Qual é a Senha? escrita por M Phantom


Capítulo 4
Capitulo Quatro - Nosso mundo FINAL


Notas iniciais do capítulo

Onw! que raiva, não consegui a tempo ç.ç

Bom pelo menos terminei.

Boa leitura e desculpem os erros.



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Capitulo Quatro

Nosso mundo

Foi um sentimento extremamente estranho, eu vi um lugar, me vi nele junto com alguém que tenho quase certeza que era o Vincent, mas não tenho ideia da onde seja ou o que aconteceu lá. Havia fotos nossas espalhadas, pinturas e um ambiente que me fazia sentir algo confortável.... Mas além disso e do ‘qual é a senha?’ escrito no teto eu não me lembrava de mais nada.

No dia seguinte eu me foquei nisso, descobrir onde era esse tal lugar que podia me contar afinal de contas qual era essa maldita senha.

–Chegamos!-Ainda estava distraída com o café quando mamãe entrou com uma criança pequena, abraçada com um velho barrigudo e minha irmã do lado sorrindo.-Já que Vincent surtou novamente resolvemos vir lhe fazer uma visita!-Pigarreei olhando a criança, na regra do meu marido dizia que o pequeno era um Gremlin...Gremlins não são aquele monstrinhos de filme de terror?

–Ahh querida Abby, gostaria de ter ido lhe ver no hospital, mas não me liberaram do trabalho!-Eu já ia saindo de perto pra ele não abraçar, mas já era tarde demais, agora sei por que uma das regras era não abraçar ele, que cheiro horrível de peixe podre!!!

–Deixe me adivinhar, você trabalha em uma fabrica de sardinhas?-Prendi a respiração ou com certeza vomitaria.

–Você se lembra de mim!?-Sorri sem graça levando um susto quando vi o filho da mamãe subir em cima da mesa segurando o jarro.

–Hey cuidado com isso....-Tarde demais, ele jogou de proposito pulando da mesa até pia chutando os talheres e copos.-....Mamãe faça alguma coisa!!-Sorrindo sem graça ela simplesmente acenou pra criança.

–Gabriel não faça isso na casa da sua irmã por favor!?-Por favor? Ela pediu por favor pro diabinho que estava quebrando a cozinha inteira. E já se dirigindo pra sala.

Respirei fundo vendo eles correrem atrás do garoto que gritava escandaloso como se estivesse levando uma surra. Não tem outro jeito.

–Como se para o Gremlin?!-Liguei para ele que bufou.

Deixou que trouxessem aquele monstrinho?! Você seguiu alguma regra que eu escrevi pra você?

–Pessima hora pra discutir, acho que ele vai quebrar aquele universo em miniatura que eu duvido que seja meu!-Revidei, eu estava zangada com ele, devia mesmo era deixar ele fazer aquilo.

Certo certo, tem uma corda a garagem....­–Cai na gargalhada antes mesmo dele terminar.

–Corda? Quer que eu amarre ele?

Você comprou um tranquilizante ano passado pra atirar nele que é bem pior, olha se não quer usar a corda, tem um vídeo game escondido no armário branco na parte de baixo, tente entretê-lo com isso.–Fiquei um tanto curiosa.

–Por que você esconde um vídeo game? Eu não costumo deixar você jogar?

Qual é a senha?-ARGH! Estou ficando sem paciência pra isso já.

–Seria: Eu amo você?-O ouvi soltar uma risadinha.

–Acesso negado....Tenha um bom dia.–Confesso que sei lá, me senti estranha querendo rir, como se já soubesse a tempo que aquela jamais seria a senha, como se não fossemos do tipo que ficava dizendo isso.

A corda ou o vídeo game?! Eis a questão. Obriguei o garoto a jogar aquela coisa enquanto ia conversar com os outros.

–Um lugar onde vocês dois iam muito?-Acenei que sim depois de contar a minha mãe o que tinha acontecido.-Eu não sei, não o víamos muito querida... Ele não é muito sociável e eu acho que isso você já percebeu!

–É já sim, já chamei a Samanta para ir em busca desse lugar comigo.-Su se aproximou com um olhar estranhamente falso.

–Não querendo mudar de assunto, mas será que podia me emprestar uma grana?-Sorri largo pra ela negando.

–Até agora eu só tenho tido arrependimentos por não dar moral pras regras do Vincent, está eu vou seguir e dizendo um belo não!-Voltou a se sentar ao lado da mamãe.

Felizmente eles não ficaram muito e levaram o diabinho com eles.

Sozinha naquela eu usei toda força que tinha para buscar as memorias que faltavam, caramba eu tinha vivido nessa casa a tanto tempo, meu marido sabia um monte de coisas sobre mim isso queria dizer que por mais anti-social que ele fosse eu deveria ter um lugar especial ali com ele.

Andei vagarosamente olhando cada canto naquela casa com cautela, se eu gostava do mundo dele por que não me lembrava?

Analisei o dvds o raque e olhando para o aparelho dei play sem saber o que tinha dentro, qual foi a ultima coisa que eu ou ele vimos?

