Caçada escrita por Gabi Gomes


Capítulo 30
Uma Nova Pista


Notas iniciais do capítulo

Hey, tigers!
Voltei para mais um capítulo de Caçada! YEAH!
Agradeço a todos que comentaram e favoritam, e para recompensar, teremos Mishan nesse capítulo ;)
Boa Leitura!



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A noite estava silenciosa, e Kishan e eu ainda estávamos de mãos dadas quando descemos os últimos degraus da escadaria do templo Ambika Mata, e olhei para o tigre e o leão uma última vez antes de seguir o príncipe de olhos dourados até o Jeep.

O carro preto se camuflava com a escuridão, estacionado embaixo do grande sândalo que exalava um perfume relaxante. Entretanto, só percebemos que o Jeep estava completamente vazio quando paramos ao seu lado, e rapidamente eu olhei para Kishan.

− Onde está Kadam? – sussurrei, enquanto Kishan olhava para os lados e parecia muito concentrado em buscar algo com seus poderes de tigre.

− Alguém esteve aqui – ele disse, no momento em que seu corpo tencionou-se e ele apontou para as minhas botas antes de fazer um sinal de silêncio.

Peguei as adagas e joguei uma para Kishan, enquanto eu travava uma batalha pessoal para fazer o vestido branco parar de arrastar pelo chão, até que passei a lâmina preta pelo tecido até que ele ficasse acima de meus joelhos.

− Veja se pegaram nossa mochila. – Kishan apontou para o Jeep, e com cautela, corri até a porta apenas para descobrir que o carro estava trancado.

− O que está acontecendo, Kishan? – murmurei, ouvindo barulho de folhas vindo do interior da floresta que marginava o templo.

− Acho que vamos descobrir. – Suas palavras fizeram-me arrepiar, e sem esperar fui até seu lado, sentindo uma onda de proteção quando sua mão livre tocou a base de minha coluna.

− Achei que você nunca sairia da toca, príncipe tigre. – Uma voz grossa fez-nos girar, para encontrar uma figura masculina saindo por entre as árvores.

Apertei o punhal das adagas com mais força à medida que a aparência do homem se revelava na luz do luar, e eu quis gritar e sair correndo como uma garotinha amedrontada. O homem era muito mais alto e forte do que Kishan, e usava roupas pretas e intimidadoras; seu peito musculoso descoberto pelo colete de couro revelava uma enorme tatuagem de cobra cobrindo quase todo o torso.

A visão de sua tatuagem fez-me arrepiar e uma sensação de angustia tomou conta de meu corpo, mas tudo aquilo se intensificou quando olhei para o rosto do homem. Ele tinha a cabeça raspada, e outra tatuagem cobria a face esquerda da cabeça com um pequeno dragão. Um dos olhos estavam fechados, e uma cicatriz enorme cortava o rosto, indo da testa e passando por aquele olho antes de acabar na bochecha.

− Quem é você? – gaguejei, enquanto o homem nos observava com um olhar feroz, e percebi que ele girava uma faca entre os dedos, brincando com a lâmina prateada.

− Você pode me chamar de Mahesh, gracinha. – Ouvi um rugido saindo de Kishan, mesmo em sua forma humana. – Mas todos me conhecem por Serpente.

− Nem imagino o porquê – sussurrei, encarando mais uma vez a tatuagem grotesca da grande cobra.

− O que você fez com Kadam? – gritou Kishan, fazendo com que eu me encolhesse enquanto o Mahesh ria sombriamente.

− Ele será de grande utilidade para Lokesh. – O homem evitou a pergunta, tirando de dentro do bolso da calça um amuleto muito parecido com o meu, e ofeguei ao perceber que era o de Kadam.

− O que você fez com ele, seu monstro? – rugi, avançando em direção a Mahesh, que parecia se divertir comigo.

O braço de Kishan impediu-me de chegar até o homem tatuado, e assim que olhei par seu roto, encontrei uma expressão feroz e um olhar animalesco, fazendo-me arrepiar frente a majestosa força que Kishan exalava.

− Como Lokesh nos encontrou? – A citação daquele nome fez meu estômago embrulhar, e eu tive vontade de colocar tudo em minha barriga para fora.

− Meu senhor vem tentando rastrear você e seu animalzinho desde que fugiram dos Estados Unidos. – Ele se gabou, girando o colar do amuleto nos dedos enquanto provocava Kishan com as palavras arrastadas.

