Porque você? – Lily Evans e James Potter escrita por Victoire Winter


Capítulo 46
Capítulo XXXXV


Notas iniciais do capítulo

AWWWNNNNNNN, depois desse, só o epilogo. Espero que não me matem, mas escrevi rápido, então pode ter um erro aqui ou ali. Se houver dúvida é só perguntar nos comentários!
Enjoy!



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Já era difícil ver Elena Capella. Mas vê-la com seu namorado (trouxa), Nathaniel Finnigan pelo o que Dumbledore me dissera, era quase impossível. Ela causou tanto sofrimento, para mim, para uma família inteira, como podia ser simplesmente... feliz? Os cabelos castanhos mel voando atrás das costas, mais longos do que da última vez que a vira, a garota vinha com um sorriso envergonhado em direção a Dumbledore e a mim.

–Oi.

–Oi. –eu respondi- Oi... Elena.

–Oi Lily. –ela disse mais uma vez. Não vou ficar com raiva, repeti em minha mente, ao menos duzentas vezes, nos últimos dois minutos.

–Srta. Capella. –disse Dumbledore formalmente- Elena, espero que você e a srta. Evans não tenham problemas de relacionamento pelos fatos ocorridos no semestre anterior...

–Nenhum! –berrei em meio ao escuro que era a carruagem para a qual Dumbledore nos conduzira. Ela andava devagar, mas eu sabia que, além de invisível para trouxas, era muito rápida, mesmo sem que as pessoas dentro dela sentissem o movimento. Como um avião.

–Tudo bem. Eis o plano... –começou Dumbledore, mas eu o interrompi bruscamente:

–Por que a... Srta. Capella teve que vir conosco?

–Pois ela tem parentes que nos fornecerão água, comida e abrigo durante o decorrer do dia de hoje. Mais alguma coisa?

–Então ela não é útil para nada, além de, é claro, ser usada para comer. –falei rispidamente essas últimas palavras. Pensei que a corvina ou o erudito fossem responder de forma afiada, mas Elena apenas revirou os olhos e bufou e Dumbledore deu um meio sorriso, depois de ter certeza que nenhum outro comentário meu fosse surgir em meio à escuridão.

Os primeiros raios de Sol cruzaram o horizonte, me fazendo lembrar-me do dia, a mais ou menos dois meses atrás, quando eu vi essa mesma cena numa cama ao lado do homem que eu amo. Parece que foi há séculos, mas dava para contar o número de semanas que se passaram nos dedos das mãos.

Mais ou menos quinze minutos depois do nascer do Sol, nós saímos da carruagem. “Tia Dennie! Tio Pierre!” ouvi Elena gritar com sua voz meio nasal, correndo para abraçar uma mulher com grandes olhos castanhos e cabelos loiros e um homem que mal dava para ver a silhueta, mesmo com o Sol sobre sua cabeça, ele se esconde nas sombras, perigo! meu cérebro gritou, mas eu deixei para lá.

–Senhor e senhora Belarus, obrigado por nos receberem... –Dumbledore começou, desliguei meu cérebro. Já tinha ouvido cumprimentos demais, afinal, meu pai trabalhava em um banco. Sempre tinha hospedes estrangeiros em nossa pequena fazenda no sul de Londres. Quando a mulher, Dennie suponho, disse com a voz esganiçada e um sotaque francês falso, “deseja um pouco de água, querida?”, que eu me toquei que o tempo não esperaria cumprimentos. Agora, Dumbledore e Pierre Belarus falavam animadamente sobre algum assunto indistinguível, já que falavam em um francês muito rápido. Me dei conta de Elena e sua tia ali novamente quando ela se inclinou muito para mim, e eu fiz que não com a cabeça.

–Professor Dumbledore, nós não devemos ir para o... Qual é mesmo o nome? -eu perguntei

–Lacus Pouvoirs Curatifs. –respondeu Elena na hora. Eu olhei para ela e foi quase como o quarto ano de novo. O sorriso amigável dela, as risadas que tinham mais graça do que a piada de Mari, os cabelos curtos de Molly molhados, os pulinhos alegres de Amanda... Que estava morta. Por causa dela. Seja lá qual foi a expressão que eu assumi, fez a morena recuar.

