Caçada escrita por Gabi Gomes


Capítulo 25
Tigre Burro!


Notas iniciais do capítulo

Hey, tigers!
Aquele momento em que todas estão me esganando não é mesmo?
Pois é, eu sinto muito por ter demorado tanto para atualizar Caçada, mas estive com outras fics para escrever além de eu estar sem nenhuma criatividade para escrever esse capítulo. Mas aqui estou, de volta com a fic!
Espero que gostem desse capítulo!
Boa Leitura.



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A manhã passou arrastando-se, enquanto eu ajudava senhor Kadam com as pesquisas sobre o pergaminho do Tigre, mas minha mente não conseguia desprender-se da pequena discussão que havia acontecido entre mim e Kishan, fazendo com que eu lesse o mesmo parágrafo sobre elementos naturais mais do que o necessário, sem conseguir entender o que as palavras diziam.

− Senhorita Mia, se me permite dizer, entendo porque Kishan tenha sido teimoso frente a sua escolha. – O velho homem olhou para mim por cima dos óculos de leitura, fazendo-me soltar o livro em minhas mãos para afundar meu corpo na poltrona.

− Não faz sentindo ele querer me proteger de tudo, não quero ser como uma boneca! – Minha frustração reverberou pela biblioteca, e soube que aquelas palavras estavam presas em mim desde a discussão com Kishan.

− Minha esposa era uma mulher incrível, com um coração tão grande quanto qualquer um pode imaginar. – A voz afetada de Kadam, fez-me querer abraça-lo e reconforta-lo. – Mas ela também era uma guerreira, sempre queria ajudar em qualquer situação, e quando a grande guerra explodiu no reino Mujalaain, ela quis deixar de lado seus deveres no castelo para ajudar como curandeira, pois as mulheres não tinham permissão para ingressar no exército.

Tentei criar em minha mente a imagem da esposa de senhor Kadam, jovem e bonita, querendo ir contra todas as regras de sua época, apenas para apaziguar seu desejo por ajudar as pessoas.

− O que o senhor disse à ela? – perguntei, apenas para confirmar que ele a havia apoiado, tendo uma atitude muito diferente do que a que Kishan teve comigo, hoje mais cedo.

− Naquela noite, nós brigamos por hora, pois eu não aceitava que ela fosse para os campos de batalha, mesmo como curandeira. – O homem confessou, deixando-me boquiaberta com a revelação.

O olhar de Kishan era triste, e parecia até arrependido por confessar aquelas palavras, enquanto eu olhava fixamente para o livro em minhas mãos, sem entender onde sua história levaria, até que suas palavras voltaram, mais leves que antes.

− Eu sabia que minha amada era uma guerreira, com um espírito forte, e hoje me arrepende de tê-la impedido de fazer o bem para tantas pessoas que se feriram naquela guerra, mas quero que entenda, senhorita Mia, que quando uma pessoa ama a outra, quer vê-la protegida de qualquer forma possível, um pequeno machucado pode doer de forma horrível em ambos. – Suas palavras fazem com que eu prenda a respiração, sabendo o que ele diria depois. – Kishan apenas quer proteger a pessoa amada, não o culpe tanto por isso.

Não sabia ao certo o que me deixara mais estupefata, o final da história do senhor Kadam, que deixou a imagem em minha mente de uma mulher triste enquanto o marido ia para a guerra, ou a pequena revelação dos sentimentos de Kishan por mim, que pareciam muito obvieis para Kadam.

− Eu não...Eu não imaginava que... – Minhas palavras saiam em gaguejos, e percebi que Kadam havia se levantando, vindo em minha direção, colocando a mão em meu ombro de forma protetora, enquanto eu tentava assimilar tudo.

− Ajudarei a senhorita, se ainda for o que deseja, pois acredito que os desafios que aparecerão nessa jornada serão muito perigosos, mas quero que repense sobre a atitude de Kishan – ele disse baixinho, tirando os óculos e me olhando de forma sábia.

− Eu quero aprender a me defender, Kadam, pois mesmo que eu entenda Kishan, ele não entendeu que também não aguentarei vê-lo ferido novamente, principalmente se for por minha causa. – Encaro o velho homem de forma firme, com a determinação de proteger meu tigre negro da forma que eu pudesse.

