Porque você? – Lily Evans e James Potter escrita por Victoire Winter


Capítulo 28
Capítulo XXVII


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicado a linda Asrai e sua recomendação perfeita! Amei, muito obrigada!



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Acordei gritando o nome de minha mãe. O cheiro dela adentrou o quarto no minuto que recuperei meus sentidos e sentei na cama, com Amanda me olhando preocupada. Não é nada. Mas como alguém ia acreditar nisso se nem eu acreditava? Entrei no banheiro e bati a porta atrás de mim, ignorando as perguntas e me desviando de Molly. Escorreguei pela porta até cair no chão e escondi minha cara entre as mãos. Quando finalmente tive forças para levantar, me apoiei na pia onde fiquei me encarando pelo espelho. Eu era igual minha mãe em tudo, exceto pelos olhos. Os mesmos cabelos ruivos jogados para o lado, os mesmos dentes desalinhados, o mesmo nariz, a mesma expressão, o mesmo corpo, as mesmas curvas, as mesmas unhas roídas, os mesmos dedos finos de pianista.

Quando desci meu olhar para minha mão e vi meus dedos ficarem brancos pela força com que apertava a borda da pia e me permiti chorar. Não sei como não havia chorado até agora. Apertei meus olhos com força, vendo aquelas estrelinhas. Peguei o vaso de flores que estava na pia, presente de Arthur para Molly, e o isolei. Os cacos de vidro estavam por todo o chão e eu ouvia Amanda ameaçar usar o Alohomora se eu não abrisse logo, mas se ela me respeitasse me deixaria em paz.

Eu queria alguém ali comigo, mas eu não sabia ao certo quem. Se Sev estivesse ali, ele me abraçaria e me deixaria chorar. James iria me pegar no colo, me colocar em uma vassoura e sair voando comigo, fazendo palhaçadas. Mas cada um é um. James é James. E Sev é Sev. É tão difícil entender, mas eles pertencem a Lily Evans diferentes. Severus Snape pertence à Lily Evans trouxa, maravilhada com Hogwarts e com a ideia de ser especial, que tem uma família e que precisa dele nela, pois é novidade. James Potter pertence à Lily Evans bruxa, que vive em Hogwarts, que é órfã que precisa dele para ser a família dela dali em diante. E eu gritei.

James ou Severus? Eu não tinha que escolher. O mundo escolheu por mim. O Chapéu Seletor me colocou na Grifinória com James e não na Sonserina com Sev. Não é?

–MERDA! –Eu gritei para todos me ouvirem.

–Lily eu vou entrar –A voz doce de Amanda entrou pela fechadura- No três.

–Não precisa usar feitiço nenhum, eu abro a porta. –Eu disse entre soluços e fungadas.

Quando a loira me viu, abrindo a porta, nem se importou com os cacos ou com meu bafo de suco de abobora, ela simplesmente me abraçou. Tentei aproximar-nos mais, mas não consegui por que uma certa barriga crescia impedindo-me de aninhar-me completamente na garota.

–O que você quer Lily, querida? –Molly disse com seu ar maternal atrás de Amanda.

–Dormir um pouco mais. –Eu disse e percebi que nossa outra colega de dormitório, Miranda alguma coisa, achava que eu estava fazendo drama para chamar atenção.

–Lil... Acho que você não precisa. –Amanda disse- Coloca uma roupa e vamos ficar lá embaixo até a hora do café, ok?

Assenti com a cabeça, me trocando ali mesmo. Deixei Miranda pensar que era drama. Deixei Molly pensar que era por causa de James. E deixei Amanda me conduzir para fora.

–Lily... Isso é por causa de Você-Sabe-Quem? –Amanda falou, sentando ao meu lado na poltrona mais próxima a lareira apagada. –Por que se for...

–Ele matou minha mãe. E provavelmente meu pai. Eu não me lembro de meu pai morrendo, só... Do dia depois. E acharam o corpo da minha mãe. Foi por isso que Dumbledore me chamou.

–Oh, Lily! –Amanda disse, me abraçando com força- Por que não me contou antes?

–Eu não queria falar em voz alta, ia parecer real demais. –Eu disse como se não fosse nada. –Eu vou sair, sozinha, tudo bem?

–Temos aula dentro de uma hora. E o Salão Principal abre para o café em 5 minutos. Você acha que dá tempo? -Ela disse, arqueando as sobrancelhas. Assenti com a cabeça e sai andando.

