O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 17
O Fim dos Acampamentos - Segunda Parte


Notas iniciais do capítulo

Saudades?!
Hehe... Eu fiquei, mas está aqui, mais um capítulo de O Irmão de Annabeth está online.
Desculpe pela demora, mas estou com a vida complicada.
Espero que gostem deste.



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Pousamos em um monte de neve, o vento frio atingia meu rosto desprotegido, assim como o dos outros. Annabeth estava ainda em estado de choque, segurando o pulso, sem dizer nada. Sadie e Walt desmaiados e Skadi, bem, ela estava de braços abertos aproveitando o frio. Estava feliz demais.

De certa forma eu também estava adorando, o verão nos EUA estava me matando, mesmo estando com um pouco de frio, muito pouco, eu abri um sorriso e fui para perto de Skadi. Ela pulou no meu pescoço e nos dois caímos na neve.

– Isso não é maravilhoso? – Perguntou ela sorrindo

– Realmente... Estou com um pouco de frio, mas é lindo! –

Ela me beijou.

Fiquei bobo por alguns segundos e daí lembrei dos outros.

– Não acha melhor agente achar algum lugar para descansar? – Perguntei

Ela sorriu.

– Olhe para trás... – Disse ela apontando

E lá estava ela, uma cabana de madeira no meio de toda aquela neve. Ao melhor estilo sonhos da Disney, a lareira estava acessa, dava para ver pela fumaça que saia da chaminé. Eu e Skadi tivemos algum trabalho em arrastar todos lá para dentro.

Era mais incrível ainda por dentro, o fato de a lareira estar acesa, já aquecia todo o ambiente. Mas por dentro a cabana era toda decorada ao melhor estilo inglês vitoriano, mas com tecnologia a vontade. Os dois andares deviam separar os quartos. Com a ajuda do feitiço da levitação, conseguimos levar Sadie e Walt para as suas camas, os deixando dormindo.

Annabeth ainda estava desligada do mundo, se limitava a respirar e apertar seu pulso, Skadi estava cansada e eu entendia o porque, afinal, deveríamos estar há alguns milhares de quilômetros do acampamento romano, mas no final de tudo, estávamos todos bem...

Sentei na sofá e Skadi sentou ao meu lado. Ela deitou sua cabeça em meu ombro e dormiu.

Eu olhei para Annabeth que estava sentada no outro sofá, ainda apertando seu pulso. Eu sentia uma confusão muito grande vindo dela, talvez o afastamento de Percy só piorou as coisas. E ainda mais Rachel, eu queria ver o que ela havia feito no pulso de Annabeth, mas tinha medo do que podia acontecer.

Respirei fundo.

– Annie... Ainda está doendo? – Perguntei

Ela olhou para mim e com os olhos cheios da lágrimas fez que sim com a cabeça.

Annabeth parecia uma criança, eu me lembrava dela daquele jeito. Ela tinha 7 anos e era fechada com todos do mesmo jeito que estava agora. Tinha medo de tudo e de todos, eu mal conseguia me aproximar dela, mesmo sendo o seu irmão. Ela havia mudado demais, mas agora estava lá, encolhida em um canto da sala, segurando seu pulso machucado, como se voltasse a ser uma criança.

Deitei a cabeça de Skadi no sofá e fui para perto de Annabeth.

– Irmã, deixa eu ver? – Perguntei

Ela fez que não com a cabeça.

– Annabeth, sou seu irmão, só quero seu bem! Por favor deixa! –

Ela continuou negando. Respirei fundo.

– Annabeth Chase, sou seu irmão e quero ver seu pulso machucado! Me mostre agora! – Gritei acordando Skadi

Annabeth arregalou os olhos e me deu seu pulso direito.

Consegui retirar a bandagem provisória feita do meu traje de linho e o que vi me chocou demais.

Havia ainda um pouco de sangue coagulado, mas a cicatriz já estava formada. Não era algo comum, o que Rachel havia feito no pulso de minha irmã. O símbolo da vida era o Ahnk ou a cruz egípcia, era o símbolo que representava a casa da vida e que muitos deuses o usavam para representar a vida eterna.

O que havia no pulso de Annabeth era um Ahnk, ou melhor era para ser, o Ahnk dela estava invertido. Era vermelho e pulsava, era se como a ferida ainda estivesse aberta e o sangue de Annabeth pulsasse dentro da cicatriz. Era estranho e eu não entendia o porque daquilo.

Respirei fundo e coloquei a mão na testa de Annabeth.

– Há-Tep (fique em paz) –

O Hieróglifo brilhou em azul na testa de Annabeth.

