Passado, Presente e Futuro escrita por Blue Butterfly


Capítulo 6
Presente de monstrenga


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ^^



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–Onii-chan, me espere – a voz da garotinha podia ser ouvida de longe.

Sakura patinava o mais rápido que podia, ela tinha acordado um pouco mais atrasada naquela manhã e mal teve tempo de engolir seu café da manhã para acompanhar Touya. Muitas vezes ela pensou em ir sozinha já que ele nunca parecia disposto a esperá-la, só que como ele sempre estava no horário certo, ela sabia que se não o alcançasse, chegaria atrasada e sensei não ficaria feliz.

–Touya, você deveria me esperar – ela resmungou quando finalmente ficou ao lado do rapaz.

–Se eu esperar por monstrengas, vou chegar atrasado todos os dias – Touya provocou.

–Eu não sou uma monstrenga Onii-chan – ela gritou em protestou enquanto tentava recuperar o fôlego – Onii-chan, veja, aquele não é Tsukishiro-san?

A menina apontou para frente, embora Touya já soubesse que era ele. Como não saber se aquela música estava em todo o lugar de sua mente.

–Parece que sim – ele respondeu sem mostrar um pingo de animação com o fato.

–Onii-chan, Tsukishiro-san é uma boa pessoa?

A pergunta veio num sussurro, olhando a irmã Touya pode ver que ela estava preocupada com isso. Touya se sentiu orgulhoso, por mais que eles brigassem um com o outro, era sempre para ele que ela corria quando tinha alguma dúvida ou quando precisava de ajuda.

–Não é de todo mal. Até onde eu sei, ele parece ser legal – observador de mais, ele acrescentou para si mesmo.

–Você é amigo dele, Onii-chan? – ela mantinha o tom sussurrante.

Touya pensou na noite anterior. Pela primeira vez na vida, ele tinha pedido para alguém lhe chamar pelo primeiro nome e ganhara o direito de fazer o mesmo. Aquilo era uma amizade? Só que ele não era o tipo de garoto que tinha amigos.

–Onii-chan? – Sakura insistiu.

–Eu não tenho certeza. Acho que você pode dizer que sim.

–Ah, então eu posso cumprimentar Tsukishiro-san? Por favor?

E lá estavam eles, os olhos pidões de cachorro abandonado, ele não tinha certeza se ela fazia aquilo de propósito, Touya não conseguia negar nada quando ela o olhava daquele jeito.

–Pode – ele grunhiu fingindo estar irritado.

Então, arranjando uma energia e disposição que o irmão desconhecia, Sakura patinou a toda velocidade, até parar ruidosamente ao lado do garoto pálido. Touya os observou com cuidado, viu quando o menino parou de andar e se abaixou para ficar na mesma altura que a garotinha, como ele sorriu para ela e ela ficou toda vermelha, ele não parecia entediado nem irritado com a presença da menina, prestando muita atenção a tudo o que ela dizia. Sakura não parava de falar, estava encantada com aquele menino, ele era tão bonito e a deixava tão aiaiaiai. Touya finalmente chegou perto deles.

–Então a monstrenga já te achou. Cuidado, monstregas são perigosas de manhã – ele brincou tentando irritar a irmãzinha.

Sakura virou para o irmão, a resposta na ponta da língua, mas por algum motivo ela permaneceu quieta, respirando bem fundo e voltando sua atenção para o jovem Tsukishiro, parecia envergonhada.

–Não seja mal, Touya-san, uma menininha tão simpática não é um monstro – Yukito comentou com calma e um sorriso.

Sakura congelou. Alguém estava corrigindo Onii-chan e não era Oto-san. Ninguém corrigia Onii-chan. Nunca. Muito menos se era para defende-la. De repente, Yukito ganhou uma armadura de ouro e ela podia jurar que ele era um príncipe encantado. Ela olhou para o irmão, com medo do que ele faria a seguir. Touya encarava o outro garoto com incredulidade, mas não parecia bravo, apenas surpreso.

–Está bem Yukito-san – ele respondeu com calma – Desculpe Sakura.

A boca da menina se abriu e ela se beliscou. Era um sonho, só podia ser. Quando em um único dia Onii-chan seria corrigido e ainda pediria desculpas?

