Capítulo 37 — Olympic’s Salvation

— Estão todos bem? — Perguntou Carlisle, de pé já checando um dos lobos que havia se chocado contra a árvore.

Foi ouvidos vários grunhidos e confirmações enquanto todos se levantavam aos poucos.

— Ugh… Ele conseguiu fugir de novo. — Comentou Jacob, sentindo-se cansado — Se tem algo ferido aqui, é meu orgulho. Já perdi as contas de quantas vezes deixamos ele escapar.

— Não, Jake — Disse Seth, sem mover seus olhos do rosto da anja — Dessa vez não foi por culpa nossa que ele escapou.

Helena sempre achou que um chute na barriga deveria causar uma dor insuportável, mas agora ela parecia convicta de que aquela acusação doía bem mais do que qualquer machucado físico.

Quebrando o olhar, Helena se levantou. Com o coração em turbilhão, virou para encarar todos, tentando prever o que aconteceria. Será que eles entenderiam? Iriam perdoá-la? Não conseguia ver outra opção melhor do que deixar Raziel ir e o encarar com um plano formado. Ela agora havia descoberto os motivos dele, ela tinha um mapa melhor sobre a situação. Tinha certeza que um encontro depois seria o ideal… Mas…

Emmett estava parado bem a sua frente em um segundo. Os olhos vidrados no rosto de Helena, tentando adivinhar o que estava pensando. O que fora toda aquela cena de agora? Seu coração, mesmo parado, parecia apertado do peito.

— Você protegeu ele. — Foi a primeira coisa que Emmett disse.

— Não, eu…

O rostinho molhado de lágrimas olhou desesperadamente para o seu pai adotivo. Ele estava impassível e não fazia perguntas. Aquilo era uma afirmação. Helena achou que se afogaria na bile que se formava na garganta com mais aquele olhar em sua direção. Aquilo era desapontamento…?

— E-Eu deixei, mas foi por algo maior…

— Maior? Faça-me o favor, Helena! — Dessa vez foi Renesmee quem respondeu. Ela ainda estava no chão, com algo vermelho escorrendo por sua testa — Você é masoquista, isso sim! O cara estava tentando te matar até agora! Depois de tudo que fizemos para você, você se entregou! E ainda deixou ele fugir!

— Renesmee. — Edward a calou. Ele olhou para Carlisle, vendo algo em seus pensamentos. Algo naquela conversa mental fez com que ele concordasse com a cabeça.

— Creio que seja melhor se todos se acalmassem antes de qualquer coisa. Tenho certeza que será melhor conversarmos depois, com mais calma, primeiro precisamos cuidar dos nossos machucados. — Orientou Carlisle, encerrando qualquer discussão. — Sam, se você puder vir conosco, temos muito o que esclarecer. Helena responderá a todas nossas dúvidas em casa.

O lobo concordou com um aceno, dando meia volta para poder se transformar no meio das árvores.

— Vamos Renesmee — chamou Bella, já se abaixando para colocar a filha nas costas. — Seu pai vai olhar esse machucado em casa.

— Não parece uma concussão, mas precisamos ainda estancar. — Finalizou Edward, ajudando a filha a se firmar nas costas da mãe. Alguns segundos depois, eles já não estavam mais à vista.

Os lobos todos dispersaram, ficando apenas alguns para trás, mas que com um olhar de Jacob, logo se foram. Helena tinha a sensação de poder ouvir os pensamentos ruins sobre ela que estavam tendo uns com os outros.

— Você está bem? — Perguntou Jacob ao chegar ao lado de Seth — Deslocou o braço?

— Acho que sim. — Respondeu ele um tanto ofegante. Jacob esticou a mão para o braço bom dele, ajudando-o a levantar.

Jacob, mandou um olhar para onde Helena estava, e então para Carlisle. O olhar dele, pensou Helena, não parecia haver desconfiança. Era mais como se ele estivesse sendo extremamente cuidadoso.

— Deixe que eu faço isso, Jacob. — Disse Carlisle, saindo do lado de Helena. A anja só havia notado agora que todos os vampiros já haviam ido embora, deixando apenas para trás ela, os dois lobos e Carlisle.

Logo o doutor estava segurando o braço de Seth, pronto para puxar. O coração já apertado de Helena pareceu se esmagar ainda mais. Seth não olhava para ela, apenas encarava o chão, como se estivesse perdido, e aquilo só piorava a situação.

Não sabia quando começou a chorar, mas isso atraiu a atenção de Jacob. Ele andou até ela, parando bem em sua frente, de modo que não permitia que ela visse Seth e Carlisle.

