O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 15
O Mundo Começa a...


Notas iniciais do capítulo

Demorou mas está aí... Agradeço aos comentários e espero que gostem do novo capítulo!
Boa Leitura!



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Depressão, fazer aquilo com Zeus havia me levado para o fundo do poço, nas horas que se passaram, na fria noite no acampamento romano, me foquei a filosofar sobre minhas escolhas de vida até o momento. Tudo havia começado na casa da vida a onze anos e parecia tão errado. Um grego aprendendo a ter uma vida Egípcia?! Uma ofensa aos dois lados, e Atena, minha mãe estava sofrendo pelos meus erros!

– Connor? – Chamou uma voz fraca do outro lado da parede.

– O que Sadie? – Perguntei frio

– Me desculpa por mais cedo... Eu não estava raciocinando direito, tudo isso é muito novo para mim... Eu não quero que nossa amizade seja destruída! –

– Não vai... Eu te adoro marrentinha, agora, por favor descanse... Este acampamento deve estar no meio de uma geladeira invisível, de tão frio que está aqui! E é verão lá fora! –

Ela riu e foi dormir.

Continuei refletindo sobre tudo e percebi que a temperatura estava tão baixa naquela cela, que minha respiração já estava visível.

– Skadi? – Perguntei

No fundo da cela, um clarão branco apareceu. Materializou-se uma mulher de cabelos brancos, vestido azul e olhos azuis.

– Quase querido... Sou uma prima dela, conhecida por Quione... – Disse a deusa docemente

Eu sorri... Gostava do frio, e aprendi a me acostumar com os poderes de Skadi.

É um prazer Quione... Deusa do Inverno – Falei feliz

– É um prazer Connor, incrível que não está com frio como o resto do acampamento! - Comentou ela se aproximando

– Já estou acostumado de tanto abraçar Skadi... –

Ela riu.

– Minha prima sempre teve uma queda por humanos. Ainda mais os poderosos, e parece que você não é excessão... –

Fiquei vermelho de vergonha.

– Sabe, estive observando que a temperatura estava caindo no acampamento grego e no chalé de Zeus e o de Atena... Sabe me explicar o porque? –

– Skadi estava no chalé 6 e as vezes não controlava bem os poderes... – Sorri

Mas e o Chalé 1... Soube que você ficou lá por um tempo. A temperatura baixou 10 graus... – Comentou ela

Eu a olhei confuso.

– Eu não sei de nada... É verdade que fiquei no chalé de Zeus, mas não senti a temperatura baixar... –

– Estamos no meio do verão... Então Connor, têm sentido frio ultimamente, quando está nervoso ou com raiva? –

– Na verdade sim... Muito frio que vem do nada, mesmo quando não estou com Skadi! –

– Connor... Quero que faça um exercício comigo... –

– Qual? –

– Estenda sua mão, quero que você tente formar um pouco de neve, sem magia, apenas com o frio que você têm dentro de si... –

Ela mostrou e mandou eu repetir.

Sabia que não poderia repetir aquilo sem magia, mas mesmo assim estendi o braço e senti o frio no meu interior. Tinha que deixá-lo ir para fora, dominar meu corpo e sair dele.

Na palma de minha mão, uma substância branca começou a se formar.

Era incrível, todo aquele frio saindo de mim, mas me sentia mais fraco a cada segundo que passava.

Parei pois quase desmaiei.

Quione me ajudou a levantar e sorria intensamente. Ela pegou a minha mão e olhou para a minha palma, havia uma pequena camada de gelo formada.

– Eu sabia que era você! – Exclamou ela

– O que houve? – Disse fraco

– Você pode produzir neve assim como eu e Skadi... Um talento um tanto raro! – Disse Skadi

Como assim? –

– Até hoje não se sabe de nenhum semideus com essa habilidade, Skadi deve ter te abençoado com ela quando você era novo! Por isso você ama o frio e não tem medo de mim! –

– Porque ela me daria essa habilidade? – Perguntei

– Pois ela está sozinha há anos, se identificou com toda a rejeição que você teve na infância e passou a protegê-lo. É um presente incrível, Connor, deveria sair daqui e ir treinar essa habilidade comigo e com Skadi... – Disse ela sorrindo

Não posso Quione, vou ajudar meus amigos e familiares no que está por vir... Eu preciso ficar aqui! –

– Vai morrer assim! Mas treine sua habilidade... Quem sabe um dia não se congela e vira uma estátua para meu quarto? –

– Quem sabe?! –

Quione sorriu e desapareceu. Eu desmaiei no chão de cansaço.

