O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 4
Atena me odeia?! Tudo por Annabeth


Notas iniciais do capítulo

Bem, esse é o último ou penúltimo capítulo antes de minhas aulas iniciarem, eu vou tentar postar dois a cada semana. Mas caso não consiga, me perdoem...

Esse é o mais extenso que escrevi. Então boa sorte, boa leitura e fiquem com os Deuses...



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O Animal de Seth é maligno como seu dono, foi isso que Sadie tinha me contado quando nos conhecemos há dois anos. Eu nunca havia visto um sem ser os desenhos dos papiros no primeiro nomo. Ele era muito mais assustador pessoalmente do que os desenhos costumavam mostrar. Se bem me lembro, ele era representado como um simples cachorro com pernas compridas em alguns, nada que condiz com a realidade do que encarava a mim.

O casal de semideuses, segundo o Shabti, Jason e Piper estavam em pé ao meu lado. O garoto era forte, com um corpo atlético, loiro de olhos azuis, enquanto a garota era linda, pequena mas linda. Pele morena, olhos castanhos e cabelo picotado. Ela tinha uma aura que chamava toda a atenção para ela, mesmo parecendo que ela não queria tal atenção.

Por alguns minutos eles se olharam em dúvida do que seria aquilo que iriam enfrentar e depois olharam para mim. Bem, quando ela me olhou eu tive vontade de me esconder, pois não me sentia digno para ser visto pelos olhos daquela garota. Eu olhei para o garoto e ele respondeu com um olhar sério, eu não era amigo deles, mas lutaríamos do mesmo lado agora.

– Piper, veja se consegue utilizar seu charme nele! – Disse Jason

­– Certo! – Ela concordou

Charme?! Nunca tinha ouvido falar naquilo, mas a garota sem medo, deu um passo a frente e pareceu conversar com o animal de seth.

– Calma cachorrinho, não vamos lhe fazer mal, agora volte para o tártaro de onde você veio. – Dizia ela como se falasse com um poodle

O Animal de Seth olhou confuso para o lado, mas não pareceu tentado a ir embora, na verdade acho que ele estava mais nervoso. Foi quando ele deu o primeiro passo.

OAnimal de Seth pulou e foi para cima de Piper. A garota caiu e teve sua perna mordida.

Foi uma cena horrível, o animal mordeu a perna dela, a garota gritou de dor e sua perna ficou em um estado com o qual não posso descrever. Mas quem tivesse estomago fraco, já teria colocado o almoço para fora.

– Piper! – Gritou Jason

– Maldito seja Seth! – Exclamei pegando a varinha e o cajado

Jason olhou para mim como se fosse louco.

– TAS! – Gritei

Uma corda prendeu o corpo do monstro ao chão.

– Piper... – Dizia Jason incosolável

– Jason... Lute, ajude o garoto! – Disse ela

O garoto loiro se virou para o Animal de Seth com raiva e se utilizando de uma moeda invocou uma espada dourada e encarou o monstro que tentava se livrar da corda.

– Ei garoto?! Você consegue distraí-lo? – Perguntou Jason

Claro! – Respondi

Fui para trás do animal e conjurei algumas chamas fracas no corpo dele.

Ele conseguiu se livrar da corda e se virou para mim. Ele planejava o próximo bote.

Jason pulou no corpo do monstro.

Eu tive a sensação de que aquele garoto tivesse voado, mesmo assim ele estava montado no corpo do monstro, a qual se debatia para derrubar o semideus.

– Heh-sieh! – Gritei eu e um hieróglifo apareceu no ar.

Significava para trás.

O hieróglifo brilhou e o monstro recuou contra sua vontade.