− Não ouse chamar ela assim – Kishan grunhiu de forma letal, e mesmo sua voz estando baixa e controlada, eu sentia a fúria de suas palavras.

− Entregue-se agora, príncipe! – O homem gritou, e a careta em seu rosto enrugou a enorme cicatriz. – Ou Lokesh ficará muito feliz em torturar sua bonequinha até que ele consiga o outro amuleto.

Minha respiração prendeu-se na garganta e eu senti a presença calorosa do amuleto contra o vale dos meus seios, e agradeci mentalmente por aquele vestido estar encobrindo grande parte do colar.

− Onde está Ren? – Sentia a raiva de Kishan aumentar a cada segundo que passávamos com aquele homem, e toquei seu braço nu, tento controlar o tigre furioso.

− Não se preocupe, eu mesmo garantirei que você reencontre seu irmão. – A gargalhada do homem reverberou pela floresta e eu tranquei a mandíbula com raiva. – Lokesh adorará um novo brinquedo de tortura, já que o seu irmão não oferece mais diversão ao meu senhor.

Com aquelas palavras, Kishan rugiu alto e soltou-se do meu toque, indo em direção ao homem como um trem desgovernado, e não tive tempo de reagir até que o príncipe estivesse pressionando a garganta de Mahesh enquanto o encurralava em uma árvore.

O homem sorria, mesmo engasgando com a respiração falha, e percebi que sua faca estava pressionada contra o queixo de Kishan enquanto os dois homens trocavam grunhidos ferozes.

− Kishan, pare! – grite, olhando para os lados em busca de algo que pudesse acalmar a fúria desenfreada do moreno.

− Onde está Ren? – Kishan gritou, aperando a garganta do homem com mais força, fazendo seu corpo debater.

Entretanto, o homem conseguiu apertar a faca contra a pele de Kishan, e meu peito bateu mais rápido quando vi um filete de sangue pingar no queixo bem desenhado do meu tigre. Minha mente trabalhou mais rápido até que uma ideia fez-me correr até onde Kishan estava, ainda asfixiando Mahesh.

− Kishan, por favor, pare agora – sussurrei, tocando seu obro e ignorando a presença do homem em nossa frente. – Veja o que vai fazer, você não é assim.

Suspirei com alívio quando os músculos de Kishan relaxam levemente, e ele soltou o pescoço do homem, prendendo-o pelos braços depois de jogar a faca suja com o sangue do tigre para longe.

− Ouça a sua bonequinha, príncipe – Mahesh zombou, cuspindo no chão ao meu lado apenas para provocar Kishan, mas eu rapidamente troquei olhares com o tigre e balancei a cabeça negativamente.

Aproximei-me do homem, ainda empunhando uma das adagas enquanto minha mão livre voou para dentro do vestido, tirando o amuleto de fogo para que ele ficasse na visão do homem tatuado.

− Acho melhor você parar de me chamar de bonequinha – grunhi, vendo-o arregalar os olhos frente a imagem do colar. – E diga onde Ren está, ou terei o prazer de destruir esse amuleto.

Minhas palavras fizeram o homem se remexer impaciente, olhando para os lados de forma assustada enquanto praguejava em híndi.

− Foi o que eu pensei, não é? – gabei-me, passando a ponta da lâmina preta em seu queixo, no local onde ele havia machucado Kishan. – Você tem muito mais medo do que Lokesh fará com você caso perca os amuletos.

Com repugnância, coloquei a mão no bolso de sua calça preta, recuperando o amuleto de Kadam e o colocando em meu pescoço. O homem grunhiu, mas Kishan apenas apertou mais seus braços contra as costas e ele olhou de forma mortal para mim.

− Você vai encontrar seu tigre em Mumbai. – O homem grunhiu baixinho, olhando-me com raiva.

− Seja mais específico, Serpente – disse, agarrando o amuleto do fogo em minhas mãos com força apenas para deixar claro minha ameaça.

− Ele está no Ajagara, um prédio comercial que Lokesh usa como fachada – Serpente disse, enquanto eu tentava memorizar suas informações. – Mas vocês nunca conseguirão chegar até o tigre, o prédio é altamente protegido.

