O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 30
A Ilha


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, quase um ano sem postar... EU NÃO ABANDONO FICS

Mas a minha vida tem estado tão agitada que...

Bem, espero que gostem...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/473793/chapter/30

Eu estava por um fio... Na verdade por um machado, pendurado em um penhasco, a alguns metros do oceano que lavava o paredão de rocha na qual eu estava pendurado.

Demorou alguns minutos até que o susto inicial passasse. Após o susto, veio o medo e depois o instinto. Eu ainda não sei explicar como, ou o porquê, mas comecei a me mover para cima, indo em direção a terra. Meu corpo estava diferente, mais ágil, mais forte, e até um pouco mais leve?!

Conseguia cravar o machado na rocha pura com uma facilidade assustadora, em poucos minutos consegui chegar até a terra firme.

Meu coração estava acelerado, deitei no chão e respirei fundo durante alguns minutos. Olhei para o céu e percebi a lua, estava linda como sempre. Após conseguir se acalmar, sentei no chão e olhei para o horizonte.

Era uma estranha floresta, haviam diversas montanhas, e também o que pareciam algumas construções no local.

Respirei fundo, sabia exatamente o que tinha que fazer. Se aventurar pela floresta, procurando os outros, quer dizer, presumindo que eles estão nesse estranho local.

Coloquei o machado de alpinismo na cintura, e tentei fazer magia para fazer uma tocha, mas adivinhem? Falei a palavra “Fogo” em egípcio umas trinta vezes e não consegui fazer uma fagulha... O que estava acontecendo?

Não haveria como entrar na floresta sem uma tocha, mesmo com a visão melhorada, resultado da experiência de Ártemis, seria muito perigoso, até mesmo para um semideus.

Foi aí que meus instintos assumiram, peguei novamente em minha cintura o machado, procurei no chão, uma pedra.

Achando uma delas, peguei um galho seco, e um pouco de palha de arvore. Utilizando o machado, comecei a bater na pedra com força, algumas fagulhas começaram a sair. Utilizei a palha como pavio, e quando ela acendeu, eu incendiei o galho seco. E pronto, estava acesa uma tocha, mal feita diga-se de passagem, mas útil.

Encarando a floresta, respirei fundo e comecei a andar, em direção as árvores e a escuridão.

Era úmido, o vento era frio, meu coração estava disparado. Mesmo com a tocha, era difícil encarar a escuridão. Entendam semideuses e semideusas, mesmo eu sendo um de vocês, eu ainda tinha medo do escuro. Talvez para um egípcio, o escuro tenha um sentido diferente do que para os gregos e romanos. É onde a serpente Apófis mora, onde o caos e os demônios se agitam, é o elemento das trevas, ao contrário de Rá, o deus sol, a ordem.

Avancei com dificuldade pela floresta, a mata era densa e muito fechada, e vamos dizer, que sem uma faca, ou uma espada, era muito difícil passar pelas árvores, arbustos e diversas outros tipos de plantas.

O tempo passou rápido, consegui me acostumar com o terreno e comecei a avançar com maior velocidade, até que eu cheguei a uma clareira.

Era realmente um caminho aberto no meio da mata, era estranho, a floresta ao redor era muito densa, mas a clareira era perfeita, parecia até uma estrada.

Cansado, sentei no chão por alguns momentos e observei o céu. Alguma coisa errada havia acontecido, aquela com toda a certeza não era uma floresta da Grécia, o portal estava estável, Sadie utilizou muita magia, assim como Walt. Mas alguma coisa havia desviado o portal, o que não fazia sentido! Deveríamos estar perdidos no Duat!

Pensei no que faria durante alguns minutos e olhei para a Lua novamente. Ela era diferente naquele lugar, parecia preocupada. Ótimo Connor, agora você está atribuindo emoções a um grande pedaço de rocha no espaço...

— Maldita selva! – Gritou uma voz feminina

O tom já era conhecido, e ela vinha em minha direção.

Saindo de outro lado da floresta, Piper vinha em minha direção, com o cabelo mais desarrumado impossível, e muito incomodada.

— Pipes? – Perguntei

Ela no início me encarou com raiva, mas logo depois sorriu. Piper era uma garota incrível, tinha a personalidade totalmente ao contrário da personalidade de Annabeth. Ela era uma garota apaixonada, não por mim ou por qualquer um de seus amigos, mas adorava tudo o que fazia. Como uma filha de Afrodite, ela era linda, mas parecia não se importar com isso.

Ela poderia ser como qualquer outra garota com uma beleza acima da média, ser esnobe, arrogante... Mas não, Piper se importava com seus amigos, sofria quando via eles sofrendo, e embora as vezes sua atenção ficasse somente com Jason, ela era muito boa amiga.

— Oi Arty. – Ela sorriu – Graças aos deuses achei alguém! – Ela falou me abraçando

Era estranho, eu estava ligeiramente menor que Piper. E era engraçado, pelo menos na situação atual. Antes, quando eu a conheci, eu era mais alto que ela!

— Connor... Você encolheu? – Ela perguntou rindo

Eu não sei... – Dei risada – Alguma ideia de onde estamos? –

— Na verdade não... –

Nos encaramos por alguns minutos.

— Temos que continuar e achar os outros... Esse lugar é estranho! – Ela falou

Eu sei Pipes... Há algo estranho neste local! –

Ela fez que sim com a cabeça e pegou a tocha de minha mão.

