Qual é a Senha? escrita por M Phantom


Capítulo 5
Capitulo Extra - Vincent


Notas iniciais do capítulo

Uhuu! Consegui Postar o Extra, passei a tarde inteira tentando mais consegui! xD

Agradecimento especial a TODAS pelas recomendações e reviews!


Boa leitura e desculpem os erros.



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Capitulo Extra

Vincent

Eu acho que não deveria estar sorrindo, pois parecia que isso o deixava mais nervoso ainda sentado no banco passageiro enquanto dirigia pra casa. Mas tinha certa graça, depois de tanta raiva que ele me passou ali estava ele nervoso sem saber o que fazer com uma esposa com amnesia, eu lembrava de algumas coisas, só que obviamente a maioria ainda estava perdida em algum lugar na minha cabeça.

–Ligaremos pro seu pai assim que chegarmos, tudo bem?-Fez careta ajeitando os óculos.

–E-eu não falo com meu pai, v-você fala.-Disse em um sussurro.

–Sua família querido.-Retruquei e ele tornou a fazer uma careta.

–Não precisa jogar na minha cara esse triste fato, você fala!-Suspirei imaginei que a vida que levávamos deveria ser assim, eu fazendo as coisas a qual ele não conseguiria como o contato social.

–Está nervoso?-Negou estupidamente nervoso.-No celular você sempre parecia tão imponente... “Qual é a senha?”-O imitei e caramba ele sorriu, eu consegui o fazer rir sem lembrar como se fazia isso, de repente eu senti a necessidade de querer mais disso como se o ver sorrir me alegrasse também.-Aposto que você deu gargalhadas quando descobriu que eu estava almoçando na casa dos seus pais, não é?!-Agora descobri o que era aquele som estranho que fazia, era mesmo ele segurando pra não rir colocando a mão na boca.

–Em minha defesa....Eu avisei.-Sorri acenando que sim.

–E você tem alguns daqueles hábitos que eu não tenha lembrado?-Ficou completamente vermelho girando o rosto fingindo olhar pra a janela desenhando bolinhas com o dedo.-Devo encarar isso como um sim?-Notei ele engolir seco fazendo que sim.-Não vai me contar qual é?-Acenou que não.

Bom, particularmente dessa parte eu lembrava um pouco, sempre que ficava muito nervoso ele travava e só conseguia fazer sinais diretos como sim ou não, porém eu não lembrava de ficar tão nervoso perto de mim... Será que é por que eu perdi a memoria e ele se sente coagido de eu não gostar das atitudes dele?

Oscilando meu olhar da estrada para ele eu acho que comecei a fazer provavelmente detestava, o analisei cautelosamente. Suas roupas estavam amarrotadas, os cabelos dele desalinhados apesar dele ter tentado pentear para trás com uma armação de óculos fina preta e os olhos idênticos ao do irmão e do pai, enormes orbes azuis que pareciam escurecidas agora e o rosto com uma barba rala.

Sempre que eu pensava em como as coisas deveriam funcionava eu me via brigando com ele como quem discute com uma criança “Não adianta espernear, você vai e pronto!”. Sorri notando que ele ficou mais incomodado ainda, então eu pensei, já que ele brincou tanto com meus nervos esses dias está na minha vez.

–Sabe o que eu estou pensando?-Obviamente não respondeu, apenas me fitou pelo canto do olho me dando atenção.-Como é que eu convenci você a fazer sexo comigo?-Eu achei que isso o constrangeria, mas ao invés disso ele sorriu sem mover o rosto.

–Você consegue ser bem atirada quando quer...-Murmurou e eu gargalhei, como isso aconteceu? Eu deveria ter realmente me jogado em cima dele pra ele ter coragem de seguir em frente.

–Ohh meu Deus, eu virei mesmo uma vadia...-Retruquei brincando, mais um sorriso, estou ficando boa nisso.-...Se bem que depois de ficar de molho na mão do meu noivo, isso não me surpreende.-Conclui percebendo que ele não havia gostado do que disse.

–Ex...-murmurou, ótimo sinal, ciúmes é um ótimo sinal.

–É, ex-noivo.

Finalmente chegamos em casa e acabou que eu fiquei um pouco nervosa também, quando o beijei estava tão movida pelos sentimentos que nem percebi o que fiz e agora... Eu lembro como era nossa abordagem ou cotidiano a dois e tinha leve impressão de que ele não contaria se perguntasse.

–Alô? Oi senhor, aqui é a Abby!-Liguei pro pai dele assim que cheguei, ainda não sei o nome dele, droga.

Ah, e então boas noticias sobre o inútil?–Perguntou, ele era bem seco quando queria.

–Sim, ótimas, eu descobri a senha e ele finalmente voltou pra casa!-Retruquei já me preparando pra desligar.

Oh perfeito! Agora vamos ao próximo passo, convença ele ir na viajem depois de amanhã!–Han?!

–Viajem? Como assim viajem?! Não era só trazer ele?-Notei que soltou um som de desagrado.