Não sentia mais frio, mas me sentia muito vazio. Me concentrei demais para formar um pouco de neve e quase tive um AVC, se era como a magia, demoraria anos para dominar isso. Além do mais, meu encontro com o chão de pedra de minha cela, me deixou com um lindo galo na cabeça, que ao acordar, cerca de quatro horas depois estava latejando e doendo demais.

Acordei com Reyna e Annabeth entrando na minha cela. Eu olhei irritado para Reyna, que sorriu. Annabeth estava preocupada.

– Bem Connor, como sua irmã me disse... Você é filho de Atena e salvou ela e o Percy, então vou te liberar com uma condição? –

Olhei para ela com raiva.

Que condição? –

– Fique aqui em Nova Roma e seja iniciado como um romano! –

Annabeth virou o rosto.

– Reyna, eu sinto muito, mas meu lar não é aqui... Meu lar fica no Cairo, e vou ter que recusar sua proposta! – Sorri

Ela cerrou os punhos.

– Como assim?! Sou generosa te oferecendo a liberdade e você a dispensa?! – Gritou

– Liberdade?! Ter que ficar preso aqui neste acampamento, que me causa arrepios! Não vou participar de seu jogo! – Gritei ficando frente a frente com ela

Ela sorriu.

– Então vai passar muito tempo aqui... Inimigo de Roma! –

Ela saiu e fechou a porta com tudo, deixando Annabeth comigo na cela.

– Connor... Eu te amo... Meu Irmão! –

Annabeth me abraçou por algum tempo.

A Annabeth que todos amávamos e temíamos estava me abraçando, naquele momento ela não era a estrategista, a líder do Chalé 6, era apenas minha irmã, minha gêmea, que começava a aceitar minha existência. Eu compriendia o porquê dos sentimentos que Percy tinha por ela, Annabeth de longe parecia ser fria e sem coração, mas quando se aproxima dela, dá chance para a amizade. Terá uma excelente pessoa disposta a te ajudar sempre.

Ela saiu da cela e me deixou novamente na cela.

Uma coisa me preocupava, fora dos muros de Nova Roma, uma guerra poderia estar se iniciando, os Egípcios não iriam ficar parados para a declaração grega. Já sabia por onde tudo começaria.

O palco seria o Brooklin, mesmo debilitado, Zeus mandaria um exército de monstros, deuses menores e alguns maiores para invadir e destruir qualquer resquício do Egito naquela área. Hórus não ficaria atrás, ele e Carter trariam os melhores magos do mundo, fariam estatuetas para rituais de execração, usariam todas as magias antigas que se lembrassem.

Uma batalha perdida dos dois lados, não poderia fazer uma previsão de quem sairia vencedor, pois ambos seriam extremamente fortes. Embora o lado egípcio jogasse em casa, os gregos poderiam apelar para os semideuses. Uma batalha como essa, agitaria ainda mais o caos presente em todo mundo, despertaria algumas das forças mais antigas que se têm notícia, seria o verdadeiro fim do mundo.

Eles não poderiam lutar, eu ou alguém tinha que impedir um confronto direto entre as duas forças. A única chance era escapar daquela sela e correr para a mansão do Brooklin antes que acontecesse tal coisa, mas, havia prometido para mim mesmo que não voltaria a usar magia mais. Ou seja, estava a mercê da boa vontade dos romanos.

Uma explosão atrás de mim destrói a parede que dividia minha cela com a de Sadie.

– Bom dia! – Disse ela se alongando e sorrindo

Walt veio atrás dela sorrindo.

– Só você mesmo para fazer isso! – Falei rindo

– Prefere outra entrada?! Que tal explodirmos o teto?! Iria ser legal! – Ironizou Sadie

Dei risada.

– Bem... Já estou ferrado com todos os lados mesmo... Sadie, que tal uma festa egípcia? – Perguntei

Ela deixou os olhos grandes.

– Com destruição? Pinhata do Carter? Camelos que Peidam? E tudo mais? – Brilhavam os olhos quando ela falava

– Claro, porque não?! Mas eu acho que só vamos sair daqui mesmo... – Falei sério

Ela me olhou triste.