− Então assim será. – Kadam sorriu, e seu olhar era de orgulho, escondendo algo que parecia bom demais para ser falado, deixando-me curiosa, enquanto ele voltava para sua enorme escrivaninha. – Podemos começar o treino no final dessa tarde, mas ainda temos um desafio em nossas mãos.

Caminhei até onde ele estava, mesmo que meus pés quisessem correr para fora da biblioteca, em busca do tigre de olhos dourados, para dizer à ele tudo o que eu realmente queria, e que agora queimava em meu peito.

− Saber onde será nossa primeira “casa de Durga”. – Completei o pensamento de Kadam, levando minha mão até o amuleto que descansava em meu peito, mas que ainda assim estava quente ao toque.

− Todos os livros que usam esse termo referem-se aos templos criados para a Deusa, além de explicarem a forte relação com os elementos naturais, pois Durga possui uma forma para cada elemento – explicou o velho homem, apontando para as gravuras no livro que mostravam uma deusa incandescente, usando um vestido que parecia lava derretida e seu olhar era como labaredas, fazendo-me perceber que aquela era a forma da deusa para o fogo.

− Mas existem templos hindi espalhados por todo o mundo, como saberemos aonde ir? – perguntei, observando o enorme tigre negro que me estudava com os olhos alaranjados como fogo, e um arrepio atravessou meu corpo.

− Podemos excluir os templos que não estejam em território indiano, afinal a religião é originária deste país – disse Kadam, abrindo um enorme mapa da Índia, com alguns círculos vermelhos no oeste.

− O que são estes círculos? – perguntei, apontando para uma das bolinhas vermelhas, lendo um nome muito complexo para que eu pronunciasse.

− São todos os templos para a deusa do fogo. – Arregalei os olhos, pois ao contar rapidamente, percebi que possuíam no mínimo vinte bolinhas circuladas, e logo a frustração tomou meu corpo.

− Não podemos ir em cada um deles, não temos todo esse tempo – explodi, passando as mãos pelos cabelos já soltos do rabo de cavalo que eu havia feito.

− Não temos outra escolha, senhorita Mia, não temos informações suficientes para saber qual deles é o certo. – Kadam parecia tão frustrado quanto eu, remexendo no botão de sua camisa enquanto eu revirava o amuleto em minhas mãos, recebendo ondas de calor por todo o meu corpo.

Sabíamos que cada amuleto tinha o poder dos elementos, havia lido aquilo em dos milhares de livros sobre elementos naturais daquele dia, mas não tínhamos ideia de como usar aquele poder a nosso favor, portanto, o amuleto em meu pescoço servia apenas para que eu me distraísse do nervosismo.

− Precisamos quebrar a primeira parte da maldição para finalmente resgatar Ren, não temos o luxo do tempo, senhor Kadam, Lokesh está fazendo coisas horríveis com o príncipe, e nem mesmo sabemos a localização deles. – A tristeza nos olhos de Kishan, todas as vezes que o seu irmão mais velho era citado, fazia querer cada vez mais encontra-lo.

− Então, temos um grande impasse aqui – Kadam ponderou, fechando o mapa e colando o Pergaminho do Tigre sobre a mesa mais uma vez.

Comecei a estudar a estrela de quatro pontas que ligava-se no centro, tentando encontrar algo que nos ajudasse, além de saber que aquele desenho funcionava como a rosa dos ventos. A simetria era perfeita, e mal parecia ser feita à mão livre. Os desenhos representativos pareciam querer nos dizer alguma coisa obvia, mas minha cabeça estava cheia de pensamentos para que eu me concentrasse em algo.

− Vocês dois então ai desde muito cedo, precisam almoçar. – A voz de Nilima assustou tanto a mim quanto a Kadam, e nós nos viramos para encontrar a bela moça com as mãos na cintura e com um sorriso alegre.

− Talvez seja melhor liberarmos nossa cabeça por algum tempo, antes de voltarmos para esse quebra cabeça. – Kadam sorriu para mim, enquanto íamos em direção à porta, seguindo Nilima até a cozinha.

