O Irmão de Annabeth escrita por João Bohrer


Capítulo 10
O Castigo da Deusa.


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal...
Bem... Este com toda a certeza foi um dos mais difíceis capítulos que eu escrevi. Simplesmente não conseguia pensar no que fazer, mas aí as ideias surgiram e até certo ponto Dramáticas e com uma justiça poética...

Espero que gostem! Boa leitura!



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Percy acordou depois de toda a conversa e a aparição dos dois deuses. Annabeth estava tensa, e eu também, as coisas começavam a dar errado com a aparição de Dionísio, que estava escondido como uma folhagem dentro da enfermaria. A de Atena não me tranquilizou, pelo que eu havia entendido, eu estaria sozinho para defender minha vida, teria alguns dias para treinar e me aperfeiçoar.

Eu já sabia para onde Dionísio havia ido, não passava em minha cabeça que eles me deixariam ficar vivo por mais que algumas horas. O Olimpo nesta noite estaria fervilhando, talvez eu fosse o motivo de uma discussão intensa, talvez as decisões fossem unânimes e minha morte fosse marcada para a próxima manhã.

Eu não queria morrer, mas podia compreender claramente o porque de minha existência poderia causar toda a confusão que estou prevendo que causará. Não se trata de um simples intruso, se trata de um mestre em magia com acesso aos poderes ilimitados de uma deusa mais antiga que os Gregos. Embora acho que Dionísio não fizesse ideia da presença de Ísis durante alguns dias no acampamento.

O contato com as duas culturas havia sido cortado por séculos, justamente para não iniciar uma guerra que poderia levar a destruição de ambos. Mas agora, tudo poderia ir pelos ares e ainda têm aquela voz, aquela cujo uma guerra entre as duas civilizações mais poderosas ajudaria a realizar seu plano, seja qual for.

Annabeth conversou com Percy, chorou mais um pouco e ficou abraçada com ele.

– Então você revelou tudo para ela? – Perguntou Percy sorrindo

Eu olhei para ele e sorri.

– Percy, depois de todas aquelas visões e tudo o que aconteceu comigo, eu achei que estava na hora de ela saber... E além do mais, eu posso não sobreviver até amanhã, por isso resolvi contar tudo para ela... –

– Como assim, não sobreviver? – Perguntou Percy sério

Annabeth contou para ele a conversa com Dionísio e o desafio de Atena. Percy me analisou, obviamente ele não achava que eu conseguiria sobreviver a luta contra algum deus.

– Connor, eu não vou deixar isso acontecer. Você nos ajudou e não pediu nada em troca, vocês dois acabaram de se reencontrar! –

– Nós dois decidimos que vamos ser apenas amigos... Ou melhor, estranhos... Entenda, foram muitos anos de separação e mesmo que Annabeth comece a se lembrar de eventos passados, preferimos ser apenas isso. É frustrante não ter mais tempo, mas estou feliz em revê-la! – Sorri

Annabeth voltou a chorar.

– Connor, você não vai morrer! Eu prometo! – Disse Percy

– Percy, a luta vai ser minha... Eu não sou um completo inútil em combate, mas acontece, que se eu me defender como um Egípcio... Mesmo que vencer, terei condenado milhares de semideuses e os magos da casa a uma guerra que muito provavelmente irá se iniciar! –

– Não pode aceitar assim! Por favor Connor, você não sabe se haverá uma guerra! – Dizia Annebeth chorando

– Enquanto Zeus estiver no comando do Olimpo, haverá a Guerra. Eu sei que é meio preconceituoso, mas pense, se os Egípcios ignoram a presença dos deuses gregos e o mesmo acontece com os deuses gregos com os egípcios. Mas a partir do momento em que um mago invade o acampamento dos gregos, interage com seu povo e demonstra magia para os semideuses, seria no mínimo considerada uma ameaça que deve ser eliminada. Percy, talvez minha morte evite uma guerra. –

– Não pode afirmar isso, você foi reclamado por Zeus, mesmo sendo filho de Atena. Connor, não podemos prever o futuro! – Argumentou Annebth

– Eu sei Annie... Mas acontece que as visões de Rachel me assustaram! E se Zeus não souber de minha origem e tenha apenas me reclamado por um pedido de Atena, sua filha favorita?! Teria sido tão mais simples ter ficado em Atenas... –

– E porque veio para cá? Sabia que podia causar tudo isso, mas veio mesmo assim... – Falou Percy

Eu vim resolver meu passado para poder projetar meu futuro Percy. Eu queria voltar, conversar com Annabeth e ir embora. E foi um pedido de Atena, então... –

Ele fez sinal de positivo com a cabeça.

