Mais do que Irmãos escrita por lininhaaa


Capítulo 15
XV - Never Gonna Be Alone


Notas iniciais do capítulo

Vídeo com a música referente ao capítulo:
 
http://www.youtube.com/watch?v=Sk4yrshEU3g
 
Vídeo com imagens de SasuSaku!
Ps.: Eu chorei! ¬¬'



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Capítulo XV- Never Gonna Be Alone(Você nunca vai estar sozinho)  

 

Os primeiros raios de sol começavam a iluminar a fazenda dos Uzumakis e, consequentemente, o quarto de Sakura.

Ela demorou algum tempo para que seus olhos acostumassem com a claridade, mas assim que o fez, viu uma figura morena adormecida serenamente no chão do quarto. Não teve como não sorrir...

Quando imaginaria que Sasuke se preocuparia tanto com ela?

 

Time, is going by, so much faster than I, And I'm starting to regret not spending all of it with you.

O tempo está passando muito mais rápido do que eu E eu estou começando a me arrepender de não gastar tudo isso com você


Ele que sempre julgou-se uma pessoa fria e sem sentimentos, prestou-se a dormir no chão, totalmente desconfortável apenas para certificar-se que ela estaria bem.

- Já está acordada?! Está se sentindo bem? – a voz dele saiu um tanto rouca.

Sakura assustou-se, mas negou com a cabeça.

- Acabei de acordar. Por que dormiu aí? Você deve estar com o corpo todo doendo! – Repreendeu-o.

- Hum... – resmungou. Aos poucos, Sasuke espreguiçou-se e levantou do chão, aproximando-se da cama. – Que horas são?!

- Não sei! Acho melhor você ir para o seu quarto. – Murmurou quase sem ar, devido a aproximação repentina.

- E você se importa com a opinião do Dobe?! – Ele sorriu sarcástico. Ela cruzou os braços e olhou-o fixamente, fazendo-o revirar os olhos. – Ok, estou indo!

Sasuke apesar de tudo ficou decepcionado, o que não passou despercebido pela rosada.

- Sasuke-kun, obrigada... – murmurou sem graça. – Você não precisava ter passado a noite aqui, mas passou!

- Você fala enquanto dorme, sabia?! – Comentou com um tom divertido.

- O-o que eu disse?! – Perguntou atônita e, em segundos sentiu suas maçãs do rosto esquentarem.

- Tsc... Não importa!

- Ma... – Antes que ela pudesse terminar a frase, sentiu seus lábios sendo pressionados pelos de Sasuke e apenas se deu ao trabalho de enlaçar seus braços no pescoço do moreno.

Não foi um beijo demorado, o que fez Sakura resmungar um pouco quando sentiu ele afastar-se um pouco de si.

- Eu já volto... – murmurou entre os lábios dela para em seguida se afastar.

 

Now I'm, wondering why, I've kept this bottled inside, So I'm starting to regret not telling all of it to you. So if I haven't yet, I've gotta let you know...

Agora estou, Querendo saber por que eu tenho mantido isso engarrafado aqui dentro Então, eu estou começando a me arrepender de não dizer tudo isto para você Então se eu não o fiz ainda, quero que você saiba

 


Mesmo relutante, Sasuke levantou-se e caminhou até a porta do quarto.

- Fique aí! – Ordenou o Uchiha abrindo a porta.

Ele não esperou uma resposta, apenas atravessou a divisa entre o quarto e o corredor e fechou a porta atrás de si. Sentiu que seu corpo inteiro doía, provavelmente uma mistura do resfriado mais o seu aconchego da noite anterior: o chão.

Sasuke virou-se para o corredor, quando encontrou dois olhos perolados arregalados em sua direção.

- Hinata...?!

- S-Sasuke-s-san... bom d-dia! – murmurou a Hyuuga sem jeito. - Como a S-Sakura-chan está?

- Está melhor... – Respondeu um pouco desconfiado pela atitude da morena. -  e o Dobe?!

- Acho que ele está dormindo ainda... A Sakura-chan já acordou?!

- Uhum...

- Então vou ver como ela está. Com licença... – Hinata encolheu os ombros e passou pelo Uchiha.

Ele por sua vez, caminhou até o final do corredor e foi em direção a cozinha. Seu estômago já o avisava que precisava se alimentar.

