P.O.V. Miguel Arango.

Eu estava tendo umas aulinhas extras de Transfiguração coma Josy quando o parzinho que divide o quarto comigo apareceu com um pedaço de pergaminho, cada um. Eles riam e discutiam opiniões. Antes eles tivessem passado direto, mas eles fizeram questão de perturbar Josy um pouco. Claro que ela ficou curiosa sobre o que eles seguravam, mas quando ela descobriu o que era, saiu correndo da sala.

É claro que eu não sou curioso. Fiquei lá por um longo tempo. Pela porta de entrada, vi bruxos e bruxas caminhando sempre para uma direção só. Alguns até corriam. Pronto: Agora fiquei curioso.

Quando por fim saio da sala, vejo que o corredor está estranhamente deserto. Todos devem estar num lugar só. Inclusive Josy. Mas onde será esse tal lugar? Eu não sabia, portanto não poderia ir pra lá. Fico parado por alguns instantes até que uma dupla de meninas sonserinas aparecem cochichando. Inclusive uma delas, uma loira, até me lança uma piscadela. Que doideira! Depois eu decido segui-las. É obvio que elas estão indo para onde está todo mundo.

Segui-as até o lugar... Era o Salão Principal e ele estava abarrotado de alunos, de todas as casas. Caminho até a multidão. Na hora não entendi. Praticamente todo mundo estava com um pedaço de pergaminho e liam-no com as sobrancelhas erguidas na maioria dos casos.

Agora eu sei o motivo do alvoroço.

Flutuando sobre as mesas das casas, encontravam-se vários aviõezinhos de papel, ou melhor, de pergaminho. Parecia que o assunto do pergaminho era bem interessante, porque não sobrara quase nenhum flutuando, mas vários nas mãos dos alunos. Espere só a McGonagall saber disso!

P.O.V. Diego Bustamante.

É claro que eu estava no meio da multidão. Não pegara nenhum aviãozinho e nem sequer estava interessado em pegar. Mas tinha alguma coisa muito estranha acontecendo...

Todos que estavam lendo, lançavam-me olhares zombeteiros e risadinhas. Alguns até mesmo me davam tapinhas. Mas a maioria era os da Sonserina... O que eu fiz? E se fiz, será que estava escrito? Não tive muito tempo para pensar nisso, logo Roberta estava no meu encalço para me infernizar a vida.

–Ora, ora, Bonequinho...- Ela zombou.- Vejo que você não é fraco não, hein?

Havia um vislumbre de raiva nos seus olhos. Espera, do que ela estava falando?

–Eu?- Pisco, surpreendido.- Tem alguma coisa sobre mim escrito aí?

Tento retirar da mão dela o pergaminho que ela segurava, mas ela o puxa para trás.

–Na verdade...- Ela finge pensar, ironicamente.- Tem sim, Diego. Tudo. Eu acho que saindo com qualquer uma, vai acabar com a sua reputação, sério.

Do que ela ficou sabendo? Essa não... Me lembro de ter ficado com Vick, na nossa Sala Comunal. Acontece que Vick tem fama. E não é das melhores. Para ser mais preciso, ela fica com qualquer um. E se... e se isso chegar aos ouvidos de meu pai... Bem, meu pai é o Ministro da Magia, não fará bem para a reputação dele se todos souberem que o filho dele, aos onze anos, sai com meninas que ficam com qualquer um. Iam dizer que ele não me educa! O jeito seria lançar um feitiço de esquecimento, mas mesmo assim, não há como fazer isso com todo mundo. Arregalo os olhos e, provavelmente, fico mais branco que giz.

–Que foi, Dieguinho?- Ela ri.- Lembrou de alguma coisa?

Não sou capaz de responder. Nessa hora, Tomás vem correndo em nossa direção.

–Diego, Diego...- Ele para e respira fundo.- Oi Roberta.- Ele cumprimenta e ela responde com um aceno de cabeça, sem tirar aquele sorriso estupido da cara.- Você já leu?

Ele me estende um pedaço de pergaminho. Na hora, hesito, mas depois pego-o. Engulo em seco.

O Filho do Ministro.

Como todos sabem, Diego Bustamante, Sonserina é filho de Leon Bustamante o até então Ministro da Magia. Mas Diego não é um santo como o pai provavelmente queria que fosse. Acontece que ele foi pego atracado com a senhorita Paes, a famosa pegadora de Hogwarts, em plena Sala Comunal. Será que seu pai iria gostar de saber que o filhinho dele sai com qualquer uma?

Maldito seja! Será quem foi o infeliz que fez isso?! Caramba, e por que tanta gente se reuniu para saber sobre minha vida? Bando de fofoqueiros! Alguns nem me conhecem! Será que é proibido ficar agora, nessa droga de colégio?! Me sinto diminuído. Olho em volta e todos dão risadinhas. Vick está num canto chorando e Mia a consola. Só penso uma coisa: Essa pessoa fez isso para ferrar minha vida. Quando meu pai souber... E a diretora? Ela vai querer me dar lição de moral, dizendo que eu sou apenas uma criança! Odeio ser criança. Se eu fosse mais velho, talvez, as pessoas não me olhariam torto por isso. Droga de vida! Mas uma coisa eu sei: Quem escreveu isso é da Sonserina.