A razão do meu viver escrita por Mih Mellark


Capítulo 25
Medo!


Notas iniciais do capítulo

Oláa gente! LEIAM AS NOTAS INICIAIS POR FAVOR!
Eu simplesmente ameeeii escrever esse capítulo ele está GIGANTE e levou MUITO tempo. Bom, me desculpem pela demora por favor, eu estou bem magoada porque acabei de descobrir que minha doença que possuo aumentou e em consequência disso eu fiquei sem entusiasmo para escrever. Eu estou chateada também porque temos mais de 100 leitores por capítulo na fic, mas menos de 10 comentam. Eu espero que vocês comentem bastantão nesse capitulo afinal ele me deu muitoooo trabalho e está enorme como eu já disse mas adorei escrevê-lo. Obrigada Eletryka por me mandar mensagem e me incentivar a postar. É isso nos vemos lá em baixo.
BOA LEITURA:)



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Cap 25 – Medo!

– Você está grávida.

Essas humildes três palavras me fizeram ter um sentimento tão forte que eu não sentia desde o dia em que fui presa e torturada por Glimmer. O medo. Essa palavra pode ser pequena com apenas quatro letras e duas sílabas, mas seu interior é infinito. Como pode de uma palavra tão pequenininha ter um significado tão imenso? Sim, o medo para mim é o pior sentimento que a pessoa pode ter. É o sentimento que mais devora em uma pessoa. No momento em que a palavra “medo” ecoa em minha cabeça, outros nomes tomam seu espaço, um muito conhecido por todos. Glimmer. É dessa pessoa que eu mais temo.

Um filho. Como? Como é possível? Agora? Sou apenas uma criança. Não, não sou mais criança, porém sou muito nova para ter essas novas experiências que chegarão com o tempo.

Junto com o medo outros sentimentos embalam dentro de mim. Desespero. Proteção. Cuidados. Perigo.

Sim, perigo por John ainda não ter encontrado Glimmer na cidade. O perigo que meu filho ou filha correr em sua vida. Sei que é a coisa que Peeta mais quer no mundo, seu sonho está sendo realizado nesse exato momento, mas como vou passar o resto de minha vida com esse sentimento preso ao meu corpo sabendo que a qualquer dia, qualquer hora e qualquer minuto ela pode estar lá. Glimmer pode estar lá e tomar minha criança de meu colo. O medo de ter uma criança no mundo apossa em meu corpo mais e mais vezes. Nunca recusaria de ter um filho! Um pedaço de Peeta crescendo dentro de mim é melhor sensação que uma pessoa pode ter, porém não nas minhas circunstancias. Eu corro muito perigo. Minha vida corre perigo.

Meus amigos, familiares todos dizem que isso é passado e que Glimmer já está em outra cidade vivendo sua vida. Horas em meus dias livres penso nisso e no quanto eles podem estar corretos a esse respeito, mas eu nunca serei capaz de esquecer o que aquela víbora causou em mim, na minha vida, afetando um pouco de todos nós. Apenas eu tenho pesadelos freqüentes? Apenas eu andei de cadeira de rodas por um bom tempo? Apenas eu agüentei aqueles cortes amarrada de um jeito totalmente desconfortável? Apenas eu tenho cicatrizes? Apenas eu sofri fisicamente.

Agora eu entendo a pior dor que se possa ter, é a dor de ser machucado. Mas além dessa dor, uma dor muito pior empata com ela... O medo!

Quando eu era menor e cheguei à cidade em busca de Peeta eu afirmava que a pior dor de todas era ser traída. Eu afirmava com todas as minhas forças que a traição é a pior. Mas há muitas dores piores que essa. Nossa vida é composta de um quebra-cabeça que sempre nossas peças se encaixam. A dor de ser traída se encaixa por estarmos machucados que conseqüentemente se encaixa com um medo e pavor de ser traída novamente. Não sei se você aí me entende, mas esse não é o meu caso e sim de muitas pessoas. Não tenho medo de ser traída, jamais, Peeta me ama e disso não tenho duvidas. Mas o medo de meu filho sofrer tudo o que eu presenciei me consome de um modo totalmente aleatório. Se meu filho ou filha ficar atordoado pelo resto da vida, a culpa me seguirá até o dia de minha morte, eu nunca vou ser feliz novamente por uma agonia tomando conta de mim por ter sido tão egoísta a esse ponto. Esses dois problemas me perseguem no momento:

1) Sou muito nova para criar um filho ou filha. Eu nem cursei minha faculdade.

