O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 2
Um passado distante e presente...


Notas iniciais do capítulo

Bem... Vamos dizer que me animei com a fanfic, por isso o capítulo está longo... Eu espero que leiam e não me abandonem... Prometo que o próximo terá em torno de 1500 palavras... kkkkk

Boa Leitura



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É incrível como ainda odeio viajar de avião, eu não me sinto seguro, na verdade, seja no mar ou no ar, eu sempre sentia que estava sendo vigiado constantemente, outras vezes, quando entrava no mar, sentia a corrente me puxando para longe da praia, como se quisesse me levar para o alto mar, e quando viajava de avião, aí as coisas pioravam de vez, a cada turbulência eu me agarrava no assento, nas aeromoças, no que tivesse pela frente.

Meu primeiro voo foi quando fui para o Cairo no Egito. Entenda, eu havia descoberto que estava em São Francisco, no oeste dos EUA. Simplesmente aparecer em um estacionamento de supermercado não é a coisa mais legal que existe, ainda mais quando você é uma criança de sete anos de idade cujo a aparência havia sido alterada drasticamente.

Eu passei algumas horas sentado em um muro do estacionamento, ainda refletindo sobre o que havia acontecido e qual seria o próximo passo a ser tomado. Quando se é criança não se pensa muito nas consequências de suas ações e muito menos nas responsabilidades que as cercam e depois de chorar, chamar a Annabeth, pedir ajuda a Deus e a meio mundo, tomei a decisão que parecia mais correta.

A mensagem de Atena tinha sido óbvia, a passagem para o Cairo e o meu passaporte, deixar o país imediatamente, ou pelo menos assim que eu pensava na época. O voo era marcado para as nove horas da manhã no portão 8 do aeroporto de São Francisco.

Com minha decisão tomada, parei de chorar e fui para o aeroporto, a espera de que eu conseguisse embarcar e que os deuses tivessem feito alguma coisa pra mim e não simplesmente me abandonado com uma passagem para outro país. E assim eu assumi meu destino, as 9 horas da manhã consegui embarcar sem problema algum para o Cairo, onde a parte mágica da minha vida começou.

Foi no mínimo bizarro que uma criança desacompanhada, sem malas e com um passaporte conseguisse embarcar em um voo comercial para outro país. Mas não pensei nisso, naquele momento, dentro daquele avião meus pensamentos estavam voltados para o futuro, o que eu faria quando desembarcasse em solo egípcio?

Bem, aqui no presente estamos pousando. Assim como no dia em que desembarquei no Cairo, da janela do avião vi as pirâmides, talvez as construções mais emblemáticas do mundo, pelo menos para mim, naquela altura, eu não fazia ideia do quanto o Egito, sua mitologia e sua magia fariam parte da minha vida.

Ao desembarcar no aeroporto do Cairo, sai sem mala, perambulando por todo o gigante complexo da aviação sem rumo, eu estava com fome, mas dinheiro era coisa que nunca tive, desde que fugi de casa com Annabeth, as nossas refeições eram ou coisas furtadas pelo Luke dos supermercados ou caças da Thalia, éramos felizes, mas nossos estômagos não. Ao ver a praça de alimentação me lembrei dessa infelicidade e meu estomago também.

Continuei por mais algumas horas, perambulando pelo aeroporto, entrando em algumas lojas, observando tudo e a todos, enquanto me sentia vigiado. A noite já caia na cidade egípcia e ali eu teria meu primeiro desafio, dormir no aeroporto ou na rua. Eu naquele momento não era um semideus, mas sim um menino de rua, com fome e com medo do que poderia me acontecer.

Minha decisão de ficar no aeroporto acabou com o meu medo de ficar sozinho nas ruas, mas não resolveu o meu problema com a fome. Tentei não pensar em meu estomago e fiquei calculando meus próximos passos, o que poderia fazer? Teria que logo pela manhã começar minha vida criminosa furtando lanchonetes...

Tentei dormir, mas algo não me deixou um barulho alto, como se um elefante estivesse sendo levado por todo o aeroporto. Aquilo me deixou confuso, com raiva e com mais fome, eu olhava para as outras pessoas que continuavam normais, sem esboçar reação alguma ao acontecido. Eu não podia estar louco, podia ser um semideus, filho de Atena, mas não estava louco, pelo menos não ainda.

