Asa Noturna: Origens escrita por TheWritterJF


Capítulo 2
Idas e Vindas


Notas iniciais do capítulo

Tá aí o segundo capítulo, depois do nosso "piloto". Nesse capítulo já temos nosso primeiro flashback da trajetória do Robin e também nossas primeiras cenas de ação ;D
Espero que gostem!



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Após a discussão com Bruce, Dick retornou ao seu quarto, não como se tivesse recebido uma punição por um comportamento ruim ou algo do tipo, mas sim para pegar suas malas, que estavam prontas há pelo menos uma semana. Deu uma última olhada no quarto, que nos últimos seis anos tiveram dezenas de decorações diferentes resultantes das mudanças que ele tivera ao longo da puberdade, pegou as chaves da sua motocicleta, uma Kawasaki Ninja 300, e saiu em direção à porta.

– Jovem Richard? – chamou Alfred, enquanto Dick ia deixando a garagem da mansão trazendo sua moto.

– Alfred! – respondeu Dick, vindo em direção a ele.

– O patrão Bruce me disse que você vai deixar a mansão, só não imaginei que fosse imediatamente. – Alfred disse com seu habitual tom de voz gentil.

– Não dá mais para eu continuar aqui Alfred, a cada dia que passa, Bruce está com mais segredos, não dá informações completas, não compartilha planos de ataque e fica me dando ordem como se eu fosse um garoto de quinze anos – ele disse sem se exaltar – Ele parece não confiar em ninguém, nem a Batgirl tem saído mais em missões ao lado ele, e ela era louca para fazer parte disso – ele finalizou.

– Eu entendo perfeitamente o que você quer dizer jovem Richard, o patrão Bruce sempre foi preocupado e precavido, desde a morte dos pais deles, mas acho que os últimos acontecimentos como as invasões alienígenas, as ações do Coringa e a participação na Liga da Justiça têm deixado o patrão Bruce digamos, como o senhor diz, mais paranóico que o de costume. – observou Alfred – Já disse que ele precisa de férias, mas bem... Você o conhece. – concluiu ele pensativo.

– Pensei que eu o conhecia Alfred, mas acho que não conheço – disse Dick – Bom eu preciso ir agora, obrigado por tudo que você fez por mim durante esses anos, você foi uma espécie de um segundo pai para mim – ele falou enquanto dava um abraço caloroso, como de um filho em um pai, no mordomo.

– Fico muito emocionado de ouvir essas palavras, jovem Richard, qualquer coisa que você precisar você sabe como me encontrar – disse Alfred emocionado.

Dick então pegou a sua moto e levou-a em direção aos portões da mansão, quando se virou para dar uma ultima olhada, lembrou-se instantaneamente da primeira vez que estivera ali.

§

Gotham City, seis anos atrás.

A chuva caía torrencial sobre a sempre escura cidade de Gotham, teria tudo para ser mais uma noite comum na cidade se não fosse pelo clima de pesar que ainda pairasse sobre a cidade, depois da morte brutal de John e Mary Grayson, excelentes trapezistas e acrobatas, que junto com seu filho de quinze anos Dick formavam a principal atração do Circo Internacional do Senhor Jack Haly, Os Graysons Voadores.

Um farol alto de uma luxuosa Limousine parecia ser a única luz a quebrar a escuridão dessa noite em Gotham. Quando o carro se aproximou da grandiosa Mansão Wayne começou a reduzir sua velocidade até parar em frente aos portões da mansão. Um homem um pouco careca e com cabelos negros envolta da cabeça e um bigode, abriu as portas da limousine, de onde desceram um homem mais jovem de rosto bonito expressão seria, cabelos, pretos e olhos azuis e um garoto de cabelos pretos, olhos azuis que chorava um choro continuo apenas com lágrimas escorrendo pelo seu belo rosto.

– Seja bem vindo a Mansão Wayne, jovem Richard – falou o homem careca e de bigode, enquanto os dois homens deixavam o carro e se dirigiam até a mansão.

O jovem ficou boquiaberto quando viu a mansão pela primeira vez, era uma construção feita em pedra, gigantesca e imponente que lembrava os grandes castelos medievais. Ele não era acostumado a viver em uma casa e sim em trailer, afinal sempre fora um artista de circo, e uma mansão era algo mais que surpreendente para ele.

– Como Alfred já disse, seja bem vindo a Mansão Wayne, ou melhor, seja bem vindo a sua nova casa – disse o homem de cabelo preto, olhando de maneira paternal para o garoto, que ainda tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto.

– Obrigado senhor Wayne – respondeu Richard, enquanto ambos entravam na casa, deixando a chuva que caía para trás.

§

As ruas de Bryanttown, um bairro da periferia de Gotham, eram como as de qualquer outro bairro periférico. Possuem diversas casas e prédios antigos, com a fachada mal acabada que por muitas vezes lembram ruínas, devido ao fato de seus projetos habitacionais terem sido mal planejados e mal executados, becos escuros, pichações por todos os lados e em alguns pontos traficantes ocupavam livremente as esquinas vendendo drogas para pessoas em carros de luxos. Esse era o panorama do bairro que Dick Grayson escolhera para viver.