–Está bem – ela gaguejou.

–Vamos, não quero chegar atrasado por causa de uma monstrenga – Touya provou voltando a pedalar.

Tem certas coisas que nunca mudam, e Yukito percebeu que não mudaria o jeito de Touya chamar a irmã.

–Touya!!! – Sakura gritou aborrecida.

Ela ia voltar a patinar quando se deu conta que Tsukishiro teria que ficar para trás de novo.

–Quer que eu te acompanhe? – ela perguntou com timidez – Onii-chan às vezes esquece a educação em casa – ela se desculpou pelo irmão.

–Tudo bem, pequenina. Pode ir com seu irmão. Ele pode ficar preocupado se você demorar.

–Está bem – ela responde baixando a cabeça. Ela teria ficado tão feliz se pudesse acompanhar Tsukishiro.

–Pequenina – Yukito chamou pegando do bolso um dos inúmeros doces que trouxera – Tome, para adoçar sua manhã e fazer você voltar a sorrir.

Funcionou, um sorriso gigantesco invadiu o rosto da garota ao pegar a doce. Tsukishiro estava dando um doce para ela! Isso era tão aiaiaiai.

–Obrigada Tsukishiro-san – ela agradeceu se sentindo leve como uma pluma e vermelha como um tomate.

–Pode me chamar de Yukito – ele avisou.

–E você pode me chamar de Sakura – ela devolveu.

E então disparou para longe dele, o rosto ainda mais vermelho. Yukito riu, ela parecia uma boa garotinha, mas Yukito não era bobo. Bem, não era muito bobo, ele viu que, por trás daquelas provocações havia um irmão extremamente cuidadoso e ciumento, ele cercava Sakura, mantendo-a sempre sob supervisão. “Excesso de proteção?” a voz na sua mente sugeriu.

–Acho que é mais um complexo de irmã – Yukito murmurou se divertindo com sua nova invenção.

Ele conseguiu chegar um pouco antes do último sinal tocar, sensei já estava na sala e a maioria das cadeiras estavam ocupadas, ele andou graciosamente até sua carteira ao lado de um Touya sério e aparentemente mal-humorado. Não o cumprimentou, esperaria para ver qual seria a reação do moreno antes de tentar travar um diálogo.

–Por que não deixou Sakura acompanhá-lo até a escola?

Touya ainda estava de cabeça baixa, abrindo seus livros, mas Yukito não duvidou que a pergunta era muito séria e a resposta que desse seria muito importante para a futura relação dos dois.

–Porque não me pareceu certo – ele respondeu com calma abrindo seus próprios livros.

Touya não disse mais nada, mas achou que tinha sido uma boa resposta.

Foi o único diálogo que tiveram, no almoço Touya fez questão de ficar sozinho e Yukito foi para o grupo de Sako e Naony, eles eram engraçados, Yukito ainda se sentia meio perdido entre eles, mas se esforçava para se encaixar. Quando as aulas terminaram, Yukito frequentou outro clube, ele queria experimentar todos eles antes de decidir em qual entraria. Ele tinha gostado do clube de leitura, ler o deixava incrivelmente em paz. Mas não gostou muito do clube de matemática, nem do de física no dia seguinte, achou legal o de história e, no último dia de aula daquela semana, descobriu que tinha certo pavor de química, principalmente porque precisava decorar fórmulas e ele gostava de inventar – a sua culinária que o diga. Naquela primeira semana ele aprendeu que panquecas eram coisas perigosas que amavam o teto, três receitas diferentes para torta de pêssego – ele fizera compras pelo telefone e perguntara o valor total, se surpreendendo com o preço das coisas e se achando muito rico com aquele pote de dinheiro. Ele também vira Sakura e seu irmão todas as manhãs, e deu um doce diferente para ela a cada dia, ouvira ela ser chamada de monstrenga nas mais diferentes frases e defendera-a todas à vezes, mesmo sabendo que logo após pedir desculpas, Touya a chamaria novamente de monstrenga e a apressaria para que eles chegassem no horário. Ele se sentou com Sako e Naony todos os dias, e se sentiu deslocado todos os dias.