Decidi andar pelo aeroporto em busca da fonte do barulho. Andei por tudo, mas não havia nada de diferente, agora eu realmente começava a acreditar que estava ficando louco, ou pelo menos até perceber que a fonte de todo o barulho no aeroporto vinha de uma coisa, não vou falar pessoa pois era realmente uma coisa.

Ela tinha um corpo de leão, mas uma cabeça de carneiro, e se agitava freneticamente querendo escapar de um grupo de pessoas que a havia capturado. Eram ao todo cinco pessoas, todas vestidas de branco segurando uma espécie de varinha e cajado. Eles cantarolavam uma língua que eu não conhecia e simplesmente de suas palavras vários desenhos daquela escrita antiga, os hieróglifos se formavam e prendiam com cordas a besta.

– TAS! – Um deles gritou e mais cordas se materializavam ao redor do animal

Eu continuei observando a luta da besta para escapar e as cordas e mais cordas que eram materializadas pelo grupo de pessoas. Depois de cerca de 10 minutos a besta estava praticamente presa dentro de um casulo formado por cordas. Um dos homens mencionou uma palavra que eu não consegui decifrar, mas o enorme casulo começou a flutuar e os homens começaram a movê-lo em direção a uma sala de faxina, ou um armário das vassouras, meu árabe não é bom.

Eu olhei tudo, a enorme besta foi colocada dentro do armário e o grupo também entrou. Eu fiquei ali parado, esperando para que eles saíssem, mas nada. Passou-se em torno de três horas e nada. Ninguém saia daquele armário (não foi a melhor frase... Sair do armário pode não ser tão fácil assim...).

Cansei de esperar e então fui até o armário e abri a porta. E para a minha surpresa que esperava a entrada de Nárnia, só havia vassouras naquele pequeno cubículo, nada de monstros ou pessoas de pijama branco, apenas frustrantes vassouras. Sai do armário (não do jeito que vocês pensam) e sentei no chão próximo ao armário. Eu havia ficado louco e tido uma alucinação com tal coisa.

Pensei assim até que outro grupo dos caras de pijama de branco apareceu, não eram cinco, eram apenas dois e um era uma garota.

Ela tinha cabelos negros e olhos castanhos, sua pele era morena. Ela poderia ter a mesma idade que eu, estava assustada olhando para os lados como se nunca tivesse visto um aeroporto ou uma aglomeração tão grande de pessoas. Eles foram para a frente do armário, o homem que a acompanhava abriu a porta e a fechou rapidamente. Não perdi tempo e colei meu ouvido nela para ouvir o que ele faria... Eu só ouvi uma palavra e depois um grande barulho:

– Sahad! –

Essa é a palavra que eu tinha ouvido. Eu esperei cerca de cinco minutos antes de entrar no armário novamente. E lá estavam elas, as minhas amigas vassouras, como se nada tivesse acontecido nos últimos minutos. Mas daquela vez eu sabia uma coisa a mais, fechei a porta do armário e me concentrei.

– Sahad! – Falei

Nada aconteceu, eu realmente devia estar louco. Me concentrei mais, e comecei a ouvir meus batimentos cardíacos, pensei em tudo que tinha acontecido em apenas um dia, pensei em Annabeth e disse novamente com mais força.

– Sahad –

Por um momento nada aconteceu, mas após alguns momentos as paredes desapareceram e deram lugar a uma escadaria de pedra que parecia não ter fim. Com algum medo eu comecei a descer. A escadaria era imensa e parecia ter uns dez milhões de degraus, o teto era baixo e dava uma sensação de ter sido feito para anões, eu continuei avançando sem ter notado quanto tempo passava.

O corredor de escadas que parecia infinito chegou ao fim e se abriu em um saguão a beira de um grande buraco escuro, do outro lado muros de uma cidade e duas estátuas era o que eu conseguia enxergar, a única coisa que tinha permitindo atravessar era uma longa tábua de madeira branca ligando os dois lados.

Sem mais nada a perder, eu me equilibrei, respirei fundo e comecei minha travessia. Era difícil não olhar para baixo, mas eu mantive o equilíbrio até o meio do percurso. Quando eu menos esperava, uma espécie de flecha foi atirada contra mim, ela não me atingiu, mas eu perdi o equilíbrio e comecei a cair no buraco.