Não, claro que não eu te avisei tem quase um mês e meio que um dos nossos cliente quer conhecer o cérebro por trás da criação, temos que levar o Vincent!–O que?!

–Desculpa sofrer um acidente e ficar com amnesia, porém eu acho que ele não vai querer ir em algo assim, por que não mente e diz que seu outro filho criou?

Ohh por que não pensei nisso antes? Por que desde que o Vincent nasceu eu não tive essa brilhante ideia de dizer que Marco é o cérebro por trás das criações assim evitar problemas de ter que lidar com meu filho idiota e sociofobico?-Obvio que ele estava sendo sarcástico, e eu quase desliguei o telefone na cara dele.-Por favor, não seja tola, Marco é muito bom com números, mas péssimo em usar a imaginação, seja sensata e convença ele a ir conosco!

–Como eu vou fazer isso?

Não sei, você conseguiu convencer ele a casar com você, está na cara que alguma arma você tem pra usar!–Desliguei o telefone na cara dele, que velho asqueroso, que raiva, que ódio!

–Vincent EU ODEIO O SEU PAI!-Gritei indo pro quarto quando ele apontou o rosto na porta.

–Eu sei, ele brigou com você?-Perguntou e eu entrei no quarto me jogando na cama.

–Não, só foi rude! Ele quer que eu te convença a ir numa viajem pra conhecer um cliente.-Assim que o mirei parecia assustado.

–Viajar?! Não, não, não, não! De jeito nenhum, eu já viajei e conheci pessoas ano passado!-Franzi o cenho querendo rir.

–Nossa, você só faz isso de dois em dois anos?!-Brinquei rindo.

–A resposta ainda é não.

–E se seu pai me demitir?-Ele sorriu de lado confiante.

–Ele é grosso, não burro.-Sorri.-Além do mais você saiu do hospital esses dias.- Me usando como desculpa pra não ir, não me surpreende. Percebe que estava pegando uma coberta e um travesseiro, ele não ia dormir aqui?

–Onde você vai?-Ficando sem jeito mexeu os ombros engolindo seco.

–A-achei que s-seria melhor eu dormir...-Respirou fundo com dificuldades.-...L-lá no sofá.-Sentei na cama arqueando a sobrancelha.

–Se você não dormir aqui comigo eu ligo pra Samanta e peço pra ela dormir comigo.-Disse seca e ele colocou a coberta e o travesseiro em cima da cama, mas o que ele tem na cabeça?-Eu descobri a senha, você não devia estar tão nervoso.

–E-eu achei que estivesse facilitando.-Engoliu seco dizendo, facilitando? Ficando longe? Como eu vou conseguir recuperar minhas memorias envolvendo ele se ele fica fugindo?

–Você não sentiu minha falta?-Acenou que sim sem coragem de responder sentando na beirada da cama.

Eu fiquei um pouco sem graça, não sabia como lidar com ele completamente, não me lembrava como funcionava, se eu o pressionava ou deixava que agisse sozinho... Eu tinha poucos momentos pra usar como referencia.

Acabou que no fim eu peguei o medo excessivo dele, não sabia se estava agindo correto ou não, se pioraria a situação ou resolveria... Eu tinha que fazer as coisas darem certo como antes ou não recuperaria o que tinha antes.

No dia seguinte eu tomei uma decisão por nós dois, mesmo que ele não gostasse eu o obrigaria a aceitar.

–Nós vamos nessa viajem.-Afirmei como uma ordem, ele desequilibrou a xicara de café negando.

–Por quê? Eu já disse que não iria.-O mirei um pouco seca.

–Eu vi a sua família pelada, acho que você me deve isso.-Contrariado ele tornou a negar.

–Se você...

–É eu sei, você avisou, mas ficou escondido e eu estava confusa sem memorias! Preciso disso Vincent, estou ficando frustrada sem saber o que fazer e quando sei o que fazer fico com medo de fazer errado e você fugir de novo.... Vamos usar essa viajem pra ver se recupero minhas memorias sobre você sem a interferência dos outros dizendo que você é doido e que seria melhor eu me divorcia!-Ele ficou pensativo, tomou um gole do café.

–Você não vai me obrigar a ir em restaurantes ou sair pra conhecer a cidade, não é?-Sorri largo, eu não seria tão má.

–Juro que não, só quero ir pra um lugar longe onde possamos passar um tempo juntos!-Ele acabou sorrindo, não um sorriso de achar graça, mas um contente tímido.

–Está bem.

Eu sei que é uma comparação ofensiva se tratando de um homem de quase trinta anos, porém ele me lembrava um coelho assustado, qualquer atitude brusca ele já ficava nervoso... Mas até que era engraçadinho ver isso.

O lugar aonde iriamos era São Francisco, fiquei me perguntando se já havia ido lá, por que eu não tinha ainda nenhuma memória relacionada a ter visitado lá. De qualquer jeito eu usaria essa viajem para ter mais liberdades com o Vincent, conversar com ele em aquela tensão desnecessária em um lugar tranquilo onde como aconteceu na minha casa no subúrbio eu lembrasse das coisas boas envolvendo ele.