– Não vai conseguir nada sem a ajuda de um Deus, escolha-me, Ísis, a deusa da magia e eu lhe ajudarei com um poder infinito! – Disse uma voz em minha cabeça

Era a primeira vez que eu ouvia a voz de um deus em minha cabeça, Ísis era conhecida por ser uma deusa benevolente, mas mesmo assim, poderia usar qualquer um para proveito próprio, eu não sabia o que ela queria. Tive medo de escolher errado e por isso não quis invocar poder de tal deusa, uma vez escolhida, seria como um casamento ou um contrato de aluguel, o único jeito de eu me livrar de Ísis seria a morte.

– Ísis fique fora de minha mente! Ou melhor... Jason golpeie o pescoço! – Gritei

O garoto loiro enterrou sua espada no pescoço da besta e pulou, deixando sua espada cravada na fera.

– Há-Di! – Gritei

O monstro estava ao lado de uma árvore, eu direcionei o poder da palavra Há-Di, do português Destruir, para a árvore.

Ela explodiu ao lado do monstro, prendendo o corpo dele com o tronco.

– Jason Pegue! – Eu gritei ativando o relógio e mandando a lança para ela

Eu nunca havia usado direito a lança que Atena havia me dado, eu não sabia do que ela era capaz, mas Jason a manuseou como se já a usasse a muito tempo.

Ele foi até a cabeça do monstro e a perfurou com a lança diversas vezes.

Aquela coisa era resistente, não era destruído nunca, mesmo com ataques diretos ele não desaparecia. Até que eu me lembrei da estratégia de Carter, mandá-lo para o Duat através de um portal.

– Jason afaste-se! –

Eu me concentrei no local onde o monstro estava e imaginei o Duat se abrindo, eu queria mandá-lo para o mais fundo possível, mas era difícil.

O portal se abriu e engoliu o monstro. Levando com ele a espada de Jason.

Quando se fechou, corri para a garota seguido por Jason. Ela estava horrível, branca e fria, não era como Skadi, mas ela estava mal.

– Piper! – Disse ele em desespero

– Jason! – Disse ela com uma voz fraca

– Temos que levá-la para o acampamento! – Disse ele desesperado

– Muito longe... Ela não sobreviveria a viagem... Eu tenho um local para onde poderia levá-la, mas vai ter que confiar em mim... – Disse eu

Jason me analisou, por um momento achei que ele fosse cravar a lança em mim. Mas ele foi até a garota e a carregou.

– Para onde vamos? – Perguntou ele

– Venha comigo! –

Fomos até o obelisco do central park e eu invoquei o portal pelo Duat para a casa do Brooklin. A tempestade de areia assustou Jason, mas eu o empurrei para dentro e pulei em seguida.

As viagens pelo Duat nunca são fáceis, se você não fechasse a boca, acabava engolindo cinquenta toneladas de areia. Nós aparecemos no jardim do 21 nomo, Jason estava assustado, muito assustado, mas parecia bem. Piper que estava cada vez mais branca.

– Escute, concorde com tudo o que eu disser, não toque em nada e acima de tudo, fique ao lado de Piper o tempo todo! – Disse eu

Ele balançou a cabeça em tom de afirmação.

Eu entrei na mansão gritando por Sadie. Parecia um louco, mas logo Sadie, Carter e Jaz apareceram.

– O que houve Connor? – Perguntou ela assustada

Uma maga está ferida, o Animal de Seth apareceu no Central Park, nós lutamos e ela acabou ficando ferida! – Disse eu no desespero

– Calma! Leve ela para a enfermaria! – Disse Jaz

Eu chamei Jason e nós dois fomos para a enfermaria. A sala de cura da mansão era ampla e tinha várias camas e diversos encantamentos para impedir a dor de quem estivesse nelas. Jason deitou a Piper em uma delas e Jazz foi verificá-la. Ela a analisou de cima a baixo e a cara que fez não foi nada boa.

– O Animal de Seth é forte, e a maldição que colocou nesta garota é forte... Vou precisar de Sekhmet para curá-la. – Disse ela

– Tudo bem... Consegue fazer sem se ferir? – Perguntei

Tranquilo... – Respondeu ela com um sorriso

Jason estava ao lado de Piper, Jaz foi para a frente da cama e respirou fundo. Começou a conjurar e a rezar por Sekhmet.