– Você mora em Atenas?! – Espantou-se Annebeth

Eu sorri e dei risada.

– Aham... Iria começar a universidade lá, antes de vir para cá... –

Ela ficou mais feliz.

– Qual curso? Que Universidade? Morar na capital da Grécia!? Isso é demais... – Disse ela quase sem fôlego

­ Medicina, Universidade Nacional de Atenas... – Falei sem jeito

Percy olhava para Annabeth espantado com a reação de Annabeth.

– Annie... Você tá legal?! – Perguntou ele

– Sinto muito, geralmente contenho mais minhas emoções, é que tudo isso mexeu muito comigo. Eu tenho um irmão de qual não me lembro e pode ser morto ao amanhecer, existem outros deuses e um mundo muito diferente de tudo que já imaginei. Sou filha de Atena, não posso deixar de ficar curiosa, mas minhas emoções estão mesmo descontroladas... – Disse ela

Percy a abraçou e beijou sua testa.

– Realmente... É muita informação e tudo veio muito rápido, mas Connor... Eu vou falar com meu pai, têm que ter alguma forma de você se proteger! –

– Percy, eu já disse que se tiver que lutar... Eu vou lutar com uma vontade incrível! Não vou me entregar! Prometo, mas não percam tempo... Vocês dois são os maiores heróis deste acampamento, só prometam a mim, que se algo acontecer... Não devem entrar em guerra com os Egípcios, façam o necessário para impedir que isso aconteça! –

Os dois se olharam e concordaram.

– Agora vamos dormir. Ainda estou cansado por causa de toda aquela magia no sonho... – Disse eu rindo

– Connor... São nove da manhã! – Disse Annebeth

– Ninguém mandou você se transformar em um papagaio... – Disse Percy rindo

Annbeth me olhou e riu um pouco...

– Um papagaio?! –

– É... Mas o Percy ficou tão fofinho como uma coruja... – Comentei

Annabeth fez força para não rir. Mas não conseguiu.

– Uma coruja?! Nossa Percy... Isso deve ter sido muito legal de se ver! – Disse ela morrendo de rir

Percy ficou vermelho e olhou irritado para mim...

– É... Mas eu consegui voltar a minha forma normal... Enquanto você... –

Annabeth voltou a me olhar.

– Annie... Ele ficou pendurado em meu ombro até que achamos a Reyna... Daí ele ficou pendurado na mão dela e voltou... – Disse ele rindo

Annabeth riu um pouco e sorriu.

– Então... Um papagaio e uma coruja... Percy mamãe gostaria tanto de te ver assim... – Disse Annabeth rindo

Percy ficou mais vermelho.

– Eu não queria ser o animal sagrado de Atena... Mas seu irmão nem me perguntou e me transformou em uma coruja... Mas se isso fizesse Atena gostar mais de mim. – Disse Percy rindo

– Com toda certeza, mas e Connor, porque um papagaio? –

Eu olhei para ela.

Não poderia revelar Ísis, pelo menos ainda não...

Gosto de papagaios... –

Ela me olhou e riu.

– Ta bom... Descansem, depois passo aqui para ver vocês! –

Annabeth beijou Percy e foi embora.

Partiu sonhar com a Reyna? – Perguntou Percy

Eu olhei assustado.

– Não... Eu me assustei com ela... –

– Coitadinha, espera ela saber que você é irmão de Annabeth, ela pira em você. –

– Boa noite Percy... – Cai na cama e dormi

E numa tentativa inútil de manter meu Bá preso ao meu corpo, novamente fomos dar uma viajada por toda Nova Iorque.