 

***

 

A dor de cabeça parecia ter melhorado bastante quando comparada ao dia anterior. Pelo menos seus olhos já não ardiam tanto com a claridade proveniente da janela e o mais incrível pareceu acontecer: nenhum sintoma do previsível resfriado.

- S-Sakura-chan?!

O voz baixa e doce de Hinata ecoaram pelo quarto onde Sakura estava. Os orbres esmeraldas se ergueram e viram a Hyuuga parada na soleira da porta.

- Hina-chan! – Sorriu.

- Te acordei?! – Perguntou fechando a porta atrás de si e caminhando até próxima da cama.

- Não... – respondeu, ajeitando suas costas na cabeceira da cama.

Em resposta Hinata sorriu e olhou para as próprias mãos. Por algum motivo, estava constrangida na presença de Sakura e ficou em dúvida se deveria contar à ele o que vira na noite anterior. Ela sabia que eles não tinham qualquer laço sanguíneo, mas achava realmente estranho ver os dois se beijando.

- Hina-chan?! – A voz de Sakura tirou a Hyuuga dos seus pensamentos, fazendo ela olhar diretamente para Sakura. – Você está estranha! Tá tudo bem?

- N-não... quer dizer... s-sim! – Sorriu sem graça.

- Por que você tá gaguejando? Pode falar, Hinata!

Sakura viu a amiga tocar as duas pontas dos dedos indicadores por alguns segundos e riu internamente.

- E-eu... vi... – ofegou.

- Viu?! – Arqueou uma sobrancelha. – Viu o quê?!

- Hãnn... O Sasuke-san... – Hinata fitou a amiga pelo canto dos olhos e percebeu a mesma expressão de dúvida no rosto da amiga. – te beijando! Pronto, falei!

Sakura ficou estática e tudo o que sentiu foi uma gota de suor descer-lhe pelas têmporas.

- P-pode repetir, Hina-chan?  - A rosada viu a dona dos olhos perolados fitar-lhe corada. – Oh céus... Hi nata!

- Eu... sinto muito! Eu não queria ver e... – Hinata suspirou e interrompeu-se, olhando para a amiga. – Por que não me contou?!

Sakura torceu o cobertor por entre os dedos. O modo como Hinata disse a última frase, a fez sentir-se horrível. Sabia que poderia contar para Hinata, mas não tinha coragem.

- Eu estou tão confusa, Hina-chan... – confessou a rosada, olhando para as próprias mãos. – Você não imagina tudo o que está acontecendo! Eu preciso muito falar para alguém, mas eu tenho medo...

- Sabe que pode confiar em mim, Sakura-chan! Independente do que for, sempre estarei do seu lado...

 

 

***

 

Never gonna be alone! From this moment on, if you ever feel like letting go, I won't let you fall... Never gonna be alone! I'll hold you 'til the hurt is gone.

Você nunca vai estar sozinho Deste momento em diante Sempre que você sentir que está partindo Não vou deixar você cair Você nunca vai estar sozinho Vou te segurar até a dor passar

 


Sentado em cima da cerca que dividia a casa central  do pasto, Sasuke fitava a paisagem à sua frente enquanto sentia o cheiro da grama molhada pelo orvalho.

Sabia queseu final de semana “sozinho” com ela estava acabando. Já no final da tarde e início da noite, estaria de novo na mansão vendo Amaya e,provavelmente, Karin. Se seu pai estivesse lá, ouviria um bom sermão por ter deixado sua “querida prima” para trás e, consequentemente, desobedeu sua ordem de levá-la consigo.

Pouco lhe importava os sermões do seu pai, pouco lhe importava se Amaya estaria ou não em casa... só não queria voltar para casa por um único motivo: cada vez estava se tornando mais difícil controlar seus sentimentos e desejos por ela. Ele sabia disso... e Sakura também!

Sasuke fechou os olhos por alguns instantes. “Céus...” pensou.

A última coisa que queria era magoá-la e, sempre que o fez, sentia-se um idiota completo. Cada palavra dita por ela era diferente e o atingia de forma direta, como se ela soubesse dizer a coisa certa na hora certa.

- TEME!

Ele nem se deu ao trabalho de virar-se para saber quem o chamava. Logo, percebeu Naruto ao seu lado.

- Acordou cedo, Teme! – resmungou o loiro coçando os olhos.

- E por quê você acordou essa hora? – Sasuke fitou pelo canto dos olhos.

