Até Que Você Seja Minha escrita por raggedy man


Capítulo 6
Segredos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Acordei na enfermaria. Sirius estava sentado ao lado de minha cama com um livro na mão. Nunca havia o visto ler, a não ser, é claro, na aula. Ele percebeu que eu havia acordado e fechou o livro e sorriu.

– O que aconteceu? – Perguntei.

– Bem... – Ele começou se ajeitando na cadeira. – Estávamos nos testes do quadribol e você e Schin jogando. Ele arrancou o taco da minha mão e mandou um balaço bem na sua cabeça. Você caiu da vassoura e desmaiou. Isso foi há três dias.

Três dias? O que? Aquele... Respirei fundo. Ok, vamos ficar calma. Tentei me sentar na cama, mas senti uma horrível tontura e desisti.

– Eu te falei. Ele bateu na sua cabeça. Então tente não... Se mover muito.

– O que aconteceu depois? – Perguntei.

– Eu bati no Schin, levei detenção e ele suspensão. E você é a mais nova artilheira da Grifinoria. Isso é, se a Madame Pomfrey te liberar.

– Mas eu ganhei porque ele foi suspenso ou porque mereci?

– Faz diferença? – Perguntou indiferente.

– É claro que faz. Ganhei alguma coisa porque mereci ou porque não tinha outra opção?

– Lizzie, é claro que ganhou porque mereceu. Toda vez que ele ia te derrubar e você desviava, ele perdia o controle. Se ele fizesse isso num jogo, com certeza perderíamos. E além do mais – continuou levantando. – você foi muito bem.

Sorri.

– Ela acordou! – Ouvi Lily. Essa ruiva realmente falava alto, mesmo quando não queria. Ela, James e Ammy chegaram mais perto. – Como você ta se sentindo? Com muita dor? Você não perdeu a memória, perdeu? Eu sou a Lily. Sua amiga. Que você ama e disse que podia pegar qualquer roupa que quisesse.

Ri com o desespero e a mentira da Lily.

– Ah... – Me fiz de desentendida. – Ok... E você... minha amiga, sabe se eu tenho namorado?

– Bem, você não tem. Mas você tem uma queda enorme pelo Sirius. – O QUE? Tenho certeza que fiquei corada e a encarei. – Ah, eu sabia que estava fingindo!

Revirei os olhos. Todos ficaram comigo até bem tarde, quando madame Pomfrey os expulsou, mas Sirius insistiu tanto que ela deixou. Ele se sentou na mesma cadeira de antes.

– Você tem que dormir, Black. – Disse meio cansada. O dia havia sido cansativo, mesmo estando na cama. Minha cabeça doía pelo golpe e o remédio apesar de aliviar, não estava em perfeitas condições.

– Dormir é para os fracos, Parker. – Respondeu. – E além do mais, se eu voltar pro Salão Comunal, vai ter um monte de garotas dando em cima de mim e...

– E você não pode fazer nada sobre isso por causa da nossa aposta. – Sorri. – Como eu sinto peninha de você, Black.

– Tem mesmo que ser um mês? Não pode ser um dia? Ou uma semana? – Disse me olhando com olhos de cachorrinho abandonado. Mas é claro que ele ia fazer de tudo pra sair dessa.

– Aposta é aposta. – Ficamos conversando até que peguei no sono novamente.


Na manha seguinte ainda tive que ficar na enfermaria. As meninas vieram ao longo do dia me passando o que eu deveria fazer de tarefa e contando, é claro, o que havia acontecido no dia. Pedi para que elas ficassem de olho no Sirius, garantindo que ele não saísse com uma garota, e elas disseram que toda vez que uma garota vem falar com ele, ele simplesmente sai. Não dá nem oportunidade delas abrirem a boca, só sai.

Sirius narrando.

O dia tinha sido realmente difícil. Oito garotas vieram falar comigo e eu tive que sair para não acabar fazendo algo idiota. Odiava essa aposta. Nunca devia tê-la ajudado. Mas foi tão bom vê-la feliz ao ganhar. E ela não era ruim. Era bem melhor que nosso ultimo artilheiro. Quando ela foi acertada pelo balaço, entrei em pânico. James conseguiu fazer um feitiço para impedir que ela se machucasse ao cair. Meu foco foi para Schin. Ele ainda continuava a jogar, mesmo vendo o que tinha feito com Lizzie. Peguei minha vassoura e subi atrás dele e o fiz descer. Se James não tivesse me segurado, eu teria matado o cara de tanto o bater.

Levamos Lizzie para a ala hospitalar. Explicamos o que havia acontecido e madame Pomfrey nos pediu para dar espaço a ela enquanto a examinava. Pouco depois fez alguns feitiços para consertar alguns ossos quebrados e deu um remédio para a cabeça. Disse que não ia ficar bem muito rápido, mas que ela se recuperaria com o tempo e logo acordaria.

Três dias e nada. Ela não acordou. Madame Pomfrey disse que não era tão incomum isso acontecer, mas eu vi que ela estava preocupada. Ouvi-a falando com o Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos. Disse que estava começando a ficar preocupada que ela não acordasse e que talvez eles precisassem vir busca-la. Mas finalmente, no final daquele dia, ela acordou.