Uma forte luz dourada começou a envolver Piper, sua perna começou a cicatrizar e ela começou a voltar para a cor normal.

Jaz quase desmaiou mas eu a agarrei e a coloquei em uma cama. Piper acordou como se nada tivesse acontecido, ela me encarou e Jason a abraçou.

– Muito obrigado! – Disse ele para mim

– Não foi nada... Agradeça a Jaz, ela sim fez a parte difícil, agora vocês dois tem que sair, voltem para o acampamento e esqueçam tudo o que virão aqui... –

Como assim?! – Perguntou Piper

Sinto muito... Mas realmente as coisas não podem se misturar, voltem para o acampamento! –

– Tudo bem... – Disse Jason

Mas Jason... – Tentou argumentar Piper

– Piper, eu também sinto que não deveríamos estar aqui. Devemos agradecer e ir embora antes que causemos problemas para nosso novo amigo... –

– Pode pelo menos dizer seu nome? – Perguntou Piper

Connor... Connor Chase! – Disse eu com vergonha

Chase?! – Espantou-se ela

Piper, é só uma coincidência... Vamos! – Puxou Jason

Ela se levantou me agradeceu mais uma vez e eu os acompanhei até o estaleiro do Brooklin, sem deixar Sadie ou Carter conversarem com eles. Depois de ter a certeza que eles já haviam ido embora, eu voltei para a casa do Brooklin.

Perguntas não faltaram na noite que passou. Sadie era a mais curiosa, perguntou como o Animal de Seth tinha atacado, quem eram aqueles dois magos e porque o Carter e o Walt tinham ficado hipnotizados por aquela estranha garota.

Para tudo inventei histórias, disse a eles que aqueles dois magos eram do nomo de Boston e estavam de férias em Nova Iorque, disse que se o Carter e o Walt tinham ficado enfeitiçados pela Piper a culpa era dos hormônios e ainda que o Animal de Seth apareceu do nada e nos atacou. Além de tudo isso, Zia ainda me olhava com desprezo e desconfiança, a aura dela incendiava a sala, o que para mim, naquele momento em que eu morria de frio em um inverno particular era a melhor coisa que existia.

Eu ainda não sabia o porque de estar sentindo tanto frio, o amuleto que havia ganhado há onze anos atrás desapareceu e no lugar dele veio esse frio incontrolável. Skadi havia feito isso comigo, me beijou e me mandou para um inverno particular do qual a recém estava no começo, algo me dizia que aquilo era bom, mas parte de mim queria estar no Saara rolando na areia de tanto frio que eu sentia.

Dormir foi outro dilema, o frio era tanto que juro que estava começando a congelar o travesseiro e a cama. Peguei alguns cobertores e liguei o climatizador no quente, aí sim pude dormir e fazer uma visita em minha segunda viagem astral.

Meu bá não era como o de Sadie e Carter, segundo ela, eles não conseguem manter a forma humana e viram uma espécie de galinha, mas eu conseguia manter a minha forma humana muito bem, não sei se era por causa de ser um semideus ou coisa parecida, mas sempre em minhas viagens tinha mãos e pés normais.

Eu flutuava em meu quarto na mansão Kane e o vento começou a me levar para um conhecido local, perto de Nova Jersey, atrás da montanha e do portal escrito: “Camp Half-Blood”.

Depois desse anos todos, voltar ao acampamento e cruzar a velha fronteira foi difícil, mesmo em sonho. Eu sentia que queria estar ali, ter ficado no chalé de Atena, participar de missões em nome de minha mãe e obter as glorias por isso. Mas o destino havia reservado algo diferente pra mim, aprendi a sobreviver no Egito, me tornei um mago experiente e um pouco poderoso.