- Boa pergunta... – Naruto coçou a cabeça. – Não sei não.

- Tsc...

- Ei, falando nisso... – Naruto ajeitou-se sentado ao lado de Sasuke. – Onde você dormiu? Depois que nós chegamos você sumiu!

- Dormi com a Sakura... – Sasuke pigarreou. – Quer dizer... dormi no quarto dela, caso ela precisasse de alguma coisa.

- É bem legal da sua parte se preocupar tanto com ela... – O loiro sorriu. – De uns tempos pra cá, você mudou bastante. Desde que a Sakura-chan chegou, você parece mais... legal!

- Legal, Dobe? – Sasuke arqueou a sobrancelha.

- É! Sei lá... não dá pra explicar! – comentou. – Posso te perguntar uma coisa?

 - Não... já perguntou! – grunhiu mal-humorado. Sasuke estava com receio de onde aquela conversa poderia chegar.

Ignorando a resposta do amigo, Naruto continuou:

- Você gosta da Sakura-chan? – Naruto viu uma pequena veia pulsando na testa do moreno e completou. – Ei, Teme! Só estou perguntando porque você nunca fez nada pra ninguém... Já para ela, você faz qualquer coisa.

- Hum... – resmungou. – E daí?!

- Desde que ela voltou, você mudou... como eu te disse! – Naruto olhou para o amigo, que agora olhava para o chão. – naquele dia que fomos ao barzinho, você ficou muito irritado com aquele cara do corredor que tentou agarrar a Sakura. Você se nega a fazer qualquer coisa a não ser que ela vá...

- Não sou obrigado a ver você e a Hinata se agarrando! – exclamou pondo-se de pé no pasto.

- Você sabe que não fazemos isso e além disso... você não se importava antes!

- ...

- Qual é o seu problema, Sasuke?! Pensei que fossemos melhores amigos!

Sasuke suspirou pesadamente e voltou-se para Naruto, que continuava com o mesmo sorriso estampado no rosto.

- Não é tão simples assim, Naruto!

- Então é isso mesmo?! – Naruto arregalou os olhos. -  Você e a Sakura...?!

- Talvez... – respondeu por fim, rendendo-se a insistência do amigo.

Naruto olhava “incrédulo” para o Uchiha. Era estranho ver os dois melhores amigos juntos, ainda mais quando sempre considerou o fato de Sakura ser adotada pela família de Sasuke. As lembranças dos três brincando juntos no jardim de infância voltaram à mente do loiro. Era tão claro o sentimento que os dois nutriam entre si que era difícil não imaginá-los juntos na vida futura.

- Apesar de ser estranho... Aliás, bem estranho, espero que dê certo Teme! Seu pai já sabe?!

- Não... ninguém sabe!

 

***

 

Foram longos minutos de conversa em que Sakura conseguiu segurar a vontade de chorar. Estava confusa com tudo e não sabia se era certo ou errado manter um relação com seu irmão de criação. Ao contar sobre o primeiro beijo deles, desabou em lágrimas. Foi exatamente naquela noite que seus problemas tinham começado.

- Acalme-se, Sakura-chan! Não precisa chorar... – A Hyuuga mantinha-se abraçada a amiga que se desfazia em lágrimas. – Por que está chorando?!

Aos poucos, a rosada acalmou-se e secou as lágrimas com o dorso das mãos.

- Eu devia ter te contado mas... eu tenho medo! – Sakura percebeu os orbes de cor pérola curiosos em sua direção. – Meu pai... ele nunca entenderá.

- Seu pai não sabe?! – Hinata perguntou inocente. Em resposta, a rosada meneou um não com a cabeça. – Mas vocês não são irmãos, Sakura-chan... Não tem o mesmo sangue e seu pai saabe disso...

-Acho que não é tão simples assim... – sussurrou. – Eu não tenho coragem de contar à ele, Hina-chan. Tenho medo que ele faça alguma coisa com o Sasuke. Eles nunca se entenderam muito bem. Desde que voltei de viagem, os dois sempre estão em pé de guerra... – Lamentou Sakura com pesar. -  Eu não quero que ele faça nada com o Sasuke-kun.

 

 

And now, as long as I can, I'm holding on with both hands, 'Cuz forever I believe that there's nothing I could need but you, So if I haven't yet, I've gotta let you know...

