Capítulo XVII – You and Me (Você e Eu)

Os dois estavam frente a frente novamente. Fugaku encontrava-se sentado em uma cadeira estofada de branco, olhando fixamente para o filho mais novo. Sasuke por sua vez, estava em pé e com as mãos nos bolsos, olhando a movimentação da rua principal de Konoha.  

Era difícil distinguir o que sentia naquele momento.

O clima dentro do carro foi pesado durante todo o trajeto... e o clima em Konoha também não era dos melhores. Alguns pingos já começavam a molhar as ruas da pequena cidade, mas aquilo era o menor de seus problemas.

Assim que Itachi estacionou o carro em frente ao hospital, o Uchiha menor sentiu como se suas pernas tivessem ganhado vida. Não soube nem como e nem quanto tempo demorou para atravessar a rua e ficar frente a frente com a recepcionista, tentando saber em que andar Sakura estava.

Itachi ainda demorou um tempo para conseguir alcançar o irmão, mas quando o fez, guiou-o até o sétimo andar do Hospital de Konoha.

What day is it and in what month
This clock never seemed so alive
I can't keep up
And I can't back down
I've been losing so much time

Que dia é hoje e de que mês?
O relógio nunca pareceu tão vivo
Eu não posso prosseguir
E eu não posso desistir
Tenho perdido tempo demais

Os segundos em que ficaram dentro do elevador pareciam eternos para Sasuke e, constantemente, Itachi foi obrigada a ouvir os grunhidos mal-humorados do irmão mais novo.

- É melhor você se acalmar... – ralhou o maior olhando fixamente para os números que passavam no painel do elevador.

- Ele já te disse não é?! – confirmou Sasuke. – Contou a versão dele!

- Contou o quê?! Não sei do que está falando, Sasuke! – comentou Itachi tranquilamente. – Vamos... – ordenou quando as portas do elevador se abriram.

Sasuke apenas o seguiu, estranhando a atitude do irmão mais velho, mas isso era o que menos o preocupava. Algo dentro dele dizia que Itachi sabia de algo... mas não sabia o que o irmão pensava sobre isso.

- Acho que já levaram a Sakura-chan para fazer os exames... – comentou Itachi por cima dos ombros. – O pai já está ali.

O Uchiha mais novo ergueu os olhos e viu Fugaku em pé, recostado na parede, enquanto olhava distraidamente o chão. Se os olhos dele não estivessem ruins, diria que a expressão do pai não estava tão dura quanto antes, mas sim preocupada.

- Pai... – chamou o Uchiha mais velho ao aproximar-se dele.

Fugaku ergueu os olhos e encontrou os dois filhos parados. Sasuke estava um pouco mais afastado dele, mas mesmo assim estava ali o encarando.

- Que bom que chegaram. Levaram-na para  fazer a baterias de exames. – comentou em voz baixa, olhando diretamente para Sasuke. – Sasuke, eu quero falar com você.

Itachi virou-se para o irmão mais novo e o encontrou com a mesma expressão dura de minutos atrás. Ele percebeu que Sasuke não moveu um músculo sequer e nem ao mesmo demonstrou que falaria alguma coisa.

- Sasuke... – murmurou o mais velho, estreitando os olhos. – Responda.

- Como lhe disse antes... – a voz do Uchiha mais novo saiu em um tom baixo, mas nem por isso deixou de ser menos ameaçador. – eu não tenho mais nada o que conversar com você.

 Fugaku fechou os olhos e massageou a cabeça. Sabia que ali não era hora e muito menos lugar para discussões.

- Acho melhor o senhor ir descansar em casa, pai. – ponderou Itachi. – Os resultados dos exames sairão somente hoje a noite, no mais tardar amanhã, e o senhor parece cansado. Sasuke e eu ficaremos aqui!

O patriarca dos Uchihas olhou de esgueira para o filho mais novo que já se encontrava de costas fitando a rua pela enorme janela espelhada do corredor do hospital, afinal pouco lhe importava o que Fugaku faria ou não.

Ele sequer deu-se ao trabalho de virar-se e só o fez quando ouviu o som dos passos do pai diminuirem a tal ponto que não pudessem ser escutados.

