Aprendendo a Viver Juntos escrita por WaalPomps


Capítulo 11
Te amo para sempre, caralho


Notas iniciais do capítulo

Heeey gente
Nyah tava fora do ar, e eu também UAHUAHUAHUAHU
Um capítulo fofo, briguento e dessa vez, com conflitos do Fabis. MAS LOGO VOLTAMOS PARA A ZONA E BRIGA E COMÉDIA, OK?



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Fabinho se remexeu no sofá, extremamente desconfortável. Era a primeira vez em meses que dormia em um sofá, e a culpa era do fato de ter tido uma briga daquelas com a esposa, que o trancou para fora do quarto.

_ Casa tá realmente inaugurada. – bufou – Primeira briga séria: confere.

Levantou estalando as costas, que estavam quebradas. Caminhou até a cozinha ainda resmungando, procurando na gaveta um Dorflex. Começou a se lembrar da noite anterior, e se xingar em pensamento.

Haviam ido jantar na casa de Plínio e Irene, uma tradição semanal. E como seu aniversário era dali dois dias, quiseram comemorar, já que ele e Giane estariam fora no dia, em uma pequena viagem de final de semana (na verdade eles iriam passar três dias em um motel, mas ninguém tinha que saber disso).

O grande problema da noite havia sido: Irene tivera a brilhante ideia de convidar Bento, André e Mayara, e comemorar o aniversário do florista junto com o do filho. Ela havia ido a Acácia mais cedo e descobrira que Amora trabalharia a noite e Bento cuidaria dos sobrinhos, e sabia que ele e Fabinho faziam aniversário com dias de diferença. Porque não?

Porque apesar de todo aquele tempo, Fabinho ainda morria de ciúmes de Bento, especialmente com os pais e Giane. E a noite havia sido, no mínimo, miserável.

A começar pela babação de ovo nos sobrinhos da “fruta podre”, como Fabinho disse, e consequentemente no “Zé Florzinha”, que ficava se gabando dos feitos dos dois no colégio. Depois, o idiota começou com as história de quando ele e Giane eram sócios, alugando o ouvido de todos por horas.

Na hora do bolo, mais uma merda: apesar um conjunto de velas para os dois, e Kevin puxou o “E pro Bento nada?” antes de puxar para ele, alegando ser ordem alfabética. Teve que cortar o bolo junto com Bento e ainda ouvir o panaca dizendo que dariam o primeiro pedaço para Giane, que era a mulher mais importante da vida dos dois.

Plínio e Silvério tiveram que discretamente segurar Fabinho, antes que ele enfiasse o bolo na bunda do amigo de infância.

Mas Giane, claro, estava alheia a isso. Ela parecia tão feliz com poder comemorar o aniversário do marido e do eterno melhor amigo, os dois juntos, que não viu que Fabinho estava simplesmente possesso. Ela foi apanhar o pedaço, que Bento lhe ofereceu, e o abraçou apertado. Mas quando se virou para Fabinho, o publicitário tinha saído marchando, bufando alto. O ouviu batendo a porta da frente e arrancando com o carro, deixando todos os presentes a ver navios.

_ Qual a merda do seu problema? – ele atendeu pelo carro, não querendo parar e atender.

_ Porque? – bufou, enquanto acelerava o carro.

_ Porque? Você simplesmente larga sua festa e some, sem uma maldita explicação.

_ Minha festa? – ele riu com escárnio – Desculpa Giane, mas se tem alguém que é o homenageado dessa festa, é o Bento. A propósito, gostou do seu primeiro pedaço? Ele te dedicou com tanto carinho.

_ Ah, vá pro inferno Fabinho. – ela gritou – Larga de frescura e volta aqui agora. Se não por mim, pelas suas mães.

_ As duas tão se divertindo bastante com o Bento. – ele lembrou da cena delas avisando que haviam preparado as comidas que ele gostava – E você também, né? Vai lá contar da época que você invadia a casa dele a noite, só pra beijar ele.

Ele não obteve resposta, porque ela simplesmente desligou o telefone. Ele estava pouco se fodendo, não queria saber dela por hora. Apenas acelerou o carro e dirigiu até um posto, enchendo o tanque.

Então, se colocou a dirigir sem rumo, indo para onde quisesse virar o carro e pelo tempo que tivesse vontade.

Quando estacionou na garagem de sua casa, era pouco mais de 2h30 da manhã. Entrou em silêncio, encontrando a casa apagada. Acendeu a luz da sala, encontrando seu pijama, travesseiro e um cobertor, tudo sobre o sofá. Entendeu aquilo como um explícito “hoje você não dorme comigo”.

E agora, estava ali, todo quebrado e dolorido, sem saber quando poderia entrar em seu quarto. E nada afim de enfrentar a gritaria que viria junto com isso.

Voltou para a sala, pensando em ligar a TV e ficar se distraindo, quando reparou algo que não havia visto quando acordara.

Nos primeiros degraus da escada, escorada ao corrimão, estava Giane, profundamente adormecida. Ele ficou a encarando por um tempo, antes de se aproximar e tomar nos braços com cuidado.

A carregou até o quarto com delicadeza, a deitando com cuidado no travesseiro. Quando ia se afastar, ela agarrou sua mão, ainda adormecida. Ele suspirou, deitando em seu lugar na cama e ficando de frente para ela.

Não demorou mais do que alguns poucos minutos, e então ela começou a despertar. Piscou os olhos com vagar, focalizando o rosto da sua frente. Fabinho estava com a cabeça apoiada no braço, a encarando com o semblante sério. Ela suspirou, observando que suas mãos estavam entrelaçadas.