E agora, Enquanto posso, Tenho aguentado firme com ambas as mãos, Porque sempre acredito que não há nada que eu precise além de você Então se eu não o fiz ainda, quero que você saiba...


- Eu nunca vi o Sasuke-san assim... tão preocupado com alguém! Eu bem que desconfiei depois que ele afirmou que só viria se você estivesse junto, mas... sei lá! – ela sorriu para a amiga, que retribuiu com um pequeno e discreto sorriso de canto. – Ele realmente te ama, Sakura-chan...

- Você acha?!

A Hyuuga acenou que sim com a cabeça.

- Acho que vocês deveriam contar ao seu pai... As vezes são necessários ultrapassar alguns obstáculos para sermos felizes, Sakura-chan! E é bem melhor que ele saiba por vocês, do que pela boca de outra pessoa.

Sakura concordou com as palavras da amiga. Não entendia como Hinata podia ser tão sensata, mesmo naquela situação e agradeceu por ela ter atravessado o seu caminho.

 

***

 

Durante todo o dia, Sasuke ficara distante da rosada. Naruto decidiu andar a cavalo e chamou os dois amigos e a namorada, mas somente Sasuke aceitou.

Hinata e Sakura decidiram ficar andando pela fazenda, principalmente a rosada depois de sua última experiência com Mikuya. Hnata também aproveitou para mostrar à amiga toda a fazenda dos Uzumakis e fazê-la esquecer um pouco de seus problemas pessoais.

 

***

 

Eram por volta de nove horas da noite quando o carro de Naruto parou em frente à mansão Uchiha, onde as luzes acesas da sala de estar denunciavam que, provavelmente, Fugaku estava lá.

Durante todo o dia, Sasuke estava um tanto quanto quieto e pensativo, o que não passou despercebido pela rosada. Seu coração lhe dizia que o jeito que ele estava não era uma boa coisa. Ele parecia estar mais sério, se é que era possível.

- Apesar de tudo, foi bem legal esse fim de semana!

Sakura levou um susto ao ver o amigo virado para o banco detrás, sorrindo abertamente para ele e Sasuke. Hinata também estava virada para trás com um sorriso sincero no rosto.

- Valeu por tudo, Dobe! – a voz do Uchiha saiu cortante e fria, causando um silêncio um tanto quanto constrangedor dentro do carro.

- Obrigada, gente... – Sakura sorriu.

Todos saíram dentro do carro, incluindo Hinata. Naruto e Sasuke foram até o porta-malas, de onde descarregaram as duas bolsas de Sakura e as duas mochilas do moreno.

- Amanhã tem que acordar cedo... droga! – resmungou o loiro, fechando o porta-malas. Em seguida, deu um beijo no rosto de Sakura. – Desculpe pela Mikuya, Sakura-chan... – sorriu sem graça.

- Não tem problema. Essas coisas acontecem!  - Sakura piscou para  o amigo que coçou a nuca totalmente sem graça.

Sasuke despediu-se de Hinata e falou um “Tchau, Dobe!” para o loiro. Colocou uma das mochilas nas costas e pegou uma das malas de Sakura nas mãos, caminhando até o portão da mansão.

Sakura foi até Hinata e a abraçou com força e logo foi retribuída pela morena.

- Vai dar tudo certo... – murmurou a Hyuuga no ouvido da amiga. – Amanhã nos vemos! – falou separando-se da rosada.

Ela andou alguns passos e pegou a bolsa que ainda estava no chão. Ao virar-se para os portões da mansão, deparou-se com Sasuke a esperando já do lado de dentro. Deu um último aceno para os amigos e seguiu o caminho que o moreno fizera há poucos minutos.

A porta principal ainda estava um pouco distante quando Sakura resolveu quebrar o “quase-silêncio” entre eles.

- O que você tem?!

 

 

Never gonna be alone! From this moment on, if you ever feel like letting go, I won't let you fall.

  Você nunca vai estar sozinho Deste momento em diante Se você se sentir que está partindo Não vou deixar você cair

 

Sasuke continuou caminhando sem olhá-la, mas surpreendeu-se com a pergunta repentina. Achou que não estava aparentando o nervosismo que estava sentindo, mas estava errado.

- Não tenho nada.

O “assunto” deu-se por encerrado ali, porque nenhum dos dois, principalmente Sasuke prolongaria o mesmo.