Eu só podia esperar a morte, mas então veio a ideia, eu não tinha muito tempo, mas eu gritei:

– TAS! –

Uma enorme corda se materializou em minhas mãos, ela deteve minha queda pois estava presa a madeira. Eu comecei a subir nela com certa dificuldade, quando agarrei a borda da tábua e voltei a subir nela, atravessei engatinhando. Cheguei ao outro lado cansado demais e deitei no chão.

Depois de tomar um pouco de ar fui até as estátuas que ficavam a frente da passagem, sem fazer nada, elas simplesmente se moveram para o lado e permitiram que eu entrasse no local. Eu entrei.

Não podia acreditar no que via, uma longa praça com várias tendas que vendiam de tudo, comecei a explorar tudo ao meu redor, vi várias tendas vendendo o que pareciam bonecos de argila que falavam e se moviam como se estivessem vivos, além de vários amuletos, varinhas curvas e alguns cajados também estavam em exposição.

Tudo era mágico, era incrível, até alguém perceber o forasteiro... Foi um homem alto, de aparência rude e gritou algo:

– Intruso! –

E um grupo de homens de pijama me cercou. Não foi muito legal ser amarrado com o mesmo encantamento que amarrou a besta alguns momentos antes. Eu comecei a ter medo do que iriam fazer comigo, seria o final de Connor Chase?

Eles começaram a me levar por um longo corredor, comecei a observar a pintura nas parede, elas se mexiam. Olhar para aquilo era viciante, sentia uma vontade enorme de tocar naquela parede, mas não podia, estava amarrado. Chegamos ao final do longo corredor e entramos em uma sala, onde um velho senhor falava enquanto e vários hieróglifos se formavam no ar.

A garotinha que eu havia visto antes estava lá com ele, um pouco menos assustada, mas ainda parecia triste. Eu olhei para ela, não devia ter feito isso, pois ela me encarou de volta com uma cara de poucos amigos. Fui colocado no chão e desamarrado, o velho senhor olhou para mim com um olhar triste mas com expectativa.

– Quem é você? – Perguntou um homem de cavanhaque e cabelos negros, alto com um cajado em mãos. Aparentemente francês por causa do seu sotaque.

– Meu nome é Connor Chase... – Disse eu com um pouco de medo

– Como entrou aqui? Apenas magos têm a autorização e a habilidade necessária para conseguir entrar no primeiro nomo... – Atacou o homem

– Do mesmo jeito que vocês com a palavra Sahad no armário de vassouras... –

– É impossível, você não têm magia para fazer isso... Quem foi o mago que te deixou entrar? –

– Já disse que vim sozinho... –

– Você é apenas uma criança! –

– E você apenas um homem! –

O homem cerrou os punhos e vinha em minha direção, mas foi impedido pelo velho que se levantou de uma espécie de degrau onde havia um trono acima.

– Desjardins, ele é apenas uma criança e demonstrou um controle incrível sobre a magia apenas ouvindo algumas palavras... Passou no teste do abismo... – Disse o velho repreendendo

Mas Ishkandar... Ele é um intruso! –

– Ele pode ser um bom aliado, e nesses tempos com falta de novos magos, não podemos simplesmente desprezar um jovem prodígio... –

– Eu entendo! – Disse o homem chamado de Desjardins com um pouco de raiva

– Meu jovem, entenda que o que acabou de fazer foi magia pura, você parece ter uma habilidade natural para tal coisa. Por isso venho a convidá-lo para ficar aqui no primeiro nomo e aprender os caminhos da magia para se tornar um mago... – Disse o velho para mim

– Eu... Eu... – Eu não sabia o que responder, a minha vontade era de voltar para o acampamento, reencontrar Annabeth.

Entenda que abrirá mão de tudo que faz no mundo mortal e deverá seguir as regras da Casa da Vida... – Continuou ele

– Eu entendo e aceito. – Disse firmemente

– Desjardins conduza ele até o alojamento dos novos iniciados, verifique um kit de magia para ele e se ele precisa de alguma coisa. E Connor, a sabedoria anda com você! – Disse Ishkandar olhando para mim e piscando o olho direito

Com relutância o homem francês me levou para um alojamento com mais três crianças. Um Argentino, um Brasileiro e outro americano, eles me disseram que estavam lá por causa que suas famílias eram de magos descendentes do antigo império egípcio, assim, ele teriam que aprender magia para continuar o legado.