Cerrei os punhos frente à sua risada maldosa, e com uma fúria descontrolada, acertei um soco preciso em seu nariz vendo um filete de sangue escorrei até os lábios, e arregalei os olhos com surpresa, dando alguns passos para trás.

− Acho que Mia deixou bem claro o que farei com você na próxima vez – Kishan disse por fim, lançando um pequeno sorriso para mim, enquanto eu fazia careta com o sangue do homem em meus dedos. – Mas agora, fará bem à você passar a noite aqui.

Entendi o Kishan dizia, e rapidamente fui até a capota descoberta do Jeep, pegando um rolo de cordas ao lado do galão extra de combustível. Kishan trabalhava agilmente, dando voltas cada vez mais firmes no corpo de Mahesh, antes de fazer um nó com a corda.

− E não seja tão inocente em achar que eu não percebi o cheiro de Kadam – Kishan grunhiu contra perto do rosto do homem, antes de levantar-se e vir em minha direção, entregando-me a adaga negra que estava em seu quadril. – Ele amarrou Kadam a alguns metros daqui, consigo senti-lo.

Kishan pegou a mão com a qual eu havia acertado Mahesh e limpou o restante de sangue seco em sua camisa preta, já muito rasgada e queimada ante de beijar o topo de minha mão e sorrir, acariciando minhas bochechas coradas.

− Você foi ótima, bilauta – ele sussurrou, enquanto adentrávamos na floresta. – Eu mesmo me senti ameaçado.

Abaixei a cabeça e sorri de forma envergonhada, deixando que meu ombro batesse de encontro ao dele, desequilibrando-o como ele fazia na forma de tigre. Kishan ajudou-me a pular um tronco caído, e logo meus olhos foram tomados pela imagem de Kadam amarrado em uma arvores, com os cabelos brancos bagunçados e um dos olhos inchados.

Corri em direção ao homem e agachei-me em sua frente, enquanto Kishan ocupava-se em desamarrar as cordas.

− Senhor Kadam, você está bem? – perguntei, vendo o homem abri um pequeno sorriso para mim, fazendo-me perceber um corpo nos lábios.

−Onde está...? – Sua pergunta foi cortada por Kishan, que ajudou o velho homem a se levantar, passando um braço pelo corpo de Kadam.

− Demos um jeito no capanga de Lokesh – disse Kishan, enquanto eu inspecionava o rosto do homem em busca de mais machucados.

− O que ele fez com o senhor? – sussurrei, tirando o amuleto de Kadam do meu pescoço, e passando para dele, lugar que nunca deverei ter saído.

− Ele sabia que o amuleto poderia me curar, antes o tirou antes de perguntar por vocês. – Entendi que ele tentava não verbalizara parte em que Mahesh o batia, mas meu corpo entrou em combustão de fúria.

Peguei a mão de Kadam e a envolvi no amuleto de Ren junto com minhas mãos, e senti uma sensação de leveza e movimento. Quando olhei mais uma vez par o rosto do velho homem, sua pele estava lisa novamente, sem nenhum hematoma.

−Precisamos voltar, não sabemos se Mahesh está aqui com mais alguém – Kishan disse, ainda ajudando Kadam a se movimentar por entre a floresta.

Tentei ignorar as palavras em híndi que Serpente desferia para nós enquanto colocávamos Kadam no banco do passageiro, e rapidamente pulei para trás do volante, girando a chave enquanto Kishan perguntava para o velho homem cansado ao meu lado, o que havia acontecido.

Minha visão estava focada na estrada escura, com poucos faróis de carros em ambos os lados da via. Percebi que meu corpo ainda estava tenso, e rapidamente respirei fundo, arrumando minha postura contra o banco.

− Vejo que conseguiram quebrar a primeira parte da maldição – Kadam observou, olhando com olhos contentes para Kishan que continuava em sua forma humana, tocando os dedos com leveza em meu ombro.

− Depois de lutar com esfinges e fênix, e passar por uma purificação, Durga finalmente achou que éramos dignos – disse ironicamente, antes de começar a detalhar nossa batalha dentro do templo.

− Eu sinto por ser posta naquela situação, senhorita Mia – Kadam disse, solidário, enquanto eu abria um sorriso para o velho homem de olhos castanhos escuros.

− Foi bom revê-los e ainda poder tirar o peso da morte deles – confessei, sentindo o aperto de Kishan ficar maior, em uma tentativa de me confortar.

