Garotas Mágicas escrita por RTM


Capítulo 6
Capítulo 6 - Um dia ruim




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Um dia ruim

A porta do armazém se abriu com o barulho de uma forte pancada. A luz do dia invadiu a escuridão do armazém e junto com ela entrou Pretty Angel Rose num redemoinho de luz rosa.

- Maxipero! Seus dias de maldade terminaram!

“Heh, já começou o discurso...”, pensou Kazumi, centralizando a mira do rifle em sua presa.

- Saia de onde estiver escondido e venha enfrentar o poder de Pretty Angel R... AAAHH

O tiro foi direto e certeiro e teria acertado o alvo em cheio se não fosse o pequeno mascote em forma de urso, que de alguma maneira pressentiu o tiro e pulou na frente.

- AAAAHHH - a garota mágica gritou apavorada ao ver seu mascote caído no chão com um buraco do tamanho de uma bola de baseball no meio do peito. Apesar de parecer um bicho de pelúcia, o mascote realmente tinha bastante sangue.

“Droga, maldito mascote mágico.”, pensou Kazumi enquanto se preparava para dar um outro tiro.

- Kemi-chan... - murmurou Pretty Angel Rose com lágrimas nos olhos. - Por quê... Por quê ??

Subitamente o ar ao redor de Pretty Angel pareceu ficar mais denso. Uma aura rosa a cobriu totalmente e começou a brilhar cada vez mais forte.

- VOCÊ MATOU KEMI-CHAN! - Pretty Angel gritou, olhando na direção de Kazumi. - POR QUÊ FEZ ISSO?

- Desculpa, meu alvo era você, mas o seu bicho estúpido pulou na frente. - Kazumi respondeu e apertou o gatilho.

Kazumi tinha certeza de que desta vez havia mirado na cabeça, mas de algum modo a bala parecia ter decidido que a melhor trajetória era curva. A aura rosa simplesmente havia desviado o tiro.

- Droga... droga, drogadrogadroga... – disse Kazumi preparando-se para correr.

- Agora você vai pagar por ter matado Kemi-chan!

Pretty Angel Rose agora estava totalmente diferente de antes. Sua voz estava calma e doce e em seu rosto havia um sorriso. Porém não era mais o mesmo sorriso ingênuo e infantil, agora parecia o sorriso sádico e perverso de uma criança que acabou de amarrar uma dúzia de bombinhas no rabo de um cachorro. Ela lambeu um pouco do sangue de seu mascote, que havia espirrado em seu rosto e flutuou em direção a Kazumi.

- Venha aqui. Vamos brincar um pouco.

“Oh... droga!”, Kazumi pensava enquanto corria, “Essa aqui é do tipo que vira psicopata depois de receber um grande choque emocional. Se antes ela lutava pela verdade e pelo amor, agora tudo o que lhe importa é machucar coisas. Drogadrogadroga.”.

Correndo o mais rápido que pôde Kazumi abandonou o armazém e sinalizou desesperadamente para Ryo. Ele compreendeu tudo assim que viu o brilho rosa saindo do armazém.

- O que foi que houve? - perguntou Ryo quando Kazumi se jogou pela janela do carro.

- Anda! Fora daqui! Rápido! - gritou Kazumi tentando recuperar o fôlego.

Um relâmpago rosa caiu do lado do carro, alguns segundos depois de Ryo ter pisado o máximo que pôde no acelerador. Mais relâmpagos se seguiram e erraram o carro por muito pouco. Ryo imaginou Pretty Angel Rose se divertindo sadicamente ao lançar seus relâmpagos próximos o suficiente do carro para assustar, mas a uma distância segura para não acabar com a brincadeira tão cedo. Depois escapar por pouco de bater em um carro num cruzamento, Ryo percebeu que estava entrando na zona residencial. Enquanto isso Kazumi descarregava todas as armas que possui em cima da esfera de energia rosa que seguia o carro pelo ar.

- Maldição! - disse Kazumi - Será que nada perfura esse maldito escudo cor-de-rosa?

Kazumi jogou o rifle sem balas no chão do carro e puxou suas pistolas. Com alguma dificuldade conseguiu por metade do corpo pra fora da janela e começou a atirar na esfera rosa. As balas simplesmente faziam uma trajetória curva quando encostavam na esfera e depois seguiam reto como se nada tivesse acontecido. Num reflexo Kazumi voltou para dentro do carro um pouco antes de uma rajada de energia passar queimando a porta do carro.

- Aimeudeusmeucarronovo! - Kyo se desesperou. - Ainda não terminei de pagar as prestações!

O carro acelerou pelas ruas estreitas do bairro levando alguns sacos de lixo que estavam na beira da calçada. A esfera rosa ainda o acompanhava em alta velocidade sem se distanciar. Para Kazumi ainda restavam umas poucas balas em uma pistola, que ela sabiamente decidiu que não valia a pena gastar à toa, afinal balas são muito caras.

Ryo estava pensando em todas as opções de fuga, mas nenhuma delas terminava de forma muito agradável. E Pretty Angel Rose parecia estar começando a ser cansar da brincadeira de pega-pega. Um raio rosa caiu do lado de Ryo arrancando o seu espelho lateral e outro raio atingiu de leve o capô do carro, fazendo voar faíscas metálicas. Foi então que o desespero venceu o bom senso e Ryo acelerou sobre um canteiro de obras. O carro patinou sobre a terra fofa e deixou uma nuvem de poeira atrás. Alguns metros depois o canteiro de obras terminou, o carro saltou sobre uma vala aberta no chão e aterrissou no meio da rodovia, andando na contramão. Ryo concentrou toda a sua atenção em desviar dos carros e caminhões que vinham de frente.

A idéia de andar na contramão da rodovia parecia estar funcionando, pois a esfera rosa se viu obrigada a desviar dos caminhões, diminuindo a quantidade de raios lançados contra o carro de Ryo. Então uma outra idéia brilhou na mente dele. Ryo pisou o máximo possível no acelerador e se preparou para fazer a manobra mais arriscada desde que tirou a carteira de motorista. Kazumi pareceu ter adivinhado sua idéia, pois afundou no banco do passageiro e apertou o cinto de segurança.


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