A imagem que saiu foi uma Abby diferente, alegre, solta...Eu conheço essa, quando estou de bom humor ou sem preocupações é essa Abby que me torno. Varias pessoas cantavam parabéns pra mim enquanto eu me entupia de sorvete rindo e parecia me divertir...Ele não estava ali.

–Poderia ao menos me dizer por que está fazendo isso?-Eu havia ligado novamente pra ele, será que eu não era uma exceção pra fobia dele?

Qua...

–Foda-se a senha, eu estou querendo falar com meu marido não com uma máquina que repete o tempo todo acesso negado!-Ele suspirou do outro lado não respondendo.-Você prefere que eu não me lembre de você?

Sem a senha eu não posso dizer nada, ela não é minha escolha, é sua.

–Escolha de que?

Qual é senha?–Suspirei colocando as mãos na cabeça.

–Você ao menos me amou quando estávamos juntos?-Ele pareceu engasgar do outro lado.

A-a-acesso negado.–Gaguejou deligando.

A reposta para todas as perguntas estava na senha.

Eu procurei feito louca qualquer pista, qualquer resquício, qualquer indicio de que me fizesse lembrar sobre qualquer coisa que fosse relacionada a outra casa ou a senha e nada além do que já tinha acontecido antes.

–Onde mais quer procurar?-Finalmente meu ex-noivo chegou, mas já não tinha canto em que eu não havia vasculhado.

–A questão é onde mais eu posso procurar?-Questionei sentada na cadeira.

–Vamos dar uma volta, Abby, você parece cansada!-Concordei a seguindo, um milk-shake seria bem vindo agora.

–Eu não entendo por que ele não pode simplesmente me contar?-Ela me lancou um olhar de “você já sabe que ele é doido, pra que perguntar?”. Entrei no carro suspirando mais uma vez nervosa, mas ai quando ia girar a chave notei algo que antes nem me passou pela cabeça.-Samanta, mamãe não está vivendo na casa do barrigudo?

–Sim, ela e sua irmã por que?

–Por que então eu tenho a chave da minha casa no subúrbio?!-Ela mirou um pouco surpresa.

–Ahh acho que sua mãe vendeu ela pro....-Sorrimos uma pra outra como se tivéssemos descoberto onde estava o Santo graal.

–Por Vincent... Eu vou matar esse cretino quando eu encontrar ele!!!-Liguei o carro mais do que alegre, finalmente uma descoberta plausível, meu tolo marido estava na minha casa no subúrbio esse tempo todo!

Dirigi em alta velocidade sentindo meus nervos exaltarem, finalmente eu iria encontrá-lo e eu o obrigaria a me contar essa historia da senha.

Quando chegamos eu estava um pouco nervosa, como ele era? Como reagiria? Será que os arranhões e cicatrize que tinha do acidente faria algo mudar? Segurei a mão da Samanta com força e puxei-a para entrar comigo.

–Relaxa, sua mão está gelada!

Ela aconselhou, era estranho por que a ultima memoria que tive depois do acidente era bem ali, junto com Edgar me desejando boa noite. Agora eu encontraria no mesmo lugar o homem com quem me casei e que estranho dizer isso... Mas na verdade eu o conheceria.

–É... Vamos?-Respirei fundo destrancando a porta.

Não, ele não estava ali..... Entretando.... Eu encontrei o lugar com o teto em que havíamos escrito ‘qual é a senha?’ e todas as fotos e vídeos de nós dois.

Eu fiquei pasma sem conseguir raciocinar muito bem, ali diante meus olhos estavam meus quatro anos perdidos, minhas mente tentava capturá-los de volta sem êxito apenas me dando um imenso sentimento de nostalgia e minha nossa eu finalmente pude ver o rosto por detrás das ligações.

Com cabelo negro que quase brilhavam e óculo ele sorria sem jeito para todas as fotografias, existia mural em formato de coração recheado com foto nossas com uma foto grande no meio sendo essa do nosso casamento.... As outras paredes não tinha bem formatos, mas estavam cheias, cheias de fotos, momentos, memorias.... Eu fiz isso tudo em quatro anos?

Uma linda galáxia pintada no teto com uma pergunta cortando o meio da pintura com uma cor brilhante e viva “Qual é a senha”.

.:Flash Back:.

Eu balançava as pernas como uma adolescente inquieta, por que ele não estava sorrindo? Era o planetário! O lugar que ele mais amava no mundo, podia ao menos fingir que estava feliz.

–Se quiser podemos ir embora?-Perguntei sentindo como se tivesse feito algo ruim, ele para variar abaixou o olhar negando.-Você prefere ficar?-Acenou que sim apertando as mãos nervoso... Fiquei pensativa novamente sobre como eu conseguiria entrar naquela cabeça dura sem que ele surtasse.-Já parou pra pensar que cada pessoa é como um planeta?-Cochichei no seu ouvido, estranhando o que eu disse.

–Planetas? Como?-Revidou em quase um sussurro com medo de incomodar as pessoas.