Quando eles me perguntaram o porque de eu estar lá, eu não sabia responder, eu ainda não sabia bem o porque havia aceitado a oferta de estudar magia e muito menos como eu havia conseguido chegar até lá. Eu não sabia nada sobre os Egípcios e muito menos sobre o que fariam comigo, mas eu havia sido abandonado. Eu não era mais o gêmeo de Annabeth, e Atena fez questão de dizer isso mudando minha aparência radicalmente. Ou seja, era ou aprender magia ou virar um menino de rua na cidade do Cairo.

Aquela foi a noite mais longa que eu tive, eu jantei com os outros, tive a oportunidade de começar a fazer amigos com o Brasileiro chamado André e o Argentino chamado Juan, o americano era um poço de futilidade. O estomago já não incomodava mais e o sono já estava pegando.

O dormitório não era confortável. Os beliches que tinha pareciam os militares usados na segunda guerra, bem e o travesseiro machucava meu pescoço, por isso não dormi com ele. Esse foi meu primeiro passo para a primeira viagem astral e a primeira conversa entre culturas.

Eu fechei os olhos e dormi, mas ao mesmo tempo não dormi, eu estava flutuando no quarto, conseguia ver meu corpo deitado e dormindo. Eu podia voar por todo o quarto, fiquei fazendo isso por alguns minutos. Uma estranha corrente de vento começou a me levar para longe do quarto, eu tentei resistir, mas não consegui, eu comecei a ser carregado pelo vento para longe.

E ele me levou para longe, voando eu vi o aeroporto, o Cairo, as Pirâmides e logo depois comecei a ver o Nilo, eu estava indo para muito longe, até finalmente chegar a uma cidade cujo não queria lembrar. Meu pai só falava da viagem que iria fazer para ela, quando fugimos de casa eu não sei se ele foi ou não. Atenas, a cidade da deusa da sabedoria, eu fui levado até as ruínas do Partenon, o templo de minha mãe.

Ele não parecia em ruínas quando pousei, na verdade estava muito bem conservado, bem até demais. Na minha frente estavam três mulheres, uma de cabelo preto como a noite e olhos cinzentos, que atende pelo nome de Atena, outra de pele morena e cabelos pretos, vestindo um traje egípcio e a última de cabelos negros, pele branca feito a neve e olhos azuis.

– Connor... – Falou minha mãe como se meu nome fosse uma ofensa

Porque estou aqui? – Perguntei rispidamente

– Calado. – Disse Atena

– Sim Senhora. – Disse como uma criança assustada (espera, eu era uma criança assustada?!)

– Melhor assim. Connor você veio aqui para entender uma coisa! Você não é mais bem vindo nos EUA, seu passado acabou e é melhor você aceitar isso! Esqueça Annabeth... É melhor pra você! – Disse Atena

– Esquecer minha irmã, ela era a única coisa que me deixava feliz... Agora você a tirou de mim! – Falei com ódio

– Sua raiva não muda nada jovem mago. Você escolheu seu caminho e agora pertence ao Egito. – Disse a mulher egípcia

E você quem é? – Perguntei

– Sou Ísis, a rainha dos deuses egípcios, deusa da magia, amor e maternidade. Você aprenderá com o tempo. – Disse Ísis

É um prazer... – Disse sorrindo com um pouco de vergonha

– Bem... Ísis, você já se apresentou agora é minha vez... – Disse a jovem branca como a neve

– Sou Skadi, deusa nórdica da neve e do inverno... Bem... Eu vim aqui para lhe entregar uma coisa... – Disse ela com vergonha

– Skadi?! Está com vergonha? – Perguntou Ísis

A deusa estava com o rosto vermelho, a cor se destacava em sua pele branca.

– Bem... Eu vim lhe abençoar, e lhe dar um amuleto... – Disse ela puxando algo de dentro do seu vestido (não me perguntem da onde)

Era um amuleto, tinha a forma de um lobo branco, era feito de ouro com mais alguma liga metálica. Skadi se aproximou de mim e colocou o amuleto em meu pescoço.