O vento me levou para cima e depois começou a me empurrar em direção a Nova Iorque. Eu podia ver tudo, o Brooklin, e finalmente o Empire State.

Não poderia ser outro lugar, alguém queria que eu visse o que acontecia na reunião dos deuses.

Eu estava no centro da sala dos tronos. Ao todo eram 12, o de Zeus era o maior. Os deuses estavam todos sentados, menos Dionísio que estava de pé falando.

– E foi isso que eu escutei. – Disse Dionísio encarando Atena

Todos os deuses o encararam e ficaram tensos. Atena parecia a mais séria de todos.

– Se isso for verdade... Temos um grande problema! Havia um tratado entre os nós e os Egípcios, nenhuma cultura deveria interferir e nem interagir com a outra. Eles violaram esse tratado, se esse tal de Connor for realmente um mago da instituição deles. Teremos que silenciar ele antes que os semideuses descubram os Egípcios! – Disse Zeus pensativo

– Dois já descobriram! – Disse Dionísio

Zeus o encarou.

– Annabeth Chase e Percy Jackson tiveram muito contato com ele e sabem da história toda! –

Atena se segurou para não ir para cima de Dionísio. Este não seria um comportamento típico para ela.

– Sr. Zeus, acho que é muito precipitado ainda para mandar eliminá-lo... – Disse Apolo

– Concordo com Apolo. Não podemos simplesmente sumir com uma pessoa sem mais nem menos... – Disse Deméter

Dionísio cerrou os punhos.

– E você não falou algo crucial Dionísio... O fato deste Egípcio ser meu filho... – Disse Atena sorrindo

Imagine a reação de uma novela mexicana após uma revelação bombástica. Essa foi a cara que todos os deuses fizeram.

– Isso é sério Atena? – Perguntou Zeus

– Connor Chase é meu filho... – Disse ela

Os deuses ficaram em silêncio.

– E então Atena... Não vai contar para eles, que foi você que mandou seu filho para o Egito? – Atacou Dionísio

Zeus encarou sua filha.

– Eu o mandei para o Egito, mas quem conseguiu entrar na casa da vida foi ele. Não dei nenhuma orientação. – Argumentou ela

Mas mesmo assim, abriu a possibilidade para ele encontrar eles. Você criou essa situação! – Disse ele

Zeus olhou para Atena com a pior cara possível.

– Pai... Não acho que ele seja um perigo para a sociedade dos semideuses! – Disse Apolo

Não podemos permitir um inimigo esteja convivendo dentro de nossas fronteiras! – Disse Ares

Atena o encarou.

– Ele não fez nada até agora! – Disse Deméter

Fez sim... Salvou Annebeth da morte... –

Hades apareceu sem mais nem menos ao meu lado

Os deuses o encararam.

– Como assim? – Perguntou Zeus

– Tanâtos estava ao lado dela para recolher sua alma e leva-la para julgamento há três dias, mas algo ocorreu, o corpo se recuperou, sua vida voltou rapidamente e ela não estava mais morta. Ele e Percy Jackson usaram magia para salvar Annabeth! – Disse Hades

Os deuses se ajeitaram em seus tronos.

– Minha medicina não foi capaz de curá-la. Mas ela foi uma grande heroína, não merecia morrer! – Disse Apolo

– Não era você que decidia isso... E muito menos Percy Jackson e aquele garoto... Eu acho que ele deve ser eliminado no lugar de sua irmã! – Disse Hades

Zeus encarou Atena e pensou mais um pouco.

Eu me sentia de volta a escola, numa espécie de conselho de classe, onde todos os seus professores falam mal de você. E naquele momento eu tinha sido um aluno muito ruim.

Zeus se levantou e foi até Atena.

– Minha filha, deusa da sabedoria, você sempre foi uma das deusas mais louvadas e respeitadas por todos nós! É minha principal estrategista. Mas isso que você fez não pareceu muito sábio. Minha decisão é de que Connor Chase deve ser eliminado imediatamente... Alguém a favor? – Perguntou Zeus

Artemis, Hera, Hades, Hefesto, Dionísio, Ares e Hermes levantaram as mãos.