 

***

 

As coisas que levara para a viagem já estavam quase todas guardadas em seus devidos lugares, exceto por algumas roupas que ainda estavam sobre o edredom cor-de-rosa e que, definitivamente, não seriam guardadas naquele momento. A viagem tinha sido cansativa o suficiente para fazer Sakura desejar um banho e cair na cama.

Nem Fugaku, nem Itachi estavam em casa quando os irmãos Uchihas chegaram. Apesar de ser um pouco estranho, nenhum dos dois sequer trocaram algumas palavras até porque não tinha “clima” algum entre eles.

“ Tem alguma coisa errada...” concluiu Sakura. O Sasuke do fim de semana tinha sido substituído pelo Sasuke que recebeu-a logo depois da volta do Canadá: frio, arrogante e quieto. Ela decidiu que no dia seguinte, no caminho para a faculdade, falaria com ele e tiraria essa história a limpo.

Sakura decidiu que tomaria um banho e depois, se sentisse fome, desceria. Provavelmente, seu pai logo chegaria e perguntaria como foi tudo...

Foram necessários poucos minutos para que ela saísse do banheiro totalmente renovada e já com uma roupa mais confortável para o clima quente daquela noite. Já de volta ao quarto, passou a pentear os longos cabelos rosados em frente ao espelho.

- Dez horas... – murmurou ao pousar seus olhos sobre o pequeno relógio de cor branca colocado sobre o criado-mudo.  No dia seguinte, sua vida voltaria a ser os estudos da faculdade e a ida e volta dela com Sasuke.

“Sasuke...” Seus pensamentos sempre paravam nele e aquilo começava a lhe irritar.

Um barulho um tanto alto fez Sakura interromper seus pensamentos. Outro barulho e agora a voz alta de Fugaku começavam a invadir os ouvidos da rosada. Rapidamente, ajeitou-se e começou a andar até a porta do quarto, abrindo-a em seguida.

Já no corredor, as vozes alteradas e Sasuke e Fugaku começavam a se tornar cada vez mais claras a cada avançar de passos. Sakura desceu as escadas o mais rápido que pôde, encontrando uma das empregadas com os olhos assustados.

- Inuka-san... o que são esses gritos?

- O Sr. Uchiha acabou de chegar do aeroporto. Ele foi levar Amaya-sama e a sobrinha porque parece que a irmã dela faleceu essa tarde, mas a hora que ele chegou, o Sasuke-san disse que queria falar com ele... e estão trancados no escritórios discutindo há algum tempo. – ofegou a empregada.

- Mas você não sabe o motivo?!

Inuka apenas meneou um  não com a cabeça e retirou-se.

Ela precisava saber o motivo daquela discussão e pressentia que estava relacionado com o modo estranho de Sasuke agir. Com um suspiro, colocou-se a caminhar para a porta do escritório, que estava entreaberta.

Pela fresta viu Sasuke e Fugaku frente a frente, com uma proximidade um tanto perigosa. O nervosismo dos dois era palpável no ambiente do escritório.

- Você percebeu o que esta tentando me dizer, Sasuke?! – Gritou o Uchiha mais velho dando um soco na mesa rústica do cômodo. – Vocês são irmãos! Isso é... um absurdo!

 

When all hope is gone, I know that you can carry on. We're gonna see the world out, I'll hold you 'til the hurt is gone.

Quando toda a esperança estiver desaparecido Eu sei que você poderá continuar Vamos ver o mundo Vou te segurar até a dor passar

 


- Não somos irmãos de sangue! Nunca fomos irmãos e nunca seremos... por que é tão difícil de entender isso?!

Assim que ouviu a frase dita por Sasuke, Sakura sentiu o sangue gelar. Ele estava falando... sobre eles!

- Não pode ser... – ofegou. Por que raios não lhe comunicou sobre isso?! Provavelmente, Sasuke levaria a culpa de tudo... como sempre!

- Nunca vou poder entender! Se sua mãe estivesse aqui, morreria de desgosto... – Lamentou Fugaku.

- Se minha mãe estivesse aqui, ela entenderia! – Gritou o menor.

Fugaku franziu o cenho e aproximou-se ainda mais de Sasuke.

- Se ela não está aqui é por culpa sua! – Acusou o Uchiha mais velho. Fugaku sabia que estava sendo cruel com o filho, mas ele já estava fora de controle.