Era estranho, no caso meus hieróglifos sempre brilharam em dourado por causa de parte do sangue de Atena. Mas agora estava azul claro, não entendia o porque disso. Mas Annabeth estava mais tranquila, a magia tinha dado certo e ela estava sorrindo.

– Obrigado irmão... Eu estou com medo Connor... – Disse ela

Eu a abracei.

– Não é só você maninha. -

Ela me abraçou forte.

– E cadê o Percy? –

– Annie, eu não sei, ele pode estar em qualquer lugar do mundo agora, ou do espaço invisível que nos cerca. –

Ela chorou um pouco.

– Connor, o que significa este sinal? –

– Eu não sei... É o sinal da Vida Eterna, só que está invertido... Isso não faz o mínimo sentido. –

Ela me abraçou mais forte.

Senti a presença de Skadi mais forte na sala, ela estava olhando tudo, mas não havia dito nada até aquele momento.

– Você e a Alex estão namorando? – Perguntou Annabeth

– Bem... Estamos sim. – Respondi sorrindo

– Mas Connor, ela é uma filha de Atena, não pode namorar sua meia-irmã! – Disse Annabeth horrorizada

Eu sorri e Skadi veio para nosso lado.

– Não sou meia-irmã de vocês... Meu nome é Skadi, deusa nórdica da neve. – Falou ela sorrindo

Annie ficou um minuto sem reação.

Uma Deusa?! Nossa Connor, você se superou! – Sorriu Annabeth

Eu sorri e beijei Skadi, mas Annie continuava confusa.

Desenhei no ar o símbolo de um gato, e em minha mão se formou um amuleto.

Era uma das magias que Walt havia me ensinado, consegui produzir um amuleto de Bastet para Annabeth.

Coloquei no pescoço dela.

– Sei que você é grega. Mas este amuleto representa a deusa Bastet, é a deusa egípcia dos gatos, das mulheres e das crianças. Sei que ela irá proteger você de tudo Annabeth, eu lhe daria o de Ísis, mas vamos dizer que brigamos um pouco. –

Ela pegou no amuleto e sorriu.

– Obrigado Connor! –

– Agora vá dormir e descanse. Temos muito o que fazer ainda! – Disse Skadi

Annabeth se despediu de nós dois e subiu as escadas da cabana.

Eu e Skadi estávamos a sós, agora poderíamos finalmente ter um tempo para nós dois.

Skadi me beijou mais uma vez e fixou os olhos azuis em mim.

– E então... Finalmente descobriu seu dom? – Perguntou ela

– Acho que sim... Mas não posso produzir mais do que um punhado de neve. –

– Você vai ter que ter paciência, seus poderes ainda são muito novos e é um milagre que estar de pé ainda, mesmo depois de lutar contra Rachel, produzir neve e entre outras tantas coisas. –

– Mas Skadi... Porque eu? –

– Connor, eu queria lhe dar alguma coisa, depois de todo o problema que você teve com sua mãe, o abandono... Tudo, eu me responsabilizei por você e acabei me apaixonando, esse foi meu presente para o seu aniversário de 19 anos, que na verdade está muito próximo... –

– Realmente, faço 19 daqui há dois dias e mesmo assim não estou feliz com isso. –

Ela sorriu.

– Não têm como se alegrar em um tempo desses Connor, mas mesmo assim será um dia especial para vocês dois. E como você descobriu seu dom? –

– Tive uma ajuda... –

– Quem?! – Perguntou ela braba

Skadi era ciumenta?!

– Quione... –

Skadi me olhou com raiva.

– Minha prima tem sempre que se meter em tudo. Você é meu e não dela! – Disse ela agarrando meu braço

Eu deu risada.

Isso foi tipo rir da cara da morte.

– Claro que sou seu! Só seu! –

Ela sorriu.

– Então meu bonequinho de neve... Quer fazer o que? –

Eu ri.

– Bonequinho de neve? – Perguntei

Ela sorriu e brincou com meus cabelos.

– Claro, sou milhares de anos mas velha que você! E você ainda está começando na dominação de gelo... – Disse ela sorrindo

Mas bonequinho de neve?! –

Ela riu.

– Sim... Ou prefere floquinho? – Perguntou ela

Eu ri.

– Não pode ser Connor? –

– Não! – Exclamou ela

Sim senhora! –

– Melhor assim... –

Eu e Skadi ficamos acordados pelo resto da noite, não fizemos nada demais, conversamos direto, nos beijamos diversas vezes e ficamos abraçados até cairmos no sono. E parece que até mesmo nos sonhos eu e Skadi deveríamos estar juntos.

Sonhei que acordava deitado na grama, molhada com o orvalho da irmã. Demorei para perceber que Skadi estava do meu lado e aonde eu estava.

Levantei rapidamente.