2) O medo de Glimmer roubá-lo de mim.

Depois de muito tempo paralisada apenas pensando nas consequências percebo que ainda estou sentada na maca, mas agora com a mão em meu ventre e Peeta passando a mão por meu rosto.

– Katniss? Katniss fala comigo! – ele gritava.

– Acalme-se Peeta ela deve estar em transe, eu vou chamar um enfermeiro. – a doutora avisou e saiu pela porta desesperadamente.

– Kat, meu amor, fala comigo. – ele me sacudia – Por que você está assim.

Eu não sei descrever no momento o que meu corpo está transmitindo. Parece que eu parei de repente, não consigo tirar o olhar de um ponto fixo nem falar ou até mesmo me mexer, eu apenas consigo escutar todos a minha volta.

Tento pronunciar a palavra “Peeta”, mas ela parece entalada em minha garganta. Tento olhar em seus orbes azuis para me transportar segurança, mas meus olhos não obedecem.

Quero o abraço de Peeta. Quero o conforto dele. Quero meu céu particular. Mas ele apenas parece gritar com um grupo de enfermeiros que chega ao local. Sem sua segurança eu não vivo, é quando eu sinto meu corpo tombar para trás e algum objeto fofo sustentar meu peso, mais pessoas surgem ao meu redor no momento em que luto para meus olhos ficarem abertos, mas não consigo vencer entrando em uma profunda escuridão com aquele sentimento me perseguindo desde já!

§§§

Uma tontura toma conta de mim ao mesmo tempo em que meus olhos se abrem. Olho para os lados em busca de Peeta, mas a única pessoa em que vislumbro é Caroline sentada em uma poltrona mexendo no celular. O quarto é branco e me recordo que estou em um hospital e descobri que estou grávida.

– Caroline? – pergunto colocando a mão na testa, ela tira a atenção do celular e me olha surpresa.

– Katniss? – ela corre até a cama onde estou. – Você acordou! Está melhor?

– Só com um pouco de tontura. Onde está Peeta?

– Está conversando com o médico lá fora. Acho que a tontura deve ser da gravidez. – então Peeta deve ter contado a ela. – É melhor eu chamar uma enfermeira.

– Não. – falei rápida – Só quero ficar com Peeta.

– Tudo bem, mas essa tontura pode ser alguma coisa séria. – ela afirmou e saiu pela porta.

Olhei para baixo derrotada e percebi que Carol tinha deixado seu celular na ponta da cama, ele começou a apitar mostrando que tinha recebido uma mensagem de uma tal de G. Depois da minha conversa com Peeta eu nunca mais fui atrás para saber dessa pessoa e nem fiquei ouvindo Caroline as escondidas.

– Abro ou não? – sussurrei para mim mesma com o celular apitando em minhas mãos.

Decidi depois de bastante tempo me fazendo essa pergunta, que uma espiadinha não ia fazer mal a ninguém. Desbloqueei o aparelho e quando fui entrar no aplicativo o barulho da maçaneta me impediu de terminar a tarefa, soltei o celular em um pulo.

– Katniss? A enfermeira está aqui. – era Caroline. – Meu celular está aqui?

– Sim, você deixou. – lhe entreguei o mesmo enquanto a enfermeira me diagnosticava.

– Ah obrigada, eu vou fazer uma ligação e já volto.

– Bom Katniss a tontura provavelmente foi uma conseqüência da gravidez. Já coloquei um remédio na sua medicação. – disse depois que Carol se retirou do quarto.

Ah, já falei que estou com uma agulha perfurando meu braço? Não? Pois é, eu odeio agulhas. A enfermeira me explicou que eu entrei em um transe assim que soube da notícia. Agora para minha alegria eu estou com um remédio para passar a tontura além do soro.