Na verdade o que me incomodava era essa falta de intimidade que ele tinha comigo, talvez depois da viajem eu consiga fazê-lo ver que o fato de eu ter tido amnesia não queria dizer que ele precisava esconder as coisas ruins para não me desagradar.

–Desculpa dizer isso, mas...-Estávamos no aeroporto e reconheci a família dele se aproximando.-...Não dá pra olhar pra eles sem lembrar que os vi pelados.-Murmurei fazendo ele.

–Ainda dá tempo da gente voltar.-Sorri largo enlaçando seu braço ele estava suando frio só pelo fato de estar em um aeroporto.

–Seu pai me mataria...-Cochichei, eles já estavam próximos demais.

–Vincent meu filho, que bagunça você arrumou esses dias hein?!-Disse a mãe dele dando um abraço.-Querida, eu não disse que se lembraria?-Sorri dando estranhamente o primeiro abraço nela sem precisar me preocupar se os seios dela iriam tocar os meus.

–É verdade, você disse.-Retruquei vendo a garota loira querendo me cumprimentar, oh droga, esqueci o nome dela, será que posso chama-la de coco de praia?

–Abby! Que bom te ver!-Ela me abraçou com os olhos piedosos.-Viu só?! Eu disse que não era por causa dos machucados!-Ahh é verdade, eu menti pra ela que a causa do Vincent não voltar pra casa era por causa das cicatrizes.-E Você seu bicho do mato, nunca mais faça isso com a sua esposa! Homenzinho cruel!-Ele nem se deu ao trabalho de prestar atenção.

–Que vergonha Vincent, vinte nove anos se escondendo da esposa, se bem que o que posso esperar de você!? NADA! Só desgostos com...-Quando o pai dele começou isso deixou ele mais nervoso ainda, coloquei a mão na frente dele.

–Eu o convenci a vir, não é?! Fique calado e satisfeito com isso ou vamos embora agora mesmo!-Disse zangada, eu estou a horas tentando acalmar os nervos do meu marido pra entrar no aeroporto e esse velho vem e quer estragar tudo?! Não nem pensar.

–Parece que a defensora finalmente retornou.-Cerrei os olhos com muita raiva, a gente sempre imagina que a esposa vai ter uma rixa com a sogra, mas pelo visto no meu caso é diferente. Peguei na mão do Vincent o puxando.

–Vamos?!-Concordou respirando fundo.-Prometo que deixo você se trancar no quarto do hotel quando chegarmos pra compensar isso tudo!-Sussurrei no ouvido dele que acabou rindo do que eu disse.

Era involuntário do nada eu pensava em algumas coisas que o agradaria e acaba dizendo e confirmando que ele realmente gostava disso, acho que isso era prova de que eu poderia ter perdido os acontecimentos passados na minha cabeça, mas isso não queria dizer que não estavam ali tentando de alguma forma jogar informações pra me ajudar.

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Sentamos ao lado do irmão dele e da coco de praia, qualquer coisa era melhor do que ficar perto do pai, mesmo que os dois fossem o tipo de casal meloso que ficavam o tempo todo fazendo gracejo um pro outro e eu podia jurar que a coco de praia estava fazendo isso de propósito pra comparar quem ficou com o melhor filho pelo sorriso malicioso que me lançava.

ARGH! Certo eu confesso, estava com inveja, Vincent não disse uma palavra desde que saímos, ficou apenas olhando pra janela perdido nos próprios pensamentos e ficar ouvindo os dois me fez querer ouvir ao menos uma conversa banal. Quando girei o rosto pra iniciar uma conversa um flash surgiu do nada, uma imagem dele distraído e eu perguntando aquela coisa que já estava ficando enjoativo “qual era a senha?”, será que eu...

–Qual é a senha?-sussurrei no seu ouvido esperando ver se surtia efeito, de repente um pouco surpreso girou o rosto sorrindo, depois passou os braços envolta dos meus ombros me puxando contra ele beijando minha testa... Gente... Que perguntinha mágica é essa? Por que eu não fiz isso há uma hora atrás?

Soltei um sorriso largo pra coco de praia como quem estava por cima da situação e tinha acabado de ser abraçada pelo Brad Pitt. Ela me devolveu um olhar de quem pouco se importava, mas para se vingar puxou o rosto do irmão do Vincent dando um beijo longo depois olhou pra mim acenando sutilmente pro meu marido... Não podia fazer isso do nada, podia? Se bem que ele era meu marido, mas faltou muita coragem e só consegui abraçar sua cintura afundando meu rosto no seu pescoço sem graça.

Mas ela ainda não venceu.

Eu podia jurar que assim que chegássemos em São Francisco iriamos para um Hotel no dia seguinte encontraríamos o tal cliente, teríamos o outro dia de folga e só então voltaríamos.

Fomos enganados.