O crepúsculo tomava conta do céu quando Dick finalmente chegara a Bryanttown, montado em sua motocicleta ele pilotava em velocidade baixa para poder dar uma boa olhada no bairro que escolhera viver, mesmo pensando em abandonar a vida de combatente ao crime optará por esse bairro, pois achava importante que o quartel-general de um super-herói ficasse próximo às células criminosas, essa sempre fora uma das grandes divergências dele com Bruce. Mesmo absorto nesses pensamentos não pode deixar de ouvir uma coisa que seus ouvidos se acostumaram a ouvir com freqüência nos últimos seis anos, um grito de socorro vindo de um beco distante.

– Lá vou eu de novo – pensou ele, enquanto ia em direção ao beco de onde parecera sair o som.

O beco era estreito e escuro, cheirava fortemente a urina e tinha suas paredes cobertas com pichações com nome de gangues que pareciam demarcar territórios. Ao jogar o farol de sua moto contra o beco, Dick viu um homem usando uma touca, camiseta preta e calça e brandia uma faca contra com uma mulher loira. A bolsa da mulher já estava com ele, porém ele ainda parecia insistir em conseguir algo mais da mulher.

– Porque não larga a moça e vem atrás de alguém do seu tamanho – disse Dick enquanto colocava a touca do seu moletom preto sobre sua cabeça, após ter parado sua motocicleta e tirado o capacete.

– Sai daqui, essa porra não é da sua conta – respondeu o ladrão parecendo transtornado.

– Largue a moça e pode ficar com o meu celular – Dick insistiu enquanto retirava de seu bolso um Iphone de ultima geração.

O ladrão pareceu se interessar pela oferta de Dick e sinalizou para alguém e um segundo depois um outro homem, comparsa do primeiro apareceu e deu uma gravata em Dick.

– Pelas costas covarde? – debochou Dick, mesmo com dificuldade para falar pela pressão da gravata – Vou te ensinar umas coisinhas – Disse ele enquanto saia da gravata com um golpe de jiu-jitsu brasileiro e dava uma chave de braço no agressor.

– “Cê” vai quebrar meu braço seu filho da puta – choramingou o comparsa do ladrão.

– Foda-se!– respondeu Dick enquanto ouvia um estalo, que parecia vir do braço do assaltante. O braço dele estava quebrado.

– Greg me ajuda! – o comparsa disse para o homem com a faca, mas Dick já havia dado um salto digno de uma acrobacia de circo e já estava frente a frente com o outro ladrão, que no susto largara a moça.

– Socorro! – gritou Greg enquanto Dick já tinha aplicado um front kick, golpe típico do MuayThai, fazendo sua faca voar longe e depois dando-lhe um direto no rosto, fazendo-o cair desacordado.

Ele pegou a bolsa da mão do assaltante, já desmaiado, e entregou para a moça que estava chorando muito e soluçava.

– O-Obri-bri-gada – respondeu a moça em meio a soluços.

– Não tem de quer, só tome cuidado essa vizinhança aqui é meio perigosa – disse ele enquanto voltava para sua moto e observava a moça até sua silhueta sumir no horizonte.

§

Um novo dia começava a raiar em Gotham, não totalmente claro como em outros lugares, e o aeroporto da cidade parecia manter sua rotina normal. Seus longos saguões de piso branco e grandes janelas de vidro que permitiam a passagem do sol, não estavam muito movimentados, apenas alguns passageiros circulavam por ali junto de policiais, e agentes de empresas aéreas.

Cerca de quinze minutos depois um avião pousou vindo de Moscou a capital russa, e seus passageiros começam a encher o saguão para pegar suas bagagens e receber o visto. Quase todos os passageiros já tinham retirado sua bagagem quanto chegou a vez do homem mais estranho deles, que usava um longo sobretudo preto que chegava-lhe a altura dos pés e um grande chapéu panamá preto com a maior parte da aba caindo sobre o olho direito que parecia ter uma espécie de mira telescópica vermelha onde deveria estar seu globo ocular. Sua bagagem já havia chamado à atenção dos federais que agora sutilmente se aproximava do homem, de armas em punho.

– Sua identidade, senhor? – disse a mocinha de cabelos pretos e lábios grossos que atendia no guichê.

– Lawton – respondeu ele enquanto entregava a identidade.

– Sua visita é a trabalho ou a passeio, senhor Lawton? – perguntou ela.

– Hmm... A trabalho – respondeu ele, enquanto a atendente passava a carteira dele pelo scanner, que identificou o homem como um criminoso procurado pelos federais.

Ela deu deu o alarme silencioso para a central da Policia Federal que prontamente mandou que seus três agentes que ali estavam efetua-se a prisão do Sr. Lawton.

– EI... VOCÊ, NO CHÃO – gritou um dos três policiais federais que por ali estavam, com a arma em punho. – BOTE SUAS MÃOS ONDE EU POSSA VER – finalizou ele.

Sem dizer uma só palavra ou demonstrar qualquer tipo de emoção, o homem levantou suas mãos como se fosse colocá-las em sua cabeça, porém parou quando elas estavam na altura do peito e levantou as mangas de seu sobretudo revelando dois disparadores de balas em seus punhos. E sem aviso atirou em cada um dos três federais acertando-os exatamente no peito, em seguida atirou contra a moça do guichê e em mais dois policias militares que viam tentando prendê-lo, matando todos.

– Até que enfim um pouco de diversão – pensou ele enquanto ia em direção a saída do aeroporto andando lentamente, fazendo questão de pisar em cima de cada uma da vitimas que ele havia feito.


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