Desci as escadas pulando os degraus de dois em dois. Passei pelas portas do vazio Salão Principal. Passei correndo pela porta e virei à esquerda do lago da Lula Gigante. Cheguei ao campo de Quadribol já suada, mas não me importei. A touca amarela que estava usando voou para cima e escapou, rapidamente, do meu campo de vista.

Fiquei parada lá, olhando para o céu, contemplando as nuvens de chuva. O primeiro pingo caiu na minha testa, o segundo no meu nariz. E antes que me desse conta, estava ensopada. Mas não liguei. Sentei-me na terra molhada, sabendo que meu uniforme ficaria imundo.

–Perdeu isso, Evans? –Ouvi alguém falar atrás de mim e quando me virei, me deparei com um James Potter mais molhado do que eu, com uma vassoura numa mão e uma touca amarela na outra.

–O-obrigada. –Disse, meio gaga. –Eu adoro essa touca. –Estendi minha mão para pega-la, mas ele recuou.

–Se quiser pegar têm que me dar dois beijos, molhados e demorados, aqui –Ele indicou com a mão o pescoço- Ou um, longo e não precisa ser molhado, aqui- Ele levou o dedo à boca.

Semicerrei os olhos. Não era difícil saber onde eu queria beija-lo. Inclinei-me e selei nossos lábios. Cheguei mais perto e soube que ele também o fez. O apanhador colocou as mãos na minha cintura, uma ainda segurando a touca e a outra livre, pois agora a vassoura jazia no chão. Ele subiu a mão com a touca para meu cabelo, onde o puxou de leve, e me inclinou para trás. Ele colou a touca em mim e separou-nos, me deixando confusa. Ele queria me beijar, mas não queria me beijar?

–Prontinho. –Ele disse, com um sorriso de Mona Lisa.

–Espera ai. –Eu disse, segurando o pulso do rapaz. Trouxe-o para mim, nossas testas coladas, de uma forma que nunca havia experimentados. Respirei fundo e o abracei. Depois dei um beijo no rosto dele. E só assim me senti melhor. –Estou faminta. Você me acompanha no até o café da manhã?

–Na verdade, eu... –Ele disse e apontou para trás com o polegar. Por um momento achei que ele queria dizer “Quadribol”, mas quando vi uma loirinha vindo correndo em nossa direção, eu o entendi.

–Uau. –Eu disse, fazendo força para não chorar. –UAU! Parabéns pela nova figurinha no seu álbum de “Garotas que já peguei”, Potter.

–Lily, não é o que você está pensando... –Ele disse. Eu não pude resistir e dei um tapa na cara dele. DROGA! Droga, Evans! Porcaria de universo! Porcaria de Chapéu Seletor! Dei outro tapa, e desta vez o fiz para machucar-lo, e não para provar minha raiva. A loirinha nos alcançou, a olhei com raiva quase a estapeando, ela disse algo que soou como "O que...?" E sai correndo, chorando.

***

–Que canalha! –Elena gritou quando contei a ela, Mari e Amanda o que aconteceu. Estávamos na sala de Poções, uns dois minutos adiantadas e Slughorn não estava lá, então nos sentamos numa mesa aleatória.

–Eu sei... –Amanda disse, com o cenho franzido. –Todos são! Sinto muito, Mari, mas todos são! –A loira completou quando a morena a olhou com raiva.

–Gente... Podia nem ser uma peguete! Vai ver era a irmã dele, ou qualquer coisa assim! –Mari defendendo James, disse com raiva. –Deixa ele tentar te explicar, Lily. Vai... Não vai doer.

–Chega! –Eu disse, com raiva dos palpites e opiniões sobre minha vida amorosa. Uma gravida, uma vadia louca e uma romântica incorrigível não dão bons conselhos amorosos. –Eu não vou o deixar explicar! Ele não merece.

As luzes da sala apagaram. Eu fiquei com medo por um segundo, mas quando Slughorn apareceu, em pé na mesa me acalmei.

–Senhoritas Evans, Capella, Eaton e Abott eu lhes apresento... – Ele fez um sinal com os braços, querendo expressar grandiosidade e James, Sirius, Pettigrew e Lupin apareceram. Os dois últimos segurando aparelhos musicais trouxas, claramente alterados. –Os senhores Pontas, Amolfadinhas, Aluado e Rabicho! Tocando... Qual é o nome da música mesmo?