- Você sabe que está sendo irracional, não é?! – perguntou o Uchiha mais velho fitando as costas do irmão.

Sasuke nada respondeu apenas virou-se para Itachi, encontrando-o de braços cruzados e com uma expressão séria. Suas dúvidas sobre seu irmão saber ou não sobre a história dele com Sakura foram sanadas naquele exato momento. Provavelmente, Fugaku lhe contara sua versão da história, o que a tornaria mil vezes pior do que a verdadeira realidade dos fatos.

Cause it's you and me and all of the people
With nothing to do
Nothing to lose
And it's you and me and all of the people
And I don't know why
I can't keep my eyes off of you

Porque somos você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para perder
E somos você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você

- Mesmo você não respondendo, eu vou continuar falando com você... – avisou Itachi à Sasuke.

- O que ele lhe disse?! – indagou, estreitando os olhos.

- Depende... – respondeu-o sem desviar os olhos do irmão. – Se quiser contar, sabe que te ouvirei não sabe?! Para isso servem os irmãos mais velhos... – sorriu.

O moreno hesitou por um momento. Era fato que Itachi nunca lhe dera motivos para esconder-lhe algo, mas por mais que Sasuke negasse,  aquilo era um assunto delicado. Nunca sentira tal sentimento por alguém e quando percebeu que estava apaixonado descobriu que era por sua “meia-irmã”.

- O pai me contou que vocês mantêm algo já faz algum tempo... Além disso, ele pareceu bastante indignado! – Itachi percebeu que Sasuke começava a demonstrar sinais de protesto, mas logo interrompeu-o. – Antes de me dizer alguma coisa, quero deixar claro que foi ele quem pareceu indignado!

Sasuke piscou os olhos algumas vezes, tentando assimilar o que ouvira.

- E você?!

Itachi sorriu e acomodou-se mais na cadeira.

- Eu?! Acho que já esperava por isso... – comentou em tom de deboche. – Vocês sempre foram apegados... Claro que Sakura sempre recorria a mim para qualquer coisa, mas era com você que ela ficava toda sem graça! – essa última frase foi dita com uma pequena risada no final. – Falando nisso, naquele dia em que você veio me pedir conselhos... já tinha algo a mais entre vocês dois?! – perguntou irônico.

- Hum... – suspirou. – Talvez...

- Sinceramente, não vejo nada de absurdo nisso,  mas é bem estranho pelo fato de vocês serem vistos como irmãos... – opinou. – Vocês não são mais crianças e sabem o que sentem e são responsáveis por suas ações... – deu os ombros e fechou os olhos momentaneamente.

O Uchiha mais novo nunca imaginou que Itachi fosse tão compreensivo a esse ponto, mas agradeceu internamente por pelo menos alguém entender um pouco o lado dos dois.

- Hum...

Depois daquele pequeno diálogo, o silêncio instalou-se entre os dois irmãos. O andar do hospital estava silencioso e tudo o que ouviam era o barulho da chuva que caia lá fora e, em raríssimas vezes, alguns passos de médicos ou enfermeiros que eram responsáveis por aquele andar.

- Só espero que não a magoe, Sasuke.

Sasuke olhou de esgueira para Itachi e o viu com uma expressão dura. Isso era o que menos Sasuke queria...

***

Os minutos arrastaram-se como dias dentro do Hospital de Konoha. Nenhum médico ou enfermeiro vieram dar informações sobre a rosada e aquilo já estava irritando os Uchihas.

Fugaku ligara pelo menos cinco vezes no celular de Itachi para saber informações sobre a filha, mas o moreno nada podia falar. O patriarca dos Uchihas comentou com o filho mais velho que viria passar a noite com Sakura se fosse necessário. Talvez o arrependimento das palavras e dos atos que teve com ela,  estivessem começando a pesar severamente na consciência de Fugaku.

- Tsc... – grunhiu Sasuke em tom de desdém. – Ele acha que será tão fácil assim?!

Itachi nada respondeu apenas deu os ombros para o comentário do irmão mais novo.

Mais alguns minutos se passaram e finalmente, os dois ouviram alguns passos ecoando pelo corredor vazio. De longe, Itachi pôde avistar o médico que disse ser o responsável por Sakura.