Eu fui levado para a enfermaria do acampamento, lá estavam um garoto alto de porte atlético, cabelos negros e olhos verdes e também um sátiro.

–Percy, ela não está nada bem... Se dermos mais ambrósia para ela, corremos o risco de matá-la assim... – Disse o Sátiro

– Não pode acabar assim! Nós vencemos tudo, Cronos, Gaia... Para que ela morra depois de uma missão que deveria ter sido simples?! – Exclamou o jovem

– Sei que não é fácil, mas receio que Annabeth tenha apenas um dia de vida... Percy, as últimas horas sempre são as mais difíceis, ela está inconsciente e por isso não sente dor, mas temos que rezar por ela e sobretudo por Atena, que seja qual for o destino de Annabeth, tudo possa terminar com ela bem... – Disse o Sátiro

Annie... Groover, será que Atena atende filhos de Poseidon? – Perguntou o garoto

Atena é a deusa da sabedoria... Ela lhe ajudará, acima de tudo pelo que você representa para Annabeth! – Disse Groover

– Eu sei... Mas, só espero que este pesadelo acabe logo... E que ela esteja bem... – Disse Percy se retirando da sala

Eu reparei que sentada na cama havia outro bá, uma garota loira, de corpo escultural olhava o tempo todo para os dois que conversavam. Ela estava triste, via-se claramente em seus olhos acinzentados uma tristeza enorme, como se ela quisesse falar alguma coisa e não conseguisse... Essa era a minha irmã, Annabeth.

– Annie... Não pode acabar assim! – Eu disse para o ar

Na mesma hora o bá dela olhou para mim.

– Você disse Annie?! Consegue me ouvir? – Perguntou ela levantando e indo até mim

Eu havia esperado aquele encontro há onze anos, um reencontro com minha irmã gêmea, mesmo com a aparência muito alterada, eu esperava que ela sentisse minha aura, minha energia e me reconhecesse. Mas parece que não.

– Sim... Eu consigo lhe ouvir. – Disse eu com lágrimas se formando em meus olhos (não sabia que isso era possível com um bá.).

– Obrigada! – Ela me abraçou

– Annabeth, o que aconteceu? – Perguntei a ela

Você me conhece? –

– Sim eu conheço... Somos... Ir... – Disse eu tentando falar

Algo me impedia, eu não conseguia terminar de falar a frase e parecia um idiota para ela.

– Eu não me lembro de você, mas eu não sei o que está acontecendo! Percy parou de falar comigo e Groover também. Está tudo tão frio e cada vez mais escuro, eu estou com medo de ficar sozinha! – Ela me abraçou mais forte e eu senti uma corrente elétrica passar por todo meu corpo

– Annie... –

– Eu estou com medo... Muito medo... Qual é seu nome? –

– Connor... –

– Por favor... Não me abandona, eu não consigo falar com ninguém há dias, minha mãe não atende minha orações. –

Ela me abraçava firme e chorava no meu ombro. Eu queria falar tudo, mas tive de manter a frieza.

– Annabeth, você não consegue falar com ninguém pois sua alma está fora do corpo. Você é apenas um fantasma agora, impedido de fazer comunicação com o mundo mortal! –

– Mas... Eu estou morta? –

Não... Ainda não, mas o fato de sua alma estar fora do corpo é um indicativo de que os laços que prendem vocês dois estão cada vez mais fracos, o frio e a escuridão são normais pois você está em uma transição entre os dois mundos! –

– Você veio me buscar? –

– Não... Longe de mim querer a sua morte, eu vim aqui por acaso, mas acho que vim lhe explicar a situação por conta de sua mãe... Annabeth, eu quero que você saiba que eu vou fazer o possível e o impossível para manter você viva! Me aguarde, é só o que eu lhe peço. –

– Não vá! Por favor! – Disse ela me segurando

– Eu tenho que ir... Sugiro que você vá ao chalé desse tal de Percy, passar a noite com ele poderá ser uma boa para ambos, mesmo em sonho vocês dois poderão se despedir... –

Adeus! – Disse ela me soltando

O vento começou a me levar de volta para Nova Iorque, o local seria o alto do Empire State, onde minha mãe me aguardava.