Sasuke ficou quieto por alguns instantes, com a mandíbula contraída, até que finalmente respondeu:

- E você não perdeu tempo em colocar uma vagabunda como sua substituta, não é?! – Falou o moreno com a voz pesada.

- É melhor medir as suas palavras, rapaz... – Alertou Fugaku aproximando-se cada vez mais de Sasuke.

- Você a substituiu como um objeto sem nem ao menos perguntar o que Itachi ou eu queríamos!

Fugaku, já farto da falta de respeito de Sasuke, estava prestes a ir por cima do filho, quando a porta foi aberta com violência e detrás dela, sai Sakura vindo de encontro a eles.

- Parem!

 

You've gotta live every single day, Like it's the only one, what if tomorrow never comes? Don't let it slip away, Could be our only one, you know it's only just begun. Every single day, Maybe our only one, what if tomorrow never comes? Tomorrow never comes...

Você tem que viver cada dia Como se fosse o único E se o amanhã nunca vier? Não o deixe escapar Poderia ser o nosso único Você sabe isso tudo apenas começou Cada dia Talvez o nosso único E se o amanhã nunca vier? Amanhã nunca chegar

 


Os dois pares de olhos negros voltaram-se para Sakura, que já estava entre pai e filho. Os olhos verdes da rosada reluziam toda a triste que sentia naquele momento através de lágrimas.

Sakura encarou os olhos de Fugaku. Já não eram tão negros como antes, mas sim avermelhados. Nunca vira o “pai” naquele estado de nervos. Voltou seus olhos para Sasuke, que assim como o pai, respirava com dificuldade, tamanho o seu nervosismo.

- O quê v... – Sakura foi interrompida pelo Uchiha menor.

-Saia daqui, Sakura! – Ordenou ele.

- Por que está fazendo isso?! – Perguntou-o incrédula.

- Já disse para sair daqui! – Insistiu, sem encará-la.

 

Time, is going by, so much faster than I, And I'm starting to regret not telling all of this to you.

O tempo está passando  muito mais rápido do que eu, e eu estou começando a me arrepender de não dizer tudo isto para você Portanto, se eu ainda não disse, eu preciso que você saiba ...

 

Depois da conversa com Naruto, Sasuke decidira contar ao seu pai sobre Sakura e ele, mas não imaginou que Fugaku teria tal reação perante a revelação dos fatos. Prefiriu não dizer nada a ela para simplesmente poupá-la da possível “indignação” do Uchiha mais velho, mas parece que não dera muito certo.

- Eu não vou sair daqui! – Exclamou a rosada irritada. Voltou-se para Fugaku que os olhava com reprovação. – Pai, eu...

- Não me chame de pai! – Gritou o homem alterado. – Eu não criei uma filha para depois ser apunhalado pelas costas!

Sakura abraçou o próprio corpo e fechou os olhos com força, enquanto abaixava a cabeça.

- Você é uma vergonha! – Continuou Fugaku. – Quando Amaya me disse que entre vocês existia algo mais, eu me neguei a acreditar, mas vejo que estava certa...

 - Amaya?! – repetiram os dois ao mesmo tempo.

- Desde quando vocês mantém esse caso? – Grunhiu entre os dentes, encarando a rosada. – Responda, Sakura! – ordenou, puxando-a pelo braço.

Ela não conseguia sequer responder. Sentia seu corpo mais e mais trêmulo e não sabia como ainda mantinha-se em pé. Fora a dor que sentia exatamente no local que Fugaku estava apertando com força, fazia a rosada não conseguir se concentrar, apenas soltar soluços de medo.

- O senhor tá me machucando, pai... – sussurrou.

- Pare de me chamar de pai, garota! – Esbravejou mais uma vez.

Fugaku lançou-a para trás e finalmente soltou seu braço. Se não fosse por Sasuke que se colocou atrás dela e a segurasse, teria ido ao chão. O moreno sentiu Sakura encolher-se próximo a ele, como se quisesse se proteger do “pai furioso” e, instintivamente, abraçou-a.

 

Never gonna be alone! From this moment on, if you ever feel like letting go, I won't let you fall.

Você nunca vai estar sozinho A partir deste momento em diante Se você sentir que está partindo Não vou deixá-lo cair

 

Sasuke praguejou-se em seus próprios pensamentos por ter começado a maldita discussão. Como não imaginou a reação do pai diante da verdade?! E o pior era que Sakura estava ouvindo coisas que não merecia.

