Passado, Presente e Futuro escrita por Blue Butterfly


Capítulo 7
Presente de um novo goleiro


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



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–E não esqueçam do trabalho sobre a teoria atômica do século XX – sensei lembrou, finalizando a aula.

Yukito suspirou, química definitivamente era um problema. Sako olhando ameaçadoramente para ele também era.

–Yukito-san – uma voz grave chamou.

O garoto olhou para sua esquerda, Touya ainda estava guardando suas coisas, muito atento ao que colocava na mochila.

–Sim – Yukito respondeu olhando para o moreno com suavidade.

–Já pensou em entrar para o clube de futebol? Soube que há uma vaga no time.

–Eu estou experimentando os clubes para ver onde me encaixo melhor, ainda não decidi onde vou entrar – Yukito respondeu com sinceridade.

Pelas contas dele, muitas opções já tinham sido descartadas, ele quis começar com os clubes mais acadêmicos para só depois tentar um lugar naqueles que ofereciam esportes. Tinha gostado muito da noite em que brincou com a bola de futebol, só não tinha certeza se era bom o suficiente para o time oficial.

–Devia tentar o clube de futebol hoje – Touya insistiu, o tom de voz sério mudando para um mais mandão.

Yukito riu, era engraçado conversar com alguém que na maioria das vezes ficava olhando para outro lado e ainda tinha um tom autoritário. Na sua lista de clubes, ainda faltava muito para tentar o futebol, mas resolveu aceitar o convite.

–Você joga futebol? – Yukito perguntou, mesmo que já soubesse a resposta. Não haveria por que convidá-lo se ele não fizesse parte do time.

–Pode se dizer que sim – Touya respondeu evasivo.

Há alguns dias ele vinha pensando em convidar o menino para o time, só que no fim do dia acabava deixando para o dia seguinte, com o acidente daquela manhã, ele considerou que era melhor manter o garoto por perto, Sako tinha muitos defeitos, inclusive uma fúria desenfreada, só que não ficava bravo por muito tempo, dois dias e ele não faria mais nada para se vingar de Yukito. Mas por enquanto era melhor ser cauteloso, os olhares que Yanaza lançava para o menino pálido não eram nada amigáveis e só podiam significar encrenca.

–Você vai? – Touya perguntou ficando de pé e encarando o garoto pela primeira vez depois que aquela conversa começou.

Yukito sorriu para ele, estava sentado na ponta da mesa, a mochila caída em um dos ombros e a postura perfeita, seus pés balançavam levemente, mal tocando o chão devido sua pequena estatura.

–Claro Touya-kun – respondeu em sua voz doce de criança que está aprontando alguma coisa.

–Kun? – Touya ergueu uma sobrancelha, formando uma expressão de desafio em seu rosto.

Yukito deu de ombros, fingindo não ver a diferença que aquele sufixo carregava em relação ao outro. Touya bufou, aquele menino tinha algo especial que quebrava todas as suas barreiras. Ele não lembrava a última vez que alguém usara kun para ele sem ser Sakura, nem mesmo Oto-san o chamava assim. San era um sufixo de respeito, muito comum entre jovens e adultos, já kun era mais doce, mais amigável, servia para representar laços de amizade e ternura, duas coisas que viviam em falta na vida do moreno. Ainda assim, lá estava Yukito balançando seus pés e olhando com toda a inocência do mundo para ele, embora o sorriso revelasse o quanto ele se divertia com aquela mudança. O garoto de cabelos brancos estava tentando ser seu amigo, estava se esforçando desde o primeiro dia, mesmo quando Touya era rude ou mal falava com ele, o garoto persistia em seu objetivo, não insistindo a ponto de deixá-lo irritado, como alguns (principalmente algumas) tinham feito, mas se aproximando silenciosamente, sem alarde, sem bagunça, sem querer chamar atenção, lento como um rio em descanso, pálido como a lua. Sim, Yukito se aproximara de Touya da mesma forma que a lua atravessava o céu todas as noites, doce e calmamente, e para a surpresa de Touya, inevitavelmente, pois do mesmo jeito que a lua cruzava o céu independentemente da vontade humana, Yukito atravessou as barreiras de Touya e agora o chamava de kun.