- Itachi-san. Sasuke-san. – cumprimentou-os o velho senhor vestido com um jaleco branco. – Onde está Fugaku-san?

Itachi fez um discreto aceno com a cabeça, seguido de Sasuke.

- Ele foi para casa, doutor Sarutobi. Aconteceu alguma coisa com a Sakura?! – perguntou Itachi.

O médico os olhou por breves instantes, tentando buscar as palavras certas.

 - Os resultados dos exames ainda não saíram. Na verdade fizemos apenas alguns exames de rotina... – sorriu. – A Sakura já está no quarto... se vocês quiserem vê-la, fiquem a vontade. Assim que sair os exames, lhes darei um parecer!

Os dois Uchihas assentiram e viram o médico caminhar na mesma direção que viera. Eles se fitaram por alguns instantes e finalmente o irmão mais velho se pronunciou.

- Quarto 873... Pode ir! – anunciou Itachi, recebendo uma expressão surpresa do irmão.

***

All of the things that I want to say
Just aren't coming out right
I'm tripping in words
You got my head spinning
I don't know where to go from here

Todas as coisas que quero dizer
Não estão saindo direito
Eu estou tropeçando nas palavras,
Você deixou minha mente girando
Eu não sei pra onde ir daqui

Os corredores de um hospital nunca foram tão longos para Sasuke como estavam sendo naquele momento. As portas contendo os números de cada quarto se espalhavam tanto pelo lado esquerdo quanto pelo lado direito, mas nenhuma delas continha o número 873.

Ele não tinha falado com Sakura desde que o pai a agredira. Sasuke sabia que não tinha culpa na internação dela e muito menos do que a rosada sentira ao ouvir as palavras tão duras do pai, mas era inevitável não praguejar-se por ser tão impulsivo.

Sasuke não parou de passar seus olhos escuros por cada porta que avistava, até finalmente encontrar a que queria. “Quatrocentos e oitenta e três...” leu mentalmente. Ele ficou parado por algum tempo com a mão na maçaneta da porta. Não tinha coragem de encará-la...

Lentamente, ele girou a maçaneta e abriu a porta lentamente. O  quarto estava escuro, exceto por uma pequena luz localizada um pouco acima da cama onde Sakura repousava. Assim que seus dois pés estavam dentro do quarto, o moreno fechou a porta atrás de si e em seguida, deu passos silenciosos de encontro onde ela estava.

Não sabia do por que suas pernas tremerem tanto, nem das mãos começarem a suar.

'Cause it's you and me and all of the people
With nothing to do
Nothing to prove
And it's you and me and all of the people
And I don't know why
I can't keep my eyes off of you

Porque somos você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para provar
E somos você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você

Sasuke a viu abrir os olhos e piscar algumas vezes. Os orbes esmeraldas pareciam confusos por não saber onde estava. Ele viu Sakura analisar cada espaço do quarto irritantemente branco, até perceber seu olhar sendo desviado para ele.

- Como você tá?

- Bem... – sussurrou sem encará-lo.

O olhar de Sakura era triste como da vez em que Mikoto lhe dissera que Mika havia morrido. A única coisa que ainda não estava presente, igualmente à aquele dia, eram as lágrimas.

Os olhos de Sasuke encontraram a marca dos cinco dedos avermelhados sobre a bochecha esquerda da rosada. Os dedos eram perfeitamente vistos sobre a pela alva do rosto dela.

- Hunf... – bufou irritado. Sentia repulsa de Fugaku por ter feito aquilo com ela. Com a única pessoa que não merecia.

Sakura ao notar o olhar do Uchiha sobre a marca pousou sua mão sobre ela, fazendo o possível para escondê-la dele.

- Você não deveria estar aqui. Seu pai pode não gostar...

Jamais Sakura referiu-se à Fugaku como “seu pai” e aquilo não deixou de ser percebido pelo Uchiha mais novo.

- Não me importo... – deu os ombros, aproximando-se.

Sasuke deu mais um passo até sentar-se na cama, fitando-a intensamente. Queria abraçá-la, beijá-la, tocá-la...  O medo que tinha de perdê-la crescia cada vez mais dentro de si e ele nada podia fazer.

Ele percebeu a expressão irritada da rosada e sem entender, perguntou:

- O quê ac...