Agora estava na detenção com a Lily.

– Sério Lily que eu não posso usar a varinha? – Perguntei.

– Nunca pode, por que poderia agora? – Perguntou se sentando e pegando um livro de sua bolsa.

– Ah, não sei, talvez tenha feito algo certo? Acha que eu ia deixar o idiota do Schin quieto depois de ter quase matado a Lizzie? – Perguntei. Lily suspirou.

– Eu sei, Sirius. Mas mesmo assim, se Potter não tivesse te segurado, você teria ido muito além. E são ordens da McGonagall.

Suspirei e comecei a limpar os troféus. Teria que fazer isso no próximo mês. Pelo menos algo me distrairia no período que eu não fosse ter nenhum encontro.



Liz Narrando.

Finalmente madame Pomfrey me deixou ir para o meu quarto. Ela disse para voltar lá todo dia a noite para tomar uma poção que me ajudaria a melhorar. Perguntei se poderia levar para o dormitório ao invés de vir aqui toda noite e ela disse não, já que vários alunos tomam vantagem disso. Realmente não sei como, o gosto é horrível.

Ammy estava lá para me acompanhar até o dormitório.

– Sirius queria vir te buscar, mas não pode. – Comentou enquanto saímos da ala hospitalar.

– Ele mencionou que tinha detenção com a Lily hoje à noite.

– Achei injusto. Ele tecnicamente te defendeu. – Concordei. Chegamos na mesma hora que Lily e Sirius voltavam da detenção.

– E ai, como foi? – Perguntei.

– Seria muito mais divertido se eu pudesse ter cumprido com magia. – Disse. – Mas a Lily não deixou. Agora eu tenho que ir pro... – Parou de repente.

– Pro... – Incentivei.

– Dormitório. – Disse rápido. E subiu direto sem nem falar boa noite.

– O que será que era? – Perguntei. Lily ficou estranha e deu de ombros. Ok, muito estranho. – Lily...

– Vamos dormir Liz... Você deve estar cansada e não devia ficar em pé, certo Ammy?

– Claro... – Disse. Deixei aquilo de lado e subi com as duas para o dormitório. Elas me ajudaram a me vestir, já que eu ainda me sentia fraca, e deitamos. Pouco depois dormimos.


No dia seguinte, Sirius, James, Peter e Remo pareciam exaustos. Remo ficou direto na ala hospitalar, dizendo que sua dor de cabeça estava realmente forte. Quando perguntei para eles o que eles haviam feito ontem à noite para ficarem tão cansados, eles desviaram de assunto. Muito estranho.

Fiquei insistindo no assunto o dia todo. Fiz questão de fazer par com um dos marotos, para descobrir mais, mas eis o resultado:

Na aula de Historia da Magia, James dormiu e nas poucas vezes que abria os olhos respondia “sei lá, dormimos tarde, só.”. Na aula de Feitiços, eu me arrependi profundamente de ter sentado com Peter. Não só ele não falava nada, mas ele sempre trazia um lanche e mesmo na aula estava comendo. Derrubava na mesa, limpava muito mal e não ligava. E na aula de Poções, Sirius e eu fizemos par. Não fizemos a poção pedida porque estávamos ocupados demais discutindo em voz baixa. Eu perguntava e ele dizia sempre a mesma coisa. “É coisa de homem.”. Mas que diabos era “coisa de homem”?

Quando voltamos para o Salão Comunal da Grifinoria, já subi e tomei um banho para mais tarde ir tomar minha poção para dor. Mas como eu não estava sentindo nenhuma dor muito forte enrolei um pouco no meu quarto. Desci um pouco tarde e fui para a ala hospitalar. Se o zelador Filch me pegasse, teria uma ótima desculpa, e não poderia levar detenção. Ao chegar, vi Madame Pomfrey conversando com Remo.

– Ok, querido, está na hora. – Entregou uma poção que ele tomou. Nunca o vi tão pálido e fraco. Ela o conduziu até uma porta, que eu não havia reparado, e o esperou sair. Contei até dez e entrei.

– Boa noite, madame Pomfrey. – Disse como se nada tivesse acontecido.

– Isso é hora, Srta. Parker? Deveria ter vindo mais cedo.

– Desculpe, acabei me esquecendo. – Menti. – Estava ocupada demais estudando.

– Tudo bem... – Ela pegou uma poção dentro de seu armário. Fiquei olhando para a que ela havia dado para o Remo. – Aqui querida, tome um gole. – E me entregou.

– Pensei que fosse essa. – Apontei para a outra.

– Ah não, essa é uma poção para... Bem, para... – Disse nervosa. – Para infecção. Um aluno veio hoje tomar por causa de um machucado que não curou corretamente.

Infecção? Remo não é do tipo que tem infecção e não cuida. Apenas concordei e tomei minha poção. Despedi-me de madame Pomfrey e sai. No caminho, ouvi passos e me escondi atrás de uma coluna.

– Anda logo, Almofadinhas, já ta quase na hora. – James resmungava para um espelho. Logo ouvi a resposta.