Ela estava incrível, vestindo um vestido preto que realçava seus olhos, os cabelos presos e sapatos de salto.

– Connor, é bom rever você depois de tanto tempo! –

Mãe... –

Eu queria correr e abraçá-la, dizer que eu a amava mesmo ela tendo feito o que fez comig, mas isso não condizia com um filho de Atena.

– Sinto uma força enorme em você, evoluiu, fez amigos, está poderoso acima de tudo. Mesmo tendo sido forçado a abandonar o país, você superou as minhas expectativas! –

– Obrigado... – Agradeci com frieza

– Você já sabe como Annabeth está... – Disse ela

Sim, mas o que aconteceu? –

– Não posso lhe dizer isso Connor, mas vim lhe dar a oportunidade de se sacrificar por sua irmã... –

– Como assim?! – Assustei-me

– O corpo dela está morrendo, e precisa levar uma consciência dentro dele, vim lhe oferecer a oportunidade de ser essa consciência e salvar a vida da melhor filha de Atena... –

– Eu morrer no corpo de Annabeth para ela escapar da morte?! –

Eu não acreditava no que minha própria mãe falava para mim, eu não senti frio, mas sim um calor gigante crescendo dentro de mim. Eu estava com raiva e queria lutar por minha vida.

– Você só pode estar de brincadeira! Acha que vou abrir mão de toda a minha vida, de tudo o que fiz até agora?! Eu amo a Annabeth, mas se ela vai morrer a culpa não é minha! Não vou morrer no corpo dela, minha consciência vai continuar onde está! – Exclamei alto

– Egoísta... Sabe que ela é importante demais para morrer, e você é o único que poderia salvá-la! Eu vou fazer isso com você querendo ou não querendo! – Disse minha mãe autoritariamente

Atena deu um passo a frente e mudou suas roupas para sua armadura grega.

Se ela me atacasse eu não poderia fazer nada, eu não era poderoso a ponto de conseguir lutar com um Deus. A única coisa que eu pude fazer eu fiz, e acabei escolhendo meu caminho ali.

Atena se aproximou mais de mim.

– Atena! Para trás! – Gritei eu

Vai fazer o que Egípcio, se esqueceu que sou a Deusa da Estratégia em Batalha, a Deusa da Guerra e da Sabedoria. Não lute, será melhor pra você, juro que não irá doer nadinha! –

Eu resisti até o último minuto. Mas ela continuava se aproximando, eu vi uma parte de Atena que eu nunca havia pensado que existia, a parte má. Eu respirei fundo e me concentrei, era a hora de escolher o caminho.

– Ísis, houve o meu apelo! – Gritei eu

Uma luz dourada começou a envolver meu corpo. Em meu peito apareceu o amuleto que Sadie usava, o Tyet representando o símbolo de proteção de Ísis.

Era a primeira vez que eu juntava minha mente com a vontade de um Deus. Ísis agora tinha o controle de meu bá.

– Afaste-se Atena! – Disse Eu/Ísis

Chamou uma outra divindade para lhe ajudar? – Perguntou Ela dando um passo para trás

– Sim, eu sou protegido da Deusa da Magia, Rainha do Egito, Ísis. Não se aproxime mais e deixe-me ir, não quero brigar com você. – Disse Eu/Ísis

Atena fez a pior cara que podia e liberou a passagem. Meu corpo foi novamente levado pelo vento até a mansão.

Eu amava Annabeth, não a via há anos, mas eu a amava, ela era minha irmã e vê-la naquele estado, com medo de ficar sozinha e com muito frio me deixou abalado. Mas não iria fazer o que minha mãe queria, não iria acabar com minha existência por causa de Annabeth, não sou egoísta, mas eu tenho tanto direito de viver quanto ela. Porque tudo que vêm da Annabeth é melhor do que o que eu faço? O que eu tenho de tão errado para ela me odiar a ponto de querer fazer isso comigo? Eu não queria ser a vítima, mas naquela hora...

