Até Que Você Seja Minha escrita por raggedy man


Capítulo 22
Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Olá meu amores, como vocês estão?
Primeiramente eu gostaria de pedir desculpas por ter demorado tanto para postar, mas como alguns de vocês sabem, eu estava doente, com gripe muito forte e não conseguia escrever nada. Mas agora eu melhorei e aqui está um capítulo fresquinho para vocês!
Sejam bem vindos leitores novos e obrigada Paulinha pela recomendação e Lily Black por checar se eu estava bem!
Ps: Colegas de Quarto será atualizada daqui uns dias (eu espero)



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– Lily, você não pode ficar fugindo dele desse jeito. – Disse Ammy olhando para a ruiva. – Você estava doente e, apesar de eu desconfiar, não sabia o que estava fazendo!

Ammy, Lily e eu estávamos no banheiro feminino pela terceira vez no dia. Um mês havia se passado desde o aniversário de Lily e ela ainda evitava qualquer contato direto com James. Tirando na aula de poções, onde foram colocados como parceiros, eles não se falavam muito.

– Exatamente por isso. Você não acredita em mim, acha que ele vai?

– Se você tem certeza que não sabia o que estava fazendo, então sim, ele vai acreditar. – Falei colocando minha bolsa em meu ombro e segurando a mão de Lily. – Agora vamos. Uma hora vai ter que encarar ele e é melhor cedo do que tarde.

– Eu discordo. – Ela reclamou me seguindo um pouco hesitante.

Reviramos os olhos e voltamos a andar pelos corredores, onde os marotos estavam parados conversando animadamente entre si. Assim que passamos na frente deles, o maior medo de Lily se concretizou.

– Lily. – James a chamou dando um passo a frente. Ela tentou sair, mas eu a segurei firme. Ela então o olhou um pouco vermelha. – Posso falar com você mais tarde? Em particular?

– Claro. Depois das aulas está ótimo para mim.

– Ótimo. Encontro você no Salão Comunal.

Ela apenas sorriu e voltamos a andar em silencio até sumirmos da vista dele. Lily então nos encarou desesperada.

– Ele só quer conversar com você. – Disse Ammy antes que Lily abrisse a boca. – Não deve ser nada demais, então fique calma, ok?

Ela concordou e respirou fundo.

– Bem, então... O que devemos fazer agora? – Perguntou.

– Eu não sei vocês, mas eu tenho um encontro. – Anunciei. Ambas me olharam surpresas.

– Encontro? Com quem e por que não estamos sabendo disso? – Perguntou Lily me encarando.

– Um menino da Lufa-Lufa me chamou pra sair ontem e eu aceitei. Depois nos falamos. – Disse e sai rapidamente, antes que me enchessem de perguntas.

Estava cada vez mais difícil esconder delas o que eu estava fazendo nesse último mês. Eu não queria esconder delas, mas achei que seria muito mais seguro do que ser honesta. Principalmente com Lily. Ela iria me matar e fazer pedacinhos da minha pessoa.

Continuei andando, passando pelo primeiro e segundo andar, me dirigindo ao terceiro. Normalmente éramos proibidos de andar suspeitamente por ali, mas o que era a vida sem riscos?

Cheguei ao fim do corredor e entrei na ultima porta, onde a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas estava vazia. Sentei-me à mesa do professor e esperei longos minutos até que a porta se abriu novamente. E ele entrou.

– Sexy como sempre.

Revirei os olhos enquanto observava Sirius se aproximar.

– Atrasado como sempre.

Ele então abraçou minha cintura e me deu um beijo no pescoço, me fazendo sorrir.

– Viu? Não consegue ficar brava por muito tempo.

– Quieto. – Disse o beijando. Ele correspondeu imediatamente e começamos a nos agarrar contra a mesa.

Havia um mês que estávamos fazendo isso. Encontramos-nos às escondidas em um lugar que sabíamos que estaria vazio por um bom tempo e o... Usávamos para fins nada educativos.

Ninguém sabia o que fazíamos. Pelo menos eu acho que não. Eu não havia contado para nenhuma das meninas e Sirius, a meu pedido, não havia dito nada aos meninos. Era melhor assim.

Agora eu estava deitada em cima dele, enquanto beijava seu pescoço. Ele normalmente cheirava a bebida e a menta, mas hoje estava com um odor diferente. Comecei a perceber que não era um cheiro qualquer, mas sim de perfume. Perfume feminino. Abri os olhos e logo me deparei com uma marca de batom em seu colarinho. Me afastei dele rapidamente, e senti seu olhar pesar sobre meu rosto.

– Tudo bem? – Perguntou.