O pai do Vincent alugou uma casa mobilhada por três dias com três quartos de casais por que o cliente era daqueles tradicionais e ao invés de irmos a um restaurante do agrado dele, haveria um imenso jantar em família.... Puta merda, mais gente pelada.

Mirei Vincent na esperança de que ele apontasse uma saída, ao invés disso ele me lançou o mesmo olhar desesperador com uma ponta de “A culpa é sua”.

–Por favor, me diz que não será um jantar ao modo nudista?-Perguntei a ele falando baixo logo que entramos no quarto trancando a porta.

–Você devia ter procurado um hotel antes e comunicado eles, assim não seriamos obrigados a ficar aqui, sabe que ele sempre aluga uma casa!-O fitei zangada.

–Você se esqueceu que eu estou com amnesia? Como eu ia adivinhar que eles iam alugar uma casa e iriamos ficar sob mesmo teto?-Sentou na beirada da cama.

–Quando você disse que me deixaria ficar trancado no hotel eu achei que tivesse se lembrado...-Suspirou pesado.-...Vai ter que almoçar com eles esses três dias.-Neguei me ajoelhando segurando suas pernas.

–Não! Por favor, eu faço qualquer coisa, já vi demais aquele dia, é tortura demais ter seu irmão e pai na mesa fazendo nojeiras e....-Por alguns minutos minha mente viajou de tal forma que ficou um ar constrangedor por que fiquei imaginando se ele também iria aderir ao costume familiar, fiquei mais envergonhada ainda por lembrar que eu já tinha visto a família dele inteira nua, mas não recordava dele.

–É uma péssima hora pra pensar besteira.-Murmurou e eu levei um susto me levantando.

–Como sabe que eu...-Obviamente eu já devo ter feito muita besteira com ele, ou seja é claro que ele conhece meu lado pervertido.-...Vamos comer fora!

–Você prometeu.-Disse somente, ohh é verdade, eu prometi.-...Eu almoço com eles, você pode comer fora.-Suspirei sentando no chão escorando na parede.... Lá se foi meu brilhante plano de aproveitar a viajem descobrindo sobre meu passado.

–Eu sou uma péssima Abby atual.-Murmurei imaginando que se dois meses atrás a Abby que existia deveria saber o que fazer em um momento como essa.-O que acha que eu faria?-Ficou pensativo.

–Fugiria.-Respondeu sorrindo.

–Sério? E diria o que depois?-Ele sorriu largo.

–Sua antipatia com meu pai é sempre autoexplicativa.- Dei uma risada andando até ele novamente segurando em seus joelhos.

–E eu já fiz isso?

–Varias vezes, teve uma vez que se trancou no banheiro na festa de bodas dos dois e não saiu de lá até o final.-Tentei recordar isso, mas não consegui, ainda sim gostei de ouvir.

–Eu e a coco de praia não nos dávamos bem, não é?-Confuso arqueou a sobrancelha ajeitando os óculos.

–‘coco de praia’?-Sorri sem graça.

–A mulher do seu irmão.-Algo que até agora eu não tinha visto aconteceu, ele se jogou a cama gargalhando até chegar ao ponto de tirar os óculos pra limpar os olhos. Não existia um pingo de nervosismo nele...Era exatamente isso que eu queria.-Eu não lembro o nome dela o que posso fazer? Na verdade eu ainda não sei nem o nome do seu pai nem do seu irmão!-Deitei ao seu lado animada.

Você já sentiu algo inexplicavelmente forte sem entender por que isso acontece? Eu lembrei do por que havia me casado com ele, mas tudo ainda era muito vago, porém meu corpo não havia se esquecido, ele ainda era apaixonado por aquele homem de cabelos negros e um sorriso contagiante.

Nossa conversa sobre as coisas que fazia, sobre a família dele e a minha pendurou até o entardecer daquele dia, eu não tive nenhum flash, mas me senti extremamente bem.

Até chegar a hora do jantar.

–Eu vou correndo no supermercado comprar alguma coisa pra eu comer e já volto, está bem?!-Cochichei deixando a porta semiaberta com cuidado pra ver se ninguém me via saindo.-Quer alguma coisa?

–Um chá gelado.-Sussurrou olhando ao redor também.-Tome cuidado.-Fiz que sim saindo correndo feito louca abrindo o portão da casa no maior cuidado.

Eu estava tão contente que podia explodir, finalmente eu tinha conseguido melhorar meu relacionamento com ele. Já não ficava nervoso perto de mim e nem gaguejava era uma vitória pra glorificar de pé se tratando do mesmo cara que se escondeu por três semana de mim por conta de uma senha.

Comprei um pedaço de pizza, o chá gelado do Vincent e um delicioso pedaço de bolo de chocolate recheado e com muito glace que levaria de sobremesa pra mim e pra ganhar média com meu marido dado um pedaço pra ele.