— Você não devia ver isso. — Disse Jacob e um segundo depois houve um estalo e Seth urrou.

Helena soluçou uma outra vez com o som, mas não tapou os ouvidos ou o abraçou, como Jacob pensara. Pelo contrário, no meio das lágrimas, ela sorriu tristemente.

Para ela, era um pouco engraçado que ele estivesse preocupado com tal coisa.

— Eu já vi coisas piores, Jacob.

***

O caminho até a mansão foi silencioso.

Helena andava atrás de Jacob, como se ele fosse um muro de proteção, a separando de Seth de propósito.

Jacob sabia como Seth se sentia traído em relação à Helena, então quis apenas não dar motivos para ele fazer qualquer besteira. Ele melhor do que ninguém sabia o que era brigar pelo certo e pelo amor da sua vida e sabia que se Seth fizesse algo impensado se arrependeria mais tarde, mas além disso, ele não conseguia tirar da cabeça as palavras de Raziel: Helena havia se sacrificado por eles.

Por isso estava andando perto de Helena. Por que se preocupava com ela, e principalmente, se importava com Seth. E ele não poderia deixar nada acontecer a nenhum deles.

Ao chegarem em frente à porta da casa do Cullens, Helena hesitou. Percebeu que todos a esperavam e teve medo do que viria a seguir. Eles pareciam ansiosos pela sua chegada, pela conversa que tinham, especulando de todas as formas possível na mesa da cozinha. A caminhada dela até ali, junto com Jacob havia demorado tempo o suficiente para deixá-los agitados.

Carlisle, percebendo que ela havia parado, voltou ao seu lado e sorriu levemente.

— Vai ficar tudo bem, Helena. Somos só nós.

— Eu sei. É só que… — ela olhou no rosto dele antes de desistir — Deixa pra la.

— Vamos, eles estão reunidos na sala de jantar.

Ela concordou, seguindo lentamente para dentro da casa.

Ao chegar na sala, Helena pensou ter entrado em um tribunal, assim como aquele em que estivera no céu. Todos estavam olhando pra ela como se ela fosse uma criminosa. Carlisle se dirigiu ao seu lugar na ponta da mesa, deixando Helena parada no mesmo lugar.

Lentamente, se dirigiu a única cadeira vazia da sala. Focalizou Renesmee, que a encarava com um curativo na testa e fogo nos olhos. Aquele foi um erro, porque a meia vampira abriu a boca para despejar tudo o que estava entalado na sua garganta. Edward, prevendo o pandemônio que aquilo viraria se levantou, interrompendo sua filha antes que começasse.

— Antes de qualquer coisa, eu creio que é melhor nós deixarmos Helena se explicar primeiro e depois tiramos conclusões. — Declarou ele, olhando diretamente para a filha. — Não vamos julgar precipitadamente.

Renesmee bufou, cruzando os braços no peito.

— Acho uma boa ideia, Edward. — Sorriu Carlisle, se voltado para Helena — Helena, você pode começar?

Engolindo a bile ela se levantou, movendo a cadeira ruidosamente. Helena pigarreou duas vezes, tentando colocar os pensamentos em ordem. Ela devia usar uma linguagem formal, como se estivesse mesmo no tribunal?

— Que tal você começar pela parte de onde você conseguiu essa pena? — Perguntou Carlisle ao perceber que ela parecia perdida.

— Raziel deu para mim. — Disse ela imediatamente — Eu estava dormindo e acordei com ele sentado ao meu lado. Ele disse que vocês estavam planejando sobre meu ferimento das asas sem mim e para provar me deu a pena. Minha pena tem parte do meu poder de anjo e eu pude ouvir tudo o que vocês diziam.

— Por isso você se curou quando pegou a pena aquela hora. — Disse Alice, interrompendo. Seus olhos curiosos não puderam se conter. — Você tinha o poder de curar quando era um anjo? Essa é uma das suas penas?

Helena se sentiu um pouco mais aliviada. Ver Alice agindo como normalmente agiria perto dela, sem ressentimentos, era algo a se agradecer aquele tipo de ambiente ameaçador.

— Sim… Mas esse poder vai além de me curar mais rápido e me devolver a vitalidade. Uma única pena — Disse ela mostrando sua pena na palma da mão — Me cura mais rápido, me traz uma parte da minha audição e um pouco mais de força, mas com todas elas, eu posso curar coisas que para os humanos são incuráveis e fazer coisas inimagináveis.