– Na verdade não. – Respondi arrumando minha roupa, a desamassando. – Eu não estou me sentindo bem. É melhor eu ir para o dormitório.

Ele ficou me olhando sem saber o que fazer, enquanto ajeitava meu cabelo.

– Tchau, Sirius.

– Tchau Liz.

Com um sorriso de despedida, dei meia volta e sai da sala. Fui andando rapidamente para o Salão Comunal, evitando olhar para qualquer um que estivesse na minha frente, para que eles não vissem as lágrimas que nasciam em meus olhos.

Lily Evans

Eu estava em um encontro.

E esperava que fosse o pior encontro da minha vida, mas até que estava divertido.

Eu estava andando pelos jardins com Justin Sykes, um grifinório um ano mais velho que eu. Ele era um garoto bonito e bem tímido, por isso que achei que o encontro seria um desastre. Achei que não teríamos muito que conversar.

Mas como eu estava errada.

– E então eu entrei na cozinha, pensando que realmente estava sozinho em casa e os encontrei pelados em cima da mesa.

– Ah meu Deus, e o que aconteceu? – Perguntei rindo.

– O que mais poderia ter acontecido? Eu fiquei sem graça, meus pais não sabiam o que fazer e eu fui para o meu quarto, planejar como frequentaria Hogwarts novamente estando cego.

Rimos juntos enquanto sentávamos debaixo de uma árvore perto do Lago Negro.

– Obrigado por ter aceitado sair comigo. – Disse um pouco sem graça, depois que paramos de rir.

– Obrigada por ter me chamado para sair. Eu estou me divertindo muito.

Ele sorriu.

– Então, agora que eu contei cada historia vergonhosa sobre mim e minha família, eu acho que é a sua vez.

Fiz uma careta, pensando no que deveria contar. Não havia muito que dizer, já que não fui no Natal para casa. Meus pais não eram do tipo que realizavam seus desejos enquanto eu e Petúnia estivéssimos em casa. Pelo menos eu espero que não. E Tuney se distanciou tanto de mim que as histórias envolvendo ela, são tão pequenas que eu posso contar nos dedos.

– Bem... Quando eu tinha seis anos, antes de saber que eu era bruxa, eu fiquei brava com a minha irmã por ter escondido meu ursinho de pelúcia, e planejei minha vingança. – Ele sorriu, prestando atenção na minha história. – Então naquela noite, eu entrei no quarto dela escondida, com um tubo de cola e passei no cabelo dela. No dia seguinte, ela teve que fazer um sério corte de cabelo. Ela pareceu um menino por dois meses.

Ele gargalhou.

– Lily Evans, quem diria. Melhor aluna da escola, monitora e vingativa.

– Essa sou eu.

Continuamos a conversar até que a tarde começou a virar noite e tivemos que voltar para o Salão Comunal. Chegamos ao retrato da mulher gorda e eu estava preparada para dizer a senha para entrarmos, quando ele me chamou.

– Lily, eu não vou entrar. Prometi jantar com o meu irmão. Ele está no primeiro ano e resolveu que tem vergonha de jantar com o irmão mais velho perto dos amigos. Tudo bem pra você?

– Claro! - Disse rindo. - Você tem que envergonhar seu irmão em público.

– Eu realmente gostei do nosso encontro.

– Eu também. Me diverti muito.

Ele apenas sorriu e se aproximou um pouco de mim.

–Então... Hipoteticamente, o que você diria se eu te chamasse para um segundo?

– Hipoteticamente eu ficaria lisonjeada.

– Que bom. Te vejo depois, Lily.

– Te vejo depois, Justin.

Mas ele não se mexeu. Ficou apenas me olhando sorrindo e me beijou.

E meu Deus, que beijo.

Após nós separarmos, ele foi em direção ao salão principal e eu entrei no Salão Comunal sorrindo mai que nunca.

Finalmente um encontro que nada dá errado, que ele é realmente um garoto legal e não quer dormir comigo. A prova que existiam sim, homens decentes no mundo, estava em um encontro comigo.

Sentei-me no sofá em frente à lareira, sem perceber que alguém estava no meu lado.

– Esta atrasada Evans.

Pulei com a voz de James ao meu lado.

– Atrasa... Ah meu Deus, eu marquei com você aqui depois das aulas. Me desculpe, eu tive um...um...

– Encontro, eu sei, Sirius me contou. Não tem problema, podemos falar agora.

Concordei hesitante, esperando que ele começasse a falar. Mas eu não aguentei.

– Olha se foi por que eu pedi para você me dar banho e depois para dormir comigo, eu realmente não sabia o que estava fazendo e...