Quando cheguei eu pude ouvir as vozes altas do meu sogro conversando abobrinha para variar, deviam ainda estar na mesa do jantar. Abri o portão com cautela pregando as costas na parede andando pela sombra bem de vagar até chegar na porta da sala abrindo vagarosamente, no três eu correria velozmente pro quarto me trancando lá dentro.... 1....2....3

Disparei na carreira e no impulso em que corri girei o corpo pra virar no corredor e na força que fiz acelerar o passo acabei ficando estática quando peitei de frente com aquele homem enorme pelado...A dor de ter empurrada pro chão caindo sentada não era maior do que estar com a visão desagradável do meu lindo bolo ter se espatifado no corpo daquele imbecil.

–Que nojo, que nojo....-Esfreguei meus braços e corpo rapidamente, não acredito que meu corpo grudou por milésimos de segundos com o do irmão do meu marido.-ARGH! Eca, preciso de um banho urgente...-Levantei tornando a me esfregar morrendo de raiva.

–Você ficou doida cunhada? Onde pensa que ia nessa pressa?-Ele vinha pra perto de mim quando acenei.

–Eu to bem, eu to bem, eu to bem! Um pouco triste por que meu bolo está espalhado na sua virilha, mas eu estou fisicamente bem!-Meu corpo estremeceu quando ouvi o gargalhar vindo do lado de fora, girei os calcanhares vendo o resto da família pelada, quero dizer meu vergonhoso e sensato marido estava de bermuda, mas gargalhava que pelo visto doía à barriga.-Um dia eu vou te amarrar e te colocar em praça publica!-Gritei com ele zangada, ele podia ao menos ter ido me ajudar, mas não ficou rindo.-E toma a porcaria do seu chá gelado!

Tomei um banho daqueles que arranca couro, não me interpretem mal, não tenho nada contra homens nus, quando não estão fedendo e tem mais cabelo no corpo que na cabeça. Quem achava que o Vincent iria sofrer mais do que eu aqui, se enganou feio.

Desliguei a luz e me joguei na cama mesmo ainda sendo sete e meia da noite. O que Abby faria em um momento como esse? Provavelmente ela nem chegaria a ter que passar por isso.

Quando eu estava prestes a pegar no sono a porta se abriu e a figura do meu marido idiota apareceu, demorou até demais se a intenção dele era pedir desculpas.

–Eu pedi pra ‘coco de praia’ buscar outro bolo pra você....-Murmurou ligando soltando um timbre risonho.

–Pode rir, todo mundo riu, fique a vontade para rir da sua esposa que trombou com seu irmão pelado quase tendo as partes intimas dele em contato com as minhas.-Revidei sorrindo maldosa quando Vincent ficou sério fechando a porta.

–V-você s-s...-ele estava ficando nervoso.

–Eu disse quase! Se bem que o senhor estava na mesa do Éden com a coco de praia, não é!? Tuchê!-Revidei sentando na cama acenando pra ele trazer o meu bolo, agora comeria sozinha, não daria um pedaço se quer pra ele.-Ela não carregou esse bolo nua não é?-Perguntei de boca cheia e ele fez que não se sentando na cama rindo.

–Não.-Ele começou a apertar as mãos e ajeitar os óculos, droga.

–Nós brigávamos muito?-Perguntei e ele sorriu.

–Principalmente por ciúmes.-Comi outro pedaço.

–Eu sou muito ciumenta?-Acenei pra ele sentar no meu lado.

–Às vezes, mas eu acho que exagero na maioria quase sempre.-Confessou e eu sorri.

–Tem ciúmes da Samanta, não tem?-Ele fez uma careta.

–Do homem vestido de mulher que foi seu noivo e não larga do seu pé?-Ri do modo que disse.

–Ele é gay Vincent!

–Isso é o que ele diz.-Gargalhei.

–Ahh claro ele iria dar o trabalho de fazer aquilo tudo por nada, é mais provável que ele se interesse por você do que por mim.-Ele estremeceu fazendo uma careta.

–Vamos mudar de assunto.-Juntei forças para perguntar o que me veio á mente.

–Você ainda me ama? Mesmo eu tendo perdido a memória?-Talvez dizer isso de boca cheia não soou tão sério quanto eu queria, por que ele sorriu.

–Às vezes eu me pergunto o mesmo sobre você...-Revidou um pouco sem jeito, isso queria dizer que ele se perguntava se eu o amava mesmo tendo perdido a memoria?

–Quer saber a resposta?-Ele abaixou o olhar engolindo seco.

–Só se for positiva.

–E se não for?-Apertou as mãos pigarreando nervoso.

–Vou fingir que é...

–Sabe, eu devo mesmo ter sido completamente apaixonada por você, tipo algo fora do normal...-Me fitou sorrindo vermelho.

–Pra aturar alguém como eu e uma família como a minha, não é?-Sorri largo negando.

–Não, é que às vezes eu olho pra você e sinto uma vontade louca de te agarrar como se apesar de não lembrar muito de você meu corpo não se esqueceu de como você o fez sentir.-O vermelho tomou minhas bochechas e as dele que tomou uma atitude repentina tirando os óculos e jogando aos pés da cama se aproximando de mim.