- Por que você é assim?! – perguntou-o incrédula, olhando-o com irritação. – Você só diz que não se importa com nada!

- Você que se importa demais com as coisas! – exclamou friamente.

- Me importo mesmo! – Sakura começou a derramar algumas lágrimas e sentiu os braços do Uchiha passando por seus ombros e indo de encontro ao seu peito. – Me solta, Sasuke!

- Acalme-se... – sussurrou num tom de ordem.

Ele odiava vê-la naquele estado em que estava e o pior, sem poder fazer nada. Enquanto ele a apertava mais, Sakura debatia-se em seus braços.

- Eu te odeio, Sasuke! – sua voz era abafada, enquanto ela lhe dava socos no peito. – Te odeio! Por que você tem que ser assim?! Droga! – soluçou.

Ele apertou mais contra si, enquanto pousava o queixo em cima de sua cabeça.

- Sakura... me desculpa!  - sussurrou, sentindo a rosada afundar ainda mais a cabeça sobre o seu peito. – Eu nunca imaginei que faria você sofrer assim. Me desculpa...

As mãos que antes estavam fechadas abriram-se e seus braços caíram ao lado do corpo. Sakura sabia que a culpa não era dele... não era de ninguém. Não haviam culpados naquela história.

- Por que você foi falar com ele sozinho?!- balbuciou sem encará-lo.

A pergunta o pegou de surpresa mesmo que ele não tenha ou quisesse demonstrar.

There's something about you now
I can't quite figure out
Everything she does is beautiful
Everything she does is right

Existe algo sobre você agora
Que não consigo compreender completamente
Tudo o que ela faz é bonito
Tudo o que ela faz é certo

- Pensei que seria melhor ouvir da minha própria boca, do que ouvir de outras pessoas.

 Ele sentiu Sakura soluçar mais uma vez. Como odiava vê-la chorar...

- Vai dar tudo certo... – comentou ele, tentando crer nas próprias palavras. – Não se preocupe.

- Eu tenho medo. – sussurrou. – E se eu morrer?!

Naquele momento, o corpo do Uchiha se contraiu em espasmos nervosos. Instintivamente, ele afastou-a de si e a encarou com os olhos assustados.

- Do que você está falando?! – perguntou irritado.

Sakura relutou para encará-lo. Falara mais do que devia e agora, percebia o olhar  de Sasuke analisando-a. Sentia-se cansada há algum tempo, mais precisamente desde quando voltara de viagem. A princípio pensou ser normal afinal o horário era diferente e a viagem foi cansativa.

Porém as coisas começaram a mudar quando percebeu que seu cansanço não era algo normal. Além disso, sua concentração não era das melhores, andava desanimada...

- Sakura...!  - chamou-a, dessa vez ainda mais irritado.

- Não é nada... – murmurou. – Estou falando besteiras... só isso! – desmentiu.

You and me and all of the people
With nothing to do
Nothing to prove
And it's you and me and all of the people
And I don't know why
I can't keep my eyes off of you

Você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para perder
E somos você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você

- Jamais quero que repita isso! – Sasuke estreitou os olhos. – Você só sabe falar besteiras!

Ela baixou os olhos e suspirou pesadamente. Em seguida, afastou-se ainda mais dele e deitou-se na cama do hospital.

- E o Itachi-kun?! – perguntou encolhida debaixo das cobertas.

- Está lá fora... – respondeu indiferente.

- E o seu pai?!

Sasuke revirou os olhos. Era quase palpável o tom de amargura ao comentar de Fugaku.

- Sakura...

- Eu não sou obrigada a agüentar as coisas que ouvi, Sasuke-kun. Assim que sair daqui, eu vou embora!

- Do que você está falando?!

- Foi o que você ouviu... – murmurou fitando um canto do quarto. – Não vou voltar para casa dos Uchihas.

- Acha que será tão fácil quanto pensa?! – comentou irônico. Sasuke levou uma das mãos aos fios rosados de Sakura e os colocou atrás da orelha dela. – Descanse... você anda falando besteiras demais para o meu gosto.

