Até Que Você Seja Minha escrita por raggedy man


Capítulo 26
Algo a mais


Notas iniciais do capítulo

SENTIRAM A MINHA FALTA?
Capítulo dedicado ao Renato!



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Mesmo não contando sobre a conversa que tive com os sonserinos nas últimas duas semanas, todos perceberam que alguma coisa estava errada. Comia pouco, conversava pouco, mal dormia e não parava de olhar assustada para a mesa da Sonserina.

Ninguém, é claro, comentou nada sobre minha estranha atitude, todos assumiam que era por causa das provas que estavam chegando. Cada vez mais, passávamos mais tempo na biblioteca estudando e pouquíssimo tempo fazendo qualquer outra coisa.

Por Lily e Remo serem os monitores da Grifinoria, todos os alunos os pediam para que os ajudassem a estudar ou tirar alguma dúvida de uma matéria qualquer e, conhecendo os dois como eu conheço, eles não recusaram.

Ammy e Alice estudavam juntas o tempo todo. Frank havia voltado a falar com a Alice e as vezes se juntava às duas para estudar. James estudava um pouco, mas a maior parte do tempo que passava na biblioteca era para ajudar Peter com algo que ele não havia entendido. Segundo ele, ajudando Peter, reforçaria seu aprendizado.

Sirius era o único que eu via raramente em qualquer lugar do castelo. Como os jogos já acabaram, sabia que ele não estava no campo treinando. Também sabia que não estava pregando nenhuma peça em algum aluno no castelo por que ele simplesmente não fazia essas coisas nessa época do ano. Os marotos haviam me dito que só o viam nas refeições e na hora de dormir, e que ele não estava fazendo nada demais.

Obviamente, duvidei muito mas não fiz nada a respeito. Só queria estar sozinha.

Como eu já esperava, não deu muito certo.

– Andar sozinha pelo castelo a noite não é uma coisa esperta de fazer, Parker.

Olhei para o garoto atrás de mim e sorri.

– Então deveria voltar para o quarto e dormir, Black, se está com tanto medo. – Falei ainda andando. Ele me alcançou e continuou a andar comigo ao seu lado. – O que faz acordado há essa hora?

– Estava em um... Encontro sabe. – Disse meio hesitante. Não liguei muito, só concordei com a cabeça. – E você?

Dei de ombros.

– Posso assumir que é pelo mesmo motivo de você não comer, ficar quase a noite inteira no salão comunal ou ficar quieta com esses olhos assustados?

Olhei para ele incrédula.

– Como você pode saber tudo isso se nem esta por perto para perceber? – Perguntei. – Nenhuma das meninas ou os marotos perceberam e eu os vejo todos os dias.

Você não me vê todo dia, mas eu te vejo.

Parei de andar e o encarei com uma sobrancelha levantada.

– Você está me dizendo que anda me seguindo nesses últimos dias? Isso é a coisa mais esquisita do mundo. Se quisesse saber como eu estava, deveria ter vindo até mim e perguntado.

– É, por que você é tão aberta com seus sentimentos ou com qualquer coisa da sua vida que se eu viesse até você e perguntasse o por que você está agindo de forma tão estranha, você sentaria ao meu lado e me contaria, enquanto fazia tranças no meu cabelo.

Revirei os olhos. Ele estava certo, mas eu não diria isso a ele. Continuamos a andar por um longo tempo, até que ele voltou a falar.

– Você está magra.

– Obrigada.

– Não foi um elogio. Parece que você está definhando para a morte.

– Fica difícil entender o porquê você nunca teve uma namorada, você é tão doce com as palavras.

Ele então parou de andar e segurou meu braço. Olhei para ele e vi que ele estava sério e não para brincadeiras.

– Eu estou falando sério. Quando foi a última vez que você comeu?

Pensei um pouco.

– Café da manhã.

– De que dia?

– Dois dias atrás. – Sirius arregalou os olhos assustados. – Não é nada demais, essa foi a minha última refeição inteira. Levo alguns sapos de chocolate para as aulas e como.

Ele ficou parado me encarando por alguns segundos até que me pegou no colo e saiu andando.

Lily Evans

Eu adorava a biblioteca. Era calma, silenciosa, com gente querendo paz e silêncio para poder se concentrar nas matérias e estudar ou fazer alguma lição.

A não ser que, é claro, houvesse algum dos marotos. Ela então virava um inferno. E era exatamente o que estava acontecendo nesse exato momento.

James e Peter estavam sentados á duas mesas que eu e não paravam de conversar e rir em voz baixa. E isso já estava acontecendo a quase meia hora, interrompendo meu estudo.

