Aprendendo a Viver Juntos escrita por WaalPomps


Capítulo 13
Uma promessa silenciosa




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E o tempo foi passando, e agora a casa nova era realmente um lar. Tudo estava no devido lugar, as caixas todas amassadas e jogadas fora, todos os cômodos perfeitamente mobiliados e arrumados. Porém, havia algo que ainda estava incomodando Fabinho profundamente.

Ele odiava entrar no quarto todas as noites e se deparar com aquela bandeira enorme do Corinthians; que ele odiava profundamente, é preciso deixar claro. Já havia soltado diversas indiretas, mas Giane mal se abalara. Ele então resolveu resolver por si mesmo.

Chegou mais cedo em casa, aproveitando que não tinha mais que buscá-la no trabalho. Foi até o quarto e soltou os parafusos, logo colocando massa corrida no buraco. Dobrou a bendita bandeira e desceu para o escritório da esposa, o analisando. Havia uma bela parede vazia, ela ficaria ótima ali. A ajudaria a pregar quando chegasse.

Subiu com o secador e ficou o passando pelos buracos remendados. Algum tempo depois, crente que já estava bom, passou a tinta com o dedo, observando que o remendo havia ficado bastante discreto. Agora era esperar a fera chegar e lidar com a reação dela.

Foi para a cozinha e começou a preparar o jantar. Seus dotes não eram muitos, mas sabia preparar um macarrão com salsicha espetacular. E naquele dia, em particular, estava com muita vontade de degustar de tamanha iguaria.

Já estava quase finalizando sua obra-prima quando ouviu o carro da esposa entrando na garagem. Sorriu para a porta, enquanto esperava sua maloqueira entrar. Tão logo ela cruzou a porta, foi envolta pelos braços do marido, que lhe tascou um belo beijo.

“Uau, que recepção calorosa. Adorei.” Ela riu, lhe dando um selinho. “Chegou cedo, amor?”

“Não, to na agência ainda. Claro que sim, né. Tava com uma tara para comer macarrão com salsicha, que passei no mercado e peguei as coisas.” Ele apontou a arte que fazia na pia.

“Hum... To louca de fome.” Ela lambeu os lábios, indo colocar as coisas na mesa enquanto ele finalizava o jantar.

Sentaram no balcão e se serviram. Se divertiram com as salsichas transpassadas de macarrão, mergulhadas no molho rose que ele havia improvisado. Comeram entre risos e conversas sobre o dia, curtindo aquela rotina que haviam criado e que adoravam.

“Amor, eu sei que você fez o jantar, mas eu to acabada depois da sessão de hoje. Quero tomar um banho e cair dura na cama.” Giane anunciou manhosa, brincando com o cabelo dele.

“Vai lá, tranqueira, eu arrumo tudo por aqui.” Ele beijou a mão dela, se levantando e começando a recolher os pratos. Ela sorriu agradecida, logo deixando a cozinha.

Ele colocou os pratos na pia, começando a tirar as sobras e os colocar na máquina de lavar. Foi só quando já estava terminando que algo lhe ocorreu.

“Puta que...” Ele correu para a sala. “Giane!”

“FÁBIO CAMPANA!” O grito ecoou pela casa, e ele se encolheu. Já era tarde demais.

Ela surgiu no alto da escada, os olhos transformados de raiva, os nós das mãos brancos enquanto ela apertava o corrimão com força. Seu corpo tremia, e a boca era uma linha reta e fina.

“Aonde. Está. A. Minha. Bandeira?” Ela pontuou palavra por palavra, começando a caminhar até a escada.

“Na sua saleta, minha linda. Sabe, eu pedi para você tirar ela, e você não tirou. Então eu fui lá e resolvi eu mesmo o problema.”

“Problema? Problema foi o que você acabou de criar, Fábio Campana, no momento em que tirou minha bandeira do meu quarto.” Ela chegou ao pé da escada, alcançando um vaso. “Grosso. Babaca. Estúpido. Arrogante.”

Giane pontuava cada elogio com objeto de decoração da sala sendo arremessado na direção do marido. O rapaz tentava desviar dos projeteis, se divertindo com a irritação da mulher.