_ Eu não sei se quero começar o dia brigando.

_ Uma hora ou outra a gente vai ter que brigar. E acho que estamos magoados demais para começar o dia fingindo estarmos bem. – ele comentou, enquanto brincava com os dedos dela – Vai, solta os cachorros.

_ Eu não vou brigar. – ela garantiu – Eu só quero entender porque você agiu daquele jeito. Fabinho, o Bento não estava fazendo nada demais. – o publicitário bufou, tentando puxar a mão, mas Giane impediu – Ele não estava.

_ Giane, desde o momento que aquele idiota pisou na casa dos meus pais, todas as atenções foram dele. Sua, dos meus pais, dos meus irmãos... Era só Bento pra cá, André e Mayara pra lá, Bento e Giane aqui e ali.

_ Fabinho, nós estávamos tentando fazer ele se sentir bem vindo.

_ Foda-se. Giane, aquela é a minha família, comemorando o meu aniversário. Meu. – os olhos de Fabinho se encheram de água – Você lembra quando a gente morava no lar do tio Gilson, que comemoravam o meu aniversário e do Bento junto? Ninguém gostava de mim, então eu era deixado de lado no meu próprio aniversário. O centro de tudo era o Bento, eu era apenas um coadjuvante. Era a comida que o Bento gostava, o primeiro nome cantado era o dele, o primeiro pedaço era ele quem dava. Eu não tinha direito de escolha, direito de pedir nada. – ele suspirou – Foi assim que eu me senti ontem.

_ Fabinho... – ele fez sinal que ele esperasse.

_ E ele ainda fica falando sobre as histórias de vocês, da época em que você era louca por ele, e que ele sabe que você era louca por ele. Ele dedica o primeiro pedaço para você, falando que você é a mulher mais importante da vida de nós dois? – ele negou com a cabeça – Pivete, meu pai e o seu tiveram que me segurar, porque eu quase quebrei a cada daquele retardado ali mesmo.

Giane não sabia o que dizer, não tinha o que dizer. Sabia que tudo era bem diferente pela ótica de Fabinho, e era difícil para ela enxergar a mesma maldade e malícia que ele. Na sua cabeça, Bento estava apenas lhe fazendo um carinho de melhor amigo, contando as histórias que todos ali gostavam de ouvir, se socializando.

Mas para o marido, era tudo bem mais complexo, e ela não podia tirar a razão dele. Aquele era o primeiro aniversário que ele passaria junto de toda a sua família, e Bento havia conseguido “roubar” isso dele, mesmo que sem querer.

_ O lance é: ele tem a família dele, ele não precisa da minha. – Fabinho suspirou - Ele tem essa relação ridícula com a Amora, não precisa ficar de graça com você.

_ Desculpa. – foi só o que a corintiana sussurrou, puxando o marido para si e se aninhando à ele – Eu te juro fraldinha, que nenhum de nós fez por mal. Não foi nossa intenção te fazer sentir mal. Todos tem carinho pelo Bento, e ninguém percebeu o que estava acontecendo. Mas eu te garanto que não queríamos te magoar.

_ Eu sei. – ele encostou o queixo na testa dela, encarando o nada por cima da cabeça dela – É só que... Isso me mata, entende? Lembrar o quanto meus pais gostaram de achar que ele era filho deles, o quanto você era apaixonada por ele...

_ Fabinho, sua mãe sempre acreditou que você era o filho dela, não o Bento. Ela só tem muito carinho por ele, assim como o Plínio. Mas você sabe o quanto eles te amam. – ela acariciou o rosto do rapaz – E você sabe que eu fui apaixonada pelo Bento, mas foi uma coisa idiota e infantil. Amar eu só amei e amo você, e eu já te falei que vai ser só você, para sempre. Eu vou passar o resto dos meus dias aqui com você, do seu lado, ao dormir e ao acordar. A gente vai ser feliz e briguento pelo resto da vida das nossas vidas, vamos ter uns pivetes corintianos e eu vou te infernizar quando a gente estiver velho e você não conseguir nem levantar seu marujo.

_ Você é muito idiota. – ele riu baixo, beijando a testa dela.

_ Sou idiota porque eu sou apaixonada por você, um fraldinha sensível para caralho e cheio de frescura e dúvida. – ela se afastou, encarando os olhos dele – Fabinho, eu te amo, entende isso logo cara. Eu te amo demais, e vai ser para sempre.

_ Eu também te amo. E te amo mais ainda porque você acabou de me dizer que nós vamos ter alguns pivetes, mas não concordo com isso de serem corintianos. – ela riu, puxando o rosto dele e lhe dando um selinho.

_ Não tem discussão nessa parte. – ela garantiu – Mas eu quero ouvir você dizendo que me desculpa.

_ É claro que te desculpo, Giane. Eu não sei ficar bravo com você, cê sabe disso. – ele a aninhou de novo, fazendo-a sorrir.

_ Eu vou falar com as suas mães e nós vamos fazer outra festa, só para você, do jeito que você gosta.

_ Eu não quero. – ele garantiu – Isso só vai me fazer sentir pior. Eu só quero esquecer que isso aconteceu e curtir nosso final de semana, sem chateações. Podemos?

_ Você sabe que sim. E se quiser, começamos agora mesmo as comemorações.

_ Gosto de como você pensa. – ele sorriu sacana, antes de jogar a coberta por cima dos dois.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beeeijos