–É por que ele sabe que você é minha...-sussurrou me beijando carinhosamente de forma suave, quando se separou eu fiquei meio ‘uhh o que eu faço pra ele continuar?’ pense rápido, eu enfiei o resto do bolo na boca engolindo o mais de pressa que podia quase engasgando.

Pintou um clima, pintou um clima, finalmente pintou um clima!!!

–Do que você está rindo?-Ele se jogou no meu colo gargalhando muito, cadê o clima?

–Desse seu jeito...-Me deu outro beijo leve se levantando.-...Vou tomar banho....-O que?! Não! Impedi-o de sair da cama.

–Nem sonhe, estamos tendo um papo romântico, essa conversa deveria terminar em minha primeira lua de mel!-Ele franziu o cenho entendendo o que tinha dito.

–Oh...V-você...Não..-Ficou nervoso, acabou o clima, droga.

Não, não, eu não consegui ter minha noite cheia de amor que tanto queria, ele ficou nervoso demais e não teve mais coragem de continuar o assunto. Abby devia realmente ser muito atirada pra convencer esse idiota a dormir com ela.

Na manhã seguinte era o dia que o tal cliente viria conhecer meu marido que logo cedo estava andando e um lado pro outro apavorado como quem iria encontrar com o próprio Deus podendo ser mandado pro inferno em caso de ele não gostar do Vincent.

–Relaxa, você só precisa dizer como pensou naquilo e pronto. Tenho certeza que seu pai tem inúmeros assuntos idiotas pra tratar com ele além desse e você nem vai precisar conversar.-Tomei um gole do café tentado acalmá-lo.

–Eu vou fazer besteira, eu sempre acabo fazendo!-Disse inquieto.

–Vai nada, eu vou estar lá pra te ajudar.-Retruquei respirando fundo.

–A gente podia fugir...Seria romântico, não?-Apertei os olhos incrédula, eu ainda estava de pijama e com sono tendo que ouvir isso.

–Seria se você não estivesse usando isso como desculpa pra fugir dos clientes.-Ficou acuado controlando a respiração pra ver se acalmava, essa coisa de social era realmente difícil pra ele.-Por que você não treina comigo?

–Treinar?-Eu fiz que sim tomando outro gole do café.

–Na escola eu sempre fazia isso quando tinha apresentação, antes de apresentar eu mostrava o trabalho pro meu pai, me ajudava ficar mais confiante.-Ele franziu o cenho estranhando.

–Você nunca me contou isso.-Não?! Será que eu não deveria ter dito?

–Talvez seja por que o seu pai é um cretino e eu não queria que sentisse inveja do meu.-Sorriu largo achando graça.

–Sua mãe casou com um peixeiro fedorento burro, sua irmã uma gótica rebelde sem grana fora seu meio irmão diabinho...Não sentiria inveja dessa família nem em mil anos...-Soltei um som de sarcasmo pra ele levantando a xicara de café.

–Pff...Por favor Vincent, tenha dó, sua família está tomando café da manhã pelados, seu irmão coça a virilha de cinco em cinco minutos e coloca a mão na boca, seu pai é um grosso, sua cunhada te trata como um bebezinho mal educado e sua mãe usa seu pênis de quando tinha cinco anos como referencias pra coisas pequenas, você teria que implorar pra Deus te deixar parte da minha família desestabilizada.-Assim que terminei ouvindo as risadas dele eu tive outro flash rápido, nesse nós estávamos brigando em uma praia a noite olhando as estrelas vendo quem tinha a pior família da mesma forma que fazíamos agora, lembro também de ter pensado que esse trágico fato foi o que nos uniu no começo.-Parece que eu ganhei de novo...-Murmurei sorrindo e ele concordou.

–Você sempre ganha.-O mirei vendo já mais calmo, Vincent era extremamente agradável quando estava normal, por que era tão difícil pra ele?

–Por que não age assim perto dos outros?-Engoliu seco vindo pra perto de mim, acredito que pra não desagradar aos pais ele ficava de bermuda o tempo inteiro... O único que eu queria ver pelado e ele não fica, que ironia.

–Eu já tentei, varias e varias vezes, você não lembra de eu te falar isso, mas também já fiz tratamento e foi inútil, a verdade é que os seres humanos me assustam... Mas eu descobri que não preciso ficar me envolvendo com a sociedade, só preciso de uma ligação!-Hun?!

–Que ligação?-Ele mostrou a aliança sorrindo e eu sorri com ironia.

–Ahh claro a esposa benevolente, como eu me esqueci dela! Mas e se eu tivesse morrido no acidente, hein?! Que ligação você iria usar?-Mexeu os ombros não gostando da pergunta.

–Eu tenho um plano B.

–Um plano B? Seria uma amante?-Sorriu negando.

–Não, é só uma passagem única pra tão tão distante!-Isso me pareceu mórbido.

–Ta falando em suicídio?-perguntei em um timbre reprovador.

–Foi você que tocou no assunto de morte.-Sorri largo em seguida.