– Sem destruição?! – Perguntou ela

– Destrua somente a outra parede da cela para que possamos escapar... – Disse Walt

Sadie fez cara de choro, mas deu logo risada, destruiu uma das paredes laterais da minha cela com o feitiço Há-Di, depois que saímos os romanos nos esperavam lá fora. Sob o comando de uma garota de cabelos negros, pele morena e olhos dourados, ela carregava uma espada de ouro em seu cinto e olhava nervosa para cada um de nós.

– Inimigos de Roma! Rendam-se! – Gritou ela para nós

Eu, Sadie e Walt ficamos em formação de triângulo. Hazel sacou sua varinha, Walt estendeu as mãos para frente... E eu, bem, eu fiquei de braços cruzados sem fazer nada, não voltaria a utilizar a magia.

– Rendam-se! – Enfatizou um garoto musculoso, asiático de corte de cabelo militar.

Estavámos cercados, mas mesmo assim, acho que os Romanos não iriam ser pareô para dois deuses Egípcios, Ísis e Anúbis. A garota e o garoto me encararam.

– Romanos! Ataquem!- Gritou a garota

Dez soldados Romanos foram para cima de nosso triangulo, nós nos separamos, cada um lutando com os seus poderes.

Saltei e rolei para o lado, desviando de algumas espadas romanas, quando me levantei, percebi que estava sem meu relógio, logo estava sem minha arma.

O primeiro soldado veio para cima de mim.

Desviei do primeiro golpe de espada, com reflexos não costumeiros, ele se desequilibrou e tentou acertar meu braço. Acertando o pulso dele com um soco, consegui imobilizar a espada, acertei-lhe duas joelhadas no estomago e ele caiu se contorcendo de dor. Havia conseguido a espada do primeiro soldado.

Outros dois vieram para cima, consegui desviar dos dois e acertei-lhes um golpe de espada os cortando no estomago. O que restava para mim era o garoto que comandava a legião ao lado da garota, o asiático.

Ele me encarou e puxou uma lança comum.

Ele parecia um pouco assustado, provavelmente com o show que Sadie e Walt davam, ele veio para cima. Ao contrário de todos os soldados, ele sabia como manusear perfeitamente sua arma, eu mal me defendia. O garoto me acertou com a ponta da lança umas seis vezes, me cortando em todo o corpo. Eu caí de joelhos, ele chutou minha espada para longe.

– Eu disse para se renderem! – Falou ele com autoridade

Trinquei os dentes.

Resisti ao impulso de usar magia naquele momento, ao contrário do que se pensava, aceitei minha derrota. Sadie e Walt não tinham esse problema com a garota, utilizando a palavra de comando TAS (corda), ele conseguiram incapacitar ela sem nenhum arranhão.

O garoto olhou preocupado com a garota.

– Soltem ela agora... Ou eu me encarregarei de matar vocês dois pessoalmente! – Gritou ele

Sadie fez apenas um sinal com a mão e uma corda prendeu ele.

Me soltem! – Gritava ele

Sadie me ajudou a levantar.

– Você está bem Connor?- Perguntou ela

– Estou... Só, vamos sair daqui... – Falei triste

Foi então que o mundo veio a baixo quando percebemos que estávamos cercados por Romanos e mais duas pessoas que estavam armadas contra o grupo. Eram Annabeth e Percy, os dois estavam olhando horrorizados para nós três, ambos com espadas nas mãos, Reyna liderava a legião que estava logo atrás dos dois.

– Connor, nós discutimos e achamos que você é o responsável por tudo... Então baixem as armas e se rendam! – Gritou Reyna

Eu, Sadie e Walt se entre olhamos.

– Irmão, faça o que ela diz, nós não queremos machucar vocês! – Gritou Annabeth

Um raio cortou o acampamento.

– Zeus quer que você se entregue... Você não entende Connor? Isso é uma guerra e eles são o inimigo, agora, de que lado você vai ficar? – Perguntou Percy sério

Fui para o lado de Sadie. E saindo do meio de um bolo de Romanos, Skadi foi para o meu lado.

– Essa é a sua escolha então? – Perguntou Percy

– Não se trata de escolha, mas sim do que é certo para se fazer... –

Uma explosão veio de nova Roma...

O mundo realmente estava mudando.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Preferem Skadi ou Quione?

Até mais! 0/



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