–Vamos, então. –disse Dumbledore, em seu melhor tom de Gandalf, the White.- É naquela direção –apontou para o norte- Vai ser uma longa viagem a pé, mas por sorte –ele assobiou- eu tenho cavalos.

***
Testrálios eram o nome dos animais. Fofinho, gordo e Coronel pelo que Dumbledore dissera. Eu fiquei com Fofinha, obvio. Fomos voando, percorrendo a pequena região chamada Bethmale. Não era bem uma cidade, mas muitos bruxos se abrigam lá para se esconder de Você-Sabe-Quem. Indo ao norte, você via belas paisagens, riachos e árvores com diferentes colorações. Os primeiros sinais do fim do verão eram claros na região montanhosa, onde, pelo o que Dumbledore disse do meu lado, era um lugar com queijos deliciosos.

Abaixo de nós, um lago se estendia. Esperei com os dedos cruzados no meu cavalo invisível que fosse esse o Lacus etc, etc, mas não era. Dumbledore disse, gritando para ser ouvido por causa do vento, que devíamos continuar, porém indo para oeste agora.

Cerca de vinte minutos depois, o diretor de Hogwarts indicou para nós um lago lá embaixo. Quando nos aproximamos em nossos cavalos invisíveis, percebi que o lago tinha o tamanho de uma piscina infantil, daquelas que você nada com dois anos morrendo de medo de se afogar. Não pude deixar de dar uma risada abafada daquilo. Aquilo era minha salvação?

Sim, eu sou sua salvação.

–SAI DA MINHA CABEÇA! –ouvi Elena verbalizar meus pensamentos, que seguiram os segundos agonizantes de um lago falando comigo, em um grito.

Ela é irritante, não é? E é tão fácil acabar com ela... Tudo que você tem que fazer é pegar sua varinha, apontar para a cara feia dela e PUF!

É verdade. Elena é feia, e eu tenho uma varinha e posso acabar com ela. Eu posso, eu vou, eu devo. Ou não...

Vi a morena levar as mãos ao próprio pescoço, como se fosse se enforcar. E foi isso que ela fez. Caindo de costas na água, se enforcando, Elena se debatia contra... Si mesma?

–É a magia do lago, –disse Dumbledore, arfando- ele te faz ceder aos seus piores desejos.

Observei o diretor. A varinha em punho, um amuleto no pescoço.

–Coloque isso em Elena e depois em você. O que teremos que enfrentar é perigoso. –ele disse

***

O lago se silenciara. Os amuletos em nossos pescoços pareciam repelir a magica do lugar. Elena, ensopada, se aninhava em seus próprios braços, tentando se secar com o Sol. Dumbledore não parecia estar sofrendo com suas emoções, apesar do corte que levou quando caiu nas pedras da piscina infan..., digo, lago, autoconsumido por seus desejos sombrios. E eu... Eu quase matei alguém.

–Devemos esperar até o pôr-do-sol. –ele disse- Faltam dois minutos.

Gastei esses dois minutos com a mão na barriga, pensando se a ruivinha de olhos castanhos finalmente teria uma chance nesse mundo.

–Alvo Dumbledore. –disse o lago, mas dessa vez, ele não nos atormentou individualmente, ele disse em alto e bom som- Quanto tempo.

Lembra quando eu disse que o lago era um ele? Então esquece. O lago é uma ela. A ela mais bela de todos os tempos.

Você –disse Dumbledore, ronronado. Não vou descrever isso, afinal, um homem de 80 anos ronronado é uma coisa que você deseja esquecer- É sempre bom ver... Você.

–Suponho que essas são as almas que você me trouxe de oferenda para trazer sua irmãzinha de volta?

–Não! –eu disse, fazendo com que a mulher se virasse para mim- Você pode me curar? –falei, sendo o mais direta que pude.

–Posso sim, senhorita. –ela disse. Quando se aproximou, pude ver o manto preto que cobria seu corpo. Era feito de almas, al-mas. Respirei fundo e desviei o olhar. –Tudo que você tem que fazer é beber da minha água.