− Conseguimos a localização de Ren, Kadam. – Kishan mudou de assunto, e eu agradeci mentalmente por aquilo.

A reação de Kadam foi de surpresa, e um brilho de esperança correu por seus olhos enquanto olhava para Kishan do espelho retrovisor. Sabia que o homem tratava os príncipes como filhos, e abri um pequeno sorriso enquanto seguia o GPS do Jeep.

− Mahesh disse que Lokesh o mantém preso em um prédio comercial em Mumbai, chamado Ajagara – disse, tentando pronunciar a palavra em híndi com perfeição.

− Ajagara significa dragão, e não me surpreende que seja um imóvel de Lokesh – ponderou Kadam, passando a mão pela barba branca do queixo em visível ação de dúvida. – Mas não sabemos se podemos confiar na informação do Serpente.

− É a única que temos, Kadam. – A voz de Kishan parecia triste, e eu o teria abraçado de forma confortante se não estivesse dirigindo. – Precisamos salvá-lo antes que Lokesh descubra que sabemos a sua localização.

− Irei pesquisar a veracidade das informações e prepararei tudo assim que chegarmos em casa – disse Kadam de forma cansada, antes de apoiar a cabeça no encosto do banco e fechar os olhos.

O silêncio tomou conta do carro por longos minutos, mas a mãos de Kishan não saiu de minha pele por nenhum segundo, enviando-me ondas de conforto enquanto eu seguia a voz da mulher do GPS.

− Nós vamos conseguir salvá-lo – disse por fim, quebrando o silêncio e fazendo Kishan olhar para mim com os olhos de pirata pelo retrovisor.

Ele nada respondeu, apenas sorriu para mim e inclinou-se para beijar minha bochecha por entre o espaço dos bancos.

Três horas de viagem haviam se passado quando um ofego saiu dos lábios de Kishan, e eu olhei-o de forma preocupada. Sabia que suas seis horas haviam acabado, e logo o tigre negro estava deitado no banco, bufando enquanto balançava a cauda peluda.

− Não foram as melhores seis horas, não é, tigre? – provoquei, ouvindo rugir baixinho para não acordar Kadam que cochilava ao meu lado. – Senti saudades do meu tigre rabugento.

Em pouco tempo eu entrava com o Jeep pela trilha que nos levaria até a casa, e Kadam despertou alerta olhando para os lados algumas vezes até sorrir quando a o jardim colorido entrou em nosso campo de visão.

Estacionei o carro com precisão na garagem, pegando a mochila nos pés de Kadam antes de pular para fora do Jeep, sorrindo ao ver a atmosfera que me tranquilizava. As luzes foram acessas, e Nilima apareceu de uma pequena porta usando um robe de seda pêssego, com os cabelos presos em um rabo de cavalo.

− Vocês voltaram! – ela disse com alegria, puxando o avô para um abraço antes de aconchegar em seus braços finos. – Conseguiram quebrar a maldição?

− Você nem imagina o que mais conseguimos, Nilima – sussurrei, contendo um bocejo. Senti a cabeça peluda do tigre negro afagar minha cabeça e despedi-me de Kadam e Nilima com um aceno, arrastando-me pelas escadas até meu quarto.

Deixei Kishan deitado em meu tapete felpudo, e dirigi-me até o banheiro, tirando as roupas sujas e guardando as adagas antes de colocar-me em baixo da ducha gelada, sentindo todos os músculos de meu corpo relaxarem.

Vesti uma regata larga e preta, completando o pijama com o short vermelho xadrez, colocando meus cabelos molhados em uma trança, antes de calçar pantufas felpudas. Passava da meia noite quando adentrei no quarto mais uma vez, encontrando Kishan de volta em sua forma humana, sentado na beirada da cama enquanto me estudava com um sorriso de lado.

− Preciso tomar um banho – ele anunciou, correndo os olhos pelas minhas pernas nuas enquanto eu mesma o estudava, com os cabelos bagunçados e o rosto cansado.

− Então eu dormirei na sua cama – disse, colocando as mãos na cintura ao parar em sua frente. – Ela é muito mais confortável que a minha.

O sorriso de Kishan aumentou, e agora seus olhos brilhavam com malícia, fazendo meu corpo arrepiar. Ele levantou-se, juntando nossas mãos enquanto me puxava porta a fora pelo corredor, antes de abrir a porta de seu quarto para que eu passasse.