–Estávamos falando da sua família, uma coisa sempre uni a outra.-Ele gargalhou apontando o dedo pra mim.

–Falar da sua irmã tem o mesmo efeito.-Não duvido no estilo que ela está hoje.

–Não fique com medo das pessoas não gostarem de você, se soubesse o quanto é divertido e carismático não ficaria tão paranoico.-disse alegre e ele negou.

–Não é tão simples quanto parece.-Veio até mim e tomou um gole do meu café.-A proposta de fugir ainda está de pé.-Sorri largo.

–Se seu pai gritar comigo mais uma vez eu mato ele, acho melhor não dar motivos pra isso.

Uma noticia boa ocorreu, o tal jantar não seria ao costume da família, todo mundo estaria vestido felizmente. Eu ajudei a minha sogra e cunhada a fazer a comida e arrumar a mesa, pensei que contratariam empregados e tudo mais, porém mesmo sendo ricos eles tinham seu lado simplista.

–Vamos esperar que o marido da Abby não vomite no cliente dessa vez, não é?-Mirei a coco de praia querendo que a cabeça dela ou o silicone explodisse.

–Ohh querida, a pressão aderida a pessoas importantes como o Vincent é sempre demais e claro que causa desconforto, não que o seu marido saiba o que é ser importante!-Ela me fuzilou.

–Marco é um dos mais importantes na empresa!-Sorri largo fazendo que não.

–Querida, seu marido faz contas em uma calculadora que qualquer criança de dez anos consegue fazer, enquanto se Vincent sair da empresa...O mais provável é que a Creative feche!-Opa ela saiu nervosa! Ganhei um round! YES!

Corri pra dentro do quarto dando pulinhos de alegria, agora vou tomar um banho adorável em nome da minha vitória! Abri a porta do banheiro animada e...

–AHHHH!!!!-Gritei escandalizada, não pode ser, não acredito que ele fez isso, meu Deus meu marido é louco!

O banheiro estava quase todo pintado com um desenho de floresta, até a banheira ele tinha pintado com a torneira despejando agua lembrando uma cachoeira e tinha um homem nu em cima do vaso sanitário tentando desenhar copas de arvores... Ahh então esse é o habito que herdou da família. Respire fundo Abby, respire fundo, um dia você deve ter visto isso e soube lidar com a situação ou não estaria casada até hoje.

–O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!?!!?!-Gritei furiosa com ele que nervoso balançou as mãos sem conseguir responder procurando a própria roupa.-Onde é que você arrumou essas tintas?-Apontou pro quarto e eu deduzi que tinha trazido na mala...Isso explica por que ela era grande.-O cliente está quase chegando, você não devia estar pintando, devia estar se arrumando!

–EU ESTOU EM PANICO! Não consigo pensar no que fazer, no que vão dizer, no que responder, em como eles são, eu só sirvo pra criar não pra explicar por que eu criei... Deus criou Adão e Eva e os dois não ficaram enchendo o saco dele perguntando por que eles eram assim!!!-Ele falava sem parar, sem respirar, é eu acho que foi uma péssima ideia vir nessa viajem.

Pensa Abby, pensa o mais rápido que puder, o que a Abby que conhecia ele fazeria? DROGA! Nenhum flash auxiliador! Vou ter que usar a mesma tática que minha mãe usava com meu pai.

–Fica aqui! Eu já volto!-Disse saindo correndo, existia um item que eu não tinha que mamãe geralmente usava....Vodca.

Comprei e voltei correndo felizmente não trombando com nenhum homem pelado, peguei o chá gelado dele aberto já na metade na geladeira misturando com a Vodca, peguei um copo e me dirigi pra minha sogra.

–Quando o clientes chegarem segurem eles com conversas fiadas, vou estar tentando acalmar o Vincent!-Ela arregalou os olhos, já conhecia o filho então não precisei explicar.

–Depressa!-Disse e eu respirei fundo entrando no quarto com um sorriso falso.

–Vincent...Meu amor, trouxe uma bebida pra te acalmar...-Entrei no banheiro e ele estava afundando na banheira com cara de criança contrariada que não quer ir na igreja, gente que vontade de dar uma surra nele e dizer “Você tem dois minutos pra se arrumar!!”.-Tcharan!-Apontei o chá e ele negou.

–Eu não quero e isso não vai ajudar!-Murmurou apontando a cabeça pra fora.

–Quando foi que eu perguntei se você queria? Bebe é uma ordem!-Entreguei o copo pra ele, o proprietário da casa vai matar a gente, quer dizer o pai dele, então...Tudo bem.

–Argh, que gosto horrível o que tem aqui?-Enchi o copo de novo.

–Chá, um chá que se não tomar vou te dar agora aquela passagem pra tão tão distante!-Fazendo um bico voltou a tomar, próximo passo na tática da minha mãe, comecei a tirar a roupa deixando a garrafa perto da banheira, ele ainda tinha muito o que tomar.