— Eu vi algumas ruínas espalhadas pela floresta! Vários templos de pedra, e alguns que pareciam muito mais modernos! –

Templos? O que poderia ser este lugar?

Ajustei a mochila nas minhas costas e sorri para Piper, uma vontade incrível de fazer uma pequena exploração. A curiosidade tomou conta de mim, assim como um pequeno receio.

— Você quer ir até um desses templos, não é? – Ela perguntou

Curiosidade de Atena, você entende, não é? –

— Estou meio acostumada, a você e sua irmã fazerem bobagens por curiosidade... – Ela sorriu – Vamos, não temos nada a perder... –

E assim, com Piper guiando, voltamos a floresta.

Avançamos rapidamente, por um caminho que Piper havia aberto com sua espada, realmente, o caminho que ela havia feito era totalmente diferente, haviam diversas pedras, algumas tão grandes quanto carros, simplesmente no meio de uma floresta. Aquilo não combinava com o clima tropical da floresta.

Caminhamos por cerca de 15 minutos, até que paramos em frente a outra clareira. A grama era rapidamente substituída por pedras, as árvores por colunas jônicas, e o ambiente selvagem, pelo templo a um deus ou deusa.

Não era um templo grande como o Partenon, mas não era pequeno. Não haviam estátuas e ou qualquer imagem que identificasse a qual deus aquele tempo era dedicado.

— Interessante! –

— É assustador Connor! O que isso está fazendo aqui? –

Eu dei a volta em torno do templo, havia algo diferente. Uma espécie de entrada lateral, coisa que não era comum, na verdade nem existia em templos gregos.

Chamei Piper e nós dois decidimos explorar o templo.

Foi meio assustador, parecia que nenhum de nós gostava de lugares escuros e úmidos, a tocha iluminava pouco iluminava, a escada parecia não ter fim. E a cada passo, o ar parecia ficar mais pesado.

Com uma das mãos apoiadas em uma das paredes, continuamos descendendo, até o final da escadaria, que se abria em um grande salão.

Não precisávamos mais da tocha! O salão era iluminado, não sei como, mas havia uma luz azul que iluminava todo o espaço.

— Pela calcinha de renda de Afrodite! – Exclamei

Piper me olhou com raiva.

— Que foi? – Perguntei

Deixe as calcinhas da minha mãe fora disso... – Ela comentou

Eu comecei a rir e olhei para o ambiente.

Era incrível, uma estátua do tamanho da própria Atena de Partenos estava a nossa frente. Era feita de mármore e de mais algum metal que dava detalhes a deusa representada.

— Selene? – Perguntei

Piper me olhou e depois encarou a estátua.

— A antiga deusa da Lua? – Perguntou – Quer dizer... A Lua? –

— Sim... Ártemis substituiu ela por causa dos Romanos, e ela esteve desaparecida desde então! –

Aquilo era estranho, o que uma estátua de Selene estaria fazendo ali? O que era aquele lugar.

— Connor! – Piper Gritou – Você está... –

Eu olhei para minhas mãos, elas brilhavam... Era estranho, eu não queria ser uma fada ou um vampiro de Crepúsculo.

— O que está acontecendo? – Perguntou Piper

Eu olhei para as mãos da estátua, ela segurava alguma coisa, que brilhava assim como eu.

— Têm alguma coisa na estátua! –

— Vá ver então... Não fique aqui brilhando! –

E com um incentivo daqueles, eu comecei a ir em direção a estátua. E logo comecei a aprender a primeira regra de uma exploração em templos antigos... Sempre haverá armadilhas!

As tradicionais flechas começaram a ser disparadas de um lado para o outro da sala, em várias alturas.

Me atirei no chão para não ser atingido por nenhuma delas. Me arrastando pelo chão, consegui chegar aos pés da estátua, e a partir dali, eu finalmente entendi o significado do machado de alpinismo.

E ali eu inaugurei uma nova modalidade de alpinismo... O Alpinismo de Estátuas, com relativa facilidade, meus instintos assumiram e eu comecei a escalar a estátua rapidamente, visando alcançar os braços de Selene, e ver o que ela segurava.

Demorei alguns minutos, até que finalmente cheguei aos braços da estátua. Rapidamente me equilibrei e alcancei as mãos dela. Foi quando percebi, que o que brilhava nas mãos da estátua, era uma pedra avermelhada, do tamanho do meu punho.

Senti uma forte onda de calor vinda da mochila. Ao conseguir abrí-la, mesmo com grande dificuldade, percebi que o prendedor das caçadoras parecia brilhar em prata fraco.

Peguei o prendedor e ele virou um arco recurvo, o arco tradicional das caçadoras. Seguindo o instinto, me aproximei da pedra vermelha, e vi a magia acontecer.

Em um segundo, houve um clarão vermelho e prata, o arco de Bianca DiAngelo se combinou com a pedra da estátua de Selene. E após alguns segundos, o que se revelou, foi o arco de Bianca DiAngelo modificado.

O que antes era um arco recurvo, o tradicional, revelou um arco composto, com duas roldanas nas pontas, revelando um arco moderno.

E enquanto eu presenciava o show de luzes, Piper gritava para mim. Avisando sobre a outra armadilha, que foi iniciada logo após eu tocar na estátua.

A caverna da estátua, começou a se encher de água vinda das paredes. Quando eu olhei para Piper, ela estava com raiva e ensopada.

Eu acho que o destino gosta de acabar com minha felicidade e ou tentar me matar...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Irmão de Annabeth" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.