— Então ele deu essa pena para você para jogar você contra nós. — completou Alice, parecendo ligeiramente chocada.

Helena não pode controlar um pouco da mágoa na voz quando disse:

— E ele conseguiu por um momento, porque vocês estavam mesmo me deixando de fora como da outra vez. — Ela olhou para Seth, buscando alguma reação nele, mas ele olhava para o teto, como se houvesse algo muito interessante ali. — Mas então ele começou a me irritar e eu tentei o atacar. Foi quando minha pena voou para longe e tudo piorou. Nessa parte vocês entraram e viram tudo.

— Eu não entendi a maior parte daquilo. — comentou Emmett, parecendo baixar a guarda — Por que você estava com todo aquele veneno prateado saindo aos montes? E depois Raziel se machucou ao tocar o líquido também.

Helena franziu a testa, tentando pensar sobre isso, mas por dentro era como se houvessem tirado um peso das suas costas. O seu pai estava falando normalmente com ela também. Aquilo era um alívio.

— Eu não sei porque, mas quando eu solto a pena, o meu machucado piora. Raziel falou sobre isso antes de eu o atacar, ele sabe o que é, mas também não me contou tudo. — Ela olhou outra vez para a pena — Desde que arrancaram minhas asas nada tem feito muito sentido.

O silêncio que caiu na sala foi esmagador. Todos pareciam bem cientes da dor que havia naquela última frase ditas por Helena, mas apenas Jasper pode entender realmente o sentimento dela sobre aquilo. Era… injustiça?

— Por que arrancaram suas asas? — Perguntou Jasper subitamente — Raziel disse que você se sacrificou por nós… Que você pagou por isso…

Helena abaixou a cabeça, com os olhos ardendo. Ela tentou segurar as lágrimas quando levantou o rosto para todos aqueles olhos que a encaravam. A anja precisava esclarecer aquilo, por mais que não quisesse que eles a vissem de outro modo… Não tinha mais como esconder a verdade.

— Eu… menti para vocês sobre algumas coisas. — despejou ela — Vocês não sabem tudo sobre mim. Eu não contei porque não queria que vocês se sentissem em dívida ou na obrigação de me tratarem bem pelo que eu fiz. Não foi por isso que quis ficar com vocês. Eu queria que gostassem de mim pelo que eu sou, não pelo que eu fiz.

— Helena, do que está falando? — perguntou Emmet, agora tenso.

— Eu vou explicar, pai… Vou explicar desde o começo, ok? — Ela engoliu em seco. Todos aqueles olhos em expectativa.. — Eu não sou um anjo qualquer, quando estava no céu tinha uma responsabilidade pela qual eu optei em exercer. Quando se é um anjo, você escolhe pelo que irá proteger. Não posso contar tudo, porque eu levaria horas até vocês entenderem cada tipo de responsabilidade, mas a que eu escolhi era algo realmente importante… Eu escolhi ser uma ceifadora.

Todos ao mesmo tempo pareceram prender suas respirações. Com um rápido olhar para o rosto fechado de Edward, Helena sabia que havia um turbilhão de pensamentos gritando naquela sala. Ela se apressou a continuar.

— Eu não mato as pessoas, apenas cuido para que as almas vão para os lugares certos! Há milhares de anjos ceifadores, cada um cuida de um local do planeta e eu era responsável por toda a península de Olympic, junto com outro anjo. Nós assistimos tudo o que todos faziam, dia após dia, todas as mentiras, todos os amores, todos os nascimentos e mortes. Cuidávamos, não da segurança, apenas do destino e quando era a hora certa para uma pessoa ir. Mas nós tínhamos uma responsabilidade ainda maior. — Ela olhou em volta, cautelosa — Ficar de olho em vocês.

— Em nós? Tipo, nós, os lobos?— Perguntou Jacob, surpreso.

— Não tanto os lobos, vocês não burlam a natureza, apenas são uma forma de vida mais longínqua, mas sim os vampiros. Eles não morrem e para um Ceifador isso é um grande problema… Claro, isso é um problema para todos os anjos, de várias responsabilidades, mas para nossa é qual pesa mais. — Helena se virou para Carlisle, o rosto retorcido — Ninguém gosta de vampiros no céu… Me desculpe por isso.

— Sem problemas querida. — Disse Carlisle com a voz doce, mas seu rosto era inflexível. Ela sabia que havia afetado ele.

Helena pigarreou, tentando encontrar um modo de falar aquilo.