You and me and all of the people
With nothing to do
Nothing to prove
And it's you and me and all of the people
And I don't know why
I can't keep my eyes off of you

Você e eu e todas as pessoas
Com nada para fazer
Nada para provar
E somos você e eu e todas as pessoas
E eu não sei por quê
Não consigo tirar meus olhos de você

Sakura suspirou cansada e fechou os olhos. Só a presença dele ao seu lado, espantava todos os seus medos e não foi difícil adormecer sabendo que Sasuke estava ali para ela.

***

A noite começava a cair em Konoha assim como a chuva incessante que pouco a pouco tornava-se mais forte.

Novamente, Sasuke e Itachi encontravam-se no corredor do oitavo andar, aguardando os resultados dos exames de Sakura. Fugaku também já tinha chegado, cumprindo sua promessa de que se fosse necessário, passaria a noite ali.

Por sorte o Uchiha mais novo foi retirado do quarto antes que o pai chegasse. Tudo porque uma enfermeira pediu-o gentilmente que saísse para realizar um pequeno procedimento com a paciente.

Ele saira, porém diante de muitos protestos...

A poucas horas atrás, Sarutobi havia os avisado que ainda naquela noite, teria um parecer sobre o estado de Sakura.

Por algum motivo, a pergunta que Sakura o fez martelava constantemente na cabeça de Sasuke

“E se eu morrer?!”

No mesmo momento em que ela perguntara aquilo, Sasuke a repreendeu. Só o fato de cogitar a possibilidade de não saber que ela estaria perto de si, fazia o coração do Uchiha se apertar. Jamais se sentiu assim por alguém, a não ser por uma única pessoa: sua mãe, Mikoto.

Foi naquele mesmo hospital que sua mãe fora levada logo após o acidente. Lembrava-se como se fosse ontem. Seu pai estava na recepção acertando os últimos detalhes da internação dela quando um médico anunciara para Itachi que sua mãe não tinha resistido.

- Acho que os resultados já saíram... – a voz de Itachi tirou Sasuke de suas lembranças dolorosas.

Imediatamente, Sasuke virou-se e encontrou o médico caminhando com um envelope na mão, porém sua expressão não era das melhores.

Assim como o moreno, Fugaku também colocou-se de pé ao ouvir os passoa do médico. Como em um filme de câmera lenta, o médico aproximou-se deles, olhando paraa cada um dos homens ali presentes.

- E então...?! – murmurou Fugaku.

- Poderiam me acompanhar até a minha sala, por favor!? – respondeu com outra pergunta.

Os três assentiram e seguiram o velho médico. Sarutobi ia primeiro, seguido de Fugaku, Itachi e mais atrás, Sasuke.

Dessa vez, o caminho foi mais rápido do que imaginara. Quando deram por si, já podiam avistar Sarutobi abrindo a porta para dar passagem a eles. Assim que passaram pela soleira da porta, o médico fechou a porta atrás de si e andou até a cadeira posicionada atrás de uma mesa branca.

What day is it
And in what month
This clock never seemed so alive

Que dia é
e em que mês
Este relógio nunca pareceu tão vivo!

Ele pousou o envelope em cima da mesma e sentou-se, ajeitando-se melhor na cadeira. Antes de abrir o envelope, deu mais uma olhada para a expressão dos três Uchihas e  suspirou pesarosamente.

- Os exames já saíram e são estes aqui... – apontou para o envelope pousado cuidadosamente sobre o móvel branco.

- A minha filha tem algo grave?! – perguntou o mais velho.

Sasuke cerrou os punhos ao ouvir o eu Fugaku dissera. Até ontem, ele a tratara como uma verdadeira pessoa sem valor. Por mais que quisesse concentrar-se em Sarutobi, Sasuke não podia deixar de não irritar-se.

- Bom, eu precisarei fazer outra bateria de exames para confirmar mas minhas suspeitas foram confirmadas... – confessou pesarosamente.

- Dá pra falar logo! Que droga! – gritou o Uchiha mais novo.

Sasuke sentiu uma mão em seu ombro e ao virar-se, deparou-se com o olhar do irmão mais velho.

- Por favor, doutor Sarutobi... diga! – comentou Itachi.

- Segundos os exames laboratoriais, a paciente Uchiha Sakura está com leucemia.

******************
...Continua...