“Já falei que a bandeira está na sua saleta pivete, para de loucura.” Gritou ele, escondido atrás da parede da cozinha.

“E quem te deu autorização para tirar ela do meu quarto?” Perguntou Giane, nervosa.

“Primeiro, é nosso quarto. Lembra, marido e mulher, o que é seu é meu?” Perguntou ele, mostrando a aliança de ouro na mão esquerda. “Segundo, se você mantiver a do Corinthians, eu coloco uma do São Paulo. Direitos iguais.”

A garota bufou, caindo no sofá de couro com os braços cruzados em frente ao corpo. Fabinho riu, saindo de seu esconderijo e indo sentar ao lado dela. Resmungou um pouco, porque odiava os sofás de couro. Malu havia dito que ficaria lindo na sala, mas ela esqueceu de pensar no conforto.

“Essa bandeira está no meu quarto desde criança, cara, é difícil não ter mais ela ali comigo na hora de dormir.” Reclamou Giane, tentando amolecer o marido. Já haviam se passado seis meses do casamento.

“Ah, moleque, qual é? Vamos regredir para época que era um verdadeiro moleque de rua?” Perguntou Fabinho, recebendo um soco. “Anda, deixa de frescura. Você passa metade do dia na sua saleta, pode ficar matando a saudade da bandeira. No nosso quarto, eu tive uma ideia melhor.”

“Não sendo nada do time dos bambis.” A mulher deu de ombros, se recostando no sofá.

“Sabe aquela foto que nós tiramos no Caribe, na lua de mel?” Perguntou ele, deitando no colo da esposa. “Que você tá nas minhas costas, e que eu to com a arara no braço? Então, podíamos fazer uma ampliação e colocar atrás da porta, onde ficava a bandeira. O que cê acha?”

“Olha, até que você pensa às vezes.” Giane riu, dando um selinho no marido. “Tá bom, vai, pode ser.”

“Já cedeu? Já acabou a briga?” Ele sentou espantado. “Como assim? O que aconteceu? Quem é você e o que fez com a minha esposa?”

“Babaca. Quer brigar é?” Ela perguntou, partindo para cima dele. Ele riu, jogando as pernas dela em volta de sua cintura e a içando no ar.

“Não. Quero fazer as pazes.” Respondeu, caminhando para a escada e prensando-a no corrimão. E o resto é história.

~*~

Mais tarde naquela noite, enquanto Fabinho dormia tranquilamente, Giane se levantou, inquieta. Foi até o banheiro urinar, mas estava inquieta. Deixou o quarto e acendeu o corredor, o observando vazio.

Caminhou e parou na porta do quarto vazio, se recostando no batente da porta e suspirando. Alguns dias antes havia começado a sentir um peso vindo daquele cômodo. Sabia que Margot e Irene aguardavam um netinho com ansiedade, e Malu já havia dado diversas alfinetadas sobre querer ajudar a mobiliar os outros quartos da casa.

Porém, não sabia dizer se estava preparada para lidar com aquilo. A ideia da dava calafrios, apesar de saber que isso era errado. Afinal, desde o início da relação, Fabinho havia dito sobre sua vontade de ter filhos. E ela mesma tinha aquela vontade, admitia.

Mas tinha medo, não podia negar.

“Logo, logo.” Ela prometeu para alguém, sem saber ao certo quem. Fechou a porta, escondendo o vazio, e tomou seu caminho para o quarto.

Se aconchegou entre os braços do marido, lhe dando um beijo carinhoso no queixo. Ele se remexeu inconscientemente, a apertando mais contra si. E logo, os dois dormiam profundamente.


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Notas finais do capítulo

QUEM É VIVO SEMPRE APARECE? Fazia um ano e três meses que eu não atualizava, como assim? Sou meio que problemática, sim ou claro. Tem alguém aqui ainda, aliás?
Anyway, espero que tenham gostado do capítulo. Faltam mais dois ou três para acabar a fic. Prometo não demorar um ano HAHAHAHAHA
See you soon, guys ;*
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