu preciso de você, eu e sua mãe e sua irmã... nós precisamos de você.

Fiquei por um tempo falando com ele, sobre tudo o que estava acontecendo desde o infeliz ocorrido na semana retrasada, mas senti que já estava tempo de mais lá, e lembrei que Marcy e Cake ainda estavam lá, esperando.

– Eu tenho que ir, Marceline vai vir aqui falar com você, e Cake quer te conhecer também – Disse desentrelaçando nossas mãos e enxugando minhas lágrimas, dei mais um beijo em sua testa e me despedi, fui em direção a porta mas antes de sair olhei pra trás, queria ver ele pela última vez hoje.

Fui em direção a entrada do hospital, onde Marcy e Cake esperavam ansiosamente, Marceline foi primeiro falar com Marshall e depois Cake, que lamentou por ter que conhecer o cunhado em uma cama de hospital. Quando a noite caiu, eu fui embora pra casa dar as noticias pra Harvey, que chorou e pulou de alegria quando eu a avisei que seu filho estava salvo e consciente, ao fim de seu turno ela foi ao hospital vê-lo também.

Parece que tudo estava correndo bem e pela primeira vez eu pude dormir em paz á noite, sem me preocupar se Marshall estaria vivo ou não no dia seguinte. Mas essa paz durou pouco.

Na segunda, voltei pra escola e pra minha surpresa eu vi uma pessoa que eu não via a um bom tempo e que eu gostaria que não estivesse ali. Sim, era Gumball, sua detenção havia acabado.


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Notas finais do capítulo

AVISO IMPORTANTE: Sábado eu não irei atualizar, ou seja, não terá capítulo novo, não fiquem esperando. Motivo: Eu tenho que fazer um trabalho enorme de adm, e pra completar, ainda tenho prova de cáuculo no curso, portanto não terei tempo de jeito nenhum. Porém, segunda eu volto e prometo que capricho no capítulo seguinte.

Marshall ta de volta, é isso mesmo produção? Para a alegria de vocês, sim.
O que acharam do capítulo? Comentem! Sugestões ou Críticas? Comentem também! Leio e respondo tudo.