– Luke Mars? Quem é esse? – Perguntou Alice deitada no colo de Ammy. Estávamos no dormitório conversando. Resolvemos fazer uma festa do pijama, para sabermos o que estava acontecendo na vida uma da outra. Fazia tempo que não conversávamos como deveríamos.

Fomos para a cozinha e pegamos o máximo de doces que conseguimos, colocamos nossos pijamas e começamos a conversar. Ammy estava sentada em sua cama, com Alice deitada em suas pernas. Eu estava na cama de Lily deitada ao seu lado.

– É o menino que levou Lily pra festa de Halloween. – Disse Ammy comendo mais um pedaço de torta.

– Não foi ele que tentou... – Começou Alice olhando para Lily.

– Foi. – Respondi.

– Mas por que ele está falando que você dormiu com ele, se ele foi atrás de mim? – Perguntou Lily me olhando.

– Bem... Quando fomos te salvar... Eu meio que... O chutei nas partes baixas. Provavelmente não gostou muito.

As meninas gargalharam.

– Conseguiu achar ele?

– Não. Aparentemente, isso se espalhou depois que fomos para a casa de James. E ele viajou no dia seguinte, então só depois do Ano Novo eu vou poder jogá-lo da Torre de Astronomia. Depois de, é claro, tacar fogo no corpo dele.

– Você é tão delicada quanto um coice de um hipogrifo. – Uma voz veio da porta. Olhamos e era quem eu menos queria ver. Sirius Black.

– Bem, e você é tão impertinente quanto sua amiguinha Amber. – Respondi. – O que faz aqui?

– Eu vim falar com a Lily. Bem... Não eu, mas o Remo está te chamando, ruiva. – Disse olhando para Lily pela primeira vez. – Alguma coisa sobre o dia de monitorar os corredores.

– Droga. Eu me esqueci de colocar a lista de monitoramento. – Ela se levantou e pegou um papel que estava em uma gaveta ao lado de sua cama. – Eu já volto meninas. – E desceu, com Sirius atrás.

– Ele ainda não está falando com você? – Perguntou Alice antes de beber seu suco de abóbora. Neguei com a cabeça.

Eu havia contado para elas o que aconteceu no dia que ambas estavam passeando com seus namorados, sobre Alexia e Amber e sobre como Sirius havia me tratado desde então. Não disse, é claro, que estava me sentindo horrível, mas sim que não ligava muito. O que era totalmente mentira. Eu sei que elas poderiam me ajudar a ficar melhor e também a descobrir o porquê ele estar desse jeito comigo, mas eu sou masoquista e gosto de sofrer sem motivo algum. Realmente sou estranha.

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A véspera de Ano Novo continuou do mesmo jeito que estava desde que voltamos: silêncio da parte dos Marotos, Alice e Frank brigando o tempo todo e o maldito rumor que eu havia dormido com Luke enquanto ele namorava outra garota se espalhou mais ainda. Não importava onde eu andava, todos olhavam para mim, riam e falavam como se eu não estivesse lá. E isso realmente me incomodava.

Estava voltando da biblioteca no começo da noite, quando uma garota loira de olhos castanhos da Lufa-Lufa me parou no meio do corredor cheio de gente.

– Você é Elizabeth Parker? – Perguntou.

– Sou. E você é...?

– Julie Skykes, sua vadia. – Disse apontando a varinha para mim.

E então, tudo ficou preto.

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Acordei com uma forte dor no corpo. Não estava mais no corredor da biblioteca, mas sim em um lugar com um teto branco familiar. Olhei para o lado e vi que o céu estava escuro. E então reconheci o lugar. Estava na Ala Hospitalar. Ah meu Merlin, o que a louca da Skykes fez comigo?

– Finalmente.

Olhei para o outro lado e vi Sirius sentado em uma cadeira brincando com sua varinha entre os dedos. Mas que diabos ele estava fazendo aqui?

– O que aconteceu? – Perguntei, mesmo já sabendo qual seria a resposta.

– Bem, Skykes te azarou na frente de todo mundo.

– Por quê? – Perguntei me sentando devagar.

– Por que você dormiu com o namorado dela.

Ah. Ela era Julie Skykes. Ela era a namorada do filho da mãe que espalhou esse boato.

– Eu não dormi com ninguém. Aquele infeliz espalhou isso para todo mundo por que eu o chutei no meio das pernas. Mas espere só ele voltar para o castelo... Ele vai ganhar um belo par de olhos roxos e vários dentes quebrados.

Ele apenas riu. E então que eu lembrei.

– E o que você faz aqui? – Meu tom de voz foi o mais grosso possível.

– Eu te trouxe pra cá. E, como um bom amigo que eu sou, estava aqui esperando você acordar. – Respondeu como se fosse a coisa mais simples do mundo.