No domingo, ele acordou cedo para cuidar do seu jardim. A casa estava ordem, assim como seu dever de casa – embora ele não tivesse certeza se entendera bem química, e o jardim merecia seu cuidado. Tentou lembrar quem o ensinara a cuidar do jardim, mas nada veio a sua mente. A única estranha lembrança era de seus pés roçando a grama, o cheiro das flores quando chegava o tempo delas desabrocharem, como era bonito ter um jardim colorido… Para sua extrema alegria, o que ele não sabia sobre cozinhar ele sabia sobre jardinagem.

Já na casa dos Kinomotos havia silêncio absoluto, Sakura estava na casa de sua melhor amiga, Tomoyo, Kinomoto pai estava na faculdade, dando uma palestra para alunos de intercâmbio e Touya estava trabalhando. Graças às recentes promoções de seu pai, ele não precisava mais ajudar em casa e agora trabalhava para poder comprar uma motocicleta – um sonho de menino que parecia cada vez mais perto de se concretizar.

Touya estava trabalhando numa padaria, um dos funcionários estava doente e o dono, conhecendo Touya há algum tempo, o chamou para cobrir o lugar do outro. Ele estava embrulhando alguns pães para entrega quando um grupo barulhento de jovens apareceu na padaria. Ele os reconheceu quase de imediato e enrijeceu. Sako estava acompanhado de mais três garotos, eles tinham sido jogadores de futebol antes que Touya assumisse o posto de capitão. Era para Sako ter o lugar de capitão, só que seu espírito era tão competitivo que ele acabava atrapalhando o time enquanto tentava mostrar suas habilidades. Era um bom jogador, mas não sabia jogar em grupo, por isso,quando se tornou capitão, Touya precisou retirá-lo do clube. Obviamente, Sako não aceitara muito bem essa decisão.

–Veja quem temos aqui, Kinomoto-san – Sako cumprimentou com um sorriso no rosto.

–Yanaza – Touya respondeu voltando ao embrulho, aquele era seu local de trabalho, ele sabia muito bem como se comportar ali.

–Trabalhando até no domingo Kinomoto? Seu pai ainda não superou perder a mulherzinha? Ou a miséria está tão grande que você precisa se matar para comprar uma saia mais decente para sua irmãzinha? – Sako provocou.

Touya respirou bem fundo, ele sabia com quem estava lidando, Sako era o rei em se passar de vítima para os outros, mas na verdade ele era um tremendo idiota. Às vezes ele se perguntava como Yukito conseguia almoçar com Sako, mas depois se lembrava que, quando queria, aquele menino podia ser bem mansinho e bondoso.

–Você gostaria de levar alguma coisa, Yanaza? – Touya perguntou mantendo o rosto frio e a voz calma. Mesmo que seus pensamentos mais calmos fossem bem homicidas.

–Por enquanto não. Só estava passando pela rua e resolvi te dar um bom dia em nome dos velhos tempos. Vamos rapazes, deixem o homem trabalhar. Afinal, a jovem Sakura precisa de uma roupa mais decente.

E saíram, rindo da provocação como hienas tresloucadas. Se tivesse sua motocicleta agora, provavelmente Touya estaria quebrando ela na cabeça de Sako. Voltou ao seu embrulho, certo de que a roupa de Sakura estava no comprimento certo.

#####

–E o babaca estava lá, usando aquele chapeuzinho de padeiro com aquele ar arrogante de dono da padaria.

Alguns que estavam na mesa riram, outros ignoraram, mas ninguém se opôs. Nunca era inteligente se opor a Sako. Quando Yukito chegou na mesa, eles ainda estavam rindo, ele se atrasara porque tinha esquecido o lanche e precisou passar na cantina antes. Uma coisa que ele nunca tinha feito era comer na frente dos outros. Bastou um almoço para ele perceber que seu padrão de fome não condizia com o da maioria, por isso ele preferiu guardar para si aquele pequeno segredo. Touya olhava para o grupo com atenção, ele ainda estava furioso como que Sako Yanaza, ele viu Yukito se juntar aos outros trazendo um pequenino pacote de doces, embora uma mancha no canto de sua boca revelasse que ele tinha se alimentado pelo meio do caminho.