–Vamos logo, Yukito-kun – Touya devolveu num tom sério e meio irritado.

Mas quando Yukito olhou para os olhos escuros do outro rapaz, ele viu aceitação. Yukito ganhara o direito de chamá-lo de kun.

Eles caminharam em silêncio, só que não era ruim, Yukito podia falar muito, mas também conseguia compartilhar o silêncio sem fazer com que ele parecesse pesado, quando estava em silêncio ele costumava falar consigo mesmo ou pensar em alguma obra criativa para experimentar na cozinha. Inclusive, para sua total alegria, naquela manhã ele conseguira fazer ovos cozidos do jeito certo – as quatro tentativas anteriores tinham sido um fracasso total. Touya pensava em estratégias, com o torneio se aproximando, ele precisava mudar o treinamento do time para algo mais focado, além de providenciar um novo goleiro, já que o reserva tinha sido convocado a se retirar do time e da escola após ser pego quebrando uma das janelas. Touya não se envolveu na história, se o diretor dizia que um aluno tinha que ser retirado do time ele obedecia, e agora era sua tarefa achar outro goleiro reserva.

–Yukito-kun – Touya começou, um pouco surpreso ao perceber como era fácil usar aquele sufixo quando se tratava do outro garoto – Você já jogou como goleiro?

Yukito abandonou sua mais nova ideia de torta de pêssego com chocolate branco e pensou um pouco, até onde ele lembrava – depois do acidente de seus pais, sua memória tinha ficado com alguns buracos, os médicos disseram que era devido ao trauma e que ele poderia recuperar esses buracos ou não – ele nunca tinha jogado em um time, devia ter brincado com uma bola em alguma época de sua vida, mas não profissionalmente.

–Não – ele respondeu – Na verdade, nunca fiz parte de um time de futebol, tudo o que eu sei é de brincar com a bola quando era mais novo.

Se não fosse a sinceridade gritante em cada palavra que o menino dizia, Touya jamais teria acreditado. Não depois do que ele viu o garoto fazer algumas noites atrás.

–Touya-kun, você acha uma boa ideia eu tentar jogar? Quer dizer, eu não devo ser bom o bastante, nem me encaixar no padrão dos jogadores do time.

–Como assim? – Touya perguntou bem sério, ele não via nada de errado ou de muito diferente entre o menino e os outros jogadores.

Yukito parou de andar e olhou para o outro com um sorriso engraçado, erguendo uma sobrancelha da mesma forma que Touya fizera momentos antes, só que ao invés de parecer indignado, ele parecia estar se divertindo muito com uma piada interna, como se Touya não tivesse percebido um elefante cor-de-rosa dançando tango no corredor.

–Tá bem, olhe para lá e me diga se eu me encaixo no padrão do time ou não – e apontou para sua esquerda.

Ele apontava para uma enorme porta de vidro, naquela hora, o jogo de luzes do local a transformara em um enorme espelho que refletia com nitidez a imagem dos dois jovens. Touya sempre alto, mais alto que os demais, cabelos pretos e lisos, caindo eternamente em seus olhos igualmente escuros, um rosto quadrado, com traços firmes, o semblante sério que não esboçava um sorriso há muitos anos, ombros largos e um corpo forte que nem mesmo o uniforme da escola poderia esconder, mesmo que sempre fosse um número maior. Yukito tinha uma estatura normal para sua idade, mas perto do moreno ele parecia pequeno e infantil, os cabelos de um branco acinzentado com um leve toque prateado, um rosto delicado, com traços suaves e gentis, um sorriso descansando em seus lábios, parecia extremamente frágil, como um anjo de cristal que a qualquer momento poderia estilhaçar ao menor toque ou esbarrão. Eles eram completamente diferentes, como yin-yang, a luz e as trevas.

–Você é baixinho – Touya provocou – Mas deve servir.

Ele foi o primeiro a dar as costas para a porta-espelho, ignorando firmemente a risada melodiosa do menor que o acompanhou depois de alguns segundos. Por mais que o humor do Touya fosse difícil de entender, era a primeira vez que Yukito não se sentiu deslocado.