Por todos os cômodos que passávamos, eu olhava para todos os lados, em busca de um enorme tigre negro em algo lugar, mas assim que chegamos na cozinha, olhei para as janelas espelhadas apenas para constatar que ele não estava em casa.

− Kishan foi para a floresta, disse que precisava caçar. – Nilima nos servia uma enorme porção de massa, que parecia deliciosa. Sua voz era calma, mas parecia saber o desespero em que eu me encontrava.

Precisava conversar com Kishan, queria abrir-me para ele completamente, antes que aqueles sentimentos me consumissem, e depois de comer algumas pequenas garfadas, comecei a brincar com o molho branco, ouvindo sem entender a conversa entre Kadam e Nilima.

− Vou dar uma volta pelo jardim, preciso de um pouco de ar fresco – disse, por fim, levantando-me da mesa e saindo pelas portas de vidro, até que meus pés estivessem em contato com a grama verdinha e úmida.

Um suspiro alto saiu de meus lábios, e eu caminhei lentamente até encontrar o pequeno canteiro de flores que havia me encantado desde que havia chego naquela casa. Peguei em meus dedos um pequeno lírio-tigre, e sorri ao perceber que as pétalas me lembravam os olhos de Kishan, devido a cor alaranjada e as pequenas manchinhas pretas.

− Por que tudo tem que ser tão complicado? – gritei para o céu, deixando que minha frustação se consumisse, e umas pequenas lágrimas gordas rolaram por minha bochecha, e eu deixei meu corpo cair sobre a grama.

O dia estava ensolarado e lindo, bom para fazer qualquer coisa, e eu rapidamente me lembrei do dia em que Kishan e eu fomos nadar na enorme piscina da casa. Minha frustração queimou um pouco mais fundo, atingindo o ódio guardado que eu tinha por Lokesh, aquele homem que nas poucas vezes que o vi, deixou-me com os ossos gelados.

Devido à maldição colocada por ele, agora todos estavam vivendo uma enorme tenção, sem saber exatamente onde aquela aventura maluca nos levaria, com as escassas informações que tínhamos.

Lembrei da figura do yin-yang representado como o quinto elemento no pergaminho, sendo cada face um tigre, um negro e um branco. Meus pensamentos voaram para Dhiren sem nenhum motivo específico, e minha mente tentou formar a imagem de um homem parecido com Kishan, com feições semelhantes a de Deschen, uma princesa chinesa. Nilima havia me confidenciado, certa tarde, que o príncipe mais velho tinha belos olhos azuis cobaltos, com a pele não tão morena quanto a de Kishan, com os cabelos mais lisos e mais alto, com o corpo esguio.

Não fazia sentido para mim o porquê de Yesubai não ter amado Ren, sendo um príncipe tão bonito quanto minha imaginação poderia criar, mas rapidamente os olhos dourados de Kishan tomaram conta de minha mente, e seu sorriso brincalhão fez com que meu peito batesse mais rápido.

Um pequeno ciúme tomou conta de mim, ao perceber que provavelmente Yesubai havia se encantado por Kishan da mesma forma que eu.

“Kishan apenas quer proteger a pessoa amada”

As palavras de Kadam acalentaram meu coração, e eu abri um sorriso, olhando para o céu enquanto minha cabeça repousava na grama fofinha, com os cabelos – já soltos – moldando meu rosto. O lírio-tigre repousava em minha barriga e eu tentei lembrar das palavras de Phet ao falar sobre o Pergaminho do Tigre

− Só consigo pensar em Phet falando meu nome – disse para mim mesma, sorrindo com a lembrança da voz engraçada do xamã, que fez-me gostar mais do meu nome. – Eu devia ter feito um mapa para saber como voltar à casa dele, preciso tomar outra vez aquela sopa maravilhosa.

No momento em que as palavras saíram de meus lábios, em estalido fez meu cérebro trabalhar com maior velocidade, enquanto eu juntava as informações em uma teoria totalmente válida.

Phet havia dito que o Durga havia lhe confidenciado um mapa para que conseguíssemos quebrar a maldição, mas aquilo não parecia ter sido levado em consideração até aquele momento, afinal Kadam e eu tratávamos o pergaminho como uma bola de cristal que nos diria as respostas para nossas perguntas.