Eu não sei, não quero deixar a Annabeth morrer, mas isso implicaria em ir ao acampamento e realizar magia egípcia nela.

– Connor, sua irmã, Annabeth ela é importante para tudo que está por vir... Vocês dois têm que estar vivos. Têm um jeito de salvá-la e você sabe qual, agora vá para o acampamento e a salve! – Disse Ísis na minha cabeça

– Eu vou... – Pensei e dormi

Quando o primeiro raio de sol da manhã entrou na janela do meu quarto eu já estava de pé, de banho tomado, vestido com uma calça jeans e camisa preta com um Ahnk (cruz egípcia da vida). Puxei do Duat meu Kit de magia, afinal eu não sabia se o Duat funcionaria no acampamento, e antes e todos acordarem eu fui até o obelisco da mansão e me transportei para o Central Park.

Tomei o rumo para Nova Jersey de trem e depois um ônibus, ainda confuso sobre o que iria fazer. Tinha estudado uma vez esse pergaminho, mas nunca nada que pudesse ser tão complicado quanto isso. Eu teria pouco tempo, meu coração estava disparado, voltar ao acampamento me dava medo, mas ao mesmo tempo gerava uma expectativa enorme.

O ônibus parou no pé da colina meio sangue e eu comecei a subir, sem olhar para trás e sem hesitação. Vi o pinheiro no qual Thalia havia se transformado, e os chalés. Meu coração disparou, desci rapidamente e passei pela barreira, com alguma dificuldade, mas passei. Entrei rápido, ninguém havia me visto até que um garoto de olhos verdes, já conhecido da noite passada me avistou entrando.

Ele veio correndo até mim e me parou.

– Olá? Semideus novo? – Perguntou Percy

– Na verdade sim... – Disse eu com vergonha

Haha... Não precisa ter vergonha! Meu nome é Percy Jackson, mas pode me chamar de Percy! – Disse ele me cumprimentado

Muito prazer... O meu é Connor... Connor Chase! – Disse a ele

– Chase? Você não é parente da Annabeth? –

– Annabeth? Quem é ela? – Perguntei mentindo

Uma garota... Bem, vamos avisar Quírion de sua chegada. – Ele falou claramente triste por causa de Annabeth

E lá fomos nós, eu finalmente conheci o centauro chamado Quíron, o treinador de heróis como Hércules e porque não, Percy Jackson?! Ele me deu as boas vindas e olhou para o Ankh em minha camisa com certo receio, mas mandou Percy me mostrar o acampamento. Que eu já mais ou menos conhecia. Percy ficou mais nervoso, eu sentia que ele queria estar com a Annabeth, mas ele não podia por minha causa.

– Bem, aquele ali é o Chalé 6, o Chalé de Atena... – Disse ele com lágrimas nos olhos

Eu queria dizer tudo para ele, mas não era a hora.

– Hey Percy? Garoto novo? – Perguntou um jovem loiro conhecido

– Sim Jason... Este é Connor, apareceu agora pouco no acampamento... –

Jason me olhou com receio, mas me cumprimentou. Agora sim estava na hora de falar sobre a possibilidade de salvar Annabeth.

– Percy, Jason, vamos para um local mais reservado. Preciso falar uma coisa com vocês... –

Os dois se olharam e me disseram para ir com eles até o Chalé 3.

O chalé de Percy era decorado lembrando o mar, Poseidon havia feito um incrível trabalho tanto na construção quanto na decoração. Mas não era hora para isso, estava na hora de revelar-lhes a verdade.