Os meninos se separaram quando chegaram ao campo, Yukito buscou um lugar tranquilo para poder comer, seu estômago já estava desesperado por ficar tanto tempo sem alimento, e Touya avisou que voltaria logo, primeiro avisaria aos outros jogadores que o menino tentaria entrar no time. Na verdade, o que ele ia fazer é informar que eles precisavam de um goleiro, um menino seria testado naquele dia e se outro jogador tivesse um amigo que se interessasse pelo time, eles poderiam avisar que havia uma vaga. E também pediu que ninguém o chamasse de capitão naquele dia, nomeando um dos jogadores para substituí-lo. Ninguém discordou, nem sempre as ordens de Touya eram fáceis de entender, seu raciocínio muitas vezes fugia à lógica do resto do time, mas eles aprenderam a não questionar, já que graças ao capitão eles tinham ganhado os últimos torneios, algumas vezes chegando ao pódio invictos.

Quando um Touya vestindo um uniforme comum e fedorento se aproximou de onde tinha deixado Tsukishiro, encontrou uma infinidade de potes e embalagens, todos vazios, e um Yukito limpando o canto da boca manchado de amarelo e vermelho.

–Hã… Você pode vir agora –Touya informou fingindo não estranhar o número de potes e embalagens.

Tsukishiro deu um leve sobressalto, estava tão interessado na comida que esquecera do tempo e de guardar suas coisas. Com as bochechas vermelhas, ele juntou tudo rapidamente e jogou na mochila, torcendo para que Touya não perguntasse nada a respeito de seu estranho apetite. Os meninos voltaram para o campo, alguns jogadores já se exercitavam e o capitão do dia apresentou Yukito para o resto do time, como em qualquer escola, todos já sabiam da briga no almoço, entretanto a maioria se manteve impassível, já tinham jogado com Sako Yanaza e acreditavam que apanhar um pouco não faria mal algum àquele menino.

–Tsukishiro-san – o suposto capitão chamou, ao seu lado o goleiro oficial (um monstro de 1,86 m e cabelos bem curtos, pesando o equivalente a três Yukito) avaliava o menino com certa descrença – Este é Kan Higaka, nosso goleiro oficial. Nosso time já tem o número certo de jogadores tanto oficiais quanto reserva, só nos falta um goleiro reserva. Você pode tentar jogar em outra posição, mas nos ajudaria mais se tentasse primeiro como goleiro.

–Está bem. E muito prazer Higaka-san.

Higaka apertou a mão que lhe era estendida com muito cuidado, o menino a sua frente era frágil de mais, ele não sabia o que se passava na cabeça de Touya para tentar colocar uma criatura tão frágil para tomar conta do gol, uma bola mais forte o machucaria com toda certeza.

–Venha comigo – Higaka mandou – Vamos aquecer um pouco.

Os dois se afastaram enquanto o restante do time se reunia em um canto do campo para receber as ordens do dia. Higaka levou Yukito até a trave mais próxima, trazia uma bola nas mãos e preparava mentalmente seu pequeno discurso de apresentação.

–Essa é a área do gol, o goleiro pode andar pelo campo todo, todavia nenhum jogador pode entrar nessa área além do goleiro. A trave delimita o espaço disponível para que o time adversário faça um gol, o dever de um goleiro é impedir que a bola entre nessa área, independente de onde ela for lançada. Um goleiro tem que ser rápido, prestar muita atenção no jogo e não ter medo de cair. Isso é muito importante, pois se tiver que se jogar de cara para impedir que o time marque um gol, você terá que se jogar.

Isso parece meio… bruto” a voz interior de Yukito não estava tão animada com a possibilidade de cair.

–Somos uma espécie de guardiões – Higaka falou olhando para longe, aquela parte sempre o emocionava – O time só estará seguro se nós guardarmos o gol, a vitória está nas nossas mãos.