– Eu estava dormindo. Depois da detenção fiquei cansado. Já to indo. Você ta com a capa e com o mapa?

– Só com a capa. E não vamos precisar do mapa hoje. Quem está monitorando os corredores são os monitores da Lufa-Lufa, então não tem que se preocupar.

E não consegui ouvir mais. James havia sumido de vista. O que eles estavam fazendo? Aposto que era a mesma coisa que eles haviam feito na noite passada. Será que Sirius estava quebrando a aposta que havia feito comigo?

Resolvi seguir James. Não dei muito na cara e nem fiz muito barulho, tanto que quando ele saiu, deixou a porta do castelo entreaberta. Sai atrás dele e o segui pelos jardins de Hogwarts. Mas aonde será que ele estava indo? O vi pegar um graveto com a varinha e fazê-lo voar até o Salgueiro Lutador e tocar uma parte específica até que ela ficasse parada. Ele entrou. Pisquei. Não perdi tempo e o segui. Na hora que entrei a arvore já estava voltando a se mover.

Dentro do Salgueiro Lutador havia um túnel escuro e estranho. Iria acender minha varinha, mas não queria que James me visse e me tirasse de lá antes que eu visse o que estava acontecendo. Subi as escadas até chegar a um cômodo empoeirado e velho. Vi James bem distante de Remo e dizendo que ia ficar tudo bem. Iria entrar para saber o que estava acontecendo quando eu vi.

Remo começou a se contorcer e a gritar. Seu corpo ia mudando. Ele ficava mais alto e pelos começavam a crescer em seu corpo. No lugar das mãos, crescia patas com garras afiadas. Suas roupas estavam se rasgando na medida em que ele se transformava. Não acreditava no que estava vendo. Não podia ser verdade, eu deveria estar dopada da poção, só podia. Mas percebi que o que estava acontecendo era verdade no momento em que Remo virou um lobisomem completo e uivou.

Rapidamente, James virou um cervo e começou a andar perto dele. Ele era louco? O lobisomem, ou Remo, eu não sei, me olhou e começou a avançar. Não consegui me mover de tão assustada. James ou o cervo percebeu minha presença e avançou em minha direção me derrubando bem na hora que Remo/Lobisomem pulava.

– Mas o que você ta fazendo aqui, Elizabeth? – Perguntou Sirius parado na porta. James saiu de cima de mim e foi tentar distrair Remo. Sirius me puxou rapidamente e saímos de lá.

– Ele... Remo… - Comecei a falar, mas não havia nada a ser dito.

– Entra Lizzie. Lily ta no Salão Comunal, conversa com ela, ok? Mas não conte a Ammy. Ela não sabe.

– Eu... Vocês... – Balbuciei.

– Vai ficar tudo bem... – Me tranquilizou. – Ele não nos machuca em forma de animal. Ok? – Concordei. – Ótimo. – Ele me deu um beijo na testa e me empurrou delicadamente para dentro do castelo e fechou a porta. Pela janela o vi se transformar em um cachorro preto e voltar para dentro do Salgueiro Lutador.

Entrei no Salão Comunal e vi Lily sozinha sentada perto da fogueira. Ela me olhou.

– Onde você tava? – Sentei ao seu lado.

– Eu segui os meninos. – Disse depois de um tempo. – Eu vi... Lily, o Remo... – Ela suspirou. – Por que não me contou?

– Não é meu segredo. Eu descobri isso no terceiro ano, mas só ano passado que Remo descobriu que eu sabia. E me fez jurar não contar pra ninguém. Eu fico esperando eles voltarem toda noite pra cuidar dos machucados e ninguém desconfiar de manha. Mas Remo, por ser o que é, passa mal o dia todo e tem que ficar na ala hospitalar.

Conversamos a noite toda até os garotos chegarem. Remo já havia ido direto para a ala hospitalar. Os meninos estavam horríveis. Peter não tinha muitos arranhões, mas Lily cuidou deles mesmo assim. Enquanto ela cuidava de James, eu fazia o meu melhor para fazer o mesmo com Sirius. Não sabia mexer nessas coisas e nem pra que serviam, mas fui fazendo o que Lily fazia.

– Por que foi até lá? – Perguntou em voz baixa. Seu cansaço era evidente.

– Eu fui à ala hospitalar pegar minha poção e vi Remo lá. Quando sai, vi James falando com você em um espelho e resolvi seguir. E quando eu vi Remo... – Parei de falar.

– Não conte para ele que sabe ok? – Concordei. Terminei de curar seu machucado e sentei ao seu lado. – Você podia ter morrido.

– Eu não sabia. Pensei que você tava quebrando nossa aposta e fui ver. Então tecnicamente, a culpa é sua.

Ele riu baixo. Deitei minha cabeça em seu ombro e acabei adormecendo.


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Por favor, comentem, recomendem, adicione aos favoritos... Além de me deixar feliz, ajuda muito ao divulgar a fic. E aos comentários, comentem de verdade... Não quero receber um comentário só.... Com tantos acompanhando, não custa escrever nada, certo? Afinal eu to aqui escrevendo pra vocês!



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