Entretanto, as respostas estavam em nossa cara, representadas pelo desenho da Rosa dos Ventos. Nós não precisávamos procurar um caminho, apenas precisávamos seguir aquele que o pergaminho nos oferecia.

− Preciso procurar o senhor Kadam! – Levantei-me com um pulo, batendo palmas de alegria por saber que estávamos a um passo de começarmos a quebrar aquela maldição.

No momento em que virava-me para voltar para a casa reluzente em minha frente, um rugido feroz fez meu corpo todo se arrepiar.

− Kishan? – murmurei, olhando em volta à procura do tigre negro de olhos dourados, mas eu estava completamente sozinha, por exceção da revoada de pássaros que saíram em meio a floresta direito para o céu.

Soube que ele estava na floresta, não tão longe de mim. Ainda sentia seu rugido reverberando em meu corpo, e com toda a determinação que me surgiu naquele momento, joguei a lírio-tigre na grama, fazendo meus pés irem em direção à floresta fechada que envolvia a casa.

Eu precisava falar tudo que eu sentia para Kishan.

Entrei na pequena trilha fechada pelos galhos torcidos das árvores, tendo que me abaixar muitas vezes para conseguir passar. Meus passos ressoavam pela floresta silenciosa, enquanto eu pisada nas folhas secas e caídas. Olhei para trás apenas para garantir que ainda conseguiria voltar para a casa caso não encontrasse Kishan, mas meu coração pulsava a cada passo que eu dava e sabia que estava muito perto dele.

Pulei um tronco caído e ouvi um barulho ressoando pelas folhas, chamando minha atenção e fazendo forçar minha vista por entre a floresta escura. Com meu cérebro gritando inúmeras advertência, saí da trilha em direção ao som das folhas, acabando por sair em uma minúscula campina, onde um antílope arrancava gramíneas do chão. Seu copo era pequeno e da cor de palha queimada, com longos chifres contorcidos.

O pequeno animal parecia em paz naquele lugar, e eu olhei em volta, sabendo que não fora ele quem fizera aquele barulho na floresta, até que meus olhos captaram o corpo negro de Kishan, quase completamente escondido em meios à floresta se não fosse por seus olhos dourados e felinos.

Meu corpo se arrepiou em medo frente a sua expressão predadora com a qual olhava o pequeno antílope, e soube que havia encontrado meu tigre caçando. Queria chamar a atenção do animal para que fugisse, e procurei por uma pequena pedra para jogar perto dele, que ainda pastava, alheio ao tigre faminto à espreita.

Entretanto, meu corpo foi tomado por uma estranha onda de excitação, por vontade de querer ver aquele enorme tigre em ação, e apenas me escondi atrás de árvores, torcendo para que nenhuma rajada de vento passasse por mim, pois sabia que Kishan conseguiria me farejar mesmo muito longe.

Kishan me movimentou lentamente, não deixando que nenhum barulho assustasse o pequeno animal, e fiquei surpresa com a leveza que o enorme tigre conseguia se movimentar. A calda preta se movia com preguiça, e ele seu olhar parecia muito semelhante com o que ele me lançava quando subia em minha cama.

Mordi o lábio inferior e tentei não pensar nas muitas vezes em que brincávamos que eu era sua presa, mesmo que eu já estivesse presa em suas garras há muito tempo.

O corpo do tigre saiu pela clareira, o que chamou a atenção do pequeno antílope, que levantou a cabeça e farejou o ar, olhando para Kishan com a mesma rapidez com que o tigre saltou.

O antílope tentou fugir, dando alguns pequenos pulos, mas não conseguiu ir muito longe, pois Kishan caiu em cima do animal com as garras afundando na carne. Um grito de dor, que eu nunca pensei que um pequeno animal daqueles poderia dar, tomou conta da floresta e eu abri a boca em surpresa, sentindo a dor do animal tomando conta de mim.

− Não! – murmurei, tampando a boca logo em seguida quando Kishan olhou para cima, mexendo as orelhas freneticamente em busca do que emitiu aquele som. Seu rosto estava vermelho de sangue e seus dentes a mostra, deixando-o assustador.

O animal já não se mexia nem emitia nenhum som, e o sangue de sua carne escorria de onde Kishan havia mordido, e meu estômago se embrulhou, além de começar a me xingar baixinho por ter ficado para ver aquilo.