— Não é ruim ser uma Ceifadora, mas depois de tantos, tantos anos, aqueles seres que ficam é por quem você acaba pegando afeição. E vocês ficaram enquanto todos os outros morriam. Eu estava cansada de vê-los nascer, crescer, se apaixonar, se esforçar na vida e então morrer. Claro, os vampiros também tem sua maneira de morrer, mas vocês continuaram ali. — Ela olhou amavelmente para Esme — Cuidando um dos outros quando tudo o que os céus nos orientavam era dificultar as coisas para vocês. Mesmo com todos os empecilhos, vocês continuaram firmes, formando uma família. Vocês eram diferentes dos outros vampiros. Vocês não eram a praga que todos os outros são e isso me fez amá-los. Vocês mereciam sim ter a vida protegida pelas filas dos anjos Protetores e um destino traçado por Deus… Mas vocês não tinham. E eu decidi que precisava ajudá-los, mesmo que isso custasse minha vida.

O silêncio foi pesado. As palavras de Helena foram difíceis de se absorver e todas aquelas informações eram inteiramente novas e estranhas para eles. Anjos, proteção, Deus… aquela era uma confirmação sobre tudo o que eles acreditavam?

— O Raziel é meu irmão… Não apenas como todos os anjos são irmãos, mas eu e ele temos uma ligação diferente que não consigo explicar em palavras. Vocês podem comparar como se fossemos gêmeos. — continuou Helena — E ele tinha um carinho especial por uma Ceifadora que também era responsável pelo mesmo lugar que eu. Ela se chamava Isobel e quando descobriu que eu estava salvando a vida de vocês, desviando vocês de algum perigo, ou salvando humanos que vocês amavam, da morte, se juntou a mim. Ela não me denunciou como eu pensei que faria.

“Nós levamos isso por muito tempo, ajudando vocês em segredo, escondendo as coisas dos Anjos Maiores, mas como eu disse antes, Raziel tinha um grande carinho pela Isobel… E logo ele descobriu o que eu e ela fazíamos. Ele não denunciou também, incapaz de fazer mal a ela, mas de alguma forma, alguém ouviu uma conversa que eles tiveram e ela foi punida. Não demorou muito, Raziel me denunciou e eu fui a julgamento no pior momento possível para vocês. Vocês estavam em uma guerra e eu estava presa aguardando minhas asas serem arrancadas, sem poder fazer nada. Por fim, fui jogada.”

Helena agora estava tensa. Sentia sede, mas não sabia se era porque falara muito ou porque estava tão nervosa.

— Wow. — comentou Jacob, boquiaberto.

— Quem você salvou de ser levado? — Perguntou Sam e a anja fez uma careta. Aquela era uma pergunta que ela não queria responder.

— Leah, Jacob, Bella… A lista é um pouco grande. — Ela abaixou a cabeça — Vocês deviam perguntar quem eu não salvei… Embry, Rosalie… As vezes penso que meu Ceifador substituto os levou de propósito.

Emmet pareceu entrar em um estado de choque, se tornando uma pedra imóvel. Sam e Jacob trocaram um olhar demorado, conversando sem palavras. Leah, que estava parada no batente da porta, tinha o olhar desfocado, lembrando da única vez que pensou que realmente morreria.

A garota ruiva estava parada, de pé, diante de todos aqueles vampiros e lobos que salvara, esperando que entendessem o que ela havia feito. Leah agora via como era injusto como estavam a tratando depois de tudo o que ela havia feito por eles. Mesmo que ela tivesse deixado Raziel fugir naquela noite, tudo o que ela fez…

— Desculpe se pareço grossa, mas… Se Raziel quer te ver morta por causa de Isobel — começou Bella — Por que ele já não fez isso? Você disse que anjos podem fazer de tudo, mas Raziel nunca te machucou realmente.

Helena respirou mais aliviada. Aquela era uma pergunta fácil.

— Raziel é um Anjo Maior e por isso é mais vigiado. Não que alguém cuide do que ele faz, é mais como se ele fosse uma celebridade e todos simplesmente soubessem de tudo. Provavelmente ele deve ter feito muito para esconder suas vindas atrás de mim e todos os atos indiretos de atentar a minha vida. — Ela sorriu ao final — Claro que ele, como um Anjo Maior, não pode tomar a vida de ninguém. Apenas Ceifadores podem. Por isso ele tem que fazer parecer que não foi ele quem machucou alguém. Ele tem força para acabar com todos nós, mas não faz para não se prejudicar.

— Por esse motivo você disse que não podíamos forçar ele. — Comentou Carlisle entendendo a situação.