– Onde está Peeta? – perguntei já sabendo da resposta.

– Ele está conversando com a médica sobre o bebê, quer que eu o chame?

– Por favor.

Dito isso, a enfermeira saiu calmamente e em menos de cinco minutos lá estava ele com apenas a cabeça para dentro do quarto e um sorriso triunfante nos lábios.

– Peeta. – bati ao meu lado indicando o lugar para ele se sentar.

– Como você está, meu amor? Ta melhor?

– Agora sim. – dei um selinho dele e o mesmo respirou fundo. – O que foi Peeta?

– Kat eu não sei como começar a falar... – a gravidez, sim.

– Eu estou com medo Peeta, muito medo. – resmunguei chorosa.

– Não precisa ter medo Kat estamos juntos. Eu sempre disse isso a você. A gente tem uma promessa, lembra?

– Você sempre ficará no meu coração Peeta Mellark e eu sempre te amarei.

– Eu também, como prometido. – ele enroscou nossos dedos.

– Mas Peeta você sabe que Glimmer... – comecei, mas ele me interrompeu.

– A Glimmer não vai fazer nada com nosso filho, entendeu? Eu não vou deixar. Ela sumiu pelo mundo, estamos sem sinal dela. Agora que tal deixarmos o medo de lado e construir uma família linda? – ele ainda sorria. Ele estava tentando me convencer, mas Peeta não sabe o quanto isso é errado.

– Peeta o problema não é só Glimmer. – ele me olhou confuso. – Somos muito novos, estamos acabando agora a escola e nem entramos na faculdade. Como vamos sustentar essa criança?

– Nossos pais nos ajudam. – respondeu como se fosse a tarefa mais simples de se fazer.

– Não é assim Peeta. – retruquei estressada. – Você acha que a gente pode sair pedindo dinheiro para sustentar uma coisa que nós construímos? É problema nosso e não dos nossos pais.

– Você não quer ter essa criança. Verdadeiro ou falso? – ele não olhava em meus olhos apenas encarava o colchão da cama.

Parei para pensar alguns instantes. Eu amaria um pedaço de Peeta dentro de mim, mas só de pensar que Glimmer pode estar em baixo do nosso nariz o medo volta a me assustar.

– Eu quero, mas tenho medo. – disse por fim.

– Eu já disse que não precisa ter medo. Eu estou com você eu dou minha vida por essa criança Kat. Eu conversei com John mais cedo e contei do seu medo, mas ele me assegurou que mais policiais estarão investigando o caso. Não tem pelo o que se preocupar, estamos em paz.

Será que eu poderia confiar em Peeta? Acho que eu ainda estou muito aflita com tudo o que aconteceu e estou deixando as melhores coisas para trás. É claro que uma família com Peeta seria tudo de bom na vida e é com esse pensamento, essa paz, que eu quero viver o resto de minha vida. Ao lado do meu homem e do meu pequeno filho ou filha que está por vir. Teremos que pedir ajuda com nossos pais, não tem jeito, quanto mais cedo começarmos a faculdade, mais rápido vamos trabalhar e conseqüentemente não precisar mais deles para os gastos.

– Vamos nos revezar para a faculdade, o que você acha? – Peeta sugeriu. – Enquanto um faz de tarde o outro pode ir a noite. Teremos um pouco de dinheiro dos nossos pais primeiros anos, mas depois que começarmos a trabalhar a gente se vira.

– Tudo bem. – sussurrei.

– O que? – ele me olhou incrédulo com as sobrancelhas arqueadas, eu fiquei com vontade de rir, mas me segurei.

– Eu disse que tudo bem.

– Então você aceita nosso filho? – perguntou esperançoso.

– É claro que sim.

No segundo seguinte Peeta avançou ficando em cima de mim distribuindo beijos pelo meu rosto enquanto eu ria sem parar.

– Para Peeta! – com nosso amasso sem querer Peeta deixou seu cotovelo tombar bem no local onde a agulha estava enterrada. – Ai!

– Você ta bem? Ai meu deus eu sinto muito. – ele saiu de cima de mim e examinou meu braço.

– Somos loucos mesmo, não é? – disse descontraída.