Guardiões? Hei, isso sim é legal!”. Yukito sorriu com entusiasmo, olhando por aquele lado, ser goleiro seria muito divertido. Higaka explicou mais algumas coisas, apontou quais jogadores eram titulares e quais eram reservas, quando Touya foi classificado como o principal atacante, Yukito não ficou surpreso, parecia muito natural ele ser o melhor jogador do time. Os dois jogaram um pouco, o treino do goleiro era diferente do resto do time e Higaka estava feliz por finalmente ter alguém para ajudá-lo, desde que o outro jogador fora expulso, ele sempre treinava com um jogador diferente e isso não era nada bom para seu desempenho. O futuro goleiro reserva tinha bom domínio da bola e prestava a devida atenção, tinha se atrapalhado um pouco no começo, mesmo assim era evidente que ele tinha talento, Higaka só não tinha certeza se o talento seria suficiente quando uma bola mais forte fosse lançada para o gol.

Uma hora depois os goleiros foram separados, cada um indo para uma trave, fazia parte do treino uma partida de futebol e agora que tinham dois goleiros o jogo seria muito melhor. Yukito respirou fundo, ele ainda lembrava de Higaka dizendo que o goleiro era uma espécie de guardião e a voz séria de Touya o convidando para o time. Ele não ia desapontar a nenhum dos dois.

A partida começou calma, não era um simples jogo e isso ficou óbvio logo no início, o time se deslocava com sincronia, testando uma parte de cada vez, eles não estavam competindo ainda, mas sim treinando, a defesa enfrentava os atacantes, muitas vezes parecendo dançar com eles enquanto a bola ia de um lado para o outro, alguns corriam pelo campo com toda a velocidade, mesmo que a bola não estivesse na direção em que eles corriam, e eram seguidos por outros que tentavam marcar e roubar a bola imaginária. Yukito percebeu, após alguns minutos de atenciosa observação, que eles estavam melhorando sua defesa.

Bola a direita”.

Tsukishiro girou e abriu os braços quase que por reflexo, agarrando a esfera que vinha calmamente em sua direção. Ele olhou para frente, encontrando Touya a observá-lo com um semblante sério. Suas bochechas coraram, ele estava prestando atenção nos jogadores correndo arás da bola invisível e acabara esquecendo que havia uma bola de verdade a ser defendida. Ele devolveu a bola para o pessoal do seu time e deu um sorriso fraco para Touya, que ainda o observava com seriedade. Depois desse incidente ele não despregou os olhos da bola, ele viu as defesas de Higaka e teve que admitir que o goleiro era muito bom, seu time estava forçando mais a defesa, as bolas que vinham para Yukito eram leves, fáceis de pegar e geralmente quase sem força, já com Higaka a bola parecia um vulto devido a velocidade com que era lançada.

Até que o jogo mudou.

Num movimento coordenado, dois jogadores do time adversário atravessaram o campo, lançando a bola um para o outro enquanto corriam numa velocidade surpreendente. Touya fez uma careta, ele não podia interromper as jogadas de seu próprio time, mesmo sabendo que se eles chegassem até o fim, a bola que mandariam para o gol seria lançada com uma força descomunal.

Isso vai doer” a voz disse para Yukito enquanto ele concordava em silêncio. Ele se perguntou o que faria e a sua consciência respondeu “Chutar seria uma ideia válida?”, ele não concordou, provavelmente quebraria o pé. O jeito era pegar a bola e torcer para que o impacto não doesse tanto.

Os dois jogadores olhavam para o goleiro com um pequeno sorriso, planejando onde seria mais fácil lançar a bola. Em silêncio, eles concordaram que aproveitar da altura de Tsukishiro era a melhor opção e miraram acima da cabeça do menino. O mais forte deles recebeu a bola pela última vez e deu o seu melhor chute. Yukito não teve tempo para pensar, a bola vinha com toda a velocidade, alta demais para uma defesa simples, e ele fez a primeira coisa que lhe veio a cabeça. O menino virou um mortal para frente, descendo no mesmo instante que a bola o atingia e enterrando o pé no objeto, fazendo com que ela mudasse de direção e descesse com ele. Caiu no chão com uma perna estendida e a outra dobrada firmemente, a bola completamente imobilizada debaixo de seu pé, feliz da vida percebeu que ainda estava fora da área do gol.

Ele ergueu a cabeça com um sorriso de vitória, mas franziu a testa confuso pelo modo com que os outros jogadores o encaravam. Touya era o único que se mantinha normal, o semblante sério encarando o mais novo goleiro do time com naturalidade.