Esperei até que Madame Pince notasse o barulho e os expulsasse da biblioteca, mas ela não fez isso. Na verdade, nem tirou os olhos do trabalho que estava fazendo. Irritada, levantei e caminhei com passos pesados até a mesa dos dois e sentei na frente deles. Ambos levantaram os olhos surpresos.

– Lily. – James disse me olhando. – O que devo a honra da sua presença em minha a?

– Sua doce voz está me atrapalhando. – Disse direta. Não estava com paciência para gracinhas e já que ele estava irritante comigo, decidi parar de pedir desculpas. – O que estão fazendo?

– Eu estou tentando ajudar Peter a estudar. Ele se sai melhor quando inventamos alguma coisa mais divertida para estudar do que somente ler. – Ele disse. – Por exemplo, com música ou inventando rimas, entende?

Levantei a sobrancelha surpresa.

– Isso é realmente inteligente, Potter.

– Não precisa soar tão surpresa, Evans. – Disse dando um sorriso de lado. – Prometemos falar mais baixo.

– Obrigada. – Agradeci voltando para o meu lugar. Mas quem disse que consegui me concentrar em qualquer coisa?

James não tirava os olhos de mim desde que voltei para o meu lugar. Meia hora depois, ele e Peter vieram para a minha mesa. Levantei uma sobrancelha para os dois.

– Posso ajudar em alguma coisa?

– Evans, precisamos de ajuda. – Ainda doía quando ele me chamava de Evans, mas não falei nada. – O que rima com poção do amor?

Respirei fundo com a pergunta.

– Eu não sei.... Poção da dor?

James sorriu e cutucou Peter.

– Eu disse que não era uma sugestão idiota.

E assim, eles continuaram na minha mesa, dessa vez estudando silenciosamente e apenas me interrompendo quando era realmente necessário.

Liz Parker

Isso foi realmente desnecessário, Sirius.

Estávamos na cozinha do castelo e Sirius havia pedido que todos os elfos saíssem pois ele iria fazer alguma coisa para eu comer.

Eu não estava com um pingo de fome. Havia comido quatro sapos de chocolate havia uma hora e essa preocupação toda comigo era desnecessário e expulsar os elfos mais ainda.

Sirius me ignorou, como havia feito pela última meia hora, e continuou a cozinhar alguma coisa que cheirava bem. Fiquei surpresa que ele sabia cozinhar alguma coisa. Na casa dos Potter, ficou bem claro que James sabia como, mas nada foi dito sobre Sirius.

O maroto terminou de fazer o que estava fazendo e trouxe a comida que preparava: peixe defumado. Levantei a sobrancelha para ele.

– Desde quando você sabe cozinhar?

– Desde que eu tentei fazer alguma coisa no aniversário da minha mãe e isso foi a única coisa que saiu. – Disse. Sabia que estava se referindo a senhora Potter. Olhei para o alimento e ele realmente estava com um cheiro incrivelmente bom. Peguei o garfo e comi um pedaço. Estava fantástico.

– Você realmente sabe cozinhar.

– Não precisa parecer tão surpresa, Parker. – Disse sentando-se à minha frente. Ficamos em silêncio enquanto eu comia aquele peixe inteiro. Estava com bastante fome, pelo visto.

– Por que está fazendo isso? – Perguntei tomando um gole de suco de abobora.

– Liz, temos nos distanciado bastante com... Bem, com a história de você gostar de mim, de nos beijarmos o tempo todo e até começarmos a sair. – Fiquei quieta. Não gostava de onde o rumo da conversa estava indo. – Então eu comecei a perceber que sentia sua falta. O tempo todo.

– Sirius...

– Não. Deixe-me falar. – Ele continuou. – Nesses últimos dias, principalmente quando fiquei sozinho na ala hospitalar eu fiquei sozinho. Quer dizer, as meninas e os marotos vinham me ver, mas não era a mesma coisa sem você.

– Sirius, eu...

Mas ele não pareceu me escutar. Continuou falando.

– Liz, o que eu quero dizer... Bem, olhe... – Ele estava nervoso, olhando para os lados e tentando achar as palavras certas para terminar a frase. – Eu acho... Bem, eu tenho 99% de certeza, já que o 1% de dúvida é por que você está me olhando com essa cara, mas... Eu estou apaixonado por você.

O momento que aquelas palavras saíram de sua boca, seu rosto ficou vermelho, mas não tirou os olhos de mim.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam? Lembrando que estamos na reta final da fic, então aproveitem. Não se esqueçam de comentar. Paula, quero meus corações de volta depois desse final.