– Não, loucos não. Eu diria que somos diferentes.

§§§

Alguns dias depois eu saí do hospital e agora estou sã e salva sem agulhas em casa. Mesmo feliz que aquela praga não está me perfurando outra coisa está me deixando um tanto quanto aflita. Meus pais e de Peeta estão prestes a chegar aqui em nossa casa, Peeta telefonou para eles anteontem e disse que tínhamos uma novidade para contar.

Já combinei com Peeta que quero que esse assunto fique totalmente fechado, apenas nossas famílias, amigos da outra cidade e Caroline poderiam saber. Ligamos para os doidinhos ontem a noite e a felicidade deles parecia até maior que a minha. Eles diziam nomes totalmente bizarros e faziam todo tipo de piada.

FLASHBACK ON

– Alô Annie?

– Kat? Kat é você? – sua voz parecia surpresa.

– Sim, sou eu e Peeta.

– Ah meu deus vocês não ligam faz décadas. Oi Peeta! – ela adora fazer um drama.

– E aí Annie. – respondeu Peeta.

– Gente gente é a Kat e o Peeta! – ela provavelmente deveria estar falando com o resto da turma.

– E aí casal? – essa era a voz inconfundível de Finnick.

Ficamos conversando com todos eles por mais alguns minutos falando como estava a escola, o dia-a-dia, etc quando Peeta resolveu tomar iniciativa para falar da surpresa.

– Galera nós temos uma novidade para contar. – um silêncio se formou na ligação por instantes.

– O que houve Peeta? – perguntou Gale.

– Isso é para ficar em completo silêncio, ouviram? – alertei. – Não quero que ninguém mais saiba além de vocês e nossas famílias. É uma novidade que ficamos sabendo há alguns dias e ainda temos medo que isso se espalhe pelas pessoas.

– Ai meu deus fala logo Kat eu to ansiosa, o que é? – Clove educada como sempre resmungou.

– Eu estou grávida. – joguei a bomba pouco me importando se fui rápida demais.

– O QUE? – gritou Cato, mas parecendo com um grito fino de mulher.

– Isso mesmo gente, eu vou ser papai. – Peeta cantarolou todo alegre.

– Mas como? – Cato continuou.

– Você quer que eu te dê aula de ciências agora, meu amor? – perguntou Clove para ele fazendo todos rirem. – Ah e parabéns casal! Prometemos não contar para ninguém se a gente mimar muito essa fofa.

– E se for um menino Clove? – perguntei.

– De qualquer jeito vamos mimar muito.

– Ah nós vamos mimar muito mesmo Clove. – concordou Annie. – Essa criança vai ser uma alegria para todos Kat não pense o pior e meus parabéns. – era impressão minha ou Annie estava chorando?

– Você está chorando Annie?

– Eu só estou muito feliz eu sempre quis ter um filho. Kat eu sei que você deve estar assustada por causa da Glimmer, mas esse assunto já acabou e não tem mais o que temer, tudo bem? – pelo canto do olho pude ver Peeta sorrir para o telefone em minhas mãos.

– Vou tentar ficar calma Annie, por nós e também pelo bebê. – Peeta virou o rosto e me deu um beijo na bochecha, sorri para ele em resposta.

– É isso que se fala amiga, meus parabéns casal estamos apoiando vocês em tudo! Qualquer problema é só falar com a gente. – até que enfim Madge apareceu tinha sumido. – Afinal, vocês pretendem voltar quando?

Depois dessa pergunta o meu olhar se encontrou com o de Peeta no mesmo instante, nós ainda não tínhamos combinado ao certo o dia de partir daqui. Quando ele tinha feito o pedido para nos mudarmos, nós prometemos que voltaríamos assim que o susto e o medo passassem e principalmente quando Glimmer fosse presa, mas estamos tão bem aqui sozinhos que acho que não seria uma hora para voltar, pelo menos não tão cedo. Talvez ficaríamos aqui para sempre, talvez não. Não sei tudo vai depender do tempo, mas sei que Peeta preferiu essa cidade ainda mais com o próximo bebê que está por vir, não queremos ficar na antiga casa com aquelas más lembranças, então digo apenas o que deduzo que está na mente de meu namorado nesse instante.