– Descobrirá para que ele serve na hora certa... – Disse ela me dando um beijo na testa, essa foi minha vez de ficar vermelho

– Obri...Obri... Obrigado Skadi! – Agradeci com um abraço nela

Pensando bem, não foi uma boa maneira de agradecer a uma deusa.

Connor... Eu lhe desejo sorte em sua vida, e para não dizer que nunca lhe dei nada, aqui está... – Ela pegou sua lança de um pedestal no canto do templo e entregou a mim

A lança tinha em torno de dois metros de comprimento, era feita de uma liga de ouro com bronze (sério, quem mistura ouro com bronze?). Eu a segurei direito e a lança foi se tornando menor até que se prendeu no meu pulso e tomou a forma de um relógio.

– Se a usar estará bem, é uma de minhas favoritas... Se cuide, filhote de Atena... – Disse minha mãe pela última vez

– Durma bem... Aprenda magia muito bem! – Disse Ísis

– Isso é apenas um até breve... Filhote de Atena! – Disse Skadi rindo enquanto estava com vergonha

O vento me levou novamente para o quarto no Cairo. Aquele foi meu primeiro encontro com as duas deusas, além do segundo com Atena. Ela não parecia ser má, mas sim estava triste com alguma coisa, tentava esconder mas eu sentia.

Depois daquilo, meu treinamento se iniciou para valer. Foram quatro anos felizes no primeiro nomo. Passei dos sete anos aos treze aprendendo magia de cura, ofensiva e defensiva. Eu iria começar minha especialização em algum tipo de magia, mas foi quando os Kane apareceram.

Eu não os culpo e hoje só temos a agradecer aos dois irmãos, mas na época, o primeiro nomo virou uma bagunça por causa dos dois. Vários dos professores de magia foram realocados para a caça aos irmãos Kane e vários outros morreram no ataque de Apófis. Os Kane haviam salvado o mundo e nos reapresentado ao caminho dos deuses, um antigo estilo de magia que havia sido proibido na Casa da Vida há milhares de anos.

Com isso, eu parei de fazer magia por um tempo e voltei a perambular pelo mundo ajudando algumas pessoas, conhecendo lugares, tudo sem viajar de avião, somente utilizando os portais mágicos do Duat. Fiquei cerca de três anos nessa de nômade pelo mundo, até que finalmente tomei a decisão de minha vida.

Eu iria para a Universidade, fazer um curso e viver uma vida normal para variar, mesmo sendo um mago, as coisas deveriam dar certo. Havia entrado em contato com alguns magos que davam aula em universidades da Europa e acertado que iria começar em alguma. E com alguma magia e documentos falsos eu deveria começar a cursar Medicina na Universidade de Atenas neste exato momento.

Mas o destino tinha outros planos para mim. Um dia antes de as aulas iniciarem, anteontem, fui visitar o Partenon e pedir proteção e estudo para minha mãe. Ao invés disso eu recebi uma bilhete e uma passagem de avião.

Você está autorizado a voltar...”

O voo era de Atenas para Nova Iorque, neste dia refleti muito sobre o que podia acontecer se eu voltasse. Pensei em minha vida, nos meu amigos no primeiro nomo e tudo o que havia feito até agora. Eu era uma boa pessoa como eu era, não precisaria voltar para o EUA, mas uma coisa foi maior que todas as outras.

A vontade de ver Annabeth novamente me motivou a ir em frente, e pela segunda vez em alguns anos eu tomo a decisão que Atena já tinha tomado por mim. Peguei o voo para Nova Iorque e deixei o passado para trás mais uma vez.

O avião já havia pousado enquanto lhes contava toda essa história, no saguão do aeroporto estava ela me esperando, alguém com quem eu mantinha contato por todos os meios de tecnologia possíveis. Sadie Kane havia se tornado muito minha amiga. Ela estava lá, olhando para os aviões pousando e me esperando como eu havia pedido.

Eu não estava certo do que aconteceria a seguir, mas algo em mim queria muito tentar voltar, tinha medo de tudo, mas ainda estava com a lança de Atena e o colar de Skadi, que, diga-se de passagem, foi meio inútil até agora. Poderia enfrentar qualquer um, mas talvez, não meu passado...


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Notas finais do capítulo

Sinto muito se perderam seu tempo lendo... Ou se gostou e quer que continue mande um comentário... Estarei esperando a avaliação de vocês