–Pare de falar dele – Naony pediu quando Yukito se juntou a eles, olhando significativamente para o menino de cabelo prateado. Ela não tinha certeza da reação que o garoto teria se visse o outro lado daquele grupo e como estava interessada demais nele, não deixaria Sako estragar tudo, ela precisava de um namorado.

Só que o que a menina não tinha percebido ainda é que Sako gostava dela e não estava nada feliz com a presença do garoto, ele fingia sua amizade enquanto observava cada mínimo gesto que o menino fizesse, pronto para mostrar sua primeira falha assim que ela surgisse. E talvez aquela fosse sua grande chance.

–Hei, Tsukishiro-san, quero saber sua opinião sobre uma garota – Sako começou com um sorriso mau no rosto.

–Sako, não – Naony mandou irritada.

–Calma Naony-chan – ele disse ainda sorrindo – O menino tem que se sentir aceito, ele pode participar das nossas conversas. E eu só quero saber sua opinião.

–Se você continuar com isso, eu vou ficar muito brava – Naony avisou muito irritada.

–É melhor pedir perdão do que permissão – ele brincou e voltou sua atenção para Yukito – Então meu caro, o que acha de Sakura Kinomoto?

Yukito congelou no lugar, sem ter certeza se ouvira direito.

–Desculpe, acho que não entendi. De quem está falando?

–Sakura Kinomoto. Qual é você já deve ter visto. Saia curta, rostinho bonito, um corpo promissor. Aposto que daqui há uns dois, três anos todo mundo vai querer pegar. Na verdade, acho que eu deveria passar na casa do Kinomoto um dia desses, quando ele não estiver em casa, e fazer…

Ninguém soube o que ele pretendia fazer, pois bem nesse momento um Yukito furioso, com uma expressão muito séria, deu um tremendo soco na cara de Sako, derrubando o garoto no chão.

–Fique bem longe de Sakura-san – Yukito mandou furioso.

Bastou alguns segundos para que o grupo tomasse conta do que aconteceu, dois amigos de Sako se voltaram para Yukito enquanto outro ajudava o caído a se erguer. Sako tocava o maxilar, sem acreditar que tinha apanhado. E nem que aquele menino pequeno pudesse bater tão bem.

–Acabem com ele – Sako mandou.

Que loucura é essa?”. Yukito engoliu em seco, ele batera em Sako porque estava com raiva, não seria capaz de bater nos outros garotos e muito menos se defender. A voz na sua cabeça estava assombrada tanto com sua reação quanto com o curto futuro que eles teriam.

–Ninguém toca no garoto.

A voz era grave, profunda, incontestável. Touya estava de pé bem atrás de Yukito, ele não tinha ideia do que tinha feito o garoto pálido agir daquela maneira, mas apostaria todas as suas economias que a culpa era de Sako.

–Vá para o inferno Kinomoto. Isso não é da sua conta – Sako gritou furiosamente.

–É da conta dele se você fica falando essas coisas da irmã dele – Yukito berrou de volta.

Boa estratégia” a voz em sua mente elogiou. E era, Yukito ficou com tanto medo de apanhar que precisou colocar Touya naquela confusão. Ele se sentia mal por isso, mas duvidava muito que alguém fosse brigar com Kinomoto. Quer dizer, quem teria coragem de enfrentar um rapaz daquelas proporções e com aquela cara de mau?

–Se insistir em falar da minha irmã, eu vou ter uma conversa bem séria com você – Touya avisou tentando manter calma.

–Qual é Kinomoto, todo mundo sabe que sua irmã, assim como sua mãe, é uma tremenda…

E mais uma vez ninguém soube o que ele falaria, porque dessa vez Touya deu outro soco no garoto, só que um soco tão forte que Sako perdeu os sentidos e caiu no chão.

–Eu avisei – Touya respondeu se sentindo muito mais leve do que antes – Mais alguém tem algo a dizer sobre minha família?

Ninguém se quer respirou.

–Melhor assim.