– Não sabemos ainda Mad, estamos bem aqui depois avisamos o dia com mais calma.

Nossa conversa se tornou agitada cada vez mais, Gale, Cato e Finn adoravam dar nomes totalmente bizarros que santo pai! Nunca tinha ouvido falar! Enfim, nossas conversas sempre eram longas e divertidas. Pensando agora, sorte da minha pequena ou pequeno que vai ser mais mimado do que cachorro achado na rua. Não tocamos mais no assunto “dia de voltar” porque todos já haviam percebido o quanto estamos nos adaptando melhor por aqui. Eu diria melhor? Sim, totalmente! Sem lembranças ruins, o pior de tudo é deixar minha família e amigos, mas nos comunicamos com frequencia então praticamente estamos na mesma jornada.

– Galera, nós estamos indo porque minha gravidinha e o meu filho precisam descansar ok? – já falei que Peeta é o tipo de homem super-protetor? Não? Então já está falado. Nunca vi homem que se preocupa tanto comido. Nem que eu vivesse cem anos eu mereceria esse homem. Depois que saí do hospital ele vivia me perguntando de 5 em 5 minutos se estou com fome ou algo do tipo.

– Ah vamos ficar com saudades. Nos avisem de tudo! E não se esqueçam de mandar fotos do ultrassom e tudo do bebê por e-mail, ouviu Kat?

– Pode deixar Annie.

– Ah e mais uma coisa. – interrompeu Clove. – Como vocês vão fazer com a faculdade?

– Eu vou estudar depois que a criança nascer. Por enquanto apenas Peeta vai cursar a tarde e eu quando começar, a noite. – esclareci.

– Ah está ótimo o horário de vocês. Boa sorte e não se esqueçam de mandar fotos. Beijos.

– Beijos Clove, beijos todos.

– Beijos! – disseram em uníssono.

FLASHBACK OFF

O som da campainha é que me fez despertar dos pensamentos da conversa com nossos amigos. Peeta olhou rapidamente para mim antes de levantar do sofá e ir em direção a porta. É agora Katniss! Conte para sua mãe da gravidez, ela vai entender. Não tenha medo! Fiquei repetindo isso na minha mente até enxergar a sombra de minha mãe e Prim formada na minha frente.

– Mãe? Prim? Que saudade! – abracei as suas que retribuíram em seguida.

– Que saudade maninha.

– Também senti a sua Prim.

– Filha, você engordou? – minha mãe me olhou dos pés a cabeça e só agora reparei que eu estava com uma blusinha que antes estava larga, mas agora parecia que era tamanho infantil.

– Nossa obrigada mãe também senti sua falta. – resmunguei irônica.

– Ah para com isso Katniss você sabe que nós duas não somos as mesmas sem você. – dei mais um abraço nelas antes de reparar que os pais de Peeta ainda não estavam aqui.

– Peeta seus pais estão chegando? – ele ainda estava na porta com ela arregaçada provavelmente aguardando a família.

– Estão sim.

– Filha que novidade é essa que você fez sairmos de lá para vir?

– Calma mãe, já vamos dizer só quero esperar os pais de Peeta chegarem.

Não demorou mais que quinze minutos e eles já estavam com os pés aqui em casa. Eles disseram que o vôo atrasou, mas correram ao máximo então conseguiram chegar para o jantar. Minha mãe não parava de nos pressionar para falarmos e Prim parecia dispersa apenas se entretendo em conhecer minha humilde residência.

– Vamos jantar? – Peeta saiu da cozinha com uma travessa que eu deduzo ser lasanha de abobrinha com peito de peru e molho branco, sua especialidade.

– Uhm o cheiro ta ótimo. - minha barriga clamava por comida só de sentir aquele cheiro de queijo ralado gratinado pelo forno.

Todos nós sentamos à mesa. Eu fiquei ao lado de Peeta, Prim escolheu a ponta da mesa, do outro lado se encontrava o Sr. e a Sra. Mellark e na outra ponta minha querida mãe.