–O que está fazendo?-Perguntou surpreso engolindo seco, do jeito que falou parecia até que eu ia abusar dele.

–Uma coisinha que minha mãe me ensinou quando fiquei noiva do Edgar... Me dá um espaço, quero te mostrar uma coisa relaxante...-Completamente vermelho pegando a garrafa de chá gelado tomando umas três goladas quase engasgando.-...Não se preocupe, você vai gostar...-Sorri maliciosa, agora eu tenho minha lua de mel, mesmo que não seja ocasião pra isso.

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Eu não sei onde arranjei tanta força pra não rir, o jantar já sido posto e cliente já fora apresentado e claro eu convenci o Vincent a assentar a mesa... Mas acho que ele bebeu vodca demais. Ele me olhava pelo canto do olho sorrindo com o rosto vermelho.

–Então Vincent, me conte como você tem essas ideias tão interessantes?-Embriagado ele sorriu balançando as mãos.

–Você já se perguntou por que a bunda de alguns primatas são tão grandes?-OMG! Coloquei a mão na boca, tentando não rir, estava todo mundo estático.

–Não, você já?-Ele se apoiou na mesa apontando pro senhor a frente dele.

–Está é a resposta!-Han!?-É por isso que eu crio e você só compra!-Dei um cutucão nele enquanto o homem e a mulher ficou confuso. Ele estava completamente bêbado se remexendo como se o mundo estivesse girando.

–Por causa da bunda dos primatas?-Perguntou o irmão dele fazendo careta.

–Argh como você é burro, é por isso que eu trabalho enquanto você brinca com a calculadora!-Negou com a mão eu estava estática e incrédula demais pra impedir que continuasse.-Pensem comigo se conseguirem...Para se ter uma resposta, primeiro você precisa pergunta, se não tem pergunta não tem resposta...É isso que eu tenho que NENHUM de vocês tem...Exceto minha linda esposa....Eu amo você.-Ele parou de falar me encarando como um cachorrinho olhando seu dono.

–Ohh entendi!-Disse o cliente sorrindo largo.-Sempre que te mandam um tema, você faz inúmeras perguntas que ninguém mais faria até encontrar a melhor resposta que é a criação!-Vincent bateu palmas pra ele depois apontando o dedo bem pra cara dele.

–Isso! Você é legal! Vou te adicionar no facebook!-Não consegui me segurar e gargalhei, que cena espantosa.-Vou e contar um segredo senhor cliente do meu pai...Chegue aqui...-Acenou pra ele se aproximar e eu já imaginei merda vindo por ai.-Eu descobri uma cura temporária pra sociofobia...-Sussurrou tão alto que todo mundo ouviu.

–Mesmo!? E qual é?-Pergunto o senhor curioso.

–Primeiro tenha uma banheira, segundo chá gelado com gosto estranho, terceiro peça a sua mulher pra perguntar os próximos passos pra minha ela vai ensinar direitinho...-Dei cutucão nele, que vergonha estava todo mundo ouvindo!!

–Vincent!!-Todo mundo gargalhou enquanto eu não sabia onde enfiar a cara.

–Seja boazinha querida, ensine só pra ela...-Apontou pra mulher do cliente que sorriu envergonhada.-...Mas ensine de uma forma mais lenta...-Colocou a mão perto da boca como se fosse um segredo aproximando de mim.-..Eles são de idade avançada pode ser que não aguente no nosso ritmo...-Dei um beliscão nele, que vergonha.

–Vincent está todo mundo escutando!-Ele soltou um “oh” se virando pro pai.

–Então pai, fiz a socialização direitinho?-Perguntou pra aquele grosso que parou de rir.

–Por incrível que pareça sim!-Revidou.

–Ótimo! Tenham uma boa noite e passem bem!-Bateu a mão na mesa se levantando e puxando a minha.

–Onde pensa que vai?-Perguntou a mãe dele preocupada.

–Tomar outra doze do meu remédio na banheira!-Meu rosto ferveu enquanto eu puxei meu braço de volta.

–Vincent!-Exclamei tarde demais ele já estava me levando pro quarto e eu não conseguia parar de rir.

Agora eu entendi por que existia tantas fotos de mim feliz na minha casa, os anos ao lado dele deviam ter sido os mais felizes que já vivi, mesmo com todas as problemáticas do meu marido era impossível não se divertir perto dele, seu jeito estranho simplesmente me cativava, seu lado irônico era gracioso, sua parte pouco romântica deleitosa e seu jeito gentil apaixonante.

Depois da viajem eu percebi que mesmo perdendo as memorias inúmeras vezes, no final eu sempre daria um jeito de lembrar a resposta para aquela pergunta que nos uniu.... “Qual é a senha?”

Eu sempre vou desejar estar no seu mundo.


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Notas finais do capítulo

Boa noticia, resolvi que vou escrever a fic, não sei quando sai, mas vou escrever.

Será a historia dos dois, alguns cap que bolei aqui ficaram bem engraçados.

Espero que tenham gostado do extra D:

Até mais pessoal!