– Percy, Jason, existe um jeito de salvar Annabeth... – Disse eu

– Como você sabe dela? – Perguntou Percy

– Atena... Ela me disse de tudo e eu vim aqui para ajudar... –

Connor... Salvar Piper é uma coisa, mas Annabeth está a beira da morte, não creio que nada possa salvá-la. – Disse Jason

– Têm algo, mas se formos fazer, temos que fazer agora, Annabeth têm só algumas horas de vida. –

– O que você quer fazer? – Perguntou Percy

– Magia empática... Podemos transferir a doença, veneno ou seja o que for de Annabeth para um boneco de cera com o nome dela e um pedaço de cabelo, assim quem sofre é o boneco e não ela. –

– Magia? Nos tentamos tudo, mas nunca havíamos ouvido falar disso... – Disse Jason

Há alguma coisa que pode dar errado? – Perguntou Percy

– Há sim! Se nós não conseguirmos passar para o boneco, algum de nós pode pegar o que a Annie têm e caso isso aconteça. Ela se salva, mas um de nós morre. E também precisaremos do nome secreto de Annabeth...

Nome secreto? – Perguntou Jason

– O verdadeiro nome de Annabeth, o nome de sua alma, uma palavra que defina sua existência, sua verdadeira essência. Para dar certo precisaremos disso... –

E então Percy, quer tentar? – Perguntou Jason

– Não temos mais nada a perder. Eu não confio nesse cara, mas se der certo, estarei em dívida eterna com você. –

Nos fomos até a enfermaria e trancamos a porta, Jason ficaria de guarda e impediria qualquer um de entrar. Percy me olhava com relutância enquanto eu pegava um fio de cabelo dela e moldava o boneco escrevendo o nome dela.

Com a estatueta pronta, agora precisaríamos do nome secreto dela. Mas como Annabeth estava sem consciência teríamos que pegar de outra forma.

– Percy, entenda que a alma da Annebeth já esta fora de seu corpo, ela está vagando pelo acampamento em busca de alguém que entenda ela, mas ela não encontra. Como sua consciência está fora do corpo, teremos que entrar na mente de Annabeth em busca de seu nome secreto. –

– Como assim entrar na mente dela? – Perguntou ele

Minha mente vai estabelecer um elo com a dela, como forma de que minha consciência, minha alma, consiga buscar a resposta. –

Entendo, mas posso ir junto? –

Se quiser, entenda que é um risco muito grande, se o corpo dela vier a falecer nesse meio tempo, nós dois vamos junto com ele, morreremos e seremos levados ao pós vida. –

– Eu entendo e quero correr esse risco, ela é minha vida e se ela morrer eu vou junto! – Disse ele

– Então que assim seja. –

Coloquei o boneco de cera ao lado do corpo de Annabeth, puxei o amuleto de Ísis e o coloquei no pescoço dela e com um pedaço de giz que tinha no kit, desenhei um círculo no chão envolta da cama.

– N`DAH! – Gritei e o círculo se iluminou em dourado

O que foi isso? –

– Esse círculo irá proteger nós dois e ela de qualquer ataque externo, agora me de a mão. –

Percy me deu a mão e eu segurei na de Annabeth

– Ísis, houve meu apelo, e nos leve a descobrir os segredos de Annabeth Chase com a finalidade de salvar sua vida! – Disse eu em voz alta

O amuleto brilhou em dourado e envolveu a mim e o Percy em sua luz.

Eu senti minha consciência deixando meu corpo e indo para o amuleto de Ísis, a partir daquele momento, tínhamos pouco tempo para encontrar o que queríamos. Era uma contagem regressiva, se o relógio chegasse a zero, morríamos eu, o Percy e a Annabeth de uma vez só. Era arriscado, mas valia a pena para salvar a vida dela.


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Notas finais do capítulo

Bem... Estou realmente inspirado... Mas preciso muito da avaliação de vocês! Se quiserem que eu continue com essa brincadeira digam, caso não quiserem digam também... Estamos abertos a tudo, Recomendações, comentários, críticas... Então até o próximo!



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