– Então Katniss e Peeta nos chamaram aqui para contar alguma novidade, estou certa? – perguntou a mãe de Peeta fazendo todos largarem os talheres menos Prim que continuou comendo a lasanha descontraída.

– Sim. – comecei, mas quando eu ia continuar minha voz parecia ter falhado, senti um par de mãos em cima das minhas por baixo da mesa tentando me passar segurança.

– Eu e a Katniss descobrimos uma coisa há alguns dias. - Peeta tomou iniciativa.

– Que coisa? – perguntou minha mãe.

– Eu estou grávida. – joguei novamente a bomba, espero apenas que não tenha explodido.

– Você o que? – minha mãe perdeu a cor do rosto. Não olhei para as outras pessoas que estavam presentes na mesa.

– Mãe você está bem? – levantei da cadeira e fui até a ponta da mesa a abraçando por trás.

– Filha... – ela apenas abaixou a cabeça sem conseguir pronunciar alguma sílaba. Percebi que ela respirou fundo e provavelmente deve estar pensando e raciocinando nas conseqüências que irei passar. – Você tem noção da responsabilidade que você passará?

– Tenho mãe. Eu tenho Peeta para me ajudar e vocês também. – olhei para o resto e percebi que Prim estava sorrindo e com algumas lágrimas nos olhos assim como a Sr. Mellark. -Sabemos que foi um acidente, mas vamos fazer de tudo para proteger e amar essa criança.

– Ai meu deus eu já vou ser vovó. – disse minha mãe se debulhando em lágrimas.

– Meu filho? – chamou o Sr. Mellark.

– Sim pai.

– Você tem que saber que ter um filho não é uma coisa fácil. – Peeta concordou com a cabeça e ele continuou. – Nós vamos ajudar vocês em tudo o que for possível ainda mais por serem tão jovens. Essa é uma responsabilidade imensa e por causa disso vocês estão virando adultos rápido demais. O que eu quero dizer é que vocês não vão conseguir levar a vida de adolescente de antes e como vai ser na faculdade? Já pensaram nisso?

– Sim, eu vou estudar agora e Katniss vai cursar depois da gestação.

– Tudo bem. – o Sr. Mellark deu um sorriso torto em nossa direção. – Eu sabia que mais tarde ou mais cedo isso aconteceria. – ele percebeu nossas sobrancelhas enrugadas então logo tratou de explicar. – Peeta me pediu ajuda para mobiliar a casa e me disse que queria fazer um quarto para um futuro filho. Eu sei que é tudo o que você quer Peeta eu até estava pensando em conversar com você sobre isso alguma hora, mas já vi que esperei tempo demais.

– Filho eu torço por vocês dois. – a Sra. Mellark levantou da mesa e veio em nossa direção nos dando um abraço. – Vamos ajudar no que precisar meus queridos. Essa criança vai ser muito bem vinda a família.

– Obrigado mãe. – agradeceu Peeta e eu concordei com a cabeça.

– Filha. – chamou minha mãe.

– Oi mãe.

– Eu quero avisar que mesmo um pouco magoada por você estar virando mulher tão cedo eu apoio em tudo o que vocês precisarem. – eu e Peeta fomos até sua cadeira e lhe demos um abraço apertado. – Seu pai estaria tão orgulhoso de você, minha filha. – eu e ela estávamos soluçando de tanto chorar, no entanto, Peeta já tinha se desgrudado do abraço. – Ele sempre quis ser avô cedo. Eu ainda me lembro de você tão pequenininha no meu colo ou ensinando Prim a andar e até mesmo no dia em que você nasceu.

– Ah mãe. – soltei do abraço, mas segurei seus ombros firmemente. – Eu ainda vou ser sua menininha.

Voltamos a nos sentar na mesa para terminar a refeição. Prim não tirava o sorriso do rosto e me perguntava se eu queria que fosse menina ou menino. Para mim, não importa o sexo da criança. Uma pequena Katniss ou um mini Peeta sempre vão ser bem vindos no meu coração, vou amar igualmente um garoto ou uma garota. O que importa não é o sexo do bebê, temos que nos importar com outras coisas isso é Deus quem vai decidir.