Se alguém era o culpado naquela história, seria ele. Ele não estava mais se controlando diante da presença dela. Ele a beijou na noite do barzinho e despertou os sentimentos dela.

- Sakura... – sussurrou, aproximando o corpo dela mais de si.

Em resposta, ouviu alguns soluços vindos por parte dela.

- Eu deveria ter te mandado para um orfanato quando pude...  – Fugaku lamentou, olhando diretamente para Sakura. – Ao invés disso, te criei como uma filha e até coloquei Uchiha em seu sobrenome! Lhe dei tudo do bom e do melhor. Você estudou nas melhores escolas de Konoha, passou um ano no Canadá e agora, está cursando uma faculdade nas minhas costas... e como você me retribui, Sakura?! – perguntou-a sem esperar uma resposta. Tudo o que viu foram os olhos esmeraldinos dela encará-lo marejados. – Tornou-se uma qualquer!

- Cala a boca! – Gritou Sasuke. Já estava farto de todas aquelas besteiras que seu pai falara.

- Nós nunca fizemos nada... – sussurrou a rosada, tentando conter o choro. – Você precisa acreditar em mim.

Fugaku soltou uma risada sarcástica e a encarou com desdém.

- Acha mesmo que vou acreditar?! Como posso fazê-lo se deixaram a pobre Karin aqui, para não levá-la para viagem!? Aposto que aqueles seus amiguinhos sabem de tudo, não é?! Aquele maldito casalzinho de pervertidos...

- Eles não sabem de nada... – argumentou Sakura. Ela separou-se de Sasuke e deu um passo a frente. – Eu sempre fui grata por tudo o que o senhor fez. O senhor sabe disso. Sempre lhe agradeci por ter me acolhido em sua casa e em nenhum momento quis desrespeitá-lo... Por favor, me desculpa... – implorou.

Sasuke já estava farto de ver Sakura praticamente humilhando-se perante a Fugaku. Ela era a menos culpada disso tudo. Provavelmente Amaya o estaria envenenando pouco a pouco, ao ponto de fazer tomar esses tipos de atitudes.

- Desculpas?! – riu irônico. – Está me pedindo desculpas, garota?! Se arrependimento matasse, eu já estaria morto! Deveria ter posto você em seu verdadeiro lugar... lavando pratos!

- O senhor está sendo cruel... – ofegou.

Antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu uma ardência no rosto. O barulho do tapa que Fugaku lhe dera ecoou por todo o escritório.

- Não me responda! – Gritou o Uchiha com a respiração pesada.

Sakura apenas levou a mão até o lado esquerdo e pousou-a ali. Ainda conseguiu encarar o pai mais uma vez e não pôde deixar de se envergonhar. Aos olhos do patriarca dos Uchihas, ela era uma qualquer e aquilo lhe doera tanto quanto o tapa desferido por ele.

 

When all hope is gone, I know that you can carry on. We're gonna see the world out, I'll hold you 'til the hurt is gone.

Quando toda a esperança estiver desaparecido Eu sei que você pode continuar Vamos ver o mundo sozinhos Vou te segurar até a dor passar

 


- Maldito! Por que fez isso!? – Sasuke aproximou com os olhos queimando de fúria.

Fugaku ignorou totalmente a revolta do Uchiha menor e ainda encarando Sakura, grunhiu entre os dentes:

- Saia da minha frente antes que eu faça uma coisa pior!

Ela ainda olhou mais uma vez assustada, antes de sair correndo pela porta do escritório. No caminho, encontrou-se com Inuka mas sequer tinha coragem de olhá-la e subiu correndo as escadas. O caminho para o seu quarto nunca tinha sido tão longo como naquele momento e agradeceu ao ver a porta entreaberta.

Sem cerimônias, entrou, trancou a porta e recostou-se na mesma, perdendo totalmente a força nas pernas. Deixou seu corpo escorregar até sentar ao chão e colocar a cabeça entre os joelhos, tentando reprimir o barulho do choro que lhe subira a garganta.

Naquele momento queria esquecer aquelas palavras tão horrível que ouvira da pessoa que considerava seu pai.

Queria chorar até adormecer. Queria dormir para nunca mais acordar.

 

***

 

Um silêncio horrível pairava no escritório, onde os dois Uchihas ainda estavam.

- É melhor você também sair da minha frente! – Exclamou Fugaku, massageando a cabeça. – Amanhã verei o que vou fazer com vocês dois...