O tigre balançou a cabeça e voltou a se alimentar, mostrando toda sua majestosa forma mesmo quando arrancava a carne do antílope, e eu estava a ponto de me virar e voltar para a trilha, quando um vento forte passou pela campina, fazendo meus cabelos se revoltarem em meus ombros, e eu prendi a respiração.

Kishan parou, e olhou em volta, caçando com os olhos enquanto farejava meu cheiro, antes de soltar um rugido alto e finalmente fixar os olhos em fim, mesmo escondida atrás de alguns galhos de árvore.

Em vez de vir até mim, o tigre pegou o animal morto pelos dentro, arrastando-o par longe da campina até a floresta fechada. Alguns minutos se passaram, e eu finalmente comecei a achar que Kishan estava bravo comigo a ponto de ter me deixado ali, mas assim que comecei a mover meus pés para o longe, a silhueta de um homem apareceu de volta para a campina.

Kishan tinha voltado para a sua forma humano, vestindo novamente suas roupas de algodão pretas, estava descalço e a grama parecia acariciar seus pés. Voltei-me para seu resto, que parecia sério, e os olhos de pirata não tinham nenhum pingo de brincadeira, mesmo assim suas feições já não eram mais a animal que ele tinha quando atacou o antílope.

− Saia daí, Mia, estou sentindo seu cheiro. –Sua voz estava rouca, e ele olhava para mim com uma mistura de nervosismo e vergonha.

Entrei na campina com passos lentos, olhando para meus pés como uma criança que fizera uma travessura, mas assim que parei no frente de Kishan, senti seus dedos tocarem meu queixo, fazendo-me olhar em seus olhos, e soube que os meus olhos azuis elétricos se iluminaram.

− O que estava fazendo aqui? – ele perguntou, enquanto seu polegar acariciava minha bochecha, e meu corpo inteiro se derreteu com o toque.

− Estava no jardim da casa quando ouvi seu rugido, e vim atrás de você, quando o encontrei caçando – respondi, olhando por cima de seu ombro, para onde ele havia levado o pequeno antílope morto.

− Não queria que visse isso. – Kishan levou a mão até o cabelo, passando os dedos pelos fios pretos e eu tive vontade de fazer a mesma coisa.

− Eu estou muito bem – garanti, soltando meu rosto de seu toque enquanto me recordava que devia estar brava com ele devido à nossa briga.

− Você parece meio verde – Kishan brincou, tentando-me puxar de volta para seu toque, mas eu estava muito ofendida com a brincadeira, e virei-me para volta à trilha que me levaria para a casa.

Já havia desistido da vontade de contar meus sentimentos à Kishan, dizer aquelas palavras que estavam presas em minha garganta, mas meu corpo queimava em nervosismo, quando senti braços envolvendo minha cintura, e Kishan me puxou de volta a seu lado, virando-me de frente para seus olhos de pirata.

− Ainda está brava com a briga de mais cedo, não é? – ele perguntou, soltando um suspiro pesado enquanto olhava para meus olhos.

Já os meus estavam em seus lábios carnudos retorcidos em uma careta de nervosismo, e eu apenas queria beija-los, mas comecei a dizer tudo o que eu havia guardado desde cedo.

− Eu só odeio ser tratada como se eu quebrasse no mínimo toque! – explodi, empurrando seus braços para longe.

− Eu não trato você assim, Mia, aliás tenho conhecimento da sua força e sei o que você pode fazer, mas nunca deixarei você se ferir, nem que eu tenha que me machucar mil vezes. – Ele também parecia ter perdido o controle, e sua voz se elevava a cada palavra dita.

− Você ainda não entendeu mesmo, não é? – gritei, frustrada, batendo o pé a apontando para ele com raiva. – Eu amo você, seu tigre burro! Eu amo você com todas as forças e ver você machucado me rasga por dentro!

Respiração fundo para conter meu peito que batia em ritmo acelerado, olhando para os olhos de Kishan que haviam retomado o brilho de sempre, mas ele me olhava sem reação, quase em choque.

E todo o barulho que vinha da floresta, era os pássaros voando para o céu.

Continua...


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