– Isso aqui é familiar! – Disse

Skadi se levantou.

– Muito familiar! Isso é a colina meio-sangue! –

Ouvi uma explosão atrás de mim.

Ao olhar para trás pude verificar o desastre que estava acontecendo. O acampamento meio sangue estava cercado, algumas centenas de magos, todos vestindo trajes de linho negro cercavam o acampamento.

Por algum motivo a barreira de proteção não funcionava mais e agora os semideuses, em desvantagem numérica, atacavam os magos. Os gregos não tinham chance nenhuma, via várias maldições egípcias sendo recitadas, disparos de energia... Era um massacre.

Os chalés estavam destruídos, não havia sobrado nada em pé.

– Isso é horrível! – Disse Skadi

Vai piorar! –

Descemos a colina e começamos a andar por tudo, a casa grande estava em ruínas, o Chalé 6 e o Chalé 5 também. Havia corpos por todos os lados, mas nenhum conhecido meu, alguns semideuses ainda resistiam bravamente, lutando contra grupos de 5 magos. Mas naquela altura do campeonato, não havia nada que pudesse ser feito.

Chegamos a arena, mais corpos de semideuses, inclusive algumas crianças estavam caídos, mas no centro, um avatar enorme com cabeça de falcão enfrentava um combinado de Jason Grace e Percy Jackson.

– Hora de eliminar os líderes desse acampamento! – Gritou Carter

Percy e Jason deram um passo para trás.

– Enquanto o Olimpo se manter firme, nós lutaremos! – Gritou Jason

Percy e Jason dispararam raios e água contra Carter.

Carter deve ter perdido um pouco da concentração, pois seu avatar tremulou e diminuiu um pouco, deixando a partida um pouco mais justa. Jason e Percy eram adversários a altura de Carter, talvez as três pessoas mais poderosas naquele momento no acampamento estavam se enfrentando em uma batalha que poderia mudar o rumo das coisas.

Embora eu queria que Atena estivesse ali, ajudando os semideuses, mas não, não havia nenhum deus grego naquele acampamento.

– Skadi... Precisamos ajudar e parar isso! –

Ela balançou a cabeça negativamente.

– Somos apenas espíritos aqui... Quer dizer, você é apenas um espírito aqui, eu estou aqui somente para te proteger! – Disse ela

Percy e Jason convergiram seus poderes e criaram uma onda maciça de energia.

Embora eu não sei como aqueles dois conseguiram fazer aquilo, era muita energia vinda de Jason e Percy, se Carter não desviasse, era fim de jogo para ele.

Carter dispara uma rajada de energia na onda.

Buumm... Ou melhor, pegue a explosão de Hisoshima e Nagazaky e diminua em duas vezes, acrescente magia e um acampamento de deuses gregos. Foi a maios catástrofe que poderia acontecer, a explosão engoliu Jason, Percy e Carter e foi tamanha que com certeza pode ter sido vista de Nova Iorque.

Eu e Skadi fomos arremessados para longe, meu bá só sobreviveu por causa de uma barreira de energia que a Rainha do Gelo criou ao meu redor. A imagem da explosão havia ficado gravada em minha mente, não queria admitir, mas as possibilidades de qualquer um dos três ter sobrevivido a aquilo, era quase nula.

Ou seja, em uma leva, perdíamos um filho de Zeus, o semideus mais forte dos últimos 3000 anos e o Faraó da Casa da Vida. Má sorte?! Já passava disso faz tempo, e o meu frio interno, só aumentava. Os poderes de Skadi que corriam em minhas veias queriam se libertar, eu tinha que contê-los, sabia o que podia causar se os liberasse sem o mínimo controle.

E como em Avatar, a lenda de Aang, programa a qual eu não perdia um único episódio, teria que criar uma forma de controlar aqueles poderes. Uma forma que não me congelasse e não congelasse alguém, acho que teria que inventar a dobra de neve...

Acordei abraçado em Skadi.

O fogo da lareira havia se extinguido, o frio tomava conta da cabana e de meu ser. Skadi estava bem a vontade, mas eu estava congelando por dentro e por fora. Eu não havia percebido, mas onde estava deitado, estava congelado... Sim, uma pequena camada de gelo havia se formado em baixo de mim.

– Tá bom... Vou ter que te ensinar o controle disso... – Riu ela

Fiquei sério e olhei para a parede.

– Não posso acreditar que os perdemos... – Comentei

Ela me abraçou.

– Sabe Connor... As vezes o destino prega peças na gente... –

Ela me beija e volta a dormir.

E eu fiquei ali, sentado no sofá, olhando para a parede. Esperando alguma resposta ou algum sinal. E novamente, fiquei só.


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Notas finais do capítulo

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