— Sim, agora a pouco na floresta, estávamos forçando ele ao máximo. — respondeu ela — Aquele momento que o raio caiu, eu realmente pensei que ele mataria a todos sem pensar em mais nada.

Carlisle relutantemente acenou com a cabeça, concordando, um tanto chocado.

— Por isso eu havia dito para vocês que não podiam atacá-lo. Quando Seth pulou sobre ele, eu pensei que tudo estava perdido! — Disse Helena, sentindo seu corpo aos poucos mais tranquilo. Finalmente eles pareciam entender o tamanho do perigo que corriam. — Aquilo foi realmente um grande erro.

Um estrondo se fez, fazendo Helena pular de susto. Ela olhou para a mão de Seth, que havia socado a mesa que agora tinha uma rachadura.

— UM ERRO?! — Sua voz foi um rugido — EU ESTAVA TENTANDO SALVAR SUA VIDA E VOCÊ DIZ QUE FOI UM ERRO?!?

— Seth… — Jacob tentou acalmá-lo, mas quando o Alpha colocou a mão em seu ombro, ele a empurrou.

— NÃO JACOB! — Ele gritou, antes de se virar e apontar o dedo para Helena. — NÃO!!

Seth derrubou sua cadeira enquanto saia daquela sala como um furacão. Seu corpo todo tremia como se estivesse com convulsão e seus passos eram pesados enquanto ele caminhava para fora da casa.

Jacob imediatamente foi atrás do lobo, com medo que ele se transformasse e  machucasse alguém. Já era um problema se controlar quando estavam daquele jeito, com o cheiro de vampiro por todos os lados, mesmo que acostumados, era a piro situação quando ele também estava cheio de raiva da situação que se encontravam.

Helena correu atrás dos dois, desesperada para pará-lo. Ele não entendera direito o que ela havia dito. Não era isso que ela queria dizer.

— Seth!! — gritou ela, tentando o alcançar, mas Jacob a interceptou.

— Helena, vai para dentro! Agora não é um bom momento. — Avisou Jacob, tentando afastá-la.

— Não! Me solta Jacob! — respondeu. Ela não precisou de muito da sua força para tirá-lo do caminho.

Jacob estava no chão em poucos segundos, com um golpe simples de uma arte marcial qualquer, assistindo Helena chegar rapidamente até Seth.

— Seth, pare! Você tem que me ouvir!

— Chega Helena, eu não quero ouvir mais nada. — Disse Seth, entredentes. Sua respiração era pesada, como se tentasse se controlar. Seus olhos estavam cerrados e ele parecia prestes a explodir. — Eu já entendi, ok?! Vá embora.

— Entendeu o que? Seth, me ouça, por favor — Ela suplicou, segurando seus braços — Eu disse aquilo para deixar claro como ele é perigoso. Raziel podia matar você com um simples aceno, você entende isso? E você se jogou contra ele pela janela, ele tinha mais de um motivo para acabar com você!

— ACABAR COMIGO? Você está tirando uma com a minha cara agora, Helena? — Ele a encarou ofendido — Já não basta dizer que tudo o que eu fiz foi a coisa mais imbecil que poderíamos ter feito, agora vem me dizer que eu sou um merda? Eu arrisquei minha vida por você! Eu não sabia o que ele era capaz, você tem razão, mas ainda sim tentei de proteger!!

— Não disse que você não me protegeu! Só disse que você se arriscou desnecessariamente. Você podia ter morrido!!

O corpo todo de Seth tremeu três vezes mais e Helena deu dois passos para trás ao ver que ele se descontrolava. Seth agarrou o braço direito dela ao perceber que ela se distanciava. Seus olhos pareciam demais negros encarando os seus.

— Você. É. Uma. Ingrata. — ele murmurou entre dentes, os tremores o sacudindo tão forte que frase saiu entrecortada.

— Helena! — Gritou Jacob, correndo pelo quintal e puxando Helena a tempo.

Seth se transformou em um lobo gigante de pelos areia, de os olhos ameaçadores e dentes afiados amostra. Um momento depois Emmett estava ao lado de Jacob e Helena, ficando entre o lobo e eles.

Com um olhar rápido, Helena viu seu braço se arroxear onde Seth havia apertado. Logo sumiria, ela sabia, mas o fato de ele ter feito força o suficiente para a machucar havia a assustado.

O grande lobo pareceu acompanhar o olhar dela para o machucado e imediatamente se chocou com o que viu. Deu vários passos para trás, tentando manter-se longe de Helena, não acreditando o que havia feito.

Por fim, lançou um último olhar para Jacob antes de fugir floresta a dentro.