Joguei-me na cama e abracei um dos travesseiros que cheiravam a amaciante e perfume, vendo arrancar a camisa preta e entrar em uma porta que eu não havia notado antes. Encarei suas costas musculosas enquanto ele entrava no banheiro e afundei o rosto contra os travesseiros, sentindo meu rosto corar.

Observei os livros nas prateleiras enquanto o barulho do chuveiro inundava o quarto, e eu tentava me entreter com os títulos em inglês para que minha mente não viajasse para dentro do banheiro.

Quando o barulho cessou, prendi minha respiração e meu olhar voou para a porta que abriu-se para revelar Kishan usando apenas uma calça de moletom cinza escuro, exibindo o peito forte e esculpido. Seus cabelos – normalmente revoltos – estavam baixos devido à umidade, e algumas gotas caiam pelo peito moreno.

Seus olhos dourados brilharam ao me estudar deitada em sua cama, com o corpo esparramado entre os travesseiros, sem espaço para que ele deitasse.

− Ela fica muito melhor com você nela – ele sussurrou, fazendo-me arregalar os olhos e corar violentamente, enquanto afastava-me para que ele deitasse ao meu lado.

Ele estava lindo naquela noite, com o corpo moreno sendo iluminado pela luz da lua que entrava pelas janelas amplas do quarto, e ele cheirava a sabonete de ervas e seu perfume de madeira viciante. Seu corpo era majestoso e eu não conseguia desviar o olhar enquanto Kishan ajeitava-se no colchão, colocando um dos braços atrás da cabeça, enquanto o outro buscou por meu corpo, puxando-me para mais perto.

Deitei a cabeça em seu peito e suspirei, sentindo seus dedos acariciando meus braços nus, enquanto silêncio do quarto nos dominava por completo. Levantei a cabeça e estudei seu rosto sereno, fazendo com que meu corpo se acendesse.

Surpresa com meus movimentos, passei as pernas por seu tronco até estar sentada sobre o abdômen de Kishan, inclinando-me para beija-lo antes que ele pudesse ter alguma reação. Minhas mãos voaram para seus cabelos molhados, e eu os apertei em meus dedos, apenas para sentir que ele era real. Nossas línguas se acariciavam em um beijo lento, e Kishan tinha gosto de pasta de dente de menta.

Senti quando Kishan levantou o tronco para ficar sentado, deixando-me em seu colo enquanto minhas mãos desciam por seu peito musculoso, sentindo sua pele quente contra a minha. Separamos nossos lábios, e olhei para Kishan que parecia em uma guerra interna, e seus olhos brilhavam com dúvida.

Sorri ao pensar que mesmo depois de trezentos anos ele ainda não deixava de ser um príncipe, mas rapidamente tomei suas grandes mãos nas minhas, e as coloquei em minhas pernas nuas, vendo-o suspirar enquanto os olhos dourados queimavam em minha pele pálida.

Tomei seu rosto em minhas mãos, acariciando a pele moreno enquanto beijava seu queixo, onde já não existia mais a marca de onde a faca passou. Suas mãos acariciavam minhas pernas, mas rapidamente subiram por minha cintura, apertando ali enquanto eu tomava seus lábios nos meus mais uma vez.

Um gemido baixinho escapou de meus lábios quando as mãos de Kishan adentraram minha regata, e eu colei nossos corpos, sentindo seu peito musculoso contra o tecido do pijama. Beijei o pescoço quente de Kishan e ele soltou a respiração de forma pesada, enquanto tocava a pele de minha barriga de forma acanhada.

− Eu não agradeci você – ele disse, tirando as mãos de minha blusa para segurar meu rosto, fazendo-me olhar em seus olhos dourados.

− Por que? – perguntei em um ofego, ainda sentindo meu corpo vibrar com os beijos e os toques.

− Por que você enfrentou tudo aquilo por mim. – Kishan beijou meus lábios, indo até as bochechas e a ponta do nariz, enquanto brincava com a minha trança.

− Eu não menti quando disse que faria qualquer coisa por você, tigre.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Esse foi o capítulo novo de Caçada, espero que tenham gostado!
Quem está esperando ansiosamente pelo REN? Então fiquem ligados nos próximos capítulos! ;)
Comentem o que acharam desse capítulo e até o próximo!
Xoxo, Gabi G,



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