– Um bom amigo? – Ri secamente. – Um bom amigo não pararia de falar comigo sem nenhum motivo aparente. Um bom amigo não me ignoraria o tempo todo. Um bom amigo não se chamaria Sirius Black. – Disse jogando meu travesseiro nele. Eu sei que ele provavelmente não sentiu nada, mas eu estava com raiva e foi a única coisa que dava para jogar.

Ele ficou em silêncio por um tempo enquanto eu olhava-o furiosa. Ele estava abrindo a boca para responder quando as meninas entraram.

– Como você está? – Perguntou Lily sentando ao meu lado na cama.

Com raiva, cansada, querendo bater na droga da Skykes e no Green e, principalmente, querendo jogar o Sirius para a Lula Gigante.

– Bem. Meu corpo ainda dói um pouco, mas estou bem. – Sorri levemente para todos. E então eu percebi. Estavam todos de roupa branca. Ah meu Deus, o Ano Novo. – Que horas são?

– Quinze para a meia noite. – Responde Frank olhando para o relógio na parede.

– E o que vocês estão fazendo aqui? Não deveriam estar comemorando no Salão Comunal?

– Até parece que iríamos deixar você sozinha aqui no Ano Novo. – Respondeu Ammy sorrindo. – Vamos comemorar aqui.

– Nem pensar. Voltem para o Salão Comunal. – Falei inconformada. – Não vou deixar vocês estragarem seu Ano Novo por minha causa.

– Liz, cale a boca. – Olhei para Sirius que tinha levantado da cadeira e se aproximado da minha cama. Levantei a sobrancelha. – Você vai passar o Ano Novo aqui e nós vamos te acompanhar. Agora fique quieta e pare de reclamar. Eu vou pegar bebida.

E então ele saiu.

Madame Pomfrey me deixou colocar uma roupa normal, e não essas camisolas horríveis que aparece a bunda atrás, e foi comemorar o Ano Novo junto aos professores, me fazendo prometer que iria ficar em repouso. Eu prometi, mas quem disse que iria cumprir? Assim que ela saiu, me troquei, peguei a bebida que os Marotos trouxeram e tomei um bom gole.

Sirius veio para o meu lado e eu o encarei. A última coisa que eu queria no momento, era me irritar no Ano Novo. Antes que eu falasse qualquer coisa, ele falou.

– Desculpe. – Levantei a sobrancelha um pouco surpresa. Não fazia muito do feitio de Sirius se desculpar. – Eu só fiquei meio sem graça.

– Sem graça com o que? – Perguntei tomando mais um gole.

– Bem... Eu te beijei e você disse para parar. – Respondeu dando de ombros e pegando a bebida da minha mão. – Nenhuma garota jamais terminou comigo ou me deu o fora. Bem, a não ser a Alice, quando ela começou a namorar o Frank e eu não sabia. De qualquer forma...

– Aquilo não foi um fora.

Ele olhou para mim surpreso.

– Não foi?

– Não. Eu não estou namorando você nem nada. – Respondi enchendo meu copo novamente, não me importando que ele ainda não havia bebido. – Foi só... Uma...

– Quebra de tradição? – Ele completou minha fala. Ri e sorri para ele. – Você sabe, nos beijamos no jogo de Quadribol e depois na casa dos Potter...

– Tudo bem. Quebra de tradição. – Falei sorrindo. O sorriso talvez tenha sido consequência da bebida. – Mas se você ousar me ignorar de novo...

– Liz, eu já tenho medo de você. Não precisa de ameaças. – Disse colocando o braço em volta da minha cintura. Me senti um pouco desconfortável, mas gostei.

– Fico feliz que minha superioridade feminina te assusta. – Brinquei dando um beijo em sua bochecha.

Lily Evans.

– Então, Lily, se você não se importa, eu vou me agarrar com o meu namorado ali. – Disse Alice para mim, quando Potter chegou. Como eu amo a sutileza dela. Ela puxou Frank e se afastaram um pouco, já que estávamos perto de uma janela, longe de todos. Eu estava preocupada com os dois, eles não eram de brigar muito, mas quase todo dia estavam discutindo.

– Lily. – Disse James sentando-se ao meu lado em uma das camas. Não respondi. Ainda estava brava pelo o que ele me disse sobre Alexia estar pelada para ele. – Lily, fale comigo.

– Por que não vai incomodar outra pessoa, Potter? Por exemplo, a Alexia? Aposto que ela está morrendo de vontade de repetir a dose.

– Dose? – Ele olhou confuso para ela. – Dose do que?

– Bem, - Comecei, falando o obvio. – não sei. Talvez o sexo?

Ele pareceu confuso por um momento.

– Sexo? – Perguntou me olhando. – Do que é que você está falando?

Mas não tive tempo para responder, pois fogos de artifício invadiram o céu e todos pararam o que estavam fazendo para assistir. Observei o céu feliz que esse ano havia acabado e outro estava para começar. Esse ano seria um ano melhor.

E, se eu fosse sortuda o suficiente. Seria um ano sem o Potter.