Virei para olhar o lago, já fazendo uma concha com as mãos. Mas não tinha água lá. Só tinha... Almas.

–Como? –perguntei. Ela se virou para Elena.

–Com um sacrifício. –disse a mulher, seus olhos verdes, pude perceber a cor somente quando ela se virou contra a luz para olhar para a assassina da minha melhor amiga, mirando a mesma.

–Não. –eu disse- Eu vou te dar... Hum...

–Eu quero uma alma. –ela disse.

–Leve a sua própria! –respondi, tentando atrasa-la, talvez, com o nascer do Sol... Mas não, se fosse tão simples, Dumbledore não teria nos feito esperar. O olhei, querendo instruções, qualquer uma, mas ele havia sumido. Só restava uma Elena muito assustada. –Eu digo... Você não prefere um diamante? –tentei enrola-la.

–Uma pedra brilhante? –perguntou a mulher de olhos verdes.

–Sim! Sim! –eu disse, tirando de meu pulso uma pulseira de jujubas de brinquedo e diamantes falsos. –Aqui está, Vossa Maldade.

–Hmm... –disse ela, avaliando o presente. Burra! Quis gritar, mas me segurei, se eu gritasse, morreria ali mesmo. –Pode passar. –ela disse, finalmente. Eu passei e olhei para a piscina infantil.

–A água voltou! –Elena exclamou- Como... ?

–Só os fortes acham algo além de almas que me agradam. Para a sorte de vocês, Lily Evans é uma delas. –disse a mulher, como ela sabia meu nome eu não sei, mas não me importava. Dumbledore reaparecerá, mas eu não me importei com o fato de que ele não estivesse ali comigo na hora H. –Pegue o necessário e vá. Só é necessário uma gota para seu problema, srta. –ela completou- E não, não é possível trazer os mortos de volta com essa água. –disse, arrasando o diretor ao meu lado, que caiu no chão. –Até a próxima! –ela disse para Dumbledore, como se fossem velhos amigos, e algo me dizia que eram.

A primeira coisa que fiz quando me recuperei do choque de ver as Almas Perdidas foi abraçar Elena. Ela queria se redimir. Outra coisa sobre almas: elas renovam sua fé.

–O passado está no passado? –ela disse, ainda envolvida pelos meu braços.

–Com certeza. –eu respondi.

***

Comecei a correr pelos corredores estranhamente vazios de Hogwarts. Três dias desde minha cura, de fazer as pazes com Elena, de ter certeza que os mortos estão mortos, de voltar da França e nem uma coruja de James. Entrei no Salão Principal, todos sentados, comendo, rindo, conversando. Todos pararam para me olhar. Mari se levantou, os marotos também.

Então eu o vi. Ele se levantou e veio correndo em minha direção da mesa da Grifinória, o sorriso de Mona Lisa crescendo até chegar às orelhas. Não falamos, nossos olhares fizeram isso. Foi como “CONSEGUI” e “Eu te amo! Que saudades!” em uma única junção de verde e castanho.

Me joguei nos braços dele. Tão fortes e seguros... Respirei com o nariz junto a seu pescoço, inalando seu cheiro maravilhoso de baunilha e Quadribol. Ele me olhou antes de me tombar para trás.

E então, ele me beijou, ali mesmo, na frente de todos. Juro que ouvi algumas palmas, mas não prestei atenção, pois me foquei em sussurrar o mais baixo que pude, para que só ele pudesse ouvir.

–Quando nós tivermos um filho... –comecei, parando apenas para sentir as bochechas dele crescendo formando um sorriso contra as minhas. –O nome dele vai ser Harry.

–Harry Potter. -ele disse- Eu gosto, mas... Por que?

–Por que eu quero. –disse, e, sorrindo, o beijei. Os aplausos eram audíveis até para a “deusa da morte” no outro lado do continente.


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Notas finais do capítulo

Não tô bem, alguém me segura. Tem tanto que eu quero dizer... Mas eu vou guardar para o final ''de verdade''. Eu amo vocês. Always!
Bjos