– Filha, podemos conversar com você? – minha mãe chegou com a Sr. Mellark no sofá, aonde eu estava com Prim, depois do jantar. Percebi que Peeta estava no canto da sala, no bar, com seu pai dando risadas e conversando abertamente.

– Claro.

– Prim, querida, vai arrumar suas malas no quarto em que Katniss nos hospedou por favor – como minha família e de a Peeta chegaram tarde, resolvemos deixá-los aqui em casa por alguns dias e aproveitar para matar a saudade deles também.

– O que vocês querem conversar comigo? – perguntei quando Prim já tinha subido as escadas.

– Katniss você sabe que quando uma mulher entra no período de gravidez, o corpo dela muda totalmente e sofre uma série de mudanças. – começou a Sra. Mellark.

– Sim, eu sei.

– Então. – continuou minha mãe. – Queremos apenas te alertar algumas coisas. Por exemplo: seu quadril vai aumentar, seus seios vão ficar mais inchados, tudo para sustentar o bebê.

– Katniss se você sentir algo, alguma dor ou coisa do tipo, avise o Peeta imediatamente e nos ligue também.

– Isso mesmo filha. Vamos te ajudar em tudo o que conseguirmos.

– Obrigada gente. – dei um abraço nas duas.

– Você acha que é um menino ou uma menina? – a Sra. Mellark colocou a mão no pequeno volume da minha barriga que a blusa permite aparecer.

– Eu não sei.

– Filha, te achei meio tensa, parece que tem algo dentro de você que está te intrigando.

– Você me conhece muito bem mãe. – ri fraco e elas ficaram esperando pela resposta. – Eu tenho medo de Glimmer, que mesmo solta pelo mundo, me deixa aflita ainda mais agora que vou ter um filho. Tenho medo de acontecer algo com a criança, não sei.

– Quem é Glimmer, Katniss? – OH MY GOD! Como você é burra Katniss! Burra! Sua mãe não sabe o que aconteceu com você! Ela não sabe que eu fui torturada. Caraca! E agora, o que eu faço? Não posso dizer a verdade. Não posso.

– Ah mãe, é uma menina da escola que implicava comigo e agora ela está aqui nessa cidade, mas não é nada demais fique tranqüila. – menti e parece que não convenci a Sr. Everdeen que ainda está com a cara fechada. Percebi que mesmo conversando com seu pai, Peeta estava prestando atenção na nossa conversa também.

– Quem é essa garota, Katniss? – insistiu.

– Já disse que ela apenas pegava no meu pé. Ela é chata e tenho medo de quando eu esbarrar com ela na rua de insultar meu bebê também. Se isso acontecer eu vou para cima dela.

– Isso não vai acontecer, minha querida, você vale muito mais do que ela que fica só te insultando.

“Só”. Pena que não é só isso! Pelo menos consegui fazer minha mãe acreditar na minha conversa sobre Glimmer. Só espero que ela esteja certa, que nada vai acontecer. É assim que eu vou dormir essa noite, rezando para John encontrar a máfia e fazer com que todos os meus pesadelos a respeito dela se esvaziem. Quero a paz, apenas a paz para minha criança viver feliz e não ter um contratempo na vida como eu tive para se preocupar.

Glimmer... Espero que você esteja longe, bem longe, e no final de tudo feliz também.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Está grande o capitulo, não é? nem perguntei... O QUE ACHARAM DA FIC "ALWAYS FOREVER"?????? EU TO AMANDO hahahaha.
A história ainda não está no final! Uhuulll! Ainda bem porque eu amo muito escrevê-la.
A prévia do 26 tributos:

— Peeta? – me virei agora o encarando frente a frente. Ele passou suas mãos pelo rosto enxugando as próprias lágrimas e depois se aproximou de mim.
— Você é a pessoa mais perfeita nesse mundo. – ele segurava meus ombros firmemente.
— Ninguém é perfeito. – sussurro com nossas testas coladas.

— E o que você acha de Sam? Ou Mathew? Miguel? – Peeta não parava de ler os nomes no computador apoiado em suas pernas.
— Você só pensa em nome de menino. – comecei a rir junto com Prim – E se for uma princesinha?

— “Venha Emily!” – dissemos e a foto foi tirada.