–Accidentaly In Love, Prof. Slughorn. –Sirius falou, rindo um pouco.

As luzes subiram um pouco, e os holofotes caíram sob mim. Eu coloquei a mão na frente, tentando ofuscar um pouco a luz, mas a tentativa foi em vão. Instrumentos começaram a tocar e vi Amanda rindo ao meu lado. Pude ver, quando a luz diminuiu, Sirius piscando para a garota dos olhos de mel e depois para Amanda.

So she said what's the problem baby

(Então ela disse qual é o problema baby)

What's the problem I don't know

(Qual é o problema eu não sei)

Well maybe I'm in love (love)

(Bem, talvez eu esteja apaixonado)

Think about it every time

(Penso nisso o tempo todo)

I think about it

(Eu penso nisso)

Can't stop thinking 'bout it

(Não consigo parar de pensar nisso)

A essa altura eu já estava rindo muito alto, com as meninas me acompanhando. James cantava mal, Sirius nem tanto e Lupin e Rabicho nem se fala. Slughorn dançava ao som da música e alguns sonserinos, como Malfoy, as Black e Sev encaravam a “banda”, boquiabertos.

How much longer will it take to cure this

(Quanto tempo mais levará para curar isto?)

Just to cure it cause I can't ignore it if it's love (love)

(Apenas pra curar isso, pois eu não consigo ignorar isso se for amor)

Makes me wanna turn around and face me

(Faz com que eu me vire e me encara)

but I don't know nothing 'bout love

(Mas eu não sei nada sobre amor)

Eu senti vontade de ir até James e beija-lo, desculpa-lo e mandar o mundo se danar, mas, com muita força de vontade, eu não o fiz. Eles cantaram o refrão e depois o finalzinho da musica, onde finalmente o cantor principal falava “Accidentaly in Love”. As meninas bateram palmas, assim como Slughorn e Narcissa, que ria do primo, ignorando os olhares de desaprovação do namorado e da irmã.

–Nos estamos apaixonados sem querer, não é Evans? –James falou e, ignorando todos, se sentou à mesa do lado da minha. –Aquela loira, minha prima.

O olhei, mordendo os lábios. DROGA! Eu estou mesmo apaixonada por esse moreno.

***

–Gostou da declaração, Lily? –Mari disse, vitoriosa, quando fomos juntas para o almoço. Todos me olhavam, alguns me parabenizavam por ter o coração de James e algumas meninas, pareciam querer cuspir em mim. –EU SABIA! Vocês são um amor juntos!

–Mari, hoje é primeiro de Abril, foi uma brincadeirinha, só isso! –Eu disse e a morena me olhou, com raiva por trazê-la de volta ao mundo real.

–Acho que não, hein... –Lupin falou. Ele era tão calado que havia esquecido de sua presença conosco–James quase nos pagou para fazer isso. Por você, Lily.

–Cala a boca, Aluado. –Eu disse revirando os olhos.

–Ui, ruivinha fogosa. –Mari falou, com um enorme sorriso, mostrando seus dentes brancos.

Entramos no Salão Principal. Meu queixo caiu. E eu pensava que jogar papel higiênico era coisa de trouxa.

–Eu vou MATAR aqueles dois! –Lupin falou ao meu lado e eu soube que ele estava falando de James e Sirius. Como magica, os dois vieram correndo em nossa direção.

–Corre ou a McGonagall vai nos matar! –James disse, rindo histericamente.

–Eu que vou te matar, Potter! –Lupin gritou.

James pegou minha mão e saiu correndo, me levando com ele. Sirius e Lupin nos seguiram, Amolfadinhas rindo, mas parecia que Aluado ia tirar a varinha do bolso e perseguir o artilheiro até a morte. Ao chegarmos ao Salão Comunal, riamos descontroladamente. Lupin estava sério, mas eu perdi a noção do mundo quando James fez barulho de pum no começo das escadas.

–Eu tenho uma teoria, Evans. –James disse- Se você contar até três seus medos somem. Então, me perdooa, mas um... Dois e três. –O garoto disse e, me puxando para si, selou nossos lábios em um beijo romântico, daqueles de filme do Nicholas Sparks.

Um, dois e três, Lily. E eu o beijei de volta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ficou bem grandinho, então mereço um comentário gigante de resposta?
Bjos



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