Touya se afastou, mas parou no meio do caminho e olhou para Yukito. O garoto estava mais pálido que o normal, visivelmente assustado. Touya quase sorriu ao imaginar que deveria ser a primeira vez que o garoto batia em alguém.

–Yukito-san – Touya chamou sem paciência – Vai vir comigo ou ficar com eles?

Antes que ele terminasse de falar, Yukito já tinha abandonado seu saco de doces e corria até o garoto moreno, olhando para ele como se olhasse para o único bote que restou em um navio naufragando.

–Não devia andar com eles – Touya avisou enquanto eles saíam de um refeitório absurdamente silencioso.

–Eu sei. Por favor, me desculpe – Yukito pediu enquanto se segurava para não ter um ataque de nervos. Ainda não conseguia acreditar em tudo o que tinha feito.

–Não precisa se desculpar. Sei que gosta de Sakura o suficiente para não falar mal dela.

–Não estou pedindo desculpas por isso – o menino murmurou.

E nessa hora Yukito simplesmente… quebrou. Ele estava tão envergonhado, tão extremamente arrependido. Ele tinha feito algo muito grave, tinha metido Touya numa briga que não era dele, tudo porque tinha sido covarde demais. Sem perceber, ele começou a tremer até que uma lágrima solitária rolou. Ele se esforçou para segurar as demais, mas não conseguiu, e silenciosas lágrimas jorraram de seus olhos avermelhados.

–Yukito? – Touya se apavorou, as únicas lágrimas que ele conseguia lidar eram da irmã.

O menino menor respirou fundo e tentou se controlar, precisava estar calmo para pedir desculpas, colocou um sorriso no rosto, ignorando as lágrimas que ainda rolavam e disse:

–Me desculpe, eu não devia ter dito que era sobre sua irmã, mas eu estava com tanto medo de apanhar que quando você apareceu a única coisa que eu pensei é que você poderia impedi-los. Eu sei que foi muito errado usar você dessa forma, me desculpe, por favor.

–Eles não estavam falando de Sakura? –Touya estava confuso.

–Sim, quer dizer, Sako estava, os outros não disseram nada.

–Então você não tem que se desculpar – Touya concluiu sempre sério.

–Mas eu tenho. Eu não devia ter falado, se eu não estivesse com tanto medo, você não teria se metido naquela confusão.

–Hei, ter medo é normal – Touya fechou os olhos por alguns instantes, tentando imaginar que era Sakura a sua frente – É isso que nós seres humanos sentimos às vezes. Você teve coragem por bater no Sako.

–Não foi coragem, foi impulso. Ele começou a dizer aquelas coisas e eu simplesmente explodi – Yukito explicou se sentindo mal. Ele não devia ter batido no menino.

–Yukito, você foi o único que teve coragem de interromper Sako. Não importa se teve medo depois, o que importa é que quando foi preciso, você foi corajoso e defendeu a Sakura. E eu te agradeço por isso – o rosto de Touya nunca esteve tão sério antes daquele dia, a proteção de sua irmã era algo que ele levava muito a sério.

–Não precisa me agradecer. Sakura é só uma menininha, ela tem que ser protegida. E Sako mereceu apanhar por falar aquelas coisas dela.

Um Yukito bem mais calmo disse, ele limpou as últimas lágrimas, extremamente feliz por Touya não estar bravo com ele. Ele não se achava muito corajoso, mas também não se sentia tão culpado por bater em Sako, Sakura merecia ser defendida.

–Sabe, eu concordo com tudo o que você acabou de dizer – Touya revelou um tanto surpreso, era a primeira vez que ele ouvia alguém dizer aquilo sobre sua monstrenga além dele.

Eles continuaram andando sem rumo, os dois mergulhados em seus próprios pensamentos, quando Touya perguntou:

–Yukito, porque você sorriu quando estava chorando?

–Eu não sei – o menino respondeu após pensar alguns segundos.

Ele olhou para Touya, preocupado se o garoto maior o acharia estranho por isso. Só que para sua surpresa, o semblante sério de Touya se suavizou e sua boca tremeu em algo que lembrava um sorriso. Yukito não sabia, mas a mãe de Touya às vezes também sorria quando chorava.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Comentem ^^



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