– O que? Não, não é sobre isso.

– Ah. Então...

– Você realmente falou sério sobre virarmos amigos?

Me surpreendi com a sua pergunta.

– Claro que falei. Por que achou que eu não estaria falando sério?

– Bem, você fugiu de mim o mês inteiro. – Ele disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo. – Não falou comigo, não me olhou e mesmo quando eu fazia alguma piada ou qualquer coisa, você fingia que não escutava e virava para o outro lado.

– Eu sei. – Suspirei olhando em seus olhos castanhos. – Eu só... Fiquei com vergonha ou medo que você fosse comentar com os outros, o que aconteceu quando eu estava doente ou se não iria tirar proveito disso.

Ele ficou em silêncio por alguns instantes, me olhando incrédulo, como que se o que eu havia acado de dizer tivesse dado uma bofetada em sua cara.

– Eu não acredito que ainda pensa tão pouco de mim. Ele me olhava com descrença e mágoa.

– James...

– Lily, quando você vai entender que eu não sou esse monstro que você inventou na sua cabeça?! - Ele perguntou quase gritando. - Eu sou uma ótima pessoa. Eu cuidei de você quando estava doente por que você precisava de alguém, e não por que eu queria te ver sem roupa!

– James...

Mas não pude terminar, ele se levantou e foi em direção ao dormitório masculino.

– Boa noite, Evans. – E então sumiu nas escadas. Suspirei e subi para o meu quarto, esperando que estivesse vazio e que eu pudesse descansar um pouco.

Como eu estava errada.

Liz estava deitada em sua cama, com os olhos vermelhos, abraçada com o seu travesseiro.

– Ei... – Cheguei perto de sua cama e deitei-me ao seu lado. – Liz, o que aconteceu?

Ela nada disse, apenas continuou chorando. A abracei e comecei a acariciar seus cabelos até que se acalmasse. Não demorou muito até que ela parasse de chorar e me olhasse.

– O que aconteceu? - Perguntei novamente.

– Prometa que não vai brigar comigo ou contar para as meninas.

– Prometo desde que não envolva assassinato, traição ou roubo.

Ela sorriu levemente e concordou.

– Então... Desde o seu aniversário... Você deve ter percebido que eu tenho saído bastante com alguém... – Concordei, esperando por mais. – Não foi um alguém qualquer... Foi o Sirius.

Pisquei com a revelação. Sirius? Sirius Black? Sirius Orion Black?

– O que?!

E ela explicou. Eles estavam saindo havia um mês, sempre se escondendo em lugares vazios pela escola e com a desculpa que iriam se encontrar com outras pessoas. Contou sobre a detenção que havia tomado de McGonnagal quando Filch os encontrou quase procriando no armário de vassouras.

– Então vocês...

– Não. – Ela negou. – Quer dizer, depende do seu ponto de vista. Tecnicamente, o ato não foi completo, se entende o que estou dizendo. – Eu a olhei confusa e ela ficou vermelha. – Bem, outras coisas relacionadas foram feitas. Mas A principal coisa não foi feita.

E eu entendi. Senti minhas bochechas esquentarem. Era tão estranho falar disso, ainda mais com as experiências pessoais dos outros. Com Alice era mais fácil, já que ela não ficava envergonhada, mas sim animada em compartilhar o que acontecia em quatro paredes com Frank. Mas Liz estava tão sem graça quanto eu.

Ficamos em um silêncio constrangedor por alguns instantes até eu lembrar o por que estávamos conversando.

– E você estava chorando por que...

– Ah, certo. – Ela pareceu aliviada com a mudança de assunto. – Quando deixei você e Ammy sozinhas no corredor, hoje mais cedo, eu fui me encontrar com ele na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. – Fiz uma careta. Era esse tipo de lugares que eles se encontravam? Lugares públicos onde tinham mesas que eu sentava? – E então, começamos a nos beijar e... Eu senti um cheiro de perfume e vi uma marca de batom na blusa dele.

– Ele te traiu.

– Não. – Ela balançou a cabeça, suspirando. – Essa é a pior parte. Ele não pode ter me traído, por que eu não sou a namorada dele.

E então minha ficha caiu. Ela, depois de um mês, se tocou do que estava fazendo. Ela não era a única e especial para o Sirius. Ela não era a namorada dele.

Ela era apenas mais uma de suas “amigas”. Eu a abracei forte e ficamos em silencio por mais alguns momentos.

– Lily? – Ela me chamou. – Se importa se eu dormir com você hoje?

– Você ronca?

– Não.

– Bem vinda á minha cama.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Não se esqueçam de comentar!