–Tsukishiro – Touya falou.

Era engraçado, ele não estava gritando, estava do outro lado do campo e ainda assim sua voz era plenamente audível e respeitável. Yukito ficou de pé, levando a bola com ele.

–Passe a bola para o seu time – e deu as costas para o garoto, indo em direção a Higaka – E a propósito, se quiser, a vaga de goleiro reserva é sua.

E ninguém ousou discordar.

#####

Touya baixou a caneta após assinar o último papel. Ele já tinha dispensado o time há algumas horas e ficara até tarde assinando todos os formulários para entrar no torneio. Quando a partida terminou, muitos jogadores foram elogiar o novo goleiro, inclusive Higaka que parecia muito interessado em trocar algumas defesas com o novo companheiro, Touya gostava de Higaka, era um cara enorme que levava muito a sério sua missão de goleiro, ele não defendia apenas o gol, defendia o time inteiro e não parecia nem um pouco incomodado com o novo goleiro, era um rapaz muito bom que preferia vencer em equipe do que brilhar sozinho. Yukito tinha se oferecido para esperar Touya, mas ele também dispensou o garoto, não tinha ideia de quando sairia dali e não queria atrasar ninguém, muito menos o estômago do garoto que estava rugindo no final do jogo e deixando Tsukishiro muito vermelho.

O capitão reuniu todos os papéis e os guardou numa pasta, dando por encerrado seu trabalho do dia, por mais que tomasse seu tempo, Touya amava jogar e não conseguia reclamar de todas as tarefas que tinha de realizar pelo clube.

Ele vestiu seu casaco e pegou a mochila, desligando luzes e trancando portas conforme saía do local destinado ao time. Já era bem tarde, a lua estava escondida no céu por nuvens de chuvas e ele apressou o passo para chegar em casa antes que chovesse. Estava dobrando uma esquina para se afastar da escola quando ouviu. Era uma música fraca, uma sinfonia estranha que muitas vezes entorpecia seus sentidos. Curioso sobre o que teria mantido seu mais novo goleiro e kun até aquela hora no colégio, ele mudou seu rumo, seguindo a música, estranhamente não via o menino de cabelos brancos em lugar algum…

–Yukito!

O menino estava gemendo baixinho, caído no chão. Parecia ter acabado de acordar, o rosto num misto de confusão e dor, hematomas cobriam seus braços brancos e seu rosto delicado, sangue seco manchava seu queixo e blusa. O moreno correu para ele, se abaixou e o olhou com pavor, sem saber onde tocá-lo sem machucá-lo ainda mais.

–Yukito, o que aconteceu? – Touya perguntou num tom terrivelmente frio.

–Sako… Estava irritado… – as frases vinham em arquejos – Os amigos dele estavam juntos…

Yukito virou a cabeça minimamente e vomitou, estava com muita dor e a cabeça girava loucamente. Ele fechou os olhos, apagando por completo. Touya estremeceu, refletindo se deveria chamar uma ambulância, a polícia ou um assassino profissional, felizmente ele percebeu que era só uma surra muito bem dada e o sangue seco era resultado de um corte na boca do garoto, com nojo observou que o vômito era apenas comida semi-degradada, sem um pingo de sangue. E sendo experiente em surras, decidiu que o melhor era tirar o menino de lá e levá-lo para sua casa.

Oto-san atendeu no segundo toque.

–Moshi-moshi

–Oto-san…

–Touya, o que aconteceu?

A voz do pai voltou preocupada, Touya nunca ligava a menos que houvesse algum problema.

–Preciso que venha me buscar. Eu estou perto do colégio.

–O que aconteceu? Você está bem?

–Sim Oto-san. Mas meu amigo precisa de ajuda, ele levou uma surra e está inconsciente.

–Seu amigo? – Oto-san não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Desde quando seu filho tinha um amigo? – Tudo bem, chego ai em 10 minutos.

Touya olhou o garoto inconsciente, para sua felicidade a aura dele era bem visível, prova de que seu amigo ficaria bem.


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Notas finais do capítulo

E ai,o que acharam? Comentem ^^



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