–Todos possuímos uma camada de proteção, podemos ser destruídos com uma simples bala minúscula como os cometas em relação ao planeta, somos inabitáveis caso não oferecemos terreno pra isso e vivemos cercados de outros planetas....-Expliquei o deixando pensativo.

–Neste caso talvez eu seja plutão...-Murmurou olhando para baixo e eu já neguei se deixasse ele faria um melodrama ali mesmo.

–Não, você não pode ser plutão!

–Por que não?

–Por que plutão não é um planeta mais!-Finalmente um sorriso! Voltamos nossos olhares para a imagem, meu rosto queimou mesmo que ali fizesse muito frio.-....Se você deixasse...Eu queria muito fazer parte dele...-Eu tive coragem de virar o rosto, mas notei que ele tinha feito.

–Parte de que?

–Do seu mundo.-Sussurrei, mas ele não respondeu nada, se bem que eu não achei que tivesse coragem se a resposta fosse positiva.

–Por quê?-Levei um susto quando perguntou.

–Eu gosto do seu mundo.-Dois sorrisos?! Deveria ser um bônus.

–Não tem passaporte de saída.-Sorri com as bochechas vermelhas ele somente me olhava pelo canto do olho sem coragem de me encarar.

–Promete?!

.:Flash Back:.

Uma memoria tão vivida surgindo, não foi quando fizemos o possível pacto da senha, mas eu sentia que era aquilo. Era isso que ele queria saber... Se eu estava disposta a entrar e não sair, se eu ainda queria levar a vida que levava ainda que com os pais loucos dele... A escolha de voltar a permanecer com ele mesmo tendo todas as problemáticas... Ele deveria se sentir culpado por que não estava comigo no carro por que ficou com medo de sair mais uma vez.

–Ele ficou com medo...Ele tem medo do tempo todo, como eu não lembrei disso?!-Samanta ainda estava incrédula e procurando por ele.

–Ele não deveria estar aqui?

–Não. Ele está na Creative.

–Na empresa? Como se nem o pai dele achou ele?-Sorri largo algumas memorias simplesmente borbulhavam na minha cabeça.

–Existe um lugar secreto.-Ela não entendeu.-Você vai pra casa, assustado do jeito que ele é vai fugir assim que te ver!

Sim, agora eu me lembrava, eu lembrava de como ele fugia de mim quando no conhecemos, de como foi difícil me tornar amiga dele o suficiente pra ter coragem de olhar no meus olhos.... Também me lembro do quanto isso valeu a pena.

Na empresa existia um lugar bem ao fundo que antes pertencia ao pessoal da criação que acabou sendo desativado, Vincent transformou aquele lugar no que ele chamava de ‘bolha’ eu preferia ‘mundo’. Para todos na empresa ali era só uma sala fechada sem acesso, mas existia uma porta ao fundo escondida por uma pintura.

–Vai gostar de saber que lembrei a senha!-Disse ligando pra ele, soltou um som surpreso.

Mesmo?! Realmente lembrou?–Sorri de frente pra porta.

–Sim, por que não me contou que era você no hospital?

Você estava falando de tempo querendo voltar no passado, me perguntei se eu era um bom presente.–Sorri cerrando os olhos.

–Eu ainda não me lembro de tudo, eu recordei que você não vai as minhas festas de aniversário e que vomitou no casamento em cima do padre por que tinha doze pessoas no na igreja...

–Podia ser um sinal, quatro anos é o tempo exato pra se esquecer desde a época em que nos conhecemos.–Eu sentia que as palavras dele era amargas.

–Você quer que eu faça isso?

–Qual é a senha?–Eu sorri largo emocionada pela primeira vez gostando de ouvir aquilo.

–Me deixa fazer parte do seu mundo?-Disse finalmente ouvindo sua respiração nervosa.

Acesso permitido.–Quando ele abriu a porta eu fui simplesmente controlada por minhas emoções e voei no pra cima dele.

–Seu desgraçado, como pode fazer isso comigo, me deixar sozinha depois do acidente por três semanas!-Seus óculos caíram no chão quando o beijei insistentemente até ele criar coragem e me abraçar de volta me devolvendo o beijo agora profundo finalmente.

É estranho, não tenho meus quatro anos de memoria de volta, mas, os pouco vinte minuto ou talvez menos que recebi foram suficiente para lembrar por que eu havia me casado com ele... Foram aquelas malditas palavras ditas quando saímos do planetário...

No meu mundo você sempre vai ser tudo.


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Notas finais do capítulo

Bom, primeiramente obrigada a todas vocês por acompanhar a fic desde o meio dia xD
Rapido né?! Mas sério muito obrigada, se não entenderam o final, well, fazer o que estava com pressa pra terminar as dez xD

De qualquer forma foi bom, foi muito bom escrever essa historia.

Eu escrevi um Extra porém marquei a historia como concluida antes achando que poderia voltar atrás e acabou que não pode (isso que dá não ler as letras miúdas) u-u

Lamento pessoal, mas não vou postar como nova historia, é um tanto desnecessário D:



Até e obrigada mais uma vez!