– Então está decidido... – Disse Zeus

Atena encarou Dionísio com raiva. E Afrodite foi até ela.

– Porque você não votou a favor? – Perguntou Atena

– Você sabe que ele está vivendo um relacionamento meio enrolado com você sabe quem. Estou achando divertido e engraçado, além do que ele fez por Annabeth foi puro amor. Não posso querer matar um garoto desses! – Disse Afrodite

Zeus encarou as duas.

– E quem se encarregará do serviço? – Perguntou Zeus

Ares se levantou.

Deixe-me fazer esse favor ao Olimpo e consertar a burrada de minha irmã. Faz tempo que não matou um semideus filho de Atena! – Disse Ares

Atena o olhou.

– Você nunca matou nenhum... – Disse ela sorrindo

– Eles sempre ganharam de você. – Concordou Hermes

Ares soltou um berro bárbaro e se sentou.

– Eu acho que como a burrada foi de Atena. Ela deva corrigir seu erro! – Disse Dionísio sorrindo maliciosamente

Zeus pensou.

– Atena, Dionísio está certo! É você que deverá eliminar ele. Será essa sua punição! – Disse Zeus

Atena não disse nada, só olhou em minha direção.

– Sr. Zeus não pode fazer isso! É cruel demais! – Disse Afrodite

– É para o bem do Olimpo... – Disse Zeus se retirando

Os outros deuses desapareceram. Só restaram Dionísio e Atena na sala, e é claro, meu Bá.

– Você conseguiu... Eu nunca estive tão irritada! – Disse Atena

– Calma Atena... Isso vai passar, todos cometem erros, o seu foi só o maior do Olimpo nos últimos mil anos! – Disse Dionísio rindo

Atena apertou os punhos.

– Você percebe que acaba de me condenar a matar meu próprio filho?! –

Dionísio riu.

– Isso é um preço pequeno a se pagar. E minha deusa, as coisas muito em breve vão mudar... –

Dionísio desapareceu e Atena foi para onde eu estava.

– Connor... Você viu tudo? – Perguntou Ela

– Sim... – Eu disse assustado

– Fuja... Por favor! – Disse ela

Eu a abracei.

– Eu não vou fugir, isso não seria próprio de um filho seu. Se vamos ter que lutar, vamos fazer isso valer a pena, vamos fazer uma luta memorável! – Sorri

Ela passou a mão em meu cabelo fantasma.

Connor... Eu lhe peço, fuja. As fronteiras estão abertas. Eu não posso! –

Atena... Você é uma deusa, não pode ser sentimental, no passado quase matou Percy, e agora, prove que você está acima de todo esse sentimento! Você deve fazer o que é lógico! Você é a deusa da sabedoria e não do amor! Seja fria e sem coração comigo! – Disse rindo

Ela parou de sorrir e me largou.

– Connor Chase! Você foi um erro meu, deverá ser corrigido. Eu fui encarregada por Zeus, este é meu castigo! Você é meu filho mas isto é o que a lógica manda. Se prepare... – Disse ela desaparecendo e mandando meu Bá de volta para meu corpo.

Era isso, eu havia visto a reunião dos deuses. A decisão se revelou a lógica que havíamos feito. Eu não esperava por Atena ser a encarregada disso, mas também foi a lógica. Mesmo que eu fosse um erro dela, eu ainda era um ser vivo e pensante. Resistiria até minhas forças acabarem, e como no futebol, eu seria um clube muito pequeno contra o gigante, mas em campo as chances são 50% para cada lado. Eu não desisti de minha vida! Eu não vou perder fácil.

As fronteiras estavam abertas, eu poderia fugir se quisesse, mas eu era filho da deusa da coragem e não fugiria a uma luta, eu só tinha que fazer uma coisa antes. Teria que ir ao Brooklin, me despedir e contar algumas coisas para certa pessoa. As vibrações do que se aproximavam me diziam que teríamos que unir Gregos e Egípcios. Mas antes, terei que lutar pela minha vida.


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Notas finais do capítulo

E aí... O que acharam?!

Até o próximo!



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