- Se encostar um dedo nela mais uma vez... – Grunhiu Sasuke revoltado.

- Você não é ninguém para me ameaçar!

- E quem é você para dizer o que é certo e errado!?- Sasuke foi caminhando a passos lentos até a porta.

- Sou seu pai! – Respondeu o homem.

O moreno parou com uma das mãos na maçaneta e de costas, respondeu:

- Você deixou de ser meu pai há muito tempo!

 

I'm gonna be there all of the way, I won't be missing a one more day,

E vou estar lá pra seguir todo o caminho com você Não vou estar fora mais um dia sem você


E com essa última frase, saiu do escritório, deixando Fugaku totalmente perplexo.

Por sorte, não havia ninguém no caminho. Era quase certeza que eles ouviram a discussão e estavam espreitando pelos cantos da mansão, mas para Sasuke pouco importava.

Subiu as escadas tentando controlar o nervosismo que ainda estava distribuído por todo o organismo.

Do topo da escada já era possível ouvir alguns soluços vindos do quarto dela. Aquilo partira o coração do Uchiha. Maldita hora em que decidiu contar a ele sobre os dois e agora, por causa dele, Sakura estava em prantos.

Ele ficou parado alguns intantes em frente a porta do quarto dela e decidiu tentar abrir. Ao fazê-lo, percebeu que a mesma estava trancada e tentou forçar a porta.

- Sakura... – chamou-a quase num sussurro.

 

I'm gonna be there all of the way, I won't be missing a one more day,

E vou estar lá pra seguir todo o caminho com você Não vou estar fora mais um dia sem você

 

- Vá embora! – Ele ouviu-a gritar em meio à soluços  de dentro do quarto.

Não adiantaria insistir e tentar conversar com ela. O jeito seria esperar no dia seguinte e decidir o que fariam de agora em diante. Se seu pai pensava que os separaria estava muito enganado. Ficaria com ela, nem que para isso, tivesse que fugir de lá.

Quando menos percebeu, estava dentro do seu próprio quarto, sentdo na beira da cama e com o rosto apoiado nas mãos. O barulho dos soluços já não eram mais ouvidos, mas ainda estavam na mente do Uchiha.

- Me perdoe, Sakura...

 

 

 ********************************

...Continua...

 

 

Never Gonna Be Alone - Nickelback


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Notas finais do capítulo

Demoreiii muuuuito, mas cheguei! u.u
Venho aqui com a maior cara deslavada do mundo para pedir desculpas pela demora! Sinto muito gente, mas meu tempo esta cada vez menor. :(
A cada dia que eu não atualizo, meu coração até dói! Desculpem de verdade!
Bom, em relação a fic: O drama começou! o/ Hahahahaha Ok ok... eu fui muuuito má! Mas tudo tem um porquê! :B
Na minha opinião, esse capítulo ficou meio mal escrito. u.u Não... não quero elogios... é apenas a minha opinião! '
Voces perceberam que a Amaya já estava envenenando Fugaku, né?! Aquela v***... ¬¬'
Em relação aos reviews, eu os ameeei de verdade! E não recebi nenhuma ameaça de morte! o/ Obg pela compreensão e espero que continuem assim!
Queria agradecer a duas pessoas: TMJPokeGirl e sthe que recomendaram a fic! *---* Obg meninas!
 
Acho que por enquanto é isso. Ainda não tenho previsão para a postagem do novo capítulo, até porque ele nem está escrito. Mas já tenho tudo em mente e o que eu preciso é sentar, com tempo e calma, e escrever!
Críticas/elogios/sugestões/desabafos sobre o mang´?! - Mande um review que com certeza, responderei!
Falando em mangá, por que raios o Tio OrochiJackson voltou para o mangá?! Será que ele vai tentar molestar o Sasuke?!  Se não me bastasse o pirulito-sabor-laranja-vulgo-Tobi-Madara, agora o gêmeo do Rei do Pop também surge no mangá que nem cocô de pombo que caiu do céu?! WTF, Kishi-dorgado!? ¬¬ Vamos ver o que vai dar, né?! u.u
Voltando ao assunto principaal...
:B
Acho que é isso!
Façam-me felizes e recomendem a fic! *---*
E quem acompanha a fic Light Of Darkness, quero avisar que foi postada